Manhãs de Primavera escrita por South Paradise


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Yoooo! Bom, essa continuação não estava nos meus planos... Nem chegou a passar pela minha cabeça escrever mais sobre A Day Like Any Other. Porém, eu li um comentário que acabou me inspirando... E então, sem que eu percebesse, a história começou a se formar na minha cabeça. Espero que gostem e aproveitem!



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Manhãs de Primavera

Sakura era como uma manhã de primavera. De todas as formas que eu podia descrevê-la, essa era a única que realmente fazia algum sentido. Sua estação favorita. O que não deixava de ser irônico.

Sakura era vida, era o nascer de cada sentimento bom no mundo e uma vez havia me pegado pensando se ela também não era o motivo do sol brilhar tão intensamente. Le Petit Français em New York. Sakura era como a primavera. Sua estação favorita.

E ai você fica se perguntando sobre a ironia citada. Bom, não se aflija. Deixe-me explicar. O motivo de todo o riso é que a Haruno está tão para a primavera quanto eu estou para o inverno. Minha estação favorita. Estou nas plantas que morrem e no sol que se esconde. Sakura era Sakura. Era rosa. Eu, preto. E isso me parecia bastante irônico enquanto eu me embolava nos lençóis dela. Como uma estação que antecede a outra. Como as estações do calendário. Não que eu pretendesse deixá-la. Ser uma fase passageira, que vem e depois sai de cena. Não. Eu gostava de pensar que trabalhávamos juntos. E como trabalhávamos.

Um sorriso bobo se formou em mim. Não um sorriso completo. Só meio. De lado. Mas tão bobo quanto qualquer outro apaixonado. Sakura mexeu em meus braços, bagunçando ainda mais suas pernas nas minhas. E enquanto subia uma das minhas mãos nas suas costas, traçando-lhe os ossos da coluna, foi inevitável me recordar da noite passada.

O relógio marcava 19hrs. Estava dez minutos atrasado. O relógio, não eu. O escritório onde eu trabalhava encontrava-se vazio. Na verdade o prédio inteiro. Em dias quentes como aqueles, as pessoas não costumavam se demorar mais do que o obrigatório no trabalho. Todos tinham para quem voltar no final da tarde. Esposas, namoradas, filhos. Alguém esperand... MERDA!

Levantei num rompente assim que me dei conta da burrada. Havia me esquecido do meu encontro com Sakura hoje. Peguei meu celular digitando o numero da rosada enquanto pegava meu paletó e pensava em uma explicação satisfatória. A Haruno sabia ser exigente quando queria. Porém percebi ser tarde de mais, e notei isto quando um furação cor-de-rosa irrompeu pela minha porta. Furioso. E eu estava bem no olho da tempestade.

Sakura... – suspirei dando um passo a frente.

Sasuke... – ela rosnou e se não estivesse tão encrencado, teria achado adorável.

Sakura... – depositei minha pasta e o paletó em cima da mesa.

Sasuke... – repetiu. E dessa vez eu não pude deixar de rir. Discreto. De canto. Mas ri. Era cômico apesar de tudo. – Não me venha com esse seu sorriso sem vergonha Uchiha. E nem com essa sua cara porca e lavada. Dessa vez não vai funcionar!

Pensei que só a Ino fosse porca aqui – debochei sem amor a vida, me referindo a minha secretaria, que coincidentemente era melhor amiga da minha namorada e futura assassina.

Não me provoque! – afundou o dedo no meu peito e me empurrou para trás.

Lá estava ela. A própria representação física da fúria. Selvagem e se achando uma tigresa, quando na verdade era um gatinho. E eu não pude deixar de pensar que Sakura ficaria muito bem em cima da minha mesa.

Me desculpa – estava derrotado. Abaixei sua mão.

Desculpe meu rabo Sasuke! – era a primeira vez que eu a ouvia falar palavras de baixo calão. Sempre tão educada – Já é a segunda vez essa semana que você me deixa esperando. A quinta só este mês...

– Não seja difícil – tentei interrompe-la, porém ela foi mais rápida.

... e eu não gosto de esperar! – pude vê-la franzir o cenho e caminhas aos círculos pela sala. Mais uma vez: Adorável.

