Bailarina, oh bailarina, tão cedo... escrita por Tachibana Aoi


Capítulo 1
Boa queda, boa morte.


Notas iniciais do capítulo

E aí, essa é só mais uma das minhas poesias naqueles momentos filosóficos da vida.
Eu gosto de escrever coisas fúnebres, e saiu isso. Eu gostei um bocado, comparado com algumas poesias minhas anteriores. Acho que tive um pequenino progresso c:
Bom proveito, e boa leitura.



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A bailarina plana como as pétalas de uma rosa
A rosa murcha como um ser que perde a vida
O animal morre, mas a bailarina é o animal
E assim se inicia um inexplicável paradoxo


A bailarina exibe sua bela dança encantadora
Capturando todos os olhos com atração magnética
A bailarina não sabe dançar
Somente lhe ensinaram a voar


Ela parece suave, mas cai logo em depressão
A rosa murcha como um ser que perde a vida
Suas veias se rasgam quando a lâmina por estas
Passa
Sem dó alguma ou piedade demonstrativa
E a dor chega ao ápice quando se rompem
As mangueiras do coração
O animal morre, mas a bailarina é o animal


Sem entender o mundo, sem saber dançar
A bailarina segue mesmo sabendo sua podridão
Olha feliz; existem pessoas piores que ela
Mas não existem cérebros
Mas existem conexões
Mas existem luxúrias
Mas a bailarina ainda vive


E a pior das dores, era saber exibir
Todavia não saber em que sincronia.
E a diferença de adversidades machuca,
Porque uma é pior que a outra.


A bailarina queria uma rosa
Mas ela era a pétala de uma
A bailarina queria um animal
Mas ela já era um


A bailarina queria tudo
Mesmo já sendo.


Ela se esqueceu dos sentimentos
E dançou os passos da morte
Caminhando numa prancha negra
Exibindo seus cabelos brancos
Seu coração batia seus passos
Agora sua insanidade os define
E o sol nunca virá novamente


Contemos quantas protuberâncias tem a lua
Na solidão, caí melhor algo banal
Do que o amor ao próximo


A necessidade de ser superior veio a ela
E sua boca escorrendo sangue tornou-a bela
Para seu próprio padrão.
A originalidade era muito importante,
Aparecera dançando morta aos palcos, então.


A bailarina tinha a pele incomodada pelos ossos
Que era quase perfurada por estes
E quando os movimentos flexíveis ela fazia,
A música de sua dança,
Era o barulho feito pelas pedras brancas.
E fracas.


Seus dentes amarelos de cigarro, somente
Não combinavam com sua aparência.


A bailarina pintou seus olhos de negro
E seus pés, naturalmente, ficaram com a sola vermelha
Pelos pingos de sangue que brandamente iam caindo de sua boca
Outrora de sua pele
Outrora de seus músculos
Outrora de sua frieza
Tudo tornando o pretérito mais macabro,
Melhor dizendo, tornou.


Ela ficou com olhos semicerrados
Já avermelhados
De tanta maquiagem.


Ela ficou com o coração parado
Já delirado
De tanta ausência de sangue


Ela ficou com as pernas bambas
Já, ambas
De tanto dançar loucamente


Porque quando você chama a morte, ela vem.
E quando você sabe que algo vai acontecer, dói mais.


Porque quando você olha para o sol, seus olhos ardem.
Mas o sol não veio, e como todos sabiam que ele não viria
Doeu agudamente.


Porque quando você tem uma oportunidade na vida,
E ela vem forte
E você a perde pela sua ganância original de ser,
Dói como ser machucado todos os dias, mas não poder morrer.


A bailarina, quando viu sua oportunidade, já tinha partido.
Sem sentimentos, com vontade de tê-los
Sem fome
Sem sede
Sem quase nada, a não ser negativamente.


Porque a bailarina hipnotizava todos com coisas cruéis
Que pensavam ser doces


Porque a bailarina foi congelando
Ela se tornou a morte


De si própria.


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