The Boy and the Wolf escrita por Sirsmolder


Capítulo 20
Pedido de Desculpas




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Sábado à noite e eu estava sozinho em casa, me arrumando pra ir a uma festa não muito longe da cidade. Sentei na beirada da minha cama pra calçar os meus sapatos. Foi quando a campainha tocou. Desci as escadas correndo pra ver quem era e ao abrir a porta, Derek estava lá parado.
– Você? O que, que você tá fazendo? Pra alguém que disse, que não queria me ver tão cedo, até que você não demorou muito pra aparecer aqui.
– É pra falar sobre isso mesmo que eu vim. Olha só Stiles, me desculpa, não foi exatamente aquilo que eu quis dizer.
– É mesmo, pois pra mim pareceu que você estava sendo muito sincero.
– Eu fui um idiota, você sempre esteve do meu lado e já me ajudou inúmeras vezes. Eu fui um idiota em te tratar daquele jeito.
– Tem razão do que você está dizendo? Porque, da ultima vez que a gente se viu, você me disse pra eu ir embora, pra me mandar, pra que eu caísse forra da sua vida. Daí você vem aqui, me pedir desculpas como se nada tivesse acontecido.
– Olha só, eu queria apenas acertar tudo entre nós, tá legal.
– É por quanto tempo dessa vez?
– Não fala assim tá bom, você sabe muito bem que não é tão fácil.
A campainha da porta tocou novamente o que interrompeu a nossa conversa. Mas dessa vez, como Derek estava mais perto, foi ele quem atendeu. Era Connor que estava batendo na porta desta vez.
– Oi Stiles, eu queria saber se você não está a fim de bater uma partida de basquete. Se você não estiver ocupado.
– Desculpa, mas eu acho que o Stiles aqui não está muito afim não, talvez outro dia, quem sabe.
Logo depois de dispensar o garoto, que pelo jeito ficou muito sem graça, Derek fechou a porta.
– Porque que você fez isso?
– Vem cá, quem é esse cara hein?
– Esse garoto que você acabou de fechar a porta na cara, é o Connor, ele é meu vizinho. Acabou de se mudar pra casa ao lado. Tá vendo só, agora ele foi embora. O que, que deu em você hein?
– Stiles, nós precisamos acertar as coisas.
– Olha só, essa conversa já foi longe demais.
Enquanto Derek falava comigo eu fui procurando pela sala as chaves do meu carro.
– Stiles, eu sei que errei com você tá legal, por isso vim até aqui, pra te pedir desculpas por não ter estado aqui com você esse tempo todo. Eu sei que você deve estar com raiva de mim e eu te dou todos os motivos pra ficar, mas... Pode pelo menos olhar pra mim enquanto falo com você. O que, que você tá procurando?
– Derek, eu te intendo tá legal, eu gostaria muito de ficar aqui e conversar com você, mas é que eu tenho sair agora.
– Por quê? Aonde você vai?
– O meu pai vai receber um premio hoje do prefeito, por serviços prestados a cidade. Vai ser em uma cerimônia não muito longe da cidade e eu tenho que estar lá. O meu pai já deve estar me esperando, só que eu não estou encontrando as minhas chaves.
– Sem problema. Eu posso te levar no meu carro se você quiser.
– Não, não precisa. Eu tenho certeza de que deixei as chaves em algum lugar por aqui.
– Stiles, tudo bem. Eu vou com você até lá. A gente pode ir junto.
No final das contas acabei aceitando a carona dele e ao que parecia, isso pra ele queria dizer que estava tudo bem entre a gente de novo.
Assim que nos saímos da minha casa, começou a chover bem forte, tudo indicava que uma tempestade estava a caminho.
– Acho que eu não te disse isso ainda, mas esse seu carro Derek é muito maneiro. Olha só, esse painel e esse som aqui também é muito legal.
– Tá bom, já entendi! Só não fica colocando a mão tá legal.
– Fica frio, eu vou apenas colocar uma musica aqui pra gente. Você fica muito tenso as vezes, devia aprender a relaxar mais sabia?
A chuva estava apertando cada vez mais o que fez com que caísse uma arvore bem grande pouco a nossa frente, que acabou bloqueando parte da estrada.
– Merda! Parece que não dá pra passar por ali. Droga o que que a gente faz agora.
– Acho que vi um desvio a uns dois quilômetros lá atrás. A gente devia voltar e tentar seguir por aquele caminho, não deve ser muito longe.
