The Soul Without Destiny escrita por LoKs22


Capítulo 4
Capitulo 3: A Praça de Sangue e O Açougueiro


Notas iniciais do capítulo

Trilha sonora do capitulo:https://www.youtube.com/watch?v=PZyo2gcHOVc



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Depois de andar um pouco, o cavaleiro chegou onde deveria ser uma estrada principal. Os pequenos edifícios de pedra eram sujos e parcialmente destruídos, com janelas e portas quebradas, como se tivessem explodido, e algumas paredes destruídas. Não demorou muito para inimigos aparecerem, eles estavam no chão, fingindo serem corpos, porém se levantaram com a presença do cavaleiro. Todos eles vestiam armaduras medias e manejavam um escudo e uma espada quebrada cada, eram quatro inimigos.

 Os quatro atacaram o cavaleiro com o mesmo golpe vertical, de cima para baixo. O cavaleiro defendeu os quatro golpes com o escudo e os inimigos recuaram os seus braços, devido ao impacto, abrindo espaço para um golpe do cavaleiro, que raspou em seus escudos e cortou os quatro ao mesmo tempo, seus olhos vermelhos brilhantes perderam sua cor e eles caíram no chão.

 Quando o cavaleiro guardou a espada, ele escutou grunhidos vindo de várias direções, ao olhar em volta, mais inimigos apareceram, eram muitos para ele enfrentar. Ele decidiu correr pela estrada, em um leve olhar para trás ele viu uma multidão enorme de inimigos, alguns usando roupas de cidadãos comuns e outros com armaduras leves ou medias.

Ele correu até que viu várias pilhas de corpos, empalhados em barras de ferro e pegando fogo. Aquilo estava bloqueando totalmente a estrada e também havia dois arqueiros no topo de casas paralelas. Eles miraram no, ele se viu obrigado a entrar em um beco na esquerda, onde tinha um inimigo usando uma lança, que correu em sua direção segurando a lança com as duas mãos, preparado para perfurar o cavaleiro, entretanto, o cavaleiro fez uma rasteira, derrubando o inimigo. Ele continuou correndo até encontrar um lance de escadas a sua direita e decidiu escala-la. Ao chegar no topo, ele quebrou os suporte da escada, que a mantinham reta, a levantou e jogou ela do telhado onde estava.

O cavaleiro matou o arqueiro do telhado e continuou até encontrar uma divisão entre esses telhados. Não havia nenhuma escada por perto e a divisão era muito grande para ele conseguir pular. Olhando melhor, ele viu uma sacada no outro lado, mais próxima que o telhado em si e decidiu pular até ela. Ele se impulsionou, correu e pulou, caindo na sacada com um rolamento e aparentemente sem nenhum dano grave.

 A porta da sacada estava aberta, era feita de vidro quadriculado com bordas de madeira. Quando entrou, o quarto parecia ser de casal, com uma cama grande, mas toda ensanguentada, uma porta de madeira normal em frente a cama, um armário do lado dessa porta, uma escrivaninha do lado da cama e um espelho quebrado, caído no chão.

 O cavaleiro passou pelo quarto, abriu a porta de madeira e viu um corredor, com uma escada um pouco a frente virando à direita e outras portas, mas não querendo perder tempo, ele desceu as escadas direto para o andar de baixo. O local estava totalmente destruído, moveis quebrados, todo tipo de decoração estava jogado no chão, sangue estava na parede cobrindo os quadros que tinham lá e a porta da frente foi totalmente arrombada, a porta sendo o único caminho para o cavaleiro seguir e voltar para a estrada.

