The Boy and the Wolf escrita por Sirsmolder


Capítulo 23
Paranoica Descoberta




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No meio da noite um barulho acabou me acordando chamando minha atenção. Esfreguei os olhos pra ver se era um sonho, mas não. Levantei da cama e ascendi a luz do abajur, no relógio marcavam três e quinze da madrugada. Olhei lá fora pela janela e percebi que os barulhos estavam vindo do vizinho. Da casa de Connor. Haviam dois caminhões parados em frente a casa dele. Homens e mulheres com grandes casacos pretos conversavam na varanda enquanto outros carregavam algumas caixas de dentro da casa para os caminhões, eram uns vinte deles no total. Pouco depois Connor apareceu na varanda também. Enquanto os outros continuavam o trabalho, ele apenas olhava, como se tudo aquilo fosse ordenado por ele. Eles conversavam entre si, mas não dava pra escutar direito do que se tratava. Eu tentei levantar a janela pra poder ouvir um pouco melhor, foi quando Connor olhou na minha direção. Eu me abaixei na hora pra que ele não me visse e fechei as cortinas bem divagar. Na mesma hora eu peguei o meu celular e mandei uma mensagem pra Derek vir na minha casa logo pela manhã. Com muito cuidado olhei de novo pela janela e ele não estava mais lá, a estranha movimentação já havia acabado e os caminhões estavam indo embora.
Deitei na cama novamente porém não consegui dormir. Fiquei pensando sobre o que poderia estar acontecendo. As horas se passaram e quando me dei conta, já eram sete da manhã. Troquei de roupa e fiquei sentado na escada da porta da minha casa, esperando Derek aparecer. Ele chegou meia hora depois, estacionou o carro em frente a casa e veio falar comigo.
– O que que foi Stiles? O que você tinha de tão importante pra falar comigo?
– Porque você demorou tanto pra aparecer? Eu já estava quase ligando pra você de novo.
– Eu estou aqui, não estou? E então? O que era tão importante pra você pedir pra eu vir aqui?
– E que eu...preciso da sua ajuda.
– Como assim?
– Lembra do Connor? Então, eu estou indo na casa dele agora pra fazer uma pesquisa da escola. E enquanto eu estiver ocupado distraindo ele eu quero que você entre lá também sem deixar ele te ver, e tente encontrar alguma coisa suspeita.
– Como é que é?
– Isso mesmo que você ouviu. Olha só, é perfeito. Eu vou tentar mantê-lo ocupado e distraído o bastante, pra impedir que ele perceba alguma coisa. Daí você vai ter tempo de sobra pra ir até lá e vascular tudo.
– Não, sem essa! Eu não vou fazer isso.
– Qual é Derek, não custa nada você me ajudar.
– Não vem com essa Stiles! Alias, porque todo esse interesse de repente nesse cara?
– Bom, pra começar ele deu para aparecer agora em tudo o que é lugar. Na escola, na sala de aula; ontem a noite vim aqui fora trazer o lixo e adivinha quem eu encontro, Connor. Essa noite, de madrugada parou um caminhão aqui em frente e havia uma movimentação muito suspeita. E não para por ai, Scott e eu estamos achando que foi ele quem machucou o Danny pra ele sair do time, pra poder entrar no lugar dele.
– Stiles, isso tudo deve ser fruto da sua cabeça. Isso está me parecendo com "Mania de Perseguição".
– O que? Eu não tô com mania de perseguição! Por favor você tem que me ajudar. Tem alguma coisa de muito errado nesse cara.
– Eu não sei Stiles. Vai ver ele é apenas esquisito, como você.
– Ótimo! Depois disso a gente pode ter uma conversinha sobre padrões comportamentais.
– Eu...eu não sei.
– Qual é Derek. Então é assim! Você vai me deixar na mão? Vai deixar seu melhor amigo na mão, quando ele mais precisa de você. Valeu mesmo! Deixa que eu faço isso sozinho.
Eu passei na frente dele e sem olhar para trás fui andando em direção a casa do Connor. Mas antes mesmo de eu chegar as escadas Derek mandou eu esperar e veio atrás de mim.
– Não...fala nada se não eu vou me arrepender, só me diz o que eu tenho que fazer.
– Beleza! Olha só. Você vai e se esconde atrás da casa e quando eu der o sinal você entra pela janela e começa a vascular tudo.
