Eu levei Lewis para o meu quarto, onde poderíamos conversar sem que garotas ficassem comendo ele com os olhos.

Nós dois nos sentamos em meu sofá, que ficava ao lado de minha cama.

Meu quarto era bem comum, legal mas comum. Tinha minha cama, que ficava ao lado da janela, meu sofá, encostado na parede oposta à de minha cama e um banco e uma escrivaninha com um laptop ao lado da cama.

– Bem - ele disse - Eu realmente queria pedir desculpas pelo que eu fiz, eu... perdi a cabeça. Não é todo dia que você encontra alguém como você e de repente ela se vai das suas mãos.

Eu fiquei calada

– Acho que... poderíamos... - ele começou a dizer

"Tentar de novo? Não, obrigada" pensei

– Ser amigos?

– Sim - eu disse e suspirei aliviada - Claro, eu... entendi que você... se arrependeu. Por mim, tudo bem

– Obrigado - ele disse sorrindo - não sabe como eu fico feliz de ouvir isso! Então, vamos voltar pra festa?

– Espera - eu disse segurando o ombro dele

– O quê? - ele perguntou olhando nos meus olhos.

Nós nos olhávamos fixamente e eu, de repente, o beijei.

Minha mente estava meio confusa, não sabia porque eu tinha feito aquilo, mas eu estava no meio do beijo, e seria estranho empurrá-lo sendo que eu o beijei.

Nós, depois de alguns segundos, nos separamos.

– Ah... hum... - ele fez

– É... me desculpe, eu... não sei o que deu em mim... - disse

– Não, tudo bem... na verdade - ele disse - eu queria muito te beijar.

– Acho que foi um beijo de... despedida, não sei - eu disse

– Não, tudo bem, eu... - ele disse e suspirou - eu estava com tanta vontade de fazer isso, só que aí você não acreditaria em mim, sabe, que eu quero ser seu amigo. Eu queria muito te agarrar e te beijar.

– Então... beije - eu disse

Lewis me puxou pela cintura, eu coloquei as mãos nos ombros dele e ele colocou a boca dele na minha.

Subitamente, Lupita abriu a porta do quarto e nos encontrou. Nós dois nos separamos rapidamente e eu limpei a boca com as costas da mão e coloquei as mãos na cintura. Sem coragem de olhar para Lupita eu olhava pra baixo.

– Ah... meu Deus... me desculpe, eu... só vim chamar vocês, mas... eu posso.. sei lá... voltar outra hora... - ela disse

– Não Lupe, tudo bem... a gente, só estava... conversando, já estamos indo - eu disse esfregando os olhos.

– Ok - ela disse e saiu do quarto, fechando a porta.

Eu e Lewis nos olhamos e ele logo sai do quarto, me deixando sozinha.

– Argh! - eu disse - Onde eu estava com a cabeça, meu Deus? Isso tudo é carência?

Eu, logo saí do quarto indo para festa.

Eu logo comecei a conversar com Santos e Mia.

– Porque agora você deve 20 reais para Lupita? - perguntei

– Ela disse que você odiaria essa festa, que gritaria e que provavelmente, fingiria que entrou no dormitório errado, daria meia volta, fecharia a porta iria embora.

– Ela está certa - eu disse - quase fui saí no momento em que vi vocês.

Nós rimos e de repente meus olhos ficaram vidrados em Diego e Lewis, que estavam conversando.

Meu olhar estava em Diego, que, eu acho, percebeu e me olhou de volta. Eu rapidamente desviei o olhar, mas quando ele voltou a olhar para Lewis, eu voltei a olhá-lo.

De repente, Lupita chamou Mia pra ir à cozinha.

– Pra quê? - Lola, que à pouco tinha chegado na conversa perguntou

– Sabe se lá pra quê. Isso só Deus, Lolinha. - eu disse

Logo, elas voltaram com um grande bolo de aniversário nas mãos.

– É hora do parabéns! - Mia disse rindo

– Ah, não... - eu disse

– Vai Roberta! - disse Santos

– Roberta! Roberta! - Diego começou a falar, e logo Lewis se juntou à ele.

Então, todos começaram: Roberta! Roberta!

Com muito custo, cedi e fui pra lá.

Eles começaram a cantar:

"Happy Birthday to you,

Happy Birthday to you,

Happy Birthday Roberta,

Happy Birthday to you

Feliz cumpleaños a ti

Feliz cumpleaños a ti

Feliz cumpleaños querida Roberta

Feliz cumpleaños a ti.

Parabéns pra você,

Nessa data querida,

Muitas felicidades,

Muitos anos de vida!"

Nossa, feliz aniversário em três línguas diferentes. Eu estava meio emocionada deles cantarem Cumpleaños feliz, música da minha nacionalidade e feliz aniversário, em português. Eu amava o Brasil!

– Anda! Sopra as velhinhas e faz um pedido! - disse Mia

Eu tinha duas coisas em mente. Passar na faculdade e me tornar uma grande diretora/atriz, ou arranjar amor.

Era meio tosco, mas eu queria "achar meu amor verdadeiro"

Logo pensei: É, eu quero um namorado que me ame de verdade, e que eu o ame também.

Soprei as velhinhas, esse era o meu pedido.

– O que você pediu? - Mia perguntou

– Você conhece as regras do pedido de aniversário! - eu disse à ela

Ela me mostrou língua e as pessoas começaram a me dar os presentes. Essa era a única parte boa do aniversário, você ganhava presentes, só por ter nascido.

– Posso me acostumar com isso acontecendo todos os anos! - eu disse