 Na estrada, ele só podia ir para a direita, porque o caminho da esquerda estava com mais um bloqueio de corpos como antes, mesmo sendo uma estrada diferente. Seguindo o caminho mais a frente ele viu duas pequenas torres próximas uma da outra, sendo provavelmente as torres que o ferreiro tinha falado, ou seja, ele estava perto da ponte. Durante o caminho, ele escutou um barulho vindo de um beco a sua direita. Ele preparou sua espada e se aproximou do beco, com o escudo erguido, e em segundos, uma criatura pequena com uma forma humanoide, olhos vermelhos e pele totalmente escura, pulou em cima do cavaleiro. A criatura estava segurando no escudo do cavaleiro, ele empurrou o escudo com a criatura contra a parede, fazendo ela cair, ele aproveitou e atacou com a espada, fincando-a contra a criatura no chão, os olhos dessa pequena criatura escurecem e ela finalmente morre. O cavaleiro continuou o seu caminho até a ponte.

 A estrada estava bem vazia, parecia que os escravos da escuridão evitavam aquele caminho por algum motivo. Mais à frente deu para ver um portão grande de ferro, que estava aberto. Quando se aproximou, o cavaleiro sentiu o cheiro de fumaça vindo de lá. Chegando no portão, ele viu em volta poças e mais poças de sangue, espalhados pelo, o que parecia ser, uma praça local, porém, muito mais assustadora e sombria, com arvores sem vida e mais daquelas pilhas de corpos estacados em barras de ferro.

 Pelo o que o cavaleiro viu, após a morte desse servos da escuridão, seus corpos continuaram no chão, a escuridão criará um novo corpo para a alma deles e assim eles usam os corpos para criar barreiras. Enfim, no centro da praça, ele viu, onde deveria ter uma estátua, mas no lugar tinha um pilar de madeira, com vários corpos na base e tudo pegando fogo. O cavaleiro não entendia como a madeira durava tanto tempo pegando fogo, mas não questionava do que a escuridão era capaz de fazer, até mesmo com a própria natureza.

 E, ajoelhados perto da pilastra de madeira, havia cinco pessoas, suas vestes eram parecidas com a da Olana, só que estavam cobertas de sangue. O cavaleiro tentou não chamar a atenção deles, mas ao primeiro passo dentro da praça, eles se levantaram e viraram o olhar diretamente para o cavaleiro. As duas do canto pareciam ser mulheres, o primeiro a direita do cavaleiro parecia ser um velho, com barba longa e branca, o primeiro da esquerda parecia ser bastante jovem, mesmo com a pele escurecida e seca, e finalmente o do meio parecia jovem e mais alto do que os outros. O clérigo do meio andou um passo à frente.

 — Tema a morte...Tema a luz! – disse o clérigo do meio. Ele fez uma esfera de energia branca, que foi jogada numa alavanca e fechou o portão atrás do cavaleiro.

 Logo os outros levantaram as mãos, apontando-as para o cavaleiro e criaram raios e esferas de energia de pura luz, lançando-as no cavaleiro.

 Ele defendeu várias dessas magias, mas o clérigo mais velho lançou uma esfera de energia que explodiu quando tocou no escudo, lançando o cavaleiro contra o portão. Os cinco clérigos fizeram um raio de luz, que fundidos, criaram uma versão enorme do mesmo e o cavaleiro ergueu sua espada contra o raio de luz. A espada absorveu o raio, mas ainda era empurrado por ele, assim o cavaleiro guardou rapidamente o escudo e segurou a espada com as duas mãos. Ela começou a absorver cada vez mais energia, o cavaleiro recuperou seu equilíbrio e andou na direção dos clérigos, absorvendo cada vez mais poder. Os clérigos começaram a fazer as esferas explosivas, porém a energia absorvida pela espada criou uma massa de magia, permitindo o cavaleiro a rebater as esferas para longe, atingindo algumas construções.

 O cavaleiro se aproximou do grupo de clérigos e eles só eram capazes de lançar dezenas de raios menores simultaneamente, sem muito efeito. Ele desviou de algumas e defendia a maioria. Finalmente, os clérigos ficaram sem energia, dando a oportunidade para o cavaleiro liberar toda a energia que a espada havia absorvido.

