A vida é como um livro. Ele tem um início, meio e fim. Tudo escrito sobre a vida e os acontecimentos, sua dor, seu sofrimento, felicidade, tristeza e alegria. Entretanto, a história poderá tomar um rumo diferente pelas escolhas que seu protagonista tomar, mas sempre terá um fim, não se pode dizer ser terminará bem ou mal, porém, o personagem sempre aprende alguma coisa ou se dá bem.

Um exemplo de tudo é Loki Laufeyson. Sua história que sofreu muito pelas escolhas que tomaras, causando a si mais sofrimento do que tinha passado, o deus apenas queria concertar as falhas que cometeu em sua história, mas acabou causando mais danos, seguindo o caminho errado.

Loki suspirou entediado e encostou a cabeça na parede atrás do seu corpo fechando os olhos, sentado de pernas esticadas tinha um livro que Frigga lhe trouxe hoje cedo. Fazia semanas que estava preso naquela prisão nojenta depois de tentar governar Midgard e de se passar por morto. Em seus pensamentos, ria cinicamente de Odin pela idiota idéia de ter o preso. O velho tolo achava mesmo que ficar preso numa prisão imunda por toda sua eternidade pagará seus atos? Nunca. Pensou o deus sorrindo de lado, debochado. Nada o fará se arrepender dos crimes que cometeu, os midgardianos mereciam ser governados, por ele, mereciam um rei para governá-los.

Respirou fundo e abriu seus olhos encarando o local, eles percorreram pela cela iluminada diferente de todas as outras, as orbitas verdes procuravam alguma coisa que podia acabar com o tédio que sentia. Aos olhares do deus, nada naquele lugar poderia acabar com a sensação que sentia além dos livros que sua mãe lhe trouxe hoje, mas não estava com vontade de ler. Quando seu olhar caiu á pilha, viu, no topo dos seis livros grossos encima da mesa ao lado da cama, uma velha caixinha de música rosa clarinho que fez parte do seu passado.

O deus arregalou os olhos em choque por reconhecer a caixinha de música antiga, o objeto lhe mostrava lembranças como se fosse flash, todas esquecidas em seu sob consciente para nunca mais revelas, porém eram as únicas memórias felizes da sua vida.

– Não pode ser... – murmurou Loki ainda em choque levantando seu braço esquerdo como se quisesse pegar a caixinha de música.

Com sua magia, ele usou-a fazendo a caixa levitar vindo em sua direção com calma e lentamente. Pois o livro de lado e pegou a caixinha com a mão direita, seus olhos reviravam o objeto procurando algum arranhão ou até mesmo algum vistigio de que foi jogada fora, para seu alivio e alegria, não tinha nada, ela estava intacta e perfeita, como antes.

Loki sabia que foi Frigga que trouxe a caixa para si, ela deve ter pedido para os servos revirarem o quarto do deus quando já estava na prisão, claro, ficou irritado por pensar de malditos servos terem mexido em suas coisas, mas o sentimento de surpresa foi mais forte. O moreno ficou surpreso por terem encontrado a caixinha após tanto tempo jogada fora, depois daquele dia nunca mais tinha encontrado a velha e antiga caixinha pela música. Desde ela.

As únicas lembranças boas que tinha ela sempre estar lá. Sorrindo, rindo, cantando, dançando e tocando. Loki gostava de vê-la dançando, já que ela sempre estava fazendo isso, dia e noite dançando e nunca se cansava de se movimenta no ritmo da música, não fazia porque tinha, era por sua vontade.

Os dedos frios de Loki percorreram pelo objeto redondo, passava pelas estampas brancas da caixinha rosada, sua mão parou no lado direito da caixa onde continha uma chave grossa com um formato de coração na ponta, tinha uma correndo dourado que antes era um cordão onde o deus carregava escondido de todos quando ela ainda estava permanecia viva. Só de ver aquela caixa novamente em sua vida, depois de tanto tempo, sentia a raiva e a tristeza se acumulando em seu peito frio, as memórias daquele dia preenchiam em sua mente como se fosse um pesadelo. Para Loki era um mero e terrível pesadelo.

Loki segurou a ponta da chave e rodou cinco vezes com vontade de ouvir a música de novo, quando parou, a caixa abriu-se lentamente tocando a velha e linda melodia, num ritmo calmo e tranqüilo que fazia o deus relaxar. Fechou os olhos sentindo seu peito se apertar lembrando-se da doce bailarina que tinha na caixa, antes era só uma boneca de porcelana frágil que um dia transformou-se numa linda mulher, mesmo sendo de porcelana, era uma pessoa teimosa que não aceitava ser fraca, ela era forte.

Sorriu de lado e deixou seu corpo ser acalmado pela aquela melodia trazia, a caixinha estava entre suas mãos em seu colo enquanto seu peito subia e descia calmamente. De olhos fechados lembrou-se de cada traço da mulher de vidro, do corpo frágil de porcelana, da pele branca fria, dos belos olhos azuis como o céu, seus cabelos curtos ondulados castanhos escuros e seus lábios avermelhados. Ah os lábios! Mesmo que sua pele era de porcelana seus lábios e cabelos não eram feitos de vidro, eles eram macios.

Loki se perguntava: se não tivesse te cantado a canção ele teria sido mais infeliz? Deste que tinha libertado a alma de sua amada da caixa, sua vida tinha melhorado, Loki tinha ganhado uma companheira para brincar na infância, alguém pra compartilhar suas frustrações e sentimentos, uma pessoa que podia confiar e amar, porém, como sempre, tudo que é importante para si vai embora de uma forma trágica.

Assim como ela se foi...

O deus deu uma leve risada de lado quando se lembrou do dia que a conheceu, quando cantou aquela canção junto com a melodia e do nada aparece uma garota de porcelana, fora tão estranho aquele dia, seus pensamentos voaram indo direto pro passado enquanto a melodia continuava á tocar. Bela e Hipnotizante.

Como ela...

Quando um deus contar uma história, você deve parar para ler.