–F-fisgou? Mas, é a Penny primeiro. –Sandy disse.

–Quem garante que ela já não tenha morrido... –Bastou Oliver completar a frase aterrorizante para Sandy murmurar para Oliver:

–Faça o que eu fizer... –Foi aí que os dois correram em direção ao segurança que tentava ligar o Segway. Sandy correu de um lado do diciclo e Oliver para o outro. Sandy num impulso avançou o segurança em cima do Segway com uma cotovelada violenta. O segurança cai para o lado de Sandy que se esquiva do corpo do segurança, sobe no segway e gira a chave vermelha para ligar. Oliver, por sua vez, corre para o outro segway de um segurança distraído, e com rápido chute certeiro no escavamento atrás do joelho, fez o segurança desequilibrar-se e cair no chão. Oliver subiu no segway e com dificuldade e fez com que ele funcionasse. Ficara meio desequilibrado, mas conseguira dirigi-lo normalmente. Sandy e Oliver formavam uma bela dupla. Os segways estavam muito rápidos. Os seguranças tentaram correr, mas com a incrível e anormal rapidez do diciclo, despistaram facilmente os seguranças.

–Como esses segways estão funcionando? –Oliver perguntou com os olhos meio fechados, com o vento batendo em seu rosto.

–É por que a morte quer a gente dentro deste parque. –Sandy respondeu séria, com metade de sua franja ainda na testa.

–E por que estamos indo então?

–Além de provoca-la, começar a pôr em prática a sua teoria.

–Ué, onde está aquela Sandy calma e dócil?–Diz Oliver descontraindo. Sandy dá um sorriso de canto de boca e diz:

–Morreu.

Na entrada do Parque...

–Ei, vocês estão com aqueles vândalos? –A moça do caixa perguntou parecendo apressada.

–Não. –Selena mentiu.

–De forma alguma, estamos na paz aqui. –Diana complementou.

–Tudo bem, desculpem o transtorno. –A moça voltou a seu posto após tê-lo abandonado.

–Está desculpada. –Selena dá um sorriso amarelo.

Dentro de SharniLand...

–Ai, tô tão nervosa, eu tô pronta! –Penny mexia seus braços.

–Calma moça. –O homem postava o equipamento em Penny na cápsula.

–Põe logo esse cinto, tô tão nervosa! Quando eu subir vai ser tão legal. –Penny dava chiliques enquanto arrumavam-na no estilingue humano.

Jody e Karen pegaram seus lugares na roda gigante. Foi quando começou a chover, do nada, e o céu começara a produzir trovoadas. Então Will aparecera de repente, à procura de Penny, e o mesmo estava entre a Roda Gigante e do Estilingue Humano. Ele olhou para a direita, e viu Penny a ponto de se divertir no brinquedo:

–PENNY! SAI DAÍ! –Will gritava, já ficando ensopado de tanto chover. Penny não conseguia lhe ouvir.

–Com licença, vai ter de sair de onde está, espere sua vez. –Um segurança do brinquedo alertou a Will.

–O senhor não entende algo vai acontecer neste parque. TODOS TEM QUE ABANDONAR O LOCAL! VOCÊS! SAIAM DO PARQUE! AFASTEM-SE DA RODA GIGANTE E DESTE ESTILINGUE! –Will gritou.

–Desculpe senhor, vai ter de se retirar. –Um segurança segurou o braço de Will.

–Quer parar de nos atrapalhar, você é um cigano por acaso? Ou está bancando a Sandy Campbell?! –Algum jovem na fila brincou.

–ESTOU FALANDO SÉRIO, NÃO FUI EU QUE DISSE, FOI A PRÓPRIA SANDY CAMPBELL, SAIAM! –Will estava desesperado. Quando vários raios começaram a atingir as duas torres verticais que suspendem as rodas paralelas da roda gigante. Era algo inacreditável.

Jody e Karen ficaram assustadas, gritavam muito, querendo sair do brinquedo, foi quando um raio que parecia de outro mundo, com uma energia enorme, atinge Karen, a matando na hora. Jody gritou alto aterrorizada. Foi quando as torres verticais que suspendiam a roda gigante começaram a inclinar-se, cada vez mais. Jody queria sair do local, mas não podia. Se tentasse se mover, seria atirada de lá do alto.