Derek se posicionou atrás da casa enquanto eu batia na porta da frente. Connor abriu e eu expliquei pra ele que estava ali para fazer o trabalho da escola, então ele me convidou pra entrar. Nessa hora eu o fiz sinal para Derek, que subiu pelo telhado rapidamente e entrou pela janela. A casa dele por dentro parecia normal, fora umas caixas de mudança que estavam espalhadas por alguns cantos da sala.
– Não repara na bagunça. É que a gente não conseguiu guardar todas as coisas da mudança ainda.
– A sua família está em casa?
– Não, eu estou sozinho. Olha Stiles, eu queria pedir desculpas por ter tratado o seu amigo daquela maneira no treino do jogo outro dia. Acho que peguei um pouco pesado com ele. Quer dizer foi uma brincadeira.
– Não, tá tudo bem, o Scott é pouco temperamental as vezes, relaxa eu falo com ele mais tarde.
– Então, eu não sei se você ficou sabendo, mas eu vou dar uma festa em uma boate hoje a noite e escola toda vai estar lá. Tá afim de ir?
– Há...talvez, quem sabe.
– Bom, se mudar de ideia é só aparecer lá.
Ele foi até a cozinha e pegou um refrigerante pra nós dois e em seguida sentamos em uma mesa que estava na sala de estar e começamos a fazer a pesquisa no notebook dele. Pouco depois um barulho no andar de cima despertou sua atenção.
– O que será que foi isso?
– O que?
– Esse barulho!
– Barulho? Eu não ouvi nada. Vai ver foi o vento.
Sem que Connor percebesse, por baixo da mesa eu retirei o meu celular do bolso e mandei uma mensagem pra Derek, perguntando se ele já havia encontrado alguma coisa.
Pouco tempo depois um barulho um pouco mais forte que o primeiro chamou ainda mais a atenção de Connor.
– Tá o que foi isso agora?
– Foi...foi a minha barriga! Foi mal, é que eu tô com uma dor de estômago horrível, eu...eu posso usar o seu banheiro?
– Tá legal. Fica lá em cima, segunda porta a esquerda. Eu vou fazer uma pipoca pra gente rapidinho.
– Não, não pode ficar pronto rapidinho!
– O que?
– Há, nada. Eu...vou lá em cima e já volto.
Subi as escadas e fui direto para um dos quartos onde Derek estava.
– O que é que você está fazendo? Está demolindo o quarto dele?
– Você pediu pra mim procurar por alguma coisa estranha e é o que estou fazendo.
– E ai, conseguiu encontrar alguma coisa?
– Porque que você tá sussurrando? Eu estou aqui do seu lado.
– Continua procurando. Tem que ter alguma pista aqui.
– Tem certeza? Porque a única coisa estranha que eu achei até agora foi um boneco de pelúcia.
– Eu vou lá em baixo mantê-lo ocupado antes que ele suba até aqui. Continua procurando e vê se faz menos barulho pelo amor de deus!
Desci as escadas e ele já estava na mesa me esperando.
– Tá tudo bem Stiles?
– Estou, tá tudo bem?
– Vem cá, eu até queria conversar um negocio com você. É, de onde sua família veio mesmo?
– Viemos do estado de Montana.
– Engraçado, achei que tinha dito que sua família veio da Califórnia.
– Não, Montana.
– Tenho certeza de que ouvi você dizer Califórnia.
– Você deve ter ouvido errado.
Ele me olhou de um jeito estranho, com certeza sabia que eu estava desconfiando de alguma coisa, então foi logo mudando de assunto. Por sorte o meu celular acabou vibrando. Mensagem do Derek, dizendo pra eu encontrar com ele do lado de fora.
– Algum problema Stiles?
– Sabe o que é Connor. É que eu acabei de lembrar que eu tinha que encontrar com o meu pai agora de manhã. Foi mal, mas eu preciso ir embora.
– Mas a gente nem terminou o trabalho da escola ainda!
– A gente termina outra hora. Eu tenho que ir.
Do lado de fora, Derek estava me esperando perto do carro dele com o que parecia ser uma caixa em suas mãos.
– E então. O que você encontrou?
Ele abriu a caixa e de dentro dela retirou uma máscara. Mas não era uma mascara qualquer, era simplesmente a mesma máscara que Derek e eu vimos o líder da seita usar a umas cinco noites atrás.