Desde que conversara com Sakura a primeira vez há quase seis meses, não pode mais me afastar. O nosso “nós” foi algo que evoluiu de forma suave e gradativa. Não sei dizer ao certo em que momento passamos de amigos que se encontravam algumas vezes ao mês e se beijavam, para algo mais serio. Só foi. E era bom. Era confortável ter aquela desorientada como minha namorada. Agradável levá-la para almoçar na casa dos meus pais. Divertido ver todo o desastre que ela era enquanto tentava ajudar minha mãe na cozinha. Eu me sentia orgulhoso por tê-la ao lado, mas confesso, estava vacilando nesses dois últimos meses. E consequentemente abrindo a porta para a concorrência.

Há algum tempo venho perdendo o controle do tempo que passo no escritório. Meu pai havia me dado o controle de tudo recentemente, e foi como se eu tivesse sido engolido pelo trabalho. Passo mais tempo dentro desse prédio do que em qualquer outro lugar. Logo, isso foi sendo refletido na minha vida pessoal e no que eu tinha com Sakura.

No inicio ela foi compreensiva, fazia o possível para entender e até me ajudar quando podia. Mas depois da quarta vez em um curto período de tempo, as coisas começaram a falhar. E eu entendia. Falando de maneira bem idiota, era como se eu me enterrasse no trabalho e esquecesse completamente da minha namorada.

Hoje seria o meu jantar de redenção. Haruno teria uma entrevista para um cargo na universidade em que havia concluído sua pós. Eu a buscaria as 18hrs e sairíamos para comer. Depois de tudo era o mínimo que podia fazer. E eu NÃO fiz!

Era totalmente aceitável o tornado em que ela se encontrava.

Enterrei minha mão no cabelo como sempre fazia quando estava nervoso e lhe lancei um olhar desesperado.

Eu não sei o que fazer Saky... – a duvida tingia a minha voz e eu a chamei pelo apelido numa tentativa nula de acalmá-la. E isso a fez parar de dar voltas antes que abrisse um buraco no chão da sala. – E não me deixe...

E eu não quero passar o resto da minha vida assistindo você ser sugado por esse escritório Sasuke! E eu queria ser capaz de sair por essa porta e nunca mais te olhar, mas não consigo – já não havia mais fúria em sua voz, apenas raiva contida, mesclada com magoa talvez. Recomeçou a dar voltas.

Então não vá. Eu não vou deixá-la ir – era uma verdade. Por mais ausente que eu fosse, se Sakura partisse, eu a seguiria. – E pare de fazer círculos antes que me deixe tonto.

Ela virou-se de supetão para mim, afundou seu dedo mais uma vez em meu peito, abriu a boca varias vezes, mas não disse nada, como se tudo o que tivesse pensado não fosse bom ou ácido o suficiente.

Você sabe que eu faria qualquer coisa por você – coloquei uma mecha que escapava do seu rabo de cavalo atrás de sua orelha, num gesto que eu sabia que a amoleceria.

Experimente chegar na hora – me sorriu sacana e andou até a porta. – Odeio não conseguir te odiar por muito tempo.

E finalmente pude respirar, porque agora só havia divertimento em sua voz. Então deixei que Sakura fizesse o que sabia fazer de melhor: Guiar-me. E eu a segui.

.

A irritante rosada me fez pegar o caminho mais longo para sua casa, e assim pode me perturbar por mais tempo. Falando sobre todas as coisas que já fez por mim e das vezes que abriu mão de compromissos para desfrutar da minha companhia. Chegou até a citar a vez em que deixou de ir ao cinema com as amigas e assistir um filme “lindíssimo sobre um cachorro qualquer”, em suas palavras. Serio?! Ela não se lembrava nem do nome do filme, e praticamente me implorou para que eu a convidasse para sair “nem que fosse para visitar o desequilibrado do Naruto”, mais uma vez em suas palavras. Tudo porque ELA não queria ir ao cinema. Mas eu como um bom namorado, e errado como estava, apenas me calei e balancei assentido e assumindo toda a culpa, até a dela.

O falatório continuou enquanto entramos na rua em que ficava o apartamento onde ela morava. Eu acariciava sua perna com a mão livre, movendo-a perigosamente para cima em direção a sua parte mais sensível às vezes. Sakura tinha as bochechas coradas e me olhava assassina. Balancei minha cabeça, divertido. Toda vez que discutíamos, acabávamos fazendo as pazes do mesmo jeito. O meu jeito. E hoje não seria diferente.