Depois de vários raios atingirem simultaneamente os mesmos alvos, as torres não aguentaram, e soltaram as rodas paralelas do brinquedo, que com a velocidade que estavam ambas saíram girando como uma roda de pneu, atingindo muitas pessoas e brinquedos que lá havia.

As duas rodas do brinquedo que estavam enroscadas uma na outra, se descolaram, e cada uma foi para um lado, destruindo tudo que estivesse em frente a elas. As pessoas que estavam nas poltronas começavam a ser arremessadas, e poucas conseguiam se segurar nas poltronas. Jody rasgara a poltrona num ataque de pânico e escondeu-se literalmente dentro da mesma.

Will correu com toda a sua velocidade de lá. A roda mais pesada que foi para a direita se chocou com os fios de aço do Estilingue Humano na hora que Penny estava na cápsula sendo “jogada”. Com o choque, os fios de aço se romperam, e a cápsula que Penny estava envolvida foi literalmente arremessada para longe.

Penny gritou alto, deslizou pelo cinto de segurança da cápsula, sendo arremessada para a trilha de aero geradores que existiam ao lado do parque. Penny não tinha o que fazer, apenas gritar de desespero, até que a hélice de um dos aero geradores calou a garota. Penny fora empalada em sua axila pela hélice do moinho eólico. Muito sangue foi liberado.

A hélice do aero gerador entrou na axila direita, e saiu pelo ombro esquerdo. Penny morreu de olhos abertos. O moinho eólico continuava a girar, mesmo com Penny Thompson enroscada nele.No parque, Will arregala os olhos apavorado. Agora, era a sua vez. Um vento gelado fazia seu cabelo quase sair do coro cabeludo. Dois seguranças apareceram atrás de Will, cada um segurando um braço do mesmo:

–Venha conosco, rápido! –Os seguranças levaram Will que esperneava em meio aqueles homens de uniforme. Foi quando uma roda fez uma curva, e partiu com toda a velocidade em direção a Will. Os seguranças soltaram e abandonaram o rapaz na hora e fugiram. Will estava prestes a correr, quando um destroço do tamanho de seu pé e em formato de farpa, (provavelmente de um brinquedo de madeira esmagado e despedaçado) foi arremessado em Will. A “farpa gigante” pousou com toda a força atravessando o pé do sobrevivente e pousando no chão, fazendo o mesmo ficar preso ao local. O destroço pontudo prendera Will no chão enquanto a roda gigante descontrolada vinha em direção a ele. Will gritava por socorro, mas ninguém se dispôs a ajuda-lo.

Puxava seu jeans para cima com a esperança do destroço não tê-lo atravessado. Foi quando no meio do carrossel partido em dois do parque, Sandy e Oliver surgiram da fumaça montados em seus Segways. Estavam indo em alta velocidade enquanto Will esperava por elas.

Foi quando no meio do caminho, os segways pararam de funcionar, tentaram ligar girando a chave várias vezes, mas não conseguiam. Quase não tinha o que fazer. Sandy e Oliver estavam longe, Will estava encurralado. A roda gigante estava prestes a esmaga-lo, quando do outro lado, de repente, Estevan aparecera com uma moto em toda a velocidade. Ele usava uma jaqueta preta e uma calça jeans.

A moto ganha velocidade subindo na rampa do carrossel e deu um impulso, voou com a moto, e com sua atitude sagaz, passa pelo local e puxa Will pela gola da camisa. A farpa vai junto ao pé dele. Estevan pulou da moto com Will e ambos passam raspando pela roda gigante. A moto é esmagada.

Estevan com sua moto trouxe Will com vida para longe daquela roda descontrolada. Sandy por sua vez, abraça Will e o apoia, pondo seu braço sobre ela.

–Bela moto. –Will falou gemendo, pois seu pé estava imobilizado com o destroço atravessado nele. Nesse momento, as duas rodas pararam de girar. Pessoas ainda estavam vivas na roda gigante.

–Oh Deus, você está vivo. –Sandy e Will se abraçam, Estevan sorri. –Achei que ia te perder...

Will sorri para Sandy ainda com as lágrimas derramadas da dor de seu pé perfurado. Ambos se olham sorrindo, até que Will põe a mão na nuca de Sandy, e a rouba um beijo na boca. Sandy arregala os olhos, mas continua curtindo o momento.

