Porque garotos baixinhos... escrita por Lemonade Candy Chan


Capítulo 5
Cap.5: Fogos de artifício e o meu garoto baixinho.


Notas iniciais do capítulo

E aí? Tudo belezinha? *Lemo-chan desvia de pedras, tijoladas e picaretas*
Gostaria de pedir desculpas pela demora, não pude postar o capítulo antes por motivos de força maior... Enfim, está aqui!
Peço que leiam as notas finais, são importantes! (ou não)
Não revisei o capítulo, qualquer erro, avisem.
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/553995/chapter/5

Você tenta arrumar o cabelo, mas ele parece mais rebelde do que nunca e não adianta pentear, ele só vai ficar mais embaraçado. Penteados sofisticados não ficam bem em você e tudo o que você pode fazer é o mesmo de sempre, uma presilha do lado esquerdo do cabelo, mas dessa vez uma presilha diferente que passou horas escolhendo durante a manhã.

Aliás, as horas não pareciam suficientes para escolher o que vestir, o que calçar, como arrumar o cabelo, a maquiagem. Credo, nem parecia ela mesma!

Não parecia mesmo!

Há alguns dias estava agindo de maneira esquisita (mais do que de costume), tudo por causa daquele sentimento estranho que surgiu em seu peito desde algum tempo atrás. Estava mais nervosa e ansiosa do que nunca.

Era a primeira vez que sairia com um garoto! É claro que ficaria nervosa!

Mesmo que ainda fossem amigos.

Ainda.

O pensamento a fez agarrar-se a um travesseiro escondendo o rosto fervente e cair na cama.

"Hinata... S-S-Sho-Shoyo...", falou baixinho escondendo o rosto mais ainda no travesseiro, constrangida. Dizer o primeiro nome dele parecia... Um crime.

E era um crime contra a sua própria saúde também, parecia que ia ter um infarto a qualquer momento, seu coração estava acelerado e estava tensa, ela tinha que se acalmar. Ela definitivamente tinha que se acalmar. Se estava nervosa agora, imagina no Festival? Estariam só ela e Hinata! Ficando muito nervosa poderia cortar o clima.

Encarou o teto.

"E teria clima mesmo?", indagou-se procurando uma resposta.

Pensou sobre mais tarde. Sobre sentimentos. Dúvidas.

Ele a daria essas respostas?

Voltou a esconder o rosto no travesseiro.
...

"Shou Onii-chan!! Olha o yukata da Nattchan!", uma cópia feminina do garoto apareceu na porta no quarto vestindo um yukata colorido com um laço amarelo, ela teria corrido e pulado nas costas do irmão, mas a roupa que usava não a dava muita mobilidade. A menininha estava animadíssima para o festival.

Ah, o festival. Não que tivesse esquecido ou algo do gênero, é que... Seria difícil. Estava muito pensativo e acabou não dando muita atenção ao que a garotinha dizia, só voltando completamente sua atenção a ela quando esta gritou em protesto.

"Você está todo besta só porque vai sair com a namorada!", a criança falou inflando as bochechas.

"O-o-o q-quê? Ela não é minha n-namorada! Ela é... Uma amiga do clube, que merda!"

"Mamãããe, o Shou disse palavrão!"

"Shoyo, não fale palavrão dentro de casa, principalmente na frente da sua irmã!", uma mulher baixinha de cabelo com uma tonalidade escura entrou no quarto com avental molhado. Ela estava lavando a louça.

"Ela estava me enchendo o saco mãe! Vê se me erra!"

"Menino, que palavreado é esse? Me respeita que eu sou tua mãe! Qual o motivo das exaltações, hein?"

"O Shou vai levar a namorada para o festival!"

"Cala a boca!", Hinata estava quase da cor do próprio sangue.

"Que namorada? Você não me disse que ia com alguns amiguinhos?", a mãe perguntou enquanto secava as mãos no avental.

