O Encontro escrita por Leh Kiraly


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



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Ketlin era uma garota bem animada. No auge da vida, nos seus 25 anos, acompanhada de um corpo à la academia, seus cabelos negros e brilhantes e olhar intenso. Nunca passava despercebida.

Gostava de sair. Passar a madrugada acordada e junto com as amigas em algum lugar era a sua rotina nos finais de semana. Passava horas se arrumando para ficar perfeita e com isso, nunca voltava para casa de ônibus.

O único problema era seu coração. Parecia ser feito de gelo. Vivia conhecendo rapazes de boa índole, mas nunca dava certo. Se o problema eram eles ou ela, não sei dizer...

Já conseguiu manter relacionamentos longos, com somente dois homens. Mas, pode-se dizer, que eles não eram sujeitos muito certos. Podiam até serem simpáticos e fazerem de tudo por ela, contudo, o que eles faziam as escondidas é que era o problema e perdiam a calma muito fácil. Não há uma compreensão do porque ela manteve tanto tempo o relacionamento, pois afinal, as agressões chegavam a ser físicas. Fazia um belo de um show numa noite e na noite seguinte já estava lambendo, e isso da parte dela. Santa ela não era, apesar de ainda manter tais relacionamentos, quando ia viajar se encontrava com algum “amigo” e apesar de tudo que os namorados fizeram, isso nunca cometeram.

Mas faz dois anos que está solteira e aproveitando a vida. Os relacionamentos nunca dão certo por ela querer algo que não é possível, por exemplo: ela quer um cara que faça tudo por ela, mas quer curtir a vida também e ele não pode achar ruim e muito menos se divertir. Fora o coração que parece de gelo, como já havia comentado.

O último relacionamento durou cerca de quatro meses. Eles se viam todos os dias, a vida dos dois parecia de casados, pois ele quase não voltava para a casa dos pais e ela até lavava as roupas dele. Mas algo aconteceu e eles terminaram, logo já tinha outro em vista. Desacompanhada era um estado que não ficava. A torcida era alta para que ela encontrasse logo a sua outra metade da laranja. O problema era que ela já veio meio batida.

Final de semana com sol e shopping, era perfeito. O ar condicionado refrescava e havia sorvetes e raspadinhas de vários sabores. Fora as pessoas, diga-se rapazes, que iam para passear e os olhares eram todos atraídos para ela. Seu caminhar era confiante, ainda mais com salto e roupa que mostrava como seu corpo era firme e com curvas. Sentou-se em um banco para se deliciar com a raspadinha de groselha – adorava observar como a cor vermelha da groselha ficava sobre a cor branca do gelo - e após uns minutos fora interrompida por um “com licença”.

Ao escutar aquela voz rouca, incrivelmente seu coração começou a bater mais rápido, suas pernas fraquejaram e perderam totalmente a sensibilidade ao olhar para o dono da voz.

Essa seria a palavra para descrevê-lo. Com seus 1,90m, olhos azuis e um sorriso galanteador, conquistava qualquer uma. Isso sem contar a voz rouca, ou como dizem, servia para ser cantor de música de motel ou locutor de rádio na madrugada. Para completar, usava roupa social.

Perguntou se poderia sentar ao lado e se possível, gozar um pouco da companhia da linda moça com algumas conversas paralelas. Com um suspiro, sorriu e disse que adoraria.

Itan, seu nome. Era diretor comercial de uma empresa de alumínios e somente morava há três anos na cidade. Antes morava na Itália, em Veneza. Conversaram por horas até ficar tarde e ele levá-la para casa, mas com a promessa de se verem novamente.

Os encontros passaram-se a se tornar constantes. Jantares fora e idas até a praia. Os beijos eram simplesmente maravilhosos, isso sem falar no sexo. Mas cada um tinha a sua casa.

Só que Ketlin ansiava em conhecer pessoas novas e ir para baladas com as amigas. Itan era ciumento e por isso as saídas eram às escondidas e a base de segredos. Logo conheceu outro rapaz e se interessou. O relacionamento com o locutor de radio começou a bambear e isso os estressava. Itan percebia que algo estava completamente errado e ele, completamente apaixonado e desesperado por causa de outros relacionamentos que foram ao fracasso, fez tudo que podia para mantê-la. Presentes dos mais caros, viagens, a mimava até não poder mais, porém não fora o suficiente.

O relacionamento chegou ao fim.

O novo cara, João Paulo, era perfeito no começo do relacionamento. E mesmo assim, parecia que ainda não era o suficiente para ela. Assim, como todos os outros, o relacionamento chegou ao fim em pouco tempo, dois meses. Isso a estava cansando.

Por mais que conhecesse mais caras, nenhum se comparava ao Itan. Eles haviam tido uma química que era inexplicável. Fora o bônus de ele ser bem de vida.

Realmente foi surpresa ao encontrá-lo novamente. Como sempre, estava estonteante e deu um sorriso de derreter ao vê-la. Conversaram amenidades e ao final, perguntou se ela não sairia com ele para relembrar os velhos tempos. Sem nem pensar, aceitou. A conversa entre eles fluía livremente e estaria feliz em sair da seca. Voltaram a namorar, mas infelizmente, ela se interessou por outro rapaz e após três meses seu relacionamento com Itan, acabou.

Sua curiosidade para saber como seria com um determinado cara era maior do que a vontade de manter um relacionamento. Além do mais, sabia que ele estava perdidamente apaixonado por ela e, consequentemente, voltaria sempre.

Mais uma vez, o novo rapaz não dera certo e como se o destino ajudasse, Itan surgiu e ainda era completamente louco por ela. Marcaram um jantar no restaurante preferido da Ketlin.

O jantar fora divino, assim como o passeio. Tiveram sorte da tempestade de neve não ter começado ainda, se bem que a previsão era somente para as quatro da manhã. Ele disse que queria lhe mostrar um local que ficava mais bonito ainda com toda aquela neve. Entraram no carro e após 30 minutos, chegaram ao destino.

Eles saíram do carro e a vista era linda. Da onde estavam, podiam ver toda a cidade com neve nos telhados. Quase não havia luz ali, assim as estrelas no céu eram bem visíveis. Ela se encostou no carro para admirar a beleza da paisagem.

Não percebeu quando ele voltou para o carro, só viu quando já estava perto dela e ele lhe dava um sorriso triste. Não entendeu aquilo até ver algo prata em sua mão e seu coração acelerou, e dessa vez não foi de desejo e sim de puro medo. Não houve tempo de correr, nem se quisesse, pois as pernas travaram, e muito menos tempo para gritar. Quando percebeu, sentia uma dor alucinante em sua barriga e uma voz que dizia “já que você não fica comigo, não ficará com mais ninguém”. Caiu na neve. Não sentia mais as suas pernas e a dormência estava começando a se espalhar pelo resto do corpo, menos na região da ferida onde ali era uma dor alucinante. Se era por causa de estar caída na neve ou da dor, não sabia, mas o ar entrava cada vez menos em seus pulmões e ainda assim, tentava se segurar ou agarrar em algo, mas só havia neve, que agora estava manchada de sangue. Riu de leve ao ver aquilo. Afinal, isso a fazia lembrar o que ela tinha em mãos quando o conheceu.

Com uma raspadinha de groselha...


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