Era uma vez no Japão... Quando acontece o Amor! escrita por JL Yújó


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!
.........
Xerim!! =^-^=



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*

Está quase na hora! Meu estômago está parecendo um viveiro de borboletas.

Verifico, pela milésima vez, se o passaporte e a passagem estão dentro de minha bolsa.

Estavam!

Porque essa fila não anda?

Já está chegando a minha vez. Sinto-me corar quando deixo o passaporte cair. Vocês já perceberam que isso sempre acontece quando você está com pressa?!

Fiz o meu check-in e esperei por quase duas horas, antes de meu vôo ser chamado. Típico.

Felizmente, minha mãe não veio até o aeroporto, ela, provavelmente, iria começar a narrar sua lista do bom comportamento, o quanto me amava e tudo o mais que a mente de uma mãe possa elaborar para adiar a partida de um filho.

Aqui vou eu, estudar no Japão. Em uma cidade da província de Ishikawa, Kanazawa para ser mais especifica. A família de meu avô paterno era de lá.

Depois de perder um dia inteiro de minha vida dentro de aeroportos e de aviões, finalmente cheguei a meu destino... Ou quase. Não há aeroportos em Kanazawa, por isso, tive de ficar em Komatsu. Encontrei um ponto de ônibus e, depois de meia hora, cheguei, realmente, ao meu destino.

Como uma boa turista, optei por caminhar pela cidade até o endereço do meu, pelo próximo ano, apartamento.

Saquei a minha câmera. Minha primeira parada é o Distrito das Gueixas, onde as ruas estreitas eram ladeadas por comércios em geral. Tinha de tudo. Porém, fui direto em um pequeno restaurante acolhedor. Nele os clientes se sentavam numa espécie de almofada de frente para uma mesinha baixa. Pequei o cardápio.

Sabe aqueles momentos em que você olha para alguma coisa e deseja fervorosamente ter prestado atenção quando seu avô lhe ensinava algo que seria importante para a sua vida?

Pois, então, estou desejando ter prestado atenção quando meu avô tentou me ensinar a ler os kanjis. Eu posso me virar verbalmente no japonês, mesmo algumas palavras escritas de forma ocidental, mas sou uma desgraça com os kanjis. E de todos os lugares onde eles poderiam usar esses amaldiçoados, tinham de fazê-lo logo em algo de extrema importância para mim? Como diabos eu irei comer se não souber o que vou pedir?

Não me julguem! Eu vim para essa cidade no Japão, justamente para aprender e melhorar o meu japonês, para, assim, poder fazer a prova para uma das melhores faculdades do Mundo: Tokodai.

Vou ter de apostar na sorte e pedir sem ler o menu, só espero que aqui tenha o que vou pedir. E lá vem o garçom.

- Konnitchua! Sudeni kiite nani o kimeta?

- Hai! Anpan! – tenho um dente doce, se tiver isso aqui, então, eu sobreviverei.

- Motte ike! Motto shitaidesu ka? – olhou-me curioso.

- Iie! Arigatō! – ele fez uma breve reverencia e saiu.

Eu já podia sentir minha boca salivar na expectativa de comer o pão com recheio doce.

Fiquei olhando ao redor. Já encontrei o meu lugar favorito para comer na cidade, depois de aprender os kanjis, logicamente. A porta da frente roubou toda a minha atenção.

NEVE!

Levantei correndo e sai. Vários flocos ficaram presos aos meus cabelos e cílios. Comecei a rir e abri os braços, rodando feito uma louca no meio da rua. Pude ver pelo canto do olho, várias pessoas fazendo o mesmo. Suspirei aliviada, não será dessa vez que irei para um manicômio. Voltei a entrar no restaurante, indo para o meu lugar anterior onde havia deixado minhas duas malas, uma grande de rodinhas e uma de tamanho médio que podia ser encaixada na maior, ambas possuía um cadeado de combinação. O que posso fazer? Sou um ser humano que nunca vira neve antes.

Agora surgiu outro problema: Onde diacho eu irei encontrar um guarda-chuva? Por mais que eu tenha gostado da neve, andar debaixo dela por toda a Kanazawa estava fora de questão.

Esperei o garçom voltar com o meu pedido e perguntei onde eu poderia comprar um guarda-chuva. Ele indicou-me uma loja, algumas “portas” depois do restaurante. Agradeci e “ataquei” o meu anpan. Gemi. Estava divino. Terminei de comer e tomei o chá que veio acompanhando o meu doce. Segundo o garçom, era um agrado para que eu voltasse, e eu voltaria!

