Os Pequeninos escrita por Meire Degaki
Notas iniciais do capítulo
Olá Pessoal,
É isso mesmo, postarei todos os capítulos hoje mesmo.
Beijocas...
Saímos na manhã do segundo dia e, já tinha uma semana que estávamos andando. Toda a euforia inicial que eu sentia, eu devo ter perdido em algum lugar entre o terceiro e o quarto dia de caminhada.
— Será que falta muito, pai? – senti sua irritação quando eu perguntei pela trilhonésima vez a mesma coisa.
— Filha, você sabe que teremos que andar muito mas, muito tempo ainda e, não vai ficar mais perto se você perguntar a cada quinze minutos. – ele estava tão cansado quanto eu mas, estava entediada. Paramos um segundo para olhar o mapa novamente, ainda estava muito longe. Não era bem isso que eu esperava para essa viagem, pensei que teríamos um pouco mais de ação.
Eu mal terminei o pensamento, ouvi um barulho estridente e, em seguida, uma forte dor em meus ombros e um frio no estômago por meus pés não estarem mais no chão, na minha mão, um pequeno pedaço do mapa. Ao olhar para cima, vi um pássaro preto enorme, acho que é um corvo.
— Pai! Mãe! Continuem a viagem, eu os encontrarei. Eu amo vocês! – mesmo que eu não sobrevivesse, eles tinham que chegar a Arrietty.
Voamos por uns quinze minutos, o que poderia significar quilômetros de distância entre mim e meus pais. Quando o corvo começou a sobrevoar mais baixo, tirei meu alfinete e o espetei, fazendo com que me soltasse. Como não planejei a aterrissagem, cai de qualquer jeito e com o baque, acabei torcendo o pé. Como não tinha tempo para sentir dor, corri o mais rápido que eu pude, o que não era muito rápido. Assim que o pássaro se recuperou, veio atrás de mim novamente. No desespero, apoiei o peso no pé machucado, caindo no chão novamente. Quando pensei que viraria comida de passarinho, um gato peludo passou por cima de mim, tentando abocanhar meu inimigo alado.
A dor era excruciante e, antes de desmaiar, achei ter visto algo ou melhor, alguém, montando o gato.
~ ¤ ~
Ao acordar, percebi duas coisas imediatamente, que meu tornozelo ainda doía muito mas, estava imobilizado com uma tala improvisada e, o mais importante, sentia cheiro de café fresco.
— Veja só quem acordou? – acho que bati a cabeça muito forte, porque eu estava tendo uma visão, uma linda visão, aliás. Tinha um homem lindo, mais alto do que eu, atlético e com profundos olhos azuis, me oferecendo uma caneca de café quentinho, enquanto um gato felpudo branco e bege, dormia tranquilamente ao nosso lado.
— Ai! O que foi que eu perdi? – aceitei a caneca de café do estranho, eu precisava disso.
— Eu e o meu amigo ‘Gordo’ aqui, estávamos passando quando vimos você voar sobre nós então, depois de uma breve discussão, ele me convenceu a ir atrás de você. Foi um belo salto aquele e, uma péssima aterrissagem. – ele apontou para o meu tornozelo enfaixado.
— Há, ha, eu não tive muita escolha. Mas, obrigada por me ajudar. Meu nome é Kate, Kate Beckett, a propósito. – estendi a mão para cumprimenta-lo.
— Eu me chamo Richard Castle e, meu amigão ali, se chama Gordo. – ele estendeu a mão e, quando nos tocamos, foi como se uma corrente elétrica percorresse nossos corpos.
Puxei minha mão rapidamente e, acho que ele também sentiu o mesmo pois, olhou brevemente para a própria mão. Depois de alguns segundos, ele abriu um grande sorriso.
— Me desculpe por isso, deve ser eletricidade estática, você sabe né, por causa do atrito dos pelos do Gordo. Mas me diga, o que você fazia pegando carona com aquele corvo? – não tinha muita certeza se era eletricidade estática mesmo.
— Eu estava viajando com meus pais, íamos para Arrietty. – ao ouvir o nome da cidade, seus olhos brilharam. Reconheceu o nome.
— Ela existe mesmo? Sempre pensei que fosse apenas uma lenda? – ele se sentou perto de mim e pude ver melhor seu rosto. Ele era bonito.
— Meu pai tem um mapa e, agora tenho que encontrar uma maneira de chegar até lá sozinha. – uma tristeza recaiu sobre mim ao pensar que, talvez, eu nunca mais encontrasse meus pais.
— Sozinha não, se não se importar que eu e meu amigo peludo aqui te acompanhe? – ele levantou as sobrancelhas de maneira engraçada e, eu tive que me segurar para não rir.
— Desculpe mas, eu nem te conheço.
— Desculpe mas, eu acho que você não irá tão longe com o tornozelo assim e, no momento, você é minha paciente então, onde você for, eu vou também. – ele não parecia estar de brincadeira.
— Vai me seguir para qualquer lugar, Senhor Castle? – tentei fazer minha cara de séria.
— Qualquer lugar, sempre, Senhorita Beckett. – eu não sei o que ele tinha mas, ao dizer isso, alguma coisa se acendeu dentro de mim.
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Estão gostando? Espero que sim...
Beijocas...