– Tá bom, mas toma cuidado, é melhor você ir mais devagar.
Nós voltamos e seguimos caminho por uma estrada de chão, que parecia que cada vez mais, nós levava pra dentro da floresta. Alguns quilômetros mais a frente o carro acabou derrapando no meio da lama, até bater em um barranco fora da estrada.
Derek desceu do carro pra ver o que tinha acontecido. Estava saindo fumaça do capo e parecia que as rodas da frente estavam furadas e enroladas em arame farpado que alguém havia deixado na beira da estrada.
– Como é que você tá? Tá legal?
– Estou, eu tô bem. Mas e ai?
– É, parece que o carro já era.
– Como assim? Você não tem um estepe lá atrás?
– Tenho um só, porém nós precisamos de dois pra podermos sair daqui. E também, está saindo fumaça do motor, mas parece que não foi nada demais.
– Eu tentei ligar pro meu pai e pro Scott, mas nem o meu, nem o seu celular parecem ter sinal aqui.
– Isso não é nada bom.
– Então, o que, que a gente vai fazer agora.
– Bom, nós podemos ficar aqui dentro do carro e esperar alguém passar pra nos ajudar.
– Alguém passar? Derek nós estamos no meio do nada, a gente vai ficar preso aqui a noite inteira. Por que nós não saímos e voltamos pra pedir ajuda.
– Stiles são mais ou menos uns treze quilômetros pra qualquer lado que a gente for. Nós ficaríamos andando a noite toda antes de chegar a uma casa ou um posto de gasolina por exemplo.
– Tá, mais ficar aqui dentro esperando não ajuda em nada. Ninguém sabe que nós estamos aqui.
Enquanto estávamos dentro do carro, o clarão de um relâmpago revelou uma montanha bem na nossa frente. Não era muito grande, mas era alta o bastante pra nós subirmos e tentarmos conseguir sinal no celular.
– Tudo bem, eu vou até lá ver se consigo ligar pra alguém e você fica aqui.
– Derek não eu ficar aqui dentro sozinho. Eu quero ir lá com você.
– Alguém precisa ficar aqui casso algum carro apareça, aliás, tá chovendo muito lá fora.
Ele colocou a jaqueta dele sobre os ombros e tapou a cabeça, saiu do carro dizendo “Eu já volto” e foi até lá.
Dentro do carro eu apenas conseguia ouvir o barulho da chuva que caía sem dar uma trégua lá fora. Estava muito escuro, eu olhava pra um lado, olhava pra o outro e não conseguia enxergar nada. Foi então, que eu decidi sair e ir atrás dele.
Eu entrei na floresta correndo e em poucos segundos já estava todo molhado. Continuei andando chamando por ele algumas vezes, mas nada.
Subindo o morro pouco mais a frente, eu acabei o encontrando escalando uma parede de rocha, até escorregar e acabar caindo.
– O que você está fazendo?
– Stiles? Eu não disse pra ficar no carro.
– Eu não vou ficar lá sozinho e também eu achei que você fosse precisar de ajuda.
– Pode me ajudar ficando dentro do carro!
– Olha só, eu não sou um expert no assunto, nem nada, mas não era pra gente procurar um abrigo ou coisa do tipo?
– Eu acho que vi uma abertura na rocha pouco mais a frente que parecia ser um tipo de caverna.
Nós fomos juntos até lá e entramos na abertura. Pelo menos agora, nós não estávamos mais na chuva. Derek pegou alguns gravetos secos que estavam no chão e os juntou entre as pedras, tirou um isqueiro do bolso e com os gravetos ascendeu uma fogueira.
A luz do fogo iluminou toda a caverna, que alias era bem grande. A gente se sentou em frente a fogueira para se secar e Derek ficou bem ao meu lado. Ele olhou pra mim e logo em seguida começou a rir.
– O que, que foi?
– É que você está tremendo tanto que está até, batendo o queixo.
– Parece que essa noite não está sendo á melhor pra nós dois, não é?
– Como é que você tá?
– Tirando o fato de eu ter perdido a premiação do meu pai, ficar perdido no meio do nada e estar todo encharcado e com frio. É, eu tô legal.
– A gente deu sorte, podia ter sido muito pior.
– Olha Derek, mesmo com tudo dando errado desse jeito, eu tô numa boa, de estar aqui com você.
Nós ficamos um tempo ali sentado em frente à fogueira, pois ao que parecia a noite estava apenas começando.

Contínua.


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