Paguei minha conta, juntei minhas coisas e rumei para a loja. A neve estava caindo mais intensa agora. Enquanto corria, minha visão lateral avistou algo que me fez parar. Uma gueixa com um guarda-chuva no estilo oriental! Como ela era linda. Não pude resistir e fui até ela. Pedi licença e perguntei se poderia tirar uma foto.

Ela encarou-me por um momento, para, então, abrir um singelo sorriso e assentir. Mas fiquei surpresa, pois ao invés de posar para mim, ela pediu a alguém que ia passando que tirasse uma foto nossa.

Ela ficou ao meu lado. Percebi que ela era uns dez centímetros mais baixa do que eu. E seu perfume era delicioso. Respirei fundo para mantê-lo em meus pulmões por tanto tempo quanto possível. Era uma pena que essa seria a última vez que eu iria vê-la, mas, talvez, não! Kanazawa era, afinal, a cidade das gueixas. Com um pouco de sorte eu iria vê-la novamente quando viesse para esse lado da cidade.

O desconhecido devolveu-me a câmera e eu senti falta do calor do corpo dela imediatamente.

- Watashi wa Natsuko Samantha desu! – eu tinha de apresentar-me, não podia perder essa oportunidade ou me arrependeria por toda a minha vida.

Ela olhou-me por tanto tempo que pensei que não obteria uma resposta.

- Você é brasileira? – indagou-me com uma voz macia e doce que me fez arrepiar de prazer. Êpa, êpa, opa! Ela fez a pergunta em português?

- Duas perguntas! – ditei com o cenho franzido, o que a fez rir e assentir. – Como você pode falar tão bem o português? E como você adivinhou que eu sou do Brasil? – ela olhou-me de cima a baixo.

- Há apenas uma única resposta para ambas as perguntas! Sou professora da turma de alunos brasileiros que vêm para cá aprender o japonês, desde o básico até o avançado! E a propósito meu nome é Mizuki Yumiko, na ordem ocidental! Você poderá chamar-me Mizuki-sensei! – concluiu gentil.

Acho que fiquei com cara de paisagem, porque voltei a mim com ela acenando com a mão a minha frente.

- Você está bem? – sua voz preocupada me fez suspirar.

- Sim! – Não, eu não estava. Sendo a minha professora, mesmo que apenas de idioma, nós não poderíamos ter nada mais íntimo. – Preciso ir comprar um guarda-chuva ou começarei minha vida em Kanazawa com um belo resfriado! – brinquei para disfarçar minha decepção.

- Você acabou de chegar? – indagou-me, olhando as minhas malas.

- Sim! E minha primeira parada foi para comer! – comentei rindo e esfregando minha barriga, que por mais que eu coma e não faça muitos exercícios, era sequinha e em forma. Minha irmã mais velha diz que é macumba. Se inveja matasse...!

- Será que eu posso te acompanhar por todo o resto do passeio, então? – pediu-me gentil.

- Claro! – falei simplesmente, mas por dentro estava fazendo uma dançinha tosca de alegria.

E assim nós fomos. Comprei meu guarda-chuva e segui a Mizuki-chan pela cidade. Eu não iria referir-me a ela como sensei em meus pensamentos.

De todos os pontos turísticos em que fomos, dois me atraíram profundamente: O Castelo de Kanazawa e o Jardim de Kenrokuen.

O Castelo, com suas paredes de pedra pura e estrutura oriental, possuía um charme extraordinário que encanta e transporta seus visitantes para o Japão Feudal onde o que prevalecia era a lei dos Samurais.

Porém, foi no Jardim de Kenrokuen onde pude sentir o corpo de Mizuki-chan próximo ao meu novamente.

Estávamos atravessando uma pequena ponte com detalhes em madeira maciça, que dava um ar romântico ao lugar, quando ela escorregou em alguns flocos de neve e só não caiu graças aos meus reflexos rápidos. Ficamos de frente uma para a outra, nossos corpos colados. Pude sentir seu corpo estremecer, mas se de frio ou prazer, era uma incógnita. Afastamos-nos e continuamos com nosso passeio. A neve começou a cair ainda mais forte, então, decidimos dar o nosso passeio turístico por encerrado.