 Ele pulou golpeando a espada no chão, o impacto criou uma onda de energia, que empurrou os clérigos para longe. As duas, do canto direito e esquerdo, foram lançadas para os corpos empalhados em barras de ferro e acabaram empalhadas assim como eles e os outros três foram empurrados para a pilastra pegando fogo, o do meio atingiu a pilastra em si e os outros dois caíram nas chamas envolvendo a pilastra.

 Tudo que se ouviu depois foram grunhidos de agonia, que logo se dissiparam. O cavaleiro ergueu e abriu a mão, esperando que a alma de um deles fosse forte o suficiente para ter uma forma física. A falta desse fenômeno o deixou abalado, ele não conseguiu cumprir o desejo de Olana, mesmo assim ele continuou.

 Quando o cavaleiro olhou o local onde os cincos estavam posicionados, ele viu um colar com o símbolo dos clérigos da catedral, sujo de sangue. Ele guardou o colar em sua bolsa de tecido, a sua espada na bainha em suas costas e continuo até a ponte.

 O sol ia pôr em poucas horas e faltava pouco para o cavaleiro chegar na ponte. Alguns inimigos apareceram, entretanto eram muito fracos e fáceis de se derrotar, já que o cavaleiro tinha pegado o jeito de defender e atacar na hora certa.

 Quando o cavaleiro chegou em mais uma barreira de corpos flamejantes e ao lado tinha uma construção peculiar, com uma placa pendurada dizendo “Açougue do Porco Irritado”, o nome chegava a ser idiota e engraçado, porém a aparência nem tanto. Todas as janelas estavam fechadas e havia sangue escorrendo delas, assim como a frecha debaixo da porta. Ele olhou do outro lado da pilha flamejante e viu que tinha uma saída de um beco a sua direita, o cavaleiro pensou que atrás da casa sanguinária, deveria ter alguma porta ou janela que leva-se para o beco. Então decidiu entrar nela.

 O cavaleiro, levemente, abriu a porta de madeira do açougue e sentiu um cheiro horrendo. O que ele viu foi algo mais horrendo ainda: Um homem grande, gordo, com avental grande, de costas para a porta. Ele dissecando um corpo com um objeto de metal, tirando as entranhas do corpo e as comeu na hora, com gosto e prazer.

 O cenário era mais sanguinário e brutal do que a praça. O chão desse lugar era puro sangue e órgãos deixados era possível até escorregar com facilidade. As mobílias estavam nos cantos da casa, exceto a mesa onde o açougueiro estava dissecando o corpo, nela também tinha um pequeno pedestal, onde estava um saco com dois furos, e na frente dele havia uma lareira, que era a única iluminação da área.

 O cavaleiro viu o açougueiro virado de costas e não dava para ver o rosto. O açougueiro começou a fungar o nariz, como se tivesse sentido o cheiro de algo delicioso.

 — Sinto...Cheiro...Bom – disse o açougueiro com um sorriso babado de sangue – Carne fresca... Carne boa.... Preciso comer.

 Ele largou as entranhas, pegou o saco e o colocou na cabeça rapidamente, nem dando tempo para o cavaleiro vê-lo. Ele pegou uma faca de açougue enorme, que estava escondida embaixo da mesa e virou diretamente para o cavaleiro. Seus olhos vermelhos e vibrantes pareciam não piscar em momento nenhum e o cavaleiro, que tinha fechado a porta atrás dele, estava preparado para lutar contra o Açougueiro.

 O Açougueiro andou na direção do cavaleiro, com passos pesados e fortes, impedindo que ele escorregasse no sangue, o cavaleiro não tinha tanta habilidade assim e escorregava mesmo andando de maneira parecida. Conforme andava, o Açougueiro preparou um ataque com o seu facão de açougue, no que parecia ser um golpe vertical, o cavaleiro usou o chão escorregadio ao seu favor e patinou sobre ele, desviando do golpe do açougueiro, e desferiu um golpe perfurante bem no canto da barriga dele, o cavaleiro começou a mover a espada, ainda dentro da barriga dele, e fez um corte que passou de um lado para o outro. Com esse corte, os órgãos do açougueiro caíram em cima do cavaleiro, o deixando todo sujo de sangue e outras coisas.