"Já disse que isso é besteira mãe! Não escute o ela di-", foi parado pela visão da mãe caindo de joelhos no chão e levantando o rosto para encará-lo. Ela tinha lágrimas nos olhos.

"Meu bebê está crescendo!", a mulher falava com a voz embargava, "Não imaginei que pudesse ser popular com a garotas, você é tão baixinho e magrelo..."

"Que tipo de mãe você é?", ele pensou, mas não se manifestou, estava mudo. Mudo, constrangido, envergonhado. Mães!

Ela continuou.

"Isso meio que me alivia...", ela disse se recompondo, "Eu cheguei até a pensar que você não gostasse de garotas..."

"M-mãe!", agora manifestou-se.

Ela deu uma risada sonora.

"Era brincadeira! Brincadeira!", ainda ria, "Você quer algum dinheiro para o encontro?"

"Eu já disse que não é nada disso. Eu só vou sair com uma amiga", ele falava nervoso e gesticulando vagarosamente "e tenho dinheiro o bastante."

"Escovou os dentes? Tomou banhou? Lavou todas as partes? Ai, você não vai sair vestido assim! E me deixe pentear esse cabelo!"

O garoto correu em direção ao banheiro e trancou-se. Não era nada confortável ter sua mãe te perguntando se tinha lavado certas partes.

"Ela pelo menos é bonita?", escutou a mãe atrás da porta.

"Me deixa em paz!", o ruivo gritou irritado e a mulher começou a rir. Ela estava adorando irritá-lo.

Um som diferente começou a vir dor banheiro alguns minutos depois, era o chuveiro: o garoto decidiu tomar outro banho.

...

Yachi foi capaz de ignorar o pensamento durante o dia inteiro, mas agora era impossível esquecer-se disso: ela tinha horror, pavor de lugares lotados, multidões. Aquilo era sufocante para ela, sentia náuseas e previa um desmaio no meio da multidão, como ninguém a notaria no chão, ela morreria pisoteada pelo aglomerado de pessoas e seria enterrada em um terreno baldio como indigente desconhecido.

Não bastava sentir-se desconfortável com a sua... Fobia? É fobia mesmo, tem até um nome para isso... Parece que é agorafobia... Bem além disso, sentia-se observada.

Será que...?

Tentou de uma maneira que achava discreta olhar-se para ver se não tinha algo de errado com... Com o seu rosto, com sua roupa, algo estranho grudado no cabelo, ou... Ou e se ela não escovou os dentes direito e tinha um pedaço de comida neles? Haviam pessoas a observando por causa disso? Cobriu a boca sentindo vergonha.

Mas não parecia ser isso.

A estavam espreitanto.

Observando.

Perseguindo.

Era... Um stalker?

Impossível! Só garotas bonitas como a Kyoko-san teriam stalkers na mente dela. Mesmo assim ficou assustada, mas foi puxada de volta para a realidade ao avistar algo.

Ela avistou uma lojinha de máscaras. Lembrou da mensagem que recebeu pouco antes de sair de casa.

@shoyosmallgiant

Estarei te esperando em uma lojinha de máscaras.

Yachi passou um pouco apressada pela multidão para chegar perto da lojinha, entretanto, ao chegar mais perto, pode avistar mais à frente no festival e havia uma, duas, três... Dezenas... Possivelmente centenas ou milhares de lojinhas de máscaras! Entrou em desespero, pois se tivesse que procurá-lo em todas elas, talvez passasse a noite inteira e não iria conseguir! Ele não poderia ter sido mais específico?

Ela passou de loja em loja. Ainda a espreitavam e aquilo tanto a assustava quanto irritava. Apressou um pouco os passos e a acompanharam, então parou bruscamente, próxima a uma lojinha.

BAM!

Escutou um barulho, os perseguidores se chocaram, ao virar-se viu Tanaka e Nishinoya.

"N-nossa! Que coincidência te encontrar aqui, haha!", Tanaka pronunciava se levantando, com uma risada forçada.