Estacionei enfrente ao prédio, me virando em direção a Haruno, agora calada.

Boa noite Sasuke – arqueei minha sobrancelha quando a vi abrir a porta e se despedir.

Porque está me dando “boa noite” Sakura. – desliguei o motor e me virei em sua direção, esticando o braço e fechando sua porta, impedindo-a de sair.

Porque estou descendo e indo para minha casa... S-O-Z-I-N-H-A – disse bem devagar, quase soletrando, enquanto me olhava divertida. A voz era ao mesmo tempo sacana e sexy – E não se incomode em desligar o carro, você não vai subir.

– Haruno, não brinque comigo – apertei sua coxa, bem próximo a virilha. O tom sério. Tentando soar autoritário.

Querido, você já deveria saber que esse seu jeito “menino mandão” não funciona comigo – Deu um tapa na minha mão atrevida e abriu novamente a porta, dessa vez saindo. – Tenha uma boa noite e passar bem.

Fitei aturdido enquanto ela bateu a porta, a fechando, e atravessou a porta de vidro da portaria. REBOLANDO! Irritante...

Pesquei o telefone do bolso discando seu número sem ver. Não fiz menção de ligar o carro ou ir embora. Uma. Duas. Três. Quatro. Eu já estava começando a ficar nervoso. No quinto toque ela atendeu.

Uchiha – a risada em sua voz era obvia. Poderia afirmar que ela estava no elevador gargalhando enquanto via o celular chamar.

Não seja difícil Sakura – repedi pela segunda vez na noite. Na verdade, desde que começara a sair com ela, essa frase tinha se tornado um mantra na minha vida. E eu vivia dizendo isso para ela e para mim internamente. Se havia algo que a rosada gostava de ser, era difícil.

Não vejo problema algum, Sasuke – ronronou meu nome no outro lado da linha. Eu deixei escapar um suspiro. Ela riu.

Vou subir ai.

Não, você não vai – ouvi o barulho de chaves e a porta batendo.

É perigoso para uma moça como você, indefesa, ficar sozinha em casa – Sakura colocou uma música qualquer para tocar no fundo. Um de seus compositores clássicos e chatos.

Claro, o seu nariz muito bem sabe o quão indefesa eu sou – cínica. O riso tingiu sua voz novamente. Apertei a ponte do nariz com a lembrança. Como se eu sentisse a dor novamente.

Certa vez eu inventara de fazer uma surpresa para Sakura, em sua casa. Porém quando a mesma chegou e eu apareci de repente a assustando, ela me socou achando que fosse um ladrão. E que gancho de esquerda...

Haruno... – disse forte. Mas a linha já estava muda. A irritante havia desligado na minha cara.

Disquei mais uma vez, saindo do carro e entrando no prédio também. O porteiro me conhecia, então nem se incomodou em me anunciar. O que eu agradeci. Não duvidava nada que Sakura barrasse minha subida.

Sasuke, estou tentando montar um plano de aula – parei enfrente ao elevador.

Duvido muito, pela música de fundo no mínimo você esta atirada no sofá enquanto espera a água do seu chá ferver.

Quem te garante?! Você anda muito prepotente– e pelo tom irritado da sua voz, tive certeza que eu estava certo – estou muito contente em ter te enxotado do meu apartamento!

– Eu te conheço bem de mais Sakura, agora tire esse traseiro do sofá e vá passar o chá antes que a água seque – ouvi a chaleira apitar e seu suspiro irritado. Sai do elevador já no andar correto e andei de vagar.

– Você já esta perto de casa? - perguntou, não fazia ideia de que eu estava prestes a bater na sua porta.

Quase chegando – bate duas vezes e ouvi passos.

Espero só um segundo, tem alguém na porta. – preparei o meu melhor sorriso torto e sem vergonha. A rosada abriu a porta sem se preocupar em conferir pelo olho mágico, como era de costume.

Devia tomar cuidado, qualquer dia desses pode ser um ladrão – ri de sua cara de desgosto quando me viu. E já fui invadindo sua sala sem esperar convite.