Pegamos um táxi até o meu novo apartamento. Ela não morava no Distrito das gueixas de Kanazawa, mas, para meu infinito prazer e azar, seu apartamento era vizinho ao meu. Talvez, eu tenha colado chiclete na cruz ou dançado pole dance com ela, com a minha sorte atual, eu devo ter feito os dois na outra vida.

Despedimo-nos e entramos cada uma, em nossos respectivos apartamentos.

*

Foi o ano mais longo de minha, mas, também, o mais divertido e agradável. Mizuki-chan e eu sempre saiamos juntas ou com alguns amigos. Porém, sempre que alguma garota mostrava algum interesse em minha pessoa, eu acabava com tantos exercícios das aulas de kanji para fazer que eu mal tinha tempo para respirar, que dirá sair com alguém.

Mas sempre tinha tempo para sair com Mizuki e eu amava nossos momentos. Ela era encantadora, embora, me deixasse de cabelos em pé como professora. Descobri que ela vinha de uma longa linhagem de gueixas, mas acabara optando por lecionar para estrangeiros. No dia em que nos conhecemos ela estava voltando de uma visita a sua mãe, que eu tive o prazer de conhecer ao longo do ano que passou. Sua família exigia que ela vestisse as roupas tradicionais sempre que fosse visitar. Eu, graças a Kami-sama, não precisei vestir aquela roupa justinha, mas tive o prazer de ver Mizuki usá-la muitas vezes.

Ontem foi o meu último dia de aula de japonês. Meus papéis para ingressar na Tokodai já estavam em ordem. Fui aceita e começo minhas aulas daqui dois meses, mas preciso fazer algo antes.

Marquei um encontro com Mizuki no Jardim Kenrokuen, especificamente, na ponte onde eu pude segurá-la pela primeira vez e sentir seu doce calor.

Eu estava usando uma calça jeans preta que delineava as minhas pernas esbeltas. Minha blusa de cashmere creme de mangas compridas e gola alta estava escondida por baixo de meu casaco branco com enormes botões pretos. E meus lindos pezinhos estavam ostentando os meus inseparáveis All Star pretos.

Cheguei à ponte, estava adiantada, mas nem liguei. Minha ansiedade estava atingindo picos surpreendentes. Respirei fundo e apoiei os meus braços contra a madeira maciça e fiquei olhando o rio logo abaixo. Estava começando a nevar outra vez e os flocos caindo derretiam quando entravam em contato com a superfície aquosa, pois o inverno estava apenas começando e a água do rio não estava tão gelada como estará em algumas semanas.

- Samantha? – ouvi a sua voz hesitante.

Olhei por sobre o ombro e perdi o fôlego. Mizuki estava com suas vestes formais de gueixa e como estava linda, mesmo sem a maquiagem característica. Respirei fundo para levar o tão necessário ar aos meus sofridos pulmões. E dei dois passos para perto dela, longe o suficiente para não invadir o seu espaço pessoal.

Ficamos nos encarando por minutos que pareciam horas. Eu não sabia o que dizer, ou melhor, não sabia como falar o que eu estava sentindo. Aparentemente, ela estava na mesma situação que a minha. Pigarreei e dei mais um passo à frente. Mesmo que minha mente me dissesse que estava tudo bem, que ela iria aceitar o meu amor, havia uma vozinha bem lá no fundo que achou o momento conveniente para começar a expressar as suas dúvidas. Suspirei. É agora ou nunca.

- Mizuki-chan...

- Samantha-chan...

Falamos ao mesmo tempo e rimos. Parece que criamos coragem juntas. Mas eu precisava falar primeiro.

- Por favor, deixe-me! – pedi e ela consentiu. – Obrigada! Parece um sonho ter você aqui, vestida igual à primeira vez que te vi! – comecei sem jeito, porém, sincera. – Quando te vi àquele dia, pensei: “Uau! As gueixas deveriam ser tão lindas?!”, então, eu pedi para tirar uma foto com você e meu segundo pensamento foi: “Deus, quero sentir o cheiro dela para sempre!”. Desde àquele dia você possui algo que eu necessito para continuar vivendo, Mizuki! – ela olhou-me com seus doces olhos chocolate marejados e as faces coradas. – Você tem o meu coração em suas mãos e eu preciso dele!

- Oh, Sam! – ditou chorosa. Afastei-me um pouco e retirei uma caixinha do bolso do casaco.

