Sobrevivendo escrita por Thom


Capítulo 3
Diário - 3 - Um encontro inesperado


Notas iniciais do capítulo

Demorei, muito, mas ta aqui, opinem, comentem, digam o que acham.



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Como descrever o dia de hoje? Começou calmo, mas veio cheio de surpresas. Encontramos uma casa em um morro, bem no topo, viemos investigar e estava vazia, ou seja, é nossa agora. Já foi protegida e tem bastante espaço para todos ficarmos confortáveis, mesmo com todos dormindo na sala. Desmontamos e tiramos as camas dos três quartos, deixando só os colchões na sala, em um canto, de onde só vamos tirar pra dormir. Também encontramos uns quatro colchões infláveis, que somados aos dois sofás, nos deixam ótimo pra dormir de noite. Enchemos os quartos com as armas reservas, roupas e malas que temos. Yash adorou o fato da casa ter um fogão a lenha, pois com a floresta a nossa volta, madeira não vai faltar, além que ele cansou de conjurar botijões de gás sempre que acabava o último. Thalles foi conferir o quintal no fundo, já planejando o que plantar. Lorenna... Fez o de sempre, treinar golpes com o seu machado em algumas árvores, sempre nos lembrando da diferença entre ela e seu namorado amante de plantas, cujo qual ando suspeitando, planeja plantar maconha para usar nos momentos livres. Lyu e Bia foram treinar tiro e arremesso de facas, onde foram seguidos de Sam, que tem uma ótima mira, explicando como dilacerou todos aqueles monstros outro dia. Luma está lendo, ela faz muito isso, parece que se distanciar do mundo em que vivemos virou um vício para ela, além dos cigarros, claro, que ela vive pegando nos lugares em que passamos, e que roubo dela um ou dois por semana. Alex treinou um pouco de esgrima e depois deu uns tiros com a pistola da Sam, e gostou pelo jeito, planeja usar uma como arma padrão agora, mas pelo jeito vai ter que se contentar com as que temos, cuja munição tem fim, ou seja, até ele aperfeiçoar a mira, vou deixá-lo treinando com a da Sam, já que munição não nasce em árvore, e nenhum dos nossos dois feiticeiros bons gosta muito de ficar multiplicando as que temos, exige deles um bom tempo, e se tornou muito monótono e cansativo.
Resolvi andar um pouco, mais cedo, depois de jogar minhas coisas num canto. Cumprimentei Log e adentrei na floresta, de posse apenas de Primus, duas facas e um pouco de comida e água que levei na minha mochila. O morro onde fica a casa não é muito alto e apesar de crescerem muitas árvores na encosta da montanha, creio que até de noite uma boa área já tenha sido descampada, fazendo com que possamos andar ao redor da casa com menos chances de sermos atacados.
Continuei minha caminhada, não encontrando nada de muito interessante no caminho além de uns coelhos, esquilos e pássaros. Ótimo pra gente, Lyu e Batistão podem caçar muita carne fresca. Poucas árvores frutíferas, mas a maioria das frutas o Thalles planta mesmo, algumas até melhor do que as achadas na natureza. Depois de mais vinte minutos caminhando, dou uma pausa, retiro a mochila do ombro e me recosto num árvore, pego um sanduíche natural preparado pelo Yash. Como aproveitando cada mordida e depois toma minha água, mas não toda, deixo ainda metade da garrafa, se eu não achar um rio e acabar sem água, não vai ser muito legal. Levanto-me e faço uma marca mágica nessa árvore, como fiz em muitos objetos no caminho, afinal, não to muito afim de me perder. Posso sentir a energia dela e das outras, e sei que poderia achar o caminho de volta até mesmo vendado. Pego a mochila e saio andando. Perco a noção do tempo e vejo que já é de noite. Através das árvores vejo a luz da Lua. Cheia, mais brilhante que muitas vezes que me recordo. Atrás de mim vejo as marcas que fiz, brilhando como pegadas de luz. Já penso em voltar quando eu noto. Silêncio. Nada de