"Não é mesmo, Ryuu? Haha... Que coisa...", Nishinoya dizia enquanto coçava a cabeça.

Yachi só fez uma cara esquisita de "essa não vai colar comigo, não sou tão idiota assim", mas sentiu corpo tremer ao escutar uma voz atrás dela.

"Não acredito que vocês vieram espiar!", era Hinata com uma voz meio irritada, meio... Envergonhada.

"Ah, então é aí que vocês estão? Venham logo, Daichi está chamando. Kyoko está lá, sabia?", Suga chegou, parecia cansado. Obviamente estava caçando a dupla dinâmica e era mais óbvio ainda que aquela era uma ordem de Daichi para se retirarem e que Kyoko não estava lá coisa nenhuma. Não seria bom contrariar.

"UWAHH, Kyoko-san está ventindo alguma roupa tradicional?", Tanaka e Nishinoya soltaram em uníssono.

"Sim, sim, um lindíssimo kimono...", Suga arrastava os dois e falava sem disfarçar o tom de voz.

Agora Hinata e Yachi estavam a sós. Bem, nem tão a sós assim, estavam no meio de uma multidão no festival.

"Então...", ele começou passando a mão na própria nuca, "O que quer fazer?"

"A-a-ah! E-enquanto eu procurava por você e-eu vi algumas crianças pescando peixinhos... Eu achei que..."

"M-me desculpe! Eu queria ter sido mais específico! Deve ter sido estressante para você...", ele balançava a cabeça. Estava nervoso."Belo yukata", disse com um daqueles sorrisos bonitos que iluminavam tudo.

Só então Yachi olhou para o que ele estava vestindo: não eram roupas tradicionais, aliás, muitas pessoas no festival não as usavam. Uma calça jeans, uma camiseta e um tênis, usava um relógio de pulso como acessório na mão esquerda, ela até teria um sentimento de estranheza com a roupa que vestia se ele não a tivesse elogiado, estava com um yukata florido em tom rosa claro, laço vermelho e sandálias tradicionais.

"Bem... Hmm... Então vamos?"

"O-o quê?"

"Os peixinhos, você disse que...-"

"A-ah! Sim!"

Hinata segurou a mão esquerda de Yachi e começam a caminhar. Nesse momento a garota acreditou que teria um infarto do miocárdio catastrófico, o rosto fervia e pensava que iria desmaiar. Sentiu uma mão suar, e não era a sua, era a do ruivo.

Observou-o com o canto dos olhos temendo o contato. Por algum motivo, sentiu-se mais confortável ao vê-lo tão tenso quanto ela.

Sentiu a textura da mão do ruivo, era cheia de calos de dedicação, mas ainda assim delicada, pequena e quente. Ela imaginou como seria o toque das mãos dele acariciando os cabelos dela... Se ela continuasse nesse ritmo iria morrer em poucos minutos, todo o sangue dela estava sendo bombeado para o rosto.

A tensão só se esvaiu quando avistaram a tal barraquinha dos peixes, na qual Yachi tentou (em vão) pegar um peixinho dourado por várias vezes, mas como tremia muito acabava afastando-o, ambos riam das tentativas frustradas; já Hinata se esforçou bastante e conseguiu pegar dois peixinhos dourados, os olhos da acompanhante faiscaram. Por fim, ele teve que carregá-los num saquinho plástico com água na mão livre, já que Yachi tinha medo de matá-los com qualquer movimento que faziam.

Estavam realmente se divertindo, mas não era só para se divertirem que estavam ali. Não era só para pegarem peixinhos, participarem de competições, ganhar ursinhos de pelúcia atirando em patinhos de borracha ou se lambuzarem com algodão doce.

Ao perceber a movimentação das pessoas no festival, o garoto apressou-se em levar a loirinha a um certo lugar, mesmo que ela encontrasse um pouco de dificuldade em andar rápido vestindo o yukata.