- Mizuki Yumiko você aceita ser minha noiva? – abri a caixinha, revelando um anel de ouro branco com pequenas pedrinhas de safira, da cor dos meus olhos.

- Não seria namorada? – ela indagou-me risonha. Suas lágrimas rolando soltas por suas faces alvas e macias.

- Não quero correr riscos! – ditei e dei uma piscadinha para ela. Nós duas rimos. – E, então?

- É claro que eu aceito, afinal, eu só fiquei com o seu coração porque não poderia sobreviver sem o meu, que estava com você! – ela declarou aproximando-se de mim.

- Bom! – murmurei e uni nossos lábios em um beijo suave. Por tudo o que há de mais sagrado, eu encontrei algo para viciar-me. Fiquei com medo de aprofundar o nosso beijo, pois ela é japonesa e, até onde sei, os japoneses são muito discretos a respeito de demonstrações públicas de afeto. Mas ela me surpreendeu, passando os braços por meus ombros e puxando minha nuca para si. Ouvi, vagamente, o som de seu guarda-chuva ao cair no chão de madeira da ponte. Permitindo ao nosso ósculo ser abençoado pela neve que caia insistente, cobrindo todo o chão do Jardim com um manto branco suave.

- Precisamos ir! – ela disse ao nos afastarmos para respirar.

- Sim! – concordei, ainda, em transe do melhor beijo de minha vida. – Precisamos sair daqui ou iremos nos resfriar!

- Que se dane o resfriado, eu quero você nua e em minha cama! – ela ordenou.

Eu não saberia dizer o que me surpreendeu mais, se o fato de ela xingar – ato que ela acabou aprendendo por ensinar brasileiros -, se por ela estar expressando um desejo que me consome há um ano, ou, ainda, o fato de meu corpo reagir com espasmos de prazer por ouvir aquele tom de ordem. Apesar de ela ser menor do que eu, ela tinha vinte e sete anos, contra os meus vinte e um. Não que isso importe para mim, longe disso, sua maturidade apenas me excitava mais.

Não esperei que ela mandasse novamente, passei um braço por seus ombros e nos levei para casa.

Nossa primeira vez, de muitas outras, seria no meu apartamento.

***

Eu abri meus olhos lentamente. Acho que adormeci depois de fazermos amor. Procurei o despertador ao lado de minha cama. 01h:52min. Passou-se apenas meia hora desde que demos uma trégua em nossa paixão e adormecemos.

Mas o que foi que me acordou? Prestei atenção ao meu entorno e percebi que Mizuki não estava ao meu lado ou, mesmo, no quarto. Pequei o roupão que sempre deixo aos pés da cama e o vesti. Fui até a sala e encontrei a minha japonesinha em pé em frente à janela, vestida com o meu casaco. Nela mais parecia um vestido curto. Aproximei-me e a abracei por trás.

- Porque você levantou-se tão cedo? – indaguei, depositando um beijo em sua nuca. Sorri satisfeita quando a ouvi gemer baixinho.

- O que será de nós agora? – ela indagou-me de repente.

- O que quer dizer? – indaguei confusa.

- Você irá para Tóquio estudar, não estou certa de que esse relacionamento ficará bem à distância! – murmurou tristonha.

- Concordo! – a senti enrijecer e tentar se afastar, mas eu não permiti. – Por isso eu queria te perguntar se aceita ir para Tóquio comigo! Economizei o suficiente este ano para alugar um apartamento, não será nada luxuoso, mas... – fui calada com um beijo exigente e apaixonado. Separamo-nos para respirar. – Isso quer dizer que você aceita?

- Pode apostar seu lindo traseiro nisso! – ela me respondeu com um sorriso radiante.

- Hum! Tenho ideias mais interessantes que envolve um traseiro! – retruquei maliciosa. Seus olhos brilharam imediatamente com a luxúria.

Nossa vida como um casal será interessante. E eu mal posso esperar.

***

Oito anos depois...

*

- Não corram! Satoru, não incentive a Aya! – ouvi a voz exaltada de minha esposa.

Esposa, que palavra maravilhosa.

Eu nem entrei em casa ainda e já estava sorrindo. Abri a porta e fui recepcionada por dois mini furações.

- Tadaima!

- Okaa-san! Okaa-san! – ambos cantavam felizes.

Os gêmeos de um ano e sete meses eram o terror da família, mas também tinham a todos entorno de seus gorduchos dedos. Sentaram-se sozinhos aos sete meses e andaram aos onze, desde então, toda a família estava em guarda.