 Ele se moveu um pouco para a direita, o Açougueiro caiu direto no chão e o cavaleiro começou a seguir seu caminho....

 — FOME!!!!!! – disse o Açougueiro se levantando e pegando o cavaleiro desprevenido pelo pescoço – Eu com FOMEEEEEEE!!!!

 O Açougueiro o jogou com força na mesa, onde estava o corpo dissecado, espalhando pedaços de corpo por ai, e por pouco que o cavaleiro não cai dentro da lareira, mas seu corpo bate um pouco mais acima dela. Quando recobrou o equilíbrio, ele observou o Açougueiro correndo com seu facão em direção ao cavaleiro, gritando “FOME” várias vezes.

 O cavaleiro olhou para baixo e viu um órgão, que parecia ser um fígado ou um estomago e o chutou lentamente. Esse pedaço de carne foi se arrastando pelo chão ensanguentado, em direção ao Açougueiro, que acabou escorregando nesse órgão e caiu de costas para o chão e soltando o facão no processo.

 O cavaleiro patinou pelo chão, segurando a espada com as duas mãos, ele pulou e caiu em cima do açougueiro, fincando a espada entre os olhos dele, mas mesmo com a espada ficada em seus olhos e sendo segurada pelo cavaleiro, ele levantou a cabeça lentamente, e disse.

 — Eu…. Preciso de mais...... Comida… – disse ele. Essas possivelmente eram palavras do verdadeiro ele antes de ser dominado pela escuridão.

Logo após isso, ele morreu e sua alma assumiu uma forma física na frente do cavaleiro. Essa alma tinha uma coloração mais escura que a do Guardião, e o fato de ter assumido forma física significa que essa alma era muito poderosa em algum sentido para tal.

O cavaleiro decidiu ver a história do Açougueiro: Ele era um açougueiro normal, vendia sua carne para todos em uma loja na cidade. Mesmo tendo um trabalho ruim, ele tinha uma família feliz, mas algo aconteceu. Um dia alguém tentou roubar ele em sua loja, porém o ladrão foi brutalmente morto pelo simples açougueiro e a partir desse momento o sangue e a morte começaram a fazer ele se sentir bem, colocando órgãos humanos em suas carnes para esconder as provas de seus atos, mas um dia o descobriram.

 Ele teve que fugir e se esconder, mesmo perseguido, começou a sequestrar, matar e devorar pessoas para viver. Dentre essas pessoas a sua própria esposa, que para ele não fez diferença na hora em que a matou, ele só se importava com saciar sua fome por morte e foi assim até a escuridão dominar seu corpo no dia em que a nevoa escura invadiu Criatia. Isso o fez mais insano e perturbado do que já era. A filha do açougueiro mostrada nas visões, por algum motivo, parecia familiar para o cavaleiro.

Aquela alma era absurdamente louca e isso parecia ser algo poderoso para deixar a alma do açougueiro daquela forma, provavelmente era alguém que ninguém sentiria falta no mundo, o cavaleiro podia destruir aquela alma sem se preocupar com nada, mas um sentimento o impediu, algo que o cavaleiro nunca sentiu antes, talvez ele mesmo não fosse digno de julgar o destino dessa alma.

 Então o cavaleiro guardou a alma e seguiu para a única porta dos fundos, que levou ele para o beco e o deixou do outro lado da barreira. Finalmente, o cavaleiro estava pero de chegar na ponte, onde enfrentaria a criatura hibrida e sem pensar o que o destino lhe reserva naquela ponte.


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