"P-p-para o-onde estamos indo?"

"No melhor lugar para vermos os fogos de artifício."

Como Hinata estava um pouco a frente dela, ela não conseguiu ver o rosto dele nesse momento. Ela só poderia imaginar qual face ele tinha agora.

Chegaram no topo de uma colina através de uma trilha, de cima era possível ver quase todo o festival. As luzes, as pessoas, a animação. Era lindo ali.

Sob a luz da lua e das estrelas, um garoto baixinho decidiu falar sobre sentimentos e ele finalmente fez contato visual com a garota que ansiava por respostas.

"Yachi, antes de tudo, eu não pretendo te magoar ou brincar com os seus sentimentos...", Hinata estava com um semblante sério, "Quando... Quando você se declarou para mim da primeira vez, e eu confundi as coisas...", ele falava claramente envergonhado, "E me coloquei à disposição para ajudar; eu queria deixar claro que não fiz por mal e que realmente não entendi."

Ele continuou.

"A idéia de você namorando o Noya senpai não me parecia ruim... E-eu queria ajudar, mesmo que eu sentisse um pequeno incômodo..."

Yachi abriu os olhões atenta às palavras do garoto.

"Não sei te dizer se esse incômodo era inveja ou alguma espécie de ciúmes... Eu não sei! Eu nunca tinha pensado em você dessa forma, então e-eu não sei... Não se sinto algo por você nesse sentido, eu gosto de você, mas não sei se dessa forma... Ahhh, que bagunça!", ele levou as mãos os fios ruivos, puxando-os em confusão e desespero.

O garoto escutou uma risada doce, olhou a garota a sua frente: ela tinha um sorriso lindo.

"Se você ainda não sabe, poderíamos sair algumas outras vezes até você saber, não?", a menina loira falava ainda com um sorriso doce, deu uma risada divertida, mas o próximo sorriso era meio dolorido, "A não ser que você se recuse, é claro, eu não insistiria em algo que não daria certo... Ah, desculpe-me, é brinca-", foi interrompida. Estava demorando.

"Eu nunca recusaria um pedido seu para sair comigo." Hinata falou normalmente, sem hesitação na voz.

Se tivesse um travesseiro, a garota do desespero afundaria o rosto nele com o rosto avermelhado, mas não, só ficou boquiaberta, meio sem palavras. Sentiu o coração começar a bater forte. Estava barulhento, esse barulho era dos...

"O-o-os fogos!", a dupla disse sincrozadamente. Um espetáculo de cores e formas apareceu no céu, deixando olhos hipnotizados.

Uma garota sentiu uma mão insegura, mas quente apertar a dela. Não virou o rosto para olhar, pois sabia quem era.

Os batimentos cardíacos dela numa frequência ainda maior.

Os batimentos cardíacos dele numa frequência ainda maior.

Agradeceram, mentalmente, aos fogos de artifício por abafarem o barulho de seus corações. Era ensurdecedor.

Observando fogos de artifício, um garoto baixinho ainda confuso e uma garota apaixonada desejavam que aquele momento durasse mais que meros minutos. E debaixo do clarão dos fogos só se perguntavam uma coisa:

"Senhor Futuro, o que a próxima estação nos aguarda?"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que acompanharam! Espero que o final tenha sido do agrado de vocês e que não tenha sido frustrante o/
Eu ficava toda animada quando via os comentários ou via o número de visualizações da história.
Essas semanas foram muito divertidas e agradeço por lerem e me apoiarem dessa forma.
Tenho mais projetos em mente e planejo colocá-los aqui, mas a autora ficará bem ocupada nas próximas semanas :( Só nas férias (QUE SÓ SERÃO DE UMA SEMANA).
Um abraço especial para Abyssus Zero, Bebels e para a linda da
xDarkDreamX.
Comentem, nem que seja para criticar esse fim murchinho sem kissu desu~
Até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Porque garotos baixinhos..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.