Depois de alguns instantes, seus lábios se desencostaram, e ambos que estavam sentados no chão se levantaram e desviaram a atenção quando ouviram um barulho.Eram dois helicópteros estavam se aproximando do parque, para salvar os que ainda giravam vivos na roda gigante. Oliver lembra:

–Galera, não quero interromper nada, mas, quem morre depois do Will?! –Bastou Oliver fazer a pergunta, que Selena e Diana apareceram do nada correndo.

–Diana, Selena? De onde vocês saíram? –Will disse já acostumando com a dor no pé. Selena respondeu com voz de cansada:

–Os seguranças pensaram que podiam nos pegar, mas somos rápidas, como o vento! –Selena responde sorrindo.

–Viemos para cá correndo pra cá pra ajudar vocês e... Estevan! De onde você saiu? E a Agente Mirella? –Diana perguntou a Estevan.

–Olha os Helicópteros dela aí! –Estevan apontou para cima.

–Esses dois? E eu achando que ela era só um projeto de policial metida a babaca. –Selena disse surpresa.

–Fala ruivinha! –Estevan a abraça.

–Como você soube de nós aqui com tanta rapidez. –Diana perguntou.

–Eu estava com uma foto três por quatro de Diana para mostrar como ela era com cabelo louro, mas o vento a fez voar da minha mão com tanta força que só parou de mover no ar quando ela cravou-se em uma farpa na parede, e depois que vi o noticiário ao vivo, vim correndo pra cá.

–Espera, espera um segundo aí. Não estão achando isso estranho? Mirella, Estevan, Diana, Selena... Todos se reuniram na mesma região! Será que isso não foi por acaso? –Sandy perguntou fazendo força para Will não cair de cima dela.

–Espera... Quem... –Selena perguntou mudando de feição.

–Selena, é a sua vez. –Sandy confirmou.

–Como? –Numa fração de segundos, um helicóptero que estava para salvar os sobreviventes na roda gigante é atingido por um raio. O helicóptero perde completamente o controle e começa e descer com muita velocidade. O helicóptero descontrolado cai em direção à Selena.

–SELENA, OLHA PARA CIMA! –Oliver grita. Selena olha para cima e grita alto. Estevan fechou os olhos para não ver a cena. Foi quando Diana, que estava ao seu lado, avançou em Selena, fazendo-a cair para o lado. O helicóptero espatifou-se no chão, mas não atingindo ninguém com vida. Selena e Oliver passaram raspando no helicóptero. Selena levanta ficando de costas para o helicóptero e em frente a Oliver e os quatro.

–Ufa... Foi por pouco... Hê hê...–Na hora, as hélices do helicóptero do nada giraram com toda a velocidade, fatiando por trás o rosto de Selena, que parou de dar risadas instantaneamente. Selena foi destruída e esfolada em um líquido spray, deixando todos que estavam por perto, cobertos de sangue. Partes do rosto de Selena deslizavam vagarosamente sobre seu tronco.

–SELENA! –Oliver gritou. O rosto de Will ficou pálido.

–NÃO... Não! –Sandy gritou. Oliver abraçara a cintura de Sandy, que permanecia paralisada. Todos correm rápido para longe do local ensanguentado rumo ao carrossel destroçado, onde estavam os dois segways estacionados. Sandy ajudava Will que mancava.

–Uff... E agora?–Diana perguntou.

–Diana... –Sandy tentou falar.

–Não... –Diana não aceitou dando passinhos vagarosos para trás, quando, por ironia, ela virou para frente, e o Segway que estava ali a fez escorregar e cair em direção ao destroço pontudo e imenso no pé de Will. Com a força do baque, Diana gritou alto, já estava imaginando a cena dela própria sendo empalada no olho no próprio pé de seu amigo. Eca.

O sinal que Estevan percebera estava tão óbvio, mas ao mesmo tempo tão difícil. Sandy, por sua vez, foi mais esperta, e segurou em um broche que estava enroscada na jaqueta de Diana, que ficou frente a frente do aquela imensa farpa que fazia Will gemer de dor.

–Ai meu Deus, isso foi bem rápido. –Diana disse, sendo puxada para trás e tendo a morte interferida.

–Ai não... Quem sobrou?

–A última da lista... –Oliver lembrou.