pássaros ou insetos. E daí eu ouço bem ao longe, como se estivesse me chamando. Um uivo de lobo. Viro-me na direção do som e o ouço de novo, porém muito mais perto. Resolvo que é melhor voltar por onde vim, apesar de realmente querer ver a criatura por trás desse som. Mais uma vez, mais perto. Começo a correr pelo caminho de volta, mas cada vez que ouço o uivo, está mais perto, até que começo a ouvir o som de patas correndo e resolvo encarar a situação. Viro-me com Primus em punho. Se essa coisa está atrás de mim, fugir só vai levá-la aos outros, e se tratando de um lobo, a alcateia deve estar perto. De repente o som de corrida diminui e para, e na moita alguns metros à minha frente aparecem dois olhos, dois pontos dourados me observam. Mantenho a postura, pela altura dos olhos, esse lobo é grande, talvez capaz de cobrir a distância que nos separa com um pulo ou uma corrida rápida.
Ouço um clique atrás de mim, como o de uma arma sendo preparada para atirar, algo frio e de metal encosta na arte de trás da minha cabeça.
– Jogue a espada no chão e vire-se, devagar, com as mãos na cabeça. Era uma voz masculina, de alguém com mais ou menos a minha idade. Faço o que ele manda. Ao me virar vejo uma Desert Eagle dourada, sendo segurada por um garoto de cerca de 18 anos. Nas costas, tem embainhada uma espada, da qual só vejo o cabo, então deve ser pequena. Usa uma camiseta de manga curta azul escura, calça jeans normal, porém sem tênis. Vejo o final de um desenho saindo por debaixo da manga esquerda, parece uma tatuagem.
– Por que se preparava pra atacar meu lobo? – Ele pergunta do nada, me surpreendendo.
– Seu lobo? Aquela coisa é sua?! Ele estava me perseguindo, e eu só estava em guarda para me defender. Ele me analisa, não parece confiar muito em mim, mas não o culpo, acabou de me conhecer.
– Meu companheiro e amigo, mas acho que posso considerá-lo como meu, sim, sendo ele meio que parte de mim... – Ele divaga um pouco, parecendo me esquecer por um tempo. Considero correr, mas estou curioso demais pra fazer isso.
– Como assim?
Ele me encara me avaliando, vendo se sou digno de sua resposta.
– Uma longa historia, muito pessoal, duvido que entenda se eu lhe contar, e não tenho vontade de fazer tal coisa, mas me responda, e isso não é um pedido. O que está fazendo tão dentro da floresta?
– Eu e alguns amigos estamos fazendo da casa no topo do morro nossa moradia, enquanto ainda planejamos o que fazer.
Sei que não devia ser tão sincero com alguém que acabei de conhecer e nem sequer responde minhas perguntas, mas com um lobo gigante, uma arma e uma katana, não tenho muitas opções. Ele olha para o lobo que pisca e anda calmamente em nossa direção, não mais tão ameaçador.
– Parece que diz a verdade, Vento Branco, que aliás, é o nome do lobo, confia em você. – Ele guarda a arma num coldre que eu não tinha reparado antes e estende a mão para mim. – Me chamo Vinicius, mas pode me chamar de Martinato, ou Marti, sou do Clã dos Lobos, amigos dos lupinos, meio que depois do “dia escuro”, eu e outras pessoas fomos chamados à floresta, onde encontramos lobos gigantes que nos conduziram até nos encontrarmos todos. Como disse, uma longa historia, mas hoje Vento Branco me fez segui-lo até aqui, então, apesar de parecer loucura, acho que queria que nos encontrássemos.

Fiquei meio pasmo de como ele chegou rápido àquela conclusão, e talvez por estar muito curioso sobre ele, ou por achar que devia ser assim, o chamei para vir conhecer o pessoal, e apesar de todos estranharem o lobo gigante, depois de pouco tempo parecem todos amigos. Nada que um pouco de álcool, pizza e brincadeiras não façam. A maior parte deles está jogado por aí, retirando Log e Thall que foram pro quarto. Eu nem sei porque ainda estou acordado, bem, vou indo dormir.


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