O Mundo De Taylor escrita por Bellla


Capítulo 12
Bob E A Revelação


Notas iniciais do capítulo

Bem, hoje a ficha caí para a Tay...
Boa leitura!



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" Will está parado na minha frente. A expressão inteligível. Não falo nada, não posso falar. Por que ele tem um milhão de fotos minhas?"

– Quer jogar tênis?

" Ele me tira dos meus devaneios. Ele é maluco? Por que ele tem fotos minhas, e não dá a mínima que eu as tenha visto? Por que não se incomoda de me ver xeretando o seu quarto? Não. Esquece, eu não quero saber as respostas dessas perguntas. Podem ser cabeludas demais. Então, aceito jogar.

Vamos para uma enorme quadra aos fundos do grande terreno. Se não me engano, as fotos claramente mostram que eu já fui na sua casa. Mas não me lembro desse lugar, nem desses empregados. Para quebrar o gelo (e por curiosidade também), pergunto:"

– Eu acho que já vim na sua casa. Mas não me lembro deste lugar, foi redecorado?

" Distraidamente, enquanto pega os materiais para o jogo, ele começa a falar:"

– É que você foi na casa da minha vó. Eu morava com ela até a sua morte, depois fui morar com meu pai. Mas um moleque bagunceiro não o agradava, pelo contrário, só atrapalhava. Então ele me deu essa casa no meu aniversário de dez anos, e contratou o Anthoni e a Culton para cuidarem de mim.

" Nossa, eu conheço o Will desde os seis anos e não sei nada sobre ele. Coitado, ele cresceu praticamente sozinho, somente com os empregados. Deve ser por isso que ele possui fotos do Anthoni e da senhora Culton, mas nenhuma do pai. Eles são como pais pra ele.

Começamos a jogar, e está um disputa acirrada. Will é um atleta, mas meu pai era treinador, por mais que eu não tenha tido muitos anos com ele, suas aulas eram boas, ele era um ótimo professor.

No meio da partida, vejo um cachorro correndo pelo gramado, fora da quadra. Ele é exatamente igual ao cachorro que eu tinha, o Bob. Estou tão distraída que nem percebo a bola que vem na minha direção e acerta o meio da minha testa."

– Aí!

" Droga, será que todas as bolas do mundo me odeiam? Will vem correndo na minha direção. O desgraçado está rindo. Caramba, tudo é brincadeira pra esse trambolho? Começo a rir também. Trambolho? Quem fala isso?"

– Nossa fedo, você é mais tonta do que eu imaginava.

" Olho para ele com o desejo explicito de mata-lo."

– Cala a boca seu chato, e me ajuda.

" Ele pega um pouco de gelo que estava em um copo que Anthoi trouxe para nós e coloca na minha testa. É constrangedor tê-lo aqui na minha frente, ainda mais me tocando."

– Pode deixar. Eu mesma cuido disso.

" Pego o gelo da sua mão e prenso na minha testa. Will se afasta e começa a guardar as coisas. Decido falar sobre o cachorro."

– É seu aquele cachorro?

" Pergunta idiota. Se está na casa dele... Will não me olha, e começa a ficar um pouco vermelho. Me seguro para não rir."

– É.

– Ele parece o Bob. Um cachorro que eu tinha.

– Hum, é mesmo?

" Ele está se fazendo de desentendido."

– Will, qual é a do cahorro? Fala...

" Ele finalmente me olha e vejo sua sobrancelha arquear. Ótimo."

– Eu peguei ele quando sua tia o estava dando. Depois do acidente... e tudo.

" Não consigo acreditar. Meu Deus, eu nunca nem tinha me lembrado do Bob, ele era na verdade do Jaime, pois foi ele que ganhou de aniversário. Eu sabia que tia Clarie o tinha doado, ela odeia animais, e não se é permitido leva-los para a escola. Na época eu achei uma boa ideia, tudo que me lembrava eles doía demais. Eu tinha até concordado para que tia Clarie vendesse nossa casa. Mas por sorte é proibido que se mexa na minha herança até que eu complete a maior idade. Contudo, não consigo entender o motivo de ter sido o Will o novo dono do bichano."