–Sou eu, ai não... –Sandy disse aterrorizada. Em uma fração de segundos, Jody, que estava ainda presa na roda gigante, é expulsa da poltrona da roda gigante por uma mola presa que se rebelou por falta de espaço, arremessando Jody direto para Sandy:

–SOCORRO AAAAH! –Jody gritara, Sandy olhou para o alto e viu o corpo que mataria ambas as que corriam perigo. Se Sandy ficasse no local, morreria pelo peso que seria atirado nela, e se conseguisse pular para fora de lá, a garota morreria na hora. Sandy, num esperto reflexo, jogou-se para fora da região, e Jody é espatifada de frente ao chão, mudando a cor da areia do parque para vermelho.

Diana gritou com uma voz meio rouca de medo.

–Ai Meu Deus... Eu juro, se eu tivesse tempo para pensar, eu tentaria segurá-la. –Disse Sandy olhando para a violenta cena de um corpo com pernas e rosto viradas para trás.

–Era impossível... Ambas morreriam com a velocidade que essa garota veio. –Estevan falou.

–Eu tô viva. –Sandy disse, sentando no chão com dificuldade, com sua roupa amassada, cabelo assanhado (mais que o normal) e um pouco de sangue na pele do maxilar esquerdo. Passou sua mão no rosto.

Sandy olhou para cima e viu o céu clarear aos poucos.

–Espera... Se algum dos escolhidos pela morte morreu, o que acontece? –Will perguntou.

–Os escolhidos estão vivos. –Sandy disse suspirando aliviada.

–Mas, como você... –Oliver é interrompido:

–Os escolhidos estão vivos. Eu sei. Não sei como sei disso, mas, vencemos a morte, e... O vento gelado parou.– Sandy põe sua mão no bolso parecendo querer puxar algo do bolso. Ninguém do parque tinha notado, mas o famoso Barco Viking ainda funcionava. Ninguém estava no brinquedo, mas o mesmo estava com muita velocidade.

A famosa “barca” estava balançando tão rápido que quase girava 360° graus. Sandy já esperava que a Morte estivesse furiosa por ter sido vencida por jovens imaturos, e faria algo para assusta-los. O ferro desgastado que movia a barca rachou, se inclinou e arrebentou. A barca foi em direção a eles fazendo muito barulho.Todos correram para longe gritando com medo da Morte.

Sandy continuava lá, a barca amassa sem dó nem piedade... Um grupo de formigas que iam tranquilamente ao seu formigueiro e foram esmigalhadas pelo concreto. O imenso brinquedo caíra bem ao lado de Sandy, que além de não ter nem se movido, conseguiu puxar de seu bolso o que queria: Um saquinho de bala de menta.

–Sandy, você... –Diana é interrompida.

–Deixe-a. Eu disse que a visionária sentiria quando tudo acabasse. –Oliver murmurou para Diana.

–E... E essa menina caída no chão? –Estevan falou.

–Ai... Ouçam, passamos pelo pior dia de nossas vidas, pessoas que amávamos morreram diante de nossos olhos. O mínimo que merecemos, são balinhas de menta. –Diana disse sentando ao lado de Sandy e apoiando as costas na barca arremessada há instantes.

Diana põe sua mão dentro do saquinho e puxa algumas balas. Logo, Estevan pensa um pouco, e senta ao lado de Diana, levando suas costas à barca. Após Estevan fazer o mesmo das garotas, Will também o segue mancando, e senta do lado direito de Sandy.

–Teremos que cuidar disso quando os bombeiros chegarem. –Sandy comentou para Will sobre seu pé. O mesmo se apoia no colo de Sandy, logo, Sandy segue compartilhando as balas de menta para o pessoal sentado.

–Ai, essas balas são tão boas... –Disse Estevan de boca cheia.

–Ei, eu também quero experimentar! –Oliver corre e senta entre Diana e Sandy. Logo, no local, todos falam de boca cheia “Como isso está bom...”, “Que bala divina!”, “A Sandy deveria vender isso aqui. Sério mesmo.”.

Nesta hora, os quatro estavam em meio à poeira, sangue, e vários brinquedos destroçados. Todos eles não tinham mais nenhum compromisso com a morte. Ambos estavam tristes, mas ao mesmo tempo aliviados. Venceram a famosa besta. Jamais imaginariam que da espaçosa e cheia Sala de Cinema Número 6, só sobrara três indivíduos corajosos que encararam seu destino e o mudaram.

–Subam aqui! Atenção! –Mirella gritava no megafone do helicóptero. Todos eles respiravam fundo, enquanto uma luz forte e redonda os envolvia e uma escada do helicóptero da Agente descia para que cada um deles saíssem daquele malfadado filme de terror...