Rose escrita por MahriRin


Capítulo 10
The Deserted Clearing


Notas iniciais do capítulo

OIE PEOPLE! Como vão, tranquilo? Aqui vai mais um cap, YAY! Bem, obrigada por todos os reviews maravilhosos e 100suais (meu deus, fiz isso de novo)! Enfim...


Boa Leitura e Enjoy!



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Gally estava em farrapos.

Suas vestes estavam rasgadas e aos trapos, o corpo sujo de fuligem e coberto de hematomas ensanguentados. Os cabelos que antes eram loiros estavam negros e sujos, o corpo tremia inteiro, os punhos cerrados ao lado das coxas. Apenas de observar o seu jeito de agir, o jeito como se tremia, o seu semblante e a expressão assustada fez Rose ficar totalmente em estado de alerta, afinal, Gally havia desaparecido e se metera em algum lugar, mas, por alguma razão, decidira apenas voltar agora.

Os dedos de Rose apertaram o arco de metal talhado com desenhos com mais força.

–Eles vieram … –Gally falou baixo, quase em um sussurro, a voz trêmula e amedrontadora –vieram pegar um de nós …a cada noite.

Quando dito isto, uma confusão de murmúrios percorreu pelo quarto, os adolescentes deixando seus postos de assustados e virando confusos. Alguém prepôs-se a frente dos outros, andando lentamente em direção ao garoto sujo.

–Gally, –era Newt. Estendeu a mão para ele, como se pedisse silenciosamente para que se acalmasse e parasse de assustar todos –se acal …

–Não! –o garoto sujo interrompeu o loiro no meio de sua palavra –Não! Os Verdugos tem que levar alguém …eles tem que levar alguém …tem que levar … –Gally não poderia parecer mais assustador. A luz da Lua ilumina-lhe o rosto aterrorizado, os olhos oscilando de um lado para o outro, como se estivesse perseguindo almas.

Então, num salto abrupto, ele pulou para as janelas cobertas de tábuas de madeira e começou a puxá-las violentamente, arrancando-as uma por uma e jogando por trás do ombro, quase atingindo alguns Clareanos que tiveram azar de ficarem ali. Newt saltou sobre o garoto, segurando-lhe a barriga e puxando-o para trás. Gally virou-se e acertou a cabeça do loiro com uma tábua de madeira que havia em suas mãos, jogando-o na cama. Então, como feito tal gesto, o mundo ao redor de Rose desacelerou, ficando em uma extraordinária câmera lenta. De repente, ela tinha todo o tempo do mundo. Mirou em seu alvo, fechou os olhos, deixando a mira levar seus dedos, e respirou fundo, deixando seus dedos relaxarem e soltar a corda que prendia a flecha. Tudo voltou a sua típica velocidade monótona e o objeto de metal afiado atingiu seu alvo rapidamente –a maga da camisa de Gally, que prendeu-se na tábua de madeira. Logo a branca viu-se atirando flecha seguida de flecha, uma mais rápida do que a anterior, prendendo seu inimigo. Abaixou o arco finalmente, deixando-se relaxar e aliviar-se, dando um sorriso de vitória. Os demais Clareanos a encaravam surpresos e assustados ao mesmo tempo com a tamanha velocidade da garota.

Mas já era tarde demais. A parede explodiu bem ao lado da janela e o corpo horrendo de um Verdugo entrou. Várias garras animalescas e gigantes adentraram o lugar a procura de um alvo. Mas não só garras, como insetos haviam aparecido, sobrevoando por todo lugar e espantando os Clareanos. Rose fixou o olhar em Newt, que jazia sobre a cama, desacordado. Mirou com o arco e puxou uma flecha, atirando em todos os mosquitos que chegavam perto, às vezes acertando vários de uma vez. Olhou para Thomas e assentiu séria. Ele correu em direção ao corpo jogado de um certo loiro na cama e o segurou, passando seu braço em volta do pescoço e tirando-o dali.

–Já está tudo perdido! –Gally berrou, chamando a atenção do Verdugo horripilante –Me mate! Me mate!

Algo saiu da garganta de Gally, um guincho demoníaco e louco, o que Rose julgou ser uma risada. O Verdugo agarrou o corpo inerte do garoto e o jogou dentro de uma fenda, que fechou-se na metade do corpo do garoto, fazendo uma série de “cracks, cracks”. Rose soltou um grito e recuou, caindo no chão, atordoada. Com o rosto, pernas e braços cortados por conta dos insetos e a ânsia de vômito chegando ao pico, a branca engatinhou para um canto do quarto e se encolheu, as mãos na boca para que não colocasse tudo para fora.

Um clarão irrompeu a sala. Várias faixas de luzes fazendo um zigue-zague branco –raios –atingiu todos os insetos de uma vez, fazendo-os cair no chão. Os olhos da garota atraíram-se para a porta, onde Newt estava acordado e caído de bruços no chão, mas o rosto e a mão levantados. Ela suspirou aliviada e caminhou até ele, desabando ao seu lado, as lágrimas querendo brotar e a ânsia ficando cada vez mais forte.

