Rose escrita por MahriRin
Notas iniciais do capítulo
OIE PEOPLE! Como vão, tranquilo? Aqui vai mais um cap, YAY! Bem, obrigada por todos os reviews maravilhosos e 100suais (meu deus, fiz isso de novo)! Enfim...
Boa Leitura e Enjoy!
Gally estava em farrapos.
Suas vestes estavam rasgadas e aos trapos, o corpo sujo de fuligem e coberto de hematomas ensanguentados. Os cabelos que antes eram loiros estavam negros e sujos, o corpo tremia inteiro, os punhos cerrados ao lado das coxas. Apenas de observar o seu jeito de agir, o jeito como se tremia, o seu semblante e a expressão assustada fez Rose ficar totalmente em estado de alerta, afinal, Gally havia desaparecido e se metera em algum lugar, mas, por alguma razão, decidira apenas voltar agora.
Os dedos de Rose apertaram o arco de metal talhado com desenhos com mais força.
–Eles vieram … –Gally falou baixo, quase em um sussurro, a voz trêmula e amedrontadora –vieram pegar um de nós …a cada noite.
Quando dito isto, uma confusão de murmúrios percorreu pelo quarto, os adolescentes deixando seus postos de assustados e virando confusos. Alguém prepôs-se a frente dos outros, andando lentamente em direção ao garoto sujo.
–Gally, –era Newt. Estendeu a mão para ele, como se pedisse silenciosamente para que se acalmasse e parasse de assustar todos –se acal …
–Não! –o garoto sujo interrompeu o loiro no meio de sua palavra –Não! Os Verdugos tem que levar alguém …eles tem que levar alguém …tem que levar … –Gally não poderia parecer mais assustador. A luz da Lua ilumina-lhe o rosto aterrorizado, os olhos oscilando de um lado para o outro, como se estivesse perseguindo almas.
Então, num salto abrupto, ele pulou para as janelas cobertas de tábuas de madeira e começou a puxá-las violentamente, arrancando-as uma por uma e jogando por trás do ombro, quase atingindo alguns Clareanos que tiveram azar de ficarem ali. Newt saltou sobre o garoto, segurando-lhe a barriga e puxando-o para trás. Gally virou-se e acertou a cabeça do loiro com uma tábua de madeira que havia em suas mãos, jogando-o na cama. Então, como feito tal gesto, o mundo ao redor de Rose desacelerou, ficando em uma extraordinária câmera lenta. De repente, ela tinha todo o tempo do mundo. Mirou em seu alvo, fechou os olhos, deixando a mira levar seus dedos, e respirou fundo, deixando seus dedos relaxarem e soltar a corda que prendia a flecha. Tudo voltou a sua típica velocidade monótona e o objeto de metal afiado atingiu seu alvo rapidamente –a maga da camisa de Gally, que prendeu-se na tábua de madeira. Logo a branca viu-se atirando flecha seguida de flecha, uma mais rápida do que a anterior, prendendo seu inimigo. Abaixou o arco finalmente, deixando-se relaxar e aliviar-se, dando um sorriso de vitória. Os demais Clareanos a encaravam surpresos e assustados ao mesmo tempo com a tamanha velocidade da garota.
Mas já era tarde demais. A parede explodiu bem ao lado da janela e o corpo horrendo de um Verdugo entrou. Várias garras animalescas e gigantes adentraram o lugar a procura de um alvo. Mas não só garras, como insetos haviam aparecido, sobrevoando por todo lugar e espantando os Clareanos. Rose fixou o olhar em Newt, que jazia sobre a cama, desacordado. Mirou com o arco e puxou uma flecha, atirando em todos os mosquitos que chegavam perto, às vezes acertando vários de uma vez. Olhou para Thomas e assentiu séria. Ele correu em direção ao corpo jogado de um certo loiro na cama e o segurou, passando seu braço em volta do pescoço e tirando-o dali.
–Já está tudo perdido! –Gally berrou, chamando a atenção do Verdugo horripilante –Me mate! Me mate!
Algo saiu da garganta de Gally, um guincho demoníaco e louco, o que Rose julgou ser uma risada. O Verdugo agarrou o corpo inerte do garoto e o jogou dentro de uma fenda, que fechou-se na metade do corpo do garoto, fazendo uma série de “cracks, cracks”. Rose soltou um grito e recuou, caindo no chão, atordoada. Com o rosto, pernas e braços cortados por conta dos insetos e a ânsia de vômito chegando ao pico, a branca engatinhou para um canto do quarto e se encolheu, as mãos na boca para que não colocasse tudo para fora.
Um clarão irrompeu a sala. Várias faixas de luzes fazendo um zigue-zague branco –raios –atingiu todos os insetos de uma vez, fazendo-os cair no chão. Os olhos da garota atraíram-se para a porta, onde Newt estava acordado e caído de bruços no chão, mas o rosto e a mão levantados. Ela suspirou aliviada e caminhou até ele, desabando ao seu lado, as lágrimas querendo brotar e a ânsia ficando cada vez mais forte.
