“O sol se põe;

As estrelas saem;

E tudo o que importa;

É aqui e agora;

Meu universo nunca mais será a mesma;

Estou feliz que você veio”

Ele tinha dito que me esperaria no lago.

No fim do sexto ano ele tinha dito que me esperaria no lago, vendo o pôr do sol e observando as estrelas. Ele disse que esperaria pelo tempo que fosse necessário, pelo tempo que eu quisesse pensar, até eu ter certeza de que eu gostava dele assim como ele de mim.

No início eu duvidei, claro Por que James Potter, o cara que podia ter todas as meninas que quisesse aos seus pés, iria esperar pela confusa e irritante Lily Evans, justamente a menina que não queria nada com ele?

Uma parte da minha mente dizia que ele só gostava do sabor do desafio, na verdade tenho certeza que no começo foi exatamente isso, mas ele teria que ser masoquista para correr atrás de mim por três anos por um desafio. Outra parte da minha mente dizia que foi justamente por não fazer caso dele e da sua beleza sufocante que o fez me notar.

Já meu coração... Bem ele dizia da forma mais bobamente, pateticamente e ridiculamente: nós éramos destinados a ficar juntos. Simples, curto e prático. Ele me amaria como eu amaria a ele, e viveríamos felizes para sempre. Alguma vez já comentei que sou uma leitora assídua de romances água com açúcar?

Mesmo assim, eu sempre fui o tipo de pessoa que seguia a mente, não aquele órgão ordinário e traidor que pulsava meu sangue mil vezes mais forte toda vez que James sorria para mim, me fazendo ficar vermelha como meus cabelos... Afinal, quando foi mesmo que ele virou James e não o Potter?

Ah, sim, claro, desde que num belo dia no meio do sétimo ano eu o vi sentado no lago, logo abaixo da minha árvore predileta em um lugar isolado onde poucos alunos iam por ser mais distante e rochoso, olhando as estrelas, esperando...

Pela semana seguinte dediquei minhas rotas (quando ele não me acompanhava, já que agora ele era Monitor Chefe junto comigo) para refletir sobre sentimentos que eu nunca esperava nutrir pelo maroto de óculos.

Era... Confuso, intenso, forte e reconfortante. De alguma forma importante, mas algo que ainda não era concreto, e para se tornar algo verdadeiro eu tinha que passar por cima do meu orgulho. Afinal, depois de anos falando que o orgulhoso era o prepotente Potter, tive que dar o braço a torcer e admitir: por minha causa ele passou por cima do orgulho implorando por uma chance, com olhos lacrimejados. E bem, era minha vez de pedi uma chance.

Cobri os metros até a beira do lago com passos fortes e decididos. Ele não pareceu notar minha presença já que fitava o fim do pôr do sol, ainda estava com o uniforme, mas a gravata estava desfeita num estilo “Black rebelde” e os primeiro botões da camisa abertos, exibindo o peito que oscilava entre ser definido e magro.

— James?

Ele deu um mini salto, tentando, inutilmente, arrumar os cabelos espetados e endireitar os óculos de armações retangulares.

— Lily? O que você está fazendo aqui?

Corei imediatamente e sentir minha boca secar, fazendo a tarefa de me declarar se torna ainda mais difícil.

— Ah, bem... é... — que droga, Lily isso é momento de gaguejar? — você me disse que estaria esperando aqui, sabe, quando eu... descobrisse...

E então algo, realmente, inédito aconteceu, sobre a pele bronzeada das bochechas de James uma pequena vermelhidão se mostrou. Levei uns segundos para assimilar que ele tinha corado, e James Potter nunca, nunca, cora, pelo menos não na minha frente.

— Bem, eu meio que nem presumia mais que você um dia viria. — ele admitiu com um sorriso entre o triste e aliviado.

— Certo, olhe quero dizer umas coisas, mas não quero ser interrompida se não correrei para dentro sem dizer o que quero dizer. — mais uma vez me enrolei, James acenou com a cabeça meio receoso. — talvez eu goste de você, talvez esteja apaixonada por você, bem na verdade, tenho quase certeza de que esse talvez não existe. Sim, Lily Evans finalmente se apaixonou por James Potter! Se isso fosse há dois anos eu estaria pirando, mas sei que se você ainda fosse como naquela época eu nem estaria nessa situação. Por isso não vou pedir desculpas, pois sei que tudo que falei, embora às vezes tenha sido cruel, te ajudaram a amadurecer até esse homem pelo qual estou apaixonada hoje. Então, bem o que eu quero dizer é que... O tempo de espera valeu a pena, e eu entendi que você realmente gosta de mim, talvez até me ame, e devo dizer que o sentimento de recíproco.

James estampava um sorriso idiota, tinha se levantado no meio do meu discurso, e agora eu tinha que olhar para cima para ver os mais belos olhos castanho esverdeado que já vi na minha vida. Ok, isso foi muito meloso!

Ele tocou minha bochecha com a mão esquerda, eu vi meu reflexo em seus olhos brilhantes. E ele me beijou, um simples e demorado selinho, inocente como o beijo de duas crianças, mas cheio de amor e carinho como o de um casal de velhinhos. Ele se afastou e encostou nossas testas.

— Eu te amo. — ele disse. — e posso convencer McGonagall a marca um passeio para Hogsmeade esse final de semana. Aceita ir comigo?

Sorri, e ele deu aquele sorriso maroto que eu passei a adorar tanto no último ano.

— Claro. — respondi.

E de repente eu tinha sido erguida no ar e James de girava sem parar, comemorando que finalmente, finalmente, ele tinha recebido o ‘sim’ da sua ruivinha. Não pude mandá-lo parar de rodar com o som de suas gargalhadas ecoando nos meus ouvidos, mas ele não demorou em me pôr no chão e beijar todo o meu rosto, parando na vez da boca somente para dizer:

— Estou feliz que você veio.