Eu cedi os óvulos, que foram fecundados pelo esperma do irmão de minha esposa, mas foi Mizuki quem os gerara.

Satoru era o mais velho por dez minutos. Ele era grandinho para a sua idade, tinha os cabelos castanhos escuros escorridos, iguais aos meus, cortados de forma espetada. Seus olhos eram de um castanho chocolate igual aos de Mizuki. Ele é muito inteligente. Aprendia as coisas de forma rápida, um verdadeiro prodígio.

Aya, por outro lado, era pequenina. Uma boneca. Ela herdou a delicadeza de minha esposa, seus cabelos negros chegavam à nuca. Mas os olhos eram tão azuis quanto os meus. Assim que a peguei pela primeira vez no hospital, senti que iria precisar de um taco de baseball para quando ela fosse mais velha, e ele está muito bem guardado em meu armário.

A minha família aceitou o meu relacionamento muito bem, considerando que eu já era assumida para eles desde os meus quinze anos, e, também, ninguém ousava discordar de minha mãe. Ela era a minha heroína!

Os pais de Mizuki demoraram um pouco para aceitar, mas vieram a termo quando ela engravidou. Eles eram apaixonados pelos gêmeos. Keiko-san já estava exigindo que levássemos a Aya para ela treinar as funções de uma gueixa. Minha princesinha aprendeu o básico rapidamente, ela é um prodígio, assim como o irmão.

Voltamos a morar na província de Ishikawa, mas não em Kanazawa, e, sim, em Komatsu onde eu estou trabalhando em uma empresa da área de biotecnologia. Minha esposa deu uma pausa em sua carreira para poder cuidar integralmente de nossos filhos, mas ela tem planos de voltarmos a Kanazawa para prosseguir com o ensino de jovens estrangeiros e para podermos ficar mais próximos de sua família.

Já a minha família vinha visitar-nos na maioria dos feriados brasileiros. Mamãe disse que assim que nos mudássemos para Kanazawa, ela e papai planejam vir morar próximo a nós. Também pudera, papai é um major-brigadeiro aposentado da aeronáutica. Condições financeiras eles tinham.

- Okaeri! – minha linda esposa aproximou-se de mim, selando nossos lábios. Separamo-nos quando ouvimos as risadinhas travessas perto de nós. Ela estava realmente linda com um vestido florido no meio das coxas e uma sandália de ficar em casa. Ela ficava mais bela a cada dia.

- Eu amo voltar para casa! – suspirei feliz, abraçando-a pelos ombros e indo para a sala, claro, depois de trocar meus inseparáveis All Star por chinelos caseiros. Não estava a fim de dormir no sofá.

- E eu amo que você sempre volta para casa! – ela ditou, abraçando-me pela cintura.

Nunca estive mais feliz por ter sido uma estrangeira que teve a coragem de pedir uma foto com uma linda gueixa. E encontrado o amor em uma cidadezinha do Japão.

*


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Notas finais do capítulo

Algumas frases e palavras com seus respectivos significados:
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*Konnitchua! Sudeni kiite nani o kimeta? = Boa tarde! Posso anotar o seu pedido?
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*Hai! = Sim!
—---------
*Anpan = um pão doce japonês recheado com feijão azuki.
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*Motte ike! Motto shitaidesu ka? = Trá-lo-ei! Quer mais alguma coisa?
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* Iie! Arigatō! = Não! Obrigado(a)!
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*Kanji = são caracteres da língua japonesa adquiridos a partir de caracteres chineses, da época da Dinastia Han, que se utilizam para escrever japonês junto com os caracteres silabários japoneses katakana e hiragana.
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*Watashi wa _______ desu! = Eu sou _______.
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*Gueixas = são mulheres japonesas que estudam a tradição milenar da arte, dança e canto, e se caracterizam distintamente pelos trajes e maquiagem tradicionais.
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*Tokodai = é a maior instituição de ensino superior dedicado à ciência e tecnologia no Japão, além de ocupar o 37° lugar no ranking mundial. Muitas vezes é chamado de Tokyo Tech ou TiTech. Tem fama de ter muitos alunos notáveis e um deles foi ganhador de um prêmio nobel em química.
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*Tadaima = Cheguei!
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*Okaeri = Seja bem-vindo!
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*Okaa-san! = Mãe!
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Espero que tenham gostado!!
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Xerim!!! =^-^=



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