Acabou que desmaiando.
***
Havia tido um sonho.
Ela deveria ter quinze ou dezesseis anos. Usava seu típico vestido florido, um colar em forma de Lua prendia-se em seu pescoço, luvas pretas –as que usava para inspecionar coisas –, o cabelo loiro estava solto, usava sapatilhas de cor beje e seus olhos pareciam estar com maquiagem, embora a branca soubesse que não estavam.
Ela agachou-se e ficou de bruços, observando marcas estranhas e diferentes na areia escura. Retirou uma caneta do bolso e pegou o conteúdo do chão, cheirando-o logo em seguida e fazendo uma careta. Semicerrou os olhos, como se estivesse vendo números e letras flutuarem ao seu redor. Levantou-se, dando um sorriso orgulhoso. Havia descoberto algo. Encaminhou-se por paredes de metais acinzentadas extensas até chegar em um compartimento maior, uma sala de ferro, com painéis arrodeando e um painel em forma de heptágono no meio, onde continha vários botões e alavancas dispersas. Alguns homens e mulheres corriam apressados de um lado para o outro e reuniam-se na frente da garota.
–Você provavelmente estão procurando por um homem que calça quarenta e dois. Os resíduos da pegada contem doxiciclina, um ingrediente usado para fabricar antibióticos. Julgando pela profundidade das pegadas, eu diria que ele pesa sessenta a sessenta e dois, possuí sapatos da marca Pool e tem vinte e nove anos. Procurem por um com expressões cansadas, a sola do sapato é desgastada, dando para ver os claros rastros no chão, provavelmente por conta do trabalho árduo. –ela/Rose falou tão rápido que a branca quase não assimilou direito. Alguns homens assentiram e saíram do compartimento, deixando apenas ela e um garoto.
Era Newt. Devia ter dezesseis anos, usava uma calça jeans escura e uma blusa simples, que, mesmo sendo meio novo, marcava seu corpo bem definido. Ele puxou uma cadeira e sentou-se em frente a um computador, digitalizando várias coisas rapidamente. Ela sentou-se na cadeira ao lado dele e pousou a cabeça em seu ombro, observando o que escrevia.
“Você sempre escreve coisas sem sentindo …”, ela comunicou-se mentalmente.
“Não são coisas sem sentido, Marry, são códigos. Códigos para o Labirinto.”
Rose atraiu-se para o nome Marry. Havia ouvido este nome em algum lugar. Roselena …Roselena Marilyn Vos Savant! O nome Roselena foi dado como um disfarce para encobrir seu verdadeiro nome, Marilyn, em homenagem a pessoa com o mais alto QI do mundo. Após a morte de seus pais, ela teve de mudar de identidade para não ser perseguida por outras organizações. Escondeu-se junto a CRUEL, mas não por que queria, por que fora obrigada.
Ela deu um suspiro.
“Imagino se um dia essas suas letras estranhas vão servir de alguma coisa …”, Rose levantou-se e caminhou até uma bola cinzenta de metal, na qual estendeu as mãos. Algumas faíscas saltitaram da mesma e raios começaram a sair, entrando nas mãos de Rose, que permaneciam pousadas na esfera metálica.
“Rose.”, Newt lhe chamou.
“Sim?”
“Vamos ficar bem. Eu prometo. Conseguiremos entrar na Caixa e sobreviver no Labirinto. Vou ser o primeiro e depois será você.”, ele encaminhou-se até ela e segurou seu rosto, fazendo-a soltar a esfera e encarar-lhe dentro dos olhos.
“Vou mesmo ter que esperar dois anos para ficar com você outra vez?”, a voz de Rose saiu fraca e triste, um semblante passando-lhe no rosto.
“É o único jeito. Depois do Deserto vamos conseguir a Cura. Rose, nós vamos conseguir a Cura Mortal. Daí podemos viver felizes em algum lugar calmo e tranquilo.”
Rose estava com uma enorme vontade de beijá-lo, mas se conteve. Limpou a garganta e segurou a mão do loiro e o puxou para fora do compartimento.
***
Rose levantou-se em um salto, o peito subindo e descendo rapidamente.
Não havia ninguém no quarto. Podia notar que claramente estava na Sede. Levantou-se e tentou se por de pé, mas cambaleou para trás e quase que caiu. Recuperou as forças e desceu as escadas, porém ao se virar para observar como estavam indo as coisas, percebeu que não havia ninguém. Olhou para esquerda e depois para a direita, a luz do Sol ainda ofuscada de algum jeito. O medo tomou-lhe conta do peito e o coração saltou.
A Clareira estava deserta.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E AÍ?! Gostaram? Amaram? Reviews? Recomendações?
Aquele Beijin e até o próximo cap, Potatos do meu Heart!