Acabou que desmaiando.

***

Havia tido um sonho.

Ela deveria ter quinze ou dezesseis anos. Usava seu típico vestido florido, um colar em forma de Lua prendia-se em seu pescoço, luvas pretas –as que usava para inspecionar coisas –, o cabelo loiro estava solto, usava sapatilhas de cor beje e seus olhos pareciam estar com maquiagem, embora a branca soubesse que não estavam.

Ela agachou-se e ficou de bruços, observando marcas estranhas e diferentes na areia escura. Retirou uma caneta do bolso e pegou o conteúdo do chão, cheirando-o logo em seguida e fazendo uma careta. Semicerrou os olhos, como se estivesse vendo números e letras flutuarem ao seu redor. Levantou-se, dando um sorriso orgulhoso. Havia descoberto algo. Encaminhou-se por paredes de metais acinzentadas extensas até chegar em um compartimento maior, uma sala de ferro, com painéis arrodeando e um painel em forma de heptágono no meio, onde continha vários botões e alavancas dispersas. Alguns homens e mulheres corriam apressados de um lado para o outro e reuniam-se na frente da garota.

–Você provavelmente estão procurando por um homem que calça quarenta e dois. Os resíduos da pegada contem doxiciclina, um ingrediente usado para fabricar antibióticos. Julgando pela profundidade das pegadas, eu diria que ele pesa sessenta a sessenta e dois, possuí sapatos da marca Pool e tem vinte e nove anos. Procurem por um com expressões cansadas, a sola do sapato é desgastada, dando para ver os claros rastros no chão, provavelmente por conta do trabalho árduo. –ela/Rose falou tão rápido que a branca quase não assimilou direito. Alguns homens assentiram e saíram do compartimento, deixando apenas ela e um garoto.

Era Newt. Devia ter dezesseis anos, usava uma calça jeans escura e uma blusa simples, que, mesmo sendo meio novo, marcava seu corpo bem definido. Ele puxou uma cadeira e sentou-se em frente a um computador, digitalizando várias coisas rapidamente. Ela sentou-se na cadeira ao lado dele e pousou a cabeça em seu ombro, observando o que escrevia.

“Você sempre escreve coisas sem sentindo …”, ela comunicou-se mentalmente.

“Não são coisas sem sentido, Marry, são códigos. Códigos para o Labirinto.”

Rose atraiu-se para o nome Marry. Havia ouvido este nome em algum lugar. Roselena …Roselena Marilyn Vos Savant! O nome Roselena foi dado como um disfarce para encobrir seu verdadeiro nome, Marilyn, em homenagem a pessoa com o mais alto QI do mundo. Após a morte de seus pais, ela teve de mudar de identidade para não ser perseguida por outras organizações. Escondeu-se junto a CRUEL, mas não por que queria, por que fora obrigada.

Ela deu um suspiro.

“Imagino se um dia essas suas letras estranhas vão servir de alguma coisa …”, Rose levantou-se e caminhou até uma bola cinzenta de metal, na qual estendeu as mãos. Algumas faíscas saltitaram da mesma e raios começaram a sair, entrando nas mãos de Rose, que permaneciam pousadas na esfera metálica.

“Rose.”, Newt lhe chamou.

“Sim?”

“Vamos ficar bem. Eu prometo. Conseguiremos entrar na Caixa e sobreviver no Labirinto. Vou ser o primeiro e depois será você.”, ele encaminhou-se até ela e segurou seu rosto, fazendo-a soltar a esfera e encarar-lhe dentro dos olhos.

“Vou mesmo ter que esperar dois anos para ficar com você outra vez?”, a voz de Rose saiu fraca e triste, um semblante passando-lhe no rosto.

“É o único jeito. Depois do Deserto vamos conseguir a Cura. Rose, nós vamos conseguir a Cura Mortal. Daí podemos viver felizes em algum lugar calmo e tranquilo.”

Rose estava com uma enorme vontade de beijá-lo, mas se conteve. Limpou a garganta e segurou a mão do loiro e o puxou para fora do compartimento.

***

Rose levantou-se em um salto, o peito subindo e descendo rapidamente.

Não havia ninguém no quarto. Podia notar que claramente estava na Sede. Levantou-se e tentou se por de pé, mas cambaleou para trás e quase que caiu. Recuperou as forças e desceu as escadas, porém ao se virar para observar como estavam indo as coisas, percebeu que não havia ninguém. Olhou para esquerda e depois para a direita, a luz do Sol ainda ofuscada de algum jeito. O medo tomou-lhe conta do peito e o coração saltou.

A Clareira estava deserta.


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Notas finais do capítulo

E AÍ?! Gostaram? Amaram? Reviews? Recomendações?


Aquele Beijin e até o próximo cap, Potatos do meu Heart!