– Por que você o quis?

– Ah, eu amo animais, mas vovó era alérgica e meu pai nunca me deixou ter nenhum. Por sorte, na época da doação do Bob, eu já tinha ganho essa casa. Então, nada me empedia de pega-lo. Fora que.. que ele me lembra de você, e do pequeno Jaime.

" Estou boquiaberta, o que faz o Will querer lembrar de mim? Do Jaime até vai, lembro que ele gostava de brincar com meu irmãozinho. Mas de mim? Só existe um motivo para ele querer se lembrar de mim, ser rodeado de fotos minhas, ficar me observando na escola... ah, droga. Não é possível? Eu devo estar louca, pirada, voltei a ser maluca. Will Clark não pode gostar de mim! Pode?! Estou prestes a perguntar, quando Anthoni entra na quadra dizendo que está na hora do jantar.

Nós jantamos mais um dos maravilhosos pratos da senhora Culton. Após o jantar absolutamente quieto, sem nenhuma palavra minha ou do Will, subo para o meu quarto e tento dormir. Em vão. Não consigo pregar os olhos, fico repassando na minha cabeça todos estes anos dos quais eu estava alienada. Recordo-me de todas as brincadeiras malvadas que o Will fez comigo ( seja com a ajuda da Diana, ou não) e me lembro que todas as realmente ruins ele não estava ( tirando a lasanhada que foi o cúmulo). Geralmente, as que o Will participava eram mais é pegadinhas idiotas, com bichos nojentos e... Bichos nojentos?! Grilo! Merda, durante todos esses anos Will enchia o meu saco só para chamar minha atenção, assim como fez quando éramos crianças e colocou aquele maldito grilo nas minhas coisas.

Caramba. Eu fui uma idiota. Com a minha depressão afastei todo mundo. E não percebi que o Will era só uma criança abandonada que perdeu tudo, até a única amiga. Eu fui injusta, a culpa não era dele para que eu o deixasse de lado.

Me sinto culpada. Agora é que eu não vou dormir mesmo. Olho no relógio, onze horas. Não está tão tarde... Pego meu telefone celular e ligo para o Marcus.

– Alô?

" Ufa, sua voz está normal. Não pareço o ter acordado. Meu corpo relaxa da tensão e da culpa. É tão bom ouvir sua voz, mesmo sendo pelo telefone, eu me derreto."

– Marcus, como vão as coisas?

–Taylor! É serio? É você? Não sabe como eu fico feliz em ouvir sua voz.

" Abro um sorriso no quarto escuro. Olho para o teto, e imagino o rosto do Mar. Seus olhos perfeitos, sua boca maravilhosa, seus cabelos dos sonhos... Meu deus grego. Ao menos nos sonhos, ele é meu."

– Sou eu sim, e também fico feliz em falar com você.

" Imagino seu sorrisinho enviesado se formando."

– Mas e aí, sua tia vai deixar você vir aqui?

– Uhum, pode ser domingo á tarde?

– Ah claro, aí nós podemos ir juntos para o Mentter á noite.

– Fechado.

– Fechado.

" Ficamos em silêncio, tento imaginar o que ele possa estar fazendo."

– Onde você está?

" Ele me pergunta. Não posso dizer que estou na casa do Will, mas não posso mentir. Mesmo que eu queira."

– Na cama.

– Hum... Ah! Agora que lembrei, você nem sabe meu endereço.

" Marcus me passa todos os detalhes e eu anoto mentalmente. Então começamos a conversar sobre filmes e séries, me lembro da que eu vi hoje á tarde com o Will, mas afasto rapidamente o assunto da minha cabeça. O tempo passa tão rápido, que quando vejo, já são três da madrugada. Me despeço do Marcus, durmo, e sonho com ele.


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