Química Perfeita escrita por Matheus Cardoso
Então, é isso. Vou sair de Curitiba mesmo e ir para o Rio, contra minha vontade. Dia dois de fevereiro chega:
– Diego! acorda! Depressa! O voo sai ás onze e meia! Já são nove e meia!- grita Barbara, da porta do meu quarto.
Não digo nada, só me cubro ainda mais nos lençois. Cochilo por quinze minutos, até que...
– DIEGO AZEVEDO RIBEIRO! ACORDA AGORA!- meu pai esbraveja, puxando os lençois da minha cama e me jogando no chão.
– Caramba, pai! O quê houve?- eu falo, meio sonolento.
– Hoje é dia dois de fevereiro! O dia da sua partida para o Rio com a Barbara! Anda! Vai se vestir! Ainda bem que a Teresa já arrumou sua mala ontem.
Teresa é nossa empregada e muito amiga de Barbara.
Olho no relógio do quarto e percebo que já são nove e quarenta e cinco. Vou ao banheiro, escovo os dentes, tomo banho e no quarto, pego qualquer roupa do meu guarda-roupa e as visto. Uma camisa azul, calça jeans e tênis preto. Desço as escadas em direção á cozinha, onde meu pai e Barbara estão tomando café da mamhã.
Preparo uma xícara com café com leite para mim e como uma torrada com manteiga. Quando são dez horas, partimos. Meu pai nos deixa no aeroporto ás dez e meia.
– Por que chegamos tão cedo?- eu pergunto.
– Temos que fazer o check-in, Diego. Olha o tamanho da fila!- diz Barbara.
Ficamos quarenta minutos na fila, até que nossas malas foram despachadas e identificadas. Eram onze e dez e fomos para a área de espera.
– Você quer comer alguma coisa?- ela pergunta.
– Não, obrigado.- respondo.
– Eu vou comer um hamburguer... Minha última refeição em Curitiba.
Exatamente ás onze e meia, o voo é anunciado e partimos para dentro do avião.
Chegamos no Rio á uma hora da tarde e demoramos um pouco para achar o pai de Barbara.
– Barbara?
– Sou eu.
– Sou eu! Seu pai! Quanto tempo, minha filha!
– Pai! Que saudade!
– Eu disse para você que íamos nos reencontrar!
Eles se beijam e se abraçam.
– Então, esse é o seu enteado?
– Ah, sim... Diego, meu pai. Pai, esse é o Diego.- ela nos apresenta.
– Muito prazer. Meu nome é Osvaldo. - ele diz.
– O prazer é todo meu.- eu retribuo.
– Cadê a Alice?- pergunta Barbara.
– Está em casa. Ela não quis vir, ela disse que ia ver vocês do mesmo jeito.
– Ela já está bem grande, né?
– Sim, ela está com dezesseis anos.
– E o Diego está com dezessete.- ela diz, olhando para mim.
Caminhamos até o estacionamento. Entramos no carro Gol branco enquanto Seu Osvaldo colocava nossas malas no porta-malas.
– É muito longe daqui, pai?
– Não... Meia hora.
– Ah, tá, eu estou morrendo de fome!
– Você está feliz de estar voltando a sua cidade natal, Diego?- pergunta Osvaldo.
– Não muito, vou sentir falta da minha escola, do meu pai... Mas, tudo bem.
– Ele é tímido, pai. Não liga não.
Coloco os fonos de ouvido e ligo as músicas no modo aleatório. Começa a tocar "Just the Way You Are" do Bruno Mars.
Chegamos na "minha nova casa". Ela é bem grande e parece ser aconchegante. Seu Osvaldo estaciona o carro na garagem e é o primeiro a sair para tirar nossas malas do porta-malas. Saio do carro e dou uma visão 360 graus e vejo um vulto lá dentro, deve ser a tal Alice. Bato no vidro da janela do carro e falo:
– Barbara, anda, sai do carro! Sai desse vício no celular!
Ela murmurra algo e sai do carro. Ela também olha para dentro da casa e grita:
– ALICE!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
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