Você só pode estar de brincadeira... – resmungou me seguindo. – Onde pensa que está indo babaca? – subiu a voz dois tons quando percebeu que eu já estava entrando no seu quarto.

Onde você acha? Francamente Sakura, você é quem mora aqui, não eu. Não acha que devia conhecer melhor sua residência? – uma veia saltou da sua testa e eu esbocei o mesmo sorriso de antes. Lá estava a tigresa novamente, pronta para acabar com a minha cara.

Você bateu com a cabeça foi? – apoiou as mãos na cintura numa tentativa de parecer autoritária. – E trate de tirar esse sorriso palhaço da cara Uchiha Sasuke, porque eu não vou dormir com você!

Ah, vai sim... – e choquei meu corpo com o dela.

Era engraçado como Sakura tentava se fazer esquiva, mas bastava um aberto ali, outro aqui, um sussurrar no seu ouvido e logo era ela quem estava me jogando na cama e subindo em mim. Engatinhando como uma gata.

Eu achava que Haruno ficaria bem em cima minha mesa. Mas me enganei, ela fica bem era em cima da cama. De mim. Melhor ainda quando estava sem roupas.

Porque está com essa cara? – sua voz doce me trouxe de volta. Encarava-me com o cenho franzido.

– Motivo nenhum. Só estava pensando em como mesmo que você tente negar, a verdade é que não consegue perder a oportunidade de me ver sem roupa – provoquei rouco e senti meu braço arder. Virou-se fazendo voar cabelo na minha cara – e nem a chance de me agredir.

– Não sei do que está falando babaca – ela se inclinou sobre meu corpo – Para mim você é igual jiló Sasuke, detesto. Nem lembro que existe. E quando lembro, logo esqueço!

– Espero que não use essas metáforas com seus alunos, agora que conseguiu o emprego – ri dela. Sakura sempre vinha com essas frases malucas para cima de mim. Mostrou-me a língua. – Quanta maturidade...

– Quer saber de uma coisa Haruno? – perguntei depois de ficarmos algum tempo em silêncio.

– Não – gargalhou e bufei em seu rosto.

– Eu te amo, encrenca – amoleceu em meus braços. E eu pude ver o brilho que sempre aparecia em seus olhos verdes quando eu lhe dizia isso. – Amo seu mau humor e seus cabelos ridiculamente rosas. Amo quando me chama de babaca e quando tenta fugir de mim. – a senti se aconchegando mais em meus braços e roçando as pernas ainda emboladas na minha. Os seios roçando no meu peito. – Amo o fato de que sempre que dormimos juntos, acordo com seus fios na minha boca. Sufocando-me. – soltou um risinho – amo seu gosto musical absurdo que varia de música clássica até o pop teen. E principalmente amo quando você diz que me ama. Porque é tão perfeita que às vezes chego a duvidar se é realmente real. Porque você é boa demais para mim.

Sakura se deitou sobre mim, cobrindo meu corpo com o seu. Abaixou o rosto até o meu, tão próximos que quando falava seus lábios roçavam nos meus.

– E você é um babaca mesmo Sasuke, estúpido e mandão! – olhava tão fixamente nos meus olhos que era quase como se pudesse ver minha alma – E da próxima vez que me deixar esperando por você mais uma vez, eu vou colocar aquele escritório abaixo e te trazer pelos cabelos de volta para a casa...

– E não foi isso o que fez hoje – a cortei enquanto apertava sua cintura com uma mão e a outra descia pela curva do quadril arrepiando sua pele.

– Eu te amo e vou te dizer isso pelo resto da sua vida. – afundou a boca na minha, sensual e irresistível. Sempre doce.

Sakura era como uma manhã de primavera... Sua estação favorita.


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Notas finais do capítulo

Genteeeee, mais uma vez, amei escrever essa one! Super amorzinho e gostosa de criar. Espero que gostem mesmo mesmo! E se puderem leitoras e leitores, comentem, mandem mensagens privadas, sinal de fumaça, tambor, qualquer coisa, mas entrem em contato. Sempre gosto de ler as opiniões e sempre respondo também!E se gostaram comentem com os amigos, se não gostaram comentem com os inimigos, mas não deixem de comentar!Beeijobeeijo!



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