Inevitável escrita por Yuuko chan


Capítulo 1
Capítulo unico


Notas iniciais do capítulo

Espero que entendam essa choça^, e chorem as lágrimas que eu contive de derramar ao escrevê-la. E claro, espero seus comentários por favor.



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Porque o céu é azul e o sol amarelo? Porque chove nas horas menos inesperadas e amamos as pessoas inadequadas? Porque respiramos? Porque sofremos?Porque somos horríveis?Porque somos bondadosos? Porquê?

Eu me fiz essas perguntas milhares de vezes e muitas mais, também até cheguei a perguntar-me porque não desaparecemos todos da faz da terra, e olhe lá que mais. Mas a pergunta que mais curiosidade me da é a que ninguém pode responder com exatidão, "Estamos destinados a uma unica pessoa pelo resto de nossas vidas?"

Muitos diriam que não, que é impossível, mas eu sou a prova viva de que essa é a unica verdade que conheço desde que me entendo por gente.

— Gabriella! desperta!— Cíntia me moveu de um lado para o outro como se eu tivesse o capeta no corpo. Ela parecia tao feliz como sempre, mas hoje era de uma forma especial.

— Me deixa em paz mulher!— a empurrei longe de mim contendo a ris— O que esta acontecendo com você hoje?!— Observei que levava roupa nova, e pouco depois vi que um menino entrava pela porta da sala de aula com um sorriso resplandecente plasmado na cara, a mesma felicidade que Cíntia mostrava ter.

Nesse momento algo dentro meu mudou, não posso dizer com certeza o que era, mas foi algo estranho. Aquele garoto que sorria a Cíntia, fez meu mundo ganhar cor do mesmo modo que fazia o dela. Ele se tornou....o nosso mundo.

Logo, não tardei em descobrir que os dois estavam saindo. Não posso dizer que fiquei super hiper feliz, só me senti tranquila. Tranquila de algo que nem sequer entendia... pelo menos não naquele tempo.

Tudo passou rápido depois disso, eu comecei a fazer faculdade de filologia para me tornar uma grande tradutora, e Cíntia ficou um pouco para trás. Claro, ela continuou com ele, o seu príncipe encantado, e ele jamais deixou de estar ao lado dela, jamais.

Depois de um tempo descobri que o meu sonho de ser tradutora não era um caminho fácil de trilhar. Quase não tinha trabalho disponível para mim, assim que a minha ultima esperança foi viajar ao estrangeiro, e foi exatamente o que eu fiz. Logo disso se passaram 5 anos, descobri por via do facebook que Cíntia se casou com ele. Os dois se viam tao lindos que acabei chorando ao ver as fotos, como se de verdade eu estivesse ali vendo o casamento com os meus próprios olhos.

Mas a desgraça sempre está a uma porta ao lado, certo?

Depois do casamento, foi dois anos depois acho..... ocorreu um acidente. A casa deles havia sido assaltada por uns criminais que haviam fugido da prisão. A policia havia dito que dispararam por sentirem-se ameaçados, e uma dessas balas acertaram a um dos dois. Quem foi o desafortunado? isso eu não cheguei a saber, em verdade, não quis escutar quem foi, porque algo dentro meu já sabia de antemão quem era....porque a pessoa que morreu ali provavelmente foi a mesma que morreu milhares de vezes antes para salvar a minha vida.

Essa pessoa.....foi a que estava predestinada a mim, e a que eu deixei ir pensando que a salvaria do inevitável, mas o inevitável aconteceu.

— GUAU! GUAU!— Um cachorrinho latiu perto da minha janela. Era jovem e parecia doente enquanto me olhava pelo reflexo todo dengoso.— GUAU! GUAU!— Voltou a latir dando com a patinha no vidro.

Caminhei até ele deixando de pensar no passado por um momento. Nevava afora, como podia um cachorrinho sobreviver a tanto tempo baixo essa temperatura? pensei abrindo rapidamente a janela antes de puxá-lo para dentro. Podia ter a raiva ao sei lá o que, mas não me importei muito quando o abracei em contra do meu peito. Estava frio, muito frio.

— Oh meu deus! tenho que chamar a um veterinário!— gritei para mim mesma preparada para deixá-lo no sofá quando o cachorrinho rosnou correndo pro meu lado outra vez mais. Parecia desesperado para alcançar-me sem importar o que fosse.

E quando eu o abracei outra vez para dar-le calor, entendi finalmente o que estava ocorrendo. Havia passado muito tempo desde aquele acidente.....55 anos pode passar voando quando menos se espera.

— Pobrezinho....— sussurrei para o frágil cachorrinho em meus braços.— você deve ter feito um largo caminho para chegar aqui, certo?— lágrimas saiam dos meus olhos agora sem poder evitá-las. A patinha dele roçava as minhas pálidas bochechas enquanto tentava latir sem poder conseguir, ele estava frio, quase morto.— Dorme bem pequeno.....

— GUAU.....guau.....

— Eu também te amo....— sussurrei para ele sem importar a forma que tivesse. Porque ao fim e acabo para amar a alguém não fazia falta que estivesse sempre do meu lado.— Eu também te amo Cíntia....— Falei seu nome depois de tanto tempo.— Te amo, Frank, guilherme, Martha...— Foram tantas as vidas que os nomes se perderam com o tempo.

O cachorrinho deixou de respirar nos meus braços, e terminei por enterrá-lo no meu quintal.

Quantas vezes vão já? quantas vezes eu me encontrarei com ela(e) e logo depois um dos dois morrerão? Na vida passada ela era ele, e ele me amava como ninguém mais. E claro, eu morri de tuberculosis deixando-lo só.

— Gabriella-san? você está bem?— uma vizinha minha passara pela vizinhança e me olhou curiosa.

— Oh! sim, claro.— levantei-me do chão banhado em neve antes de sorrir para ela.— Nunca estive melhor!

Sorri antes de entrar em casa outra vez. Meu coração batia com força, já estava velha demais para fingir um sorriso, mas não importava. Fui para a cozinha e fiz chocolate quente antes de dar-me conta de que chorava outra vez.

— Não estamos feitos o um para o outro!— gritei tentando conter as lágrimas. Essa seria a minha maldição, não nos amaríamos na próxima vida, nem sequer chegaríamos a conhecer-nos....Ainda que eu já soubesse de antemão que isso era..... Inevitável.


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Notas finais do capítulo

O que acharam dessa história pessoal? choraram? sorriram? acharam entediante?



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