– Pera aí, mas essa é a mesma máscara que.
– Exatamente. Eu achei ela escondida em baixo do piso do assoalho. É parece que achamos o nosso cara.
– O quer dizer que Connor é um lobisomem e que ele é o líder da alcateia. A gente precisa avisar Scott o quanto antes.
– Pera ai Stiles, vai com calma! Mesmo se isso tudo for verdade, eu não vejo nada demais. Eu reconheço que é meio estranho, uma alcateia desse tamanho na cidade, não deve ser boa coisa. temos que descobrir o que eles querem aqui em Beacon.
– Pode deixar eu vou contar tudo pro Scott.
– Bom, eu acho melhor eu ficar aqui com você então, só por precaução.
Nós dois fomos pra minha casa e subimos pro meu quarto, de dentro de uma gaveta tirei um binóculo pra ficar vigiando pela janela o que o meu estranho vizinho ficava fazendo.
– Derek, vai ter uma festa logo mais no centro da cidade. Você tá afim de ir?
– O que? Com você?
– É...bom foi só um convite, eu vou entender se você não quiser ir.
– Não, tudo bem. Eu vou.
– Sério?
– É, pode ser.
Nós passamos a tarde inteira juntos e a noite nós dois fomos pra tal festa. Quando a gente chegou a primeira coisa que fizemos foi procurar Scott. Parece que a escola inteira estava ali se divertindo. Pouco depois nós acabamos encontrando- o. Ele estava sem camisa e ao que parecia um pouco bêbado. Eu puxei ele para um canto, tentando tira-lo do meio do pessoal.
– Scott o que aconteceu com você?
– Como assim Stiles? Eu tô numa festa, estou me divertindo.
– Onde está a Alisson? Ela não veio com você?
– Ela tá ali, conversando com a Lydia.
– Derek e eu precisamos te contar uma coisa.
Nessa hora Connor apareceu e ficou do lado do Scott e o abraçou, passando a sua mão por trás do pescoço dele.
– Connor?
– Stiles, tô vendo que resolveu aparecer e olha só, trouxe um amigo contigo.
– Cara, eu vou ter que te falar. Connor é muito gente boa?
– Scott é exatamente sobre isso que eu vim falar com você. Ele é o cara.
– Como assim? Do que que você tá falando?
– Derek e eu achamos isso aqui na casa do Connor. Essa é a máscara que o líder da alcateia estava usando naquela noite.
– Você tá brincando comigo? Essa máscara eu comprei na Internet.
– O que?
– É isso mesmo. Eu estava pensando em fazer uma festa a fantasia, mas eu acabei desistindo de ultima hora.
– Bom, eu vi uns vinte caras saindo de dentro da sua casa hoje de madrugada, carregando umas caixas muito suspeitas, vai me dizer que eles não eram os seus seguidores.
– Seguidores? Eram o pessoal do bufê, estavam trazendo a comida pra cá.
– Está me dizendo então, que você não é um lobisomem.
– Lobisomem? Scott eu acho que seu amigo aqui bebeu um pouco mais do a gente.
– O que? Eu não bebi! Scott você tem que acreditar em mim. Olha só, pode perguntar pro Derek. Ele também viu.
– Scott, o Stiles tem razão. Eu acho que você pelo menos devia ouvir o que ele tá dizendo.
– Mas eu estou ouvindo, só que uma máscara não prova nada. Vocês dois viram uma coisa, mas não podem provar. Derek diz, porque você diz, mas onde tá a prova.
– Olha o que você está dizendo. Você já se esqueceu o que esse cara fez com o Danny?
– Danny? Quem é esse tal de Danny?
– O cara que você machucou só pra poder entrar no time de lacrosse e se aproximar da gente.
– Stiles, o Danny disse que não viu direito quem era.
– É mas ele também disse que era o rapaz novo na escola. Só pode ser ele.
– Isso é ridículo! Eu estudei na minha antiga escola por oito anos e mesmo assim saí de lá sem conhecer todo mundo. Acha mesmo que esse tal Danny não pode ter se confundido depois de ter levado uma pancada na cabeça.
– Isso faz sentido.
– Scott você tem que acreditar em mim.
– Stiles, já chega! É melhor você ir embora agora, depois a gente conversa.
– Isso mesmo garoto, vá pra casa e não se preocupe com o Scott, ele está comigo agora.

Contínua.


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