Escola de guerreiros- História interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 2
Cap 01- Bem-vindos a Vances Blades.


Notas iniciais do capítulo

Então este é o capítulo inicial, tenho de início 4 personagens, quem for entrando na história é só me enviar que vou escrevendo os capítulos conforme for recebendo.

No final dos capítulos terão escolhas a serem tomadas por alguns personagens com a seguinte pergunta:

O que seu personagem fará em seu próximo capítulo? (respondam isso na visão do personagem e o que ocorreu em sua narrativa, como por exemplo o personagem de Pedrinho estava em um combate e cercado por criaturas, o que ele fará no próximo capítulo? Pedrinho responde que seu personagem tentará fugir por alguma passagem estreita e despistar as criaturas evitando ao máximo o confronto mesmo que tenha que abandonar os demais.



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O primeiro dia de Julho, outono. A escola de Vances Blade localiza-se ocultada em uma floresta de árvores altas e rochas enormes com várias construções assemelhadas a um castelo medieval, com um rio enorme cortando parte da floresta, durante o Outono as folhas caem em grandes quantidades enfeitando os campos de flores coloridas e estradas curtas de passagens ocultadas. E Lá estava o jovem de cabelos negros e curtos, barba rala mesmo com seus dezessete anos, medindo quase um metro e oitenta.

Eles estava sentado na traseira da carroça junto a três garotos, todos dividindo o mesmo perfil. Cabisbaixos e com medo. Mas algo quebrou o silêncio, foi o homem que conduzia os cavalos na parte frontal da carroça, um velho com um chapéu redondo preso a sua cabeça imensa.

–Jovens, podem conversar, não estão indo para a prisão. – ele disse e deu uma risada, em seguida retirou seu odre e lançou entre o meio dos garotos. – bebam, fará bem para vocês. Eu sempre bebo e vocês não são mais crianças.

Os jovens se entreolharam, sabiam que aquilo era hidro mel, a maioria já tinha bebido menos Drak, o nome do garoto é Drak Erenford, veio de longe e nem lembra mais o nome de seu vilarejo, só sabe que estava ali agora e não tinha mais volta, havia se perdido da irmã. Ele deu alguns goles e fitou um outro jovem dividindo um mesmo perfil.

–Qual seu nome? – perguntou o garoto que Drak fitou, parecia ser um pouco mais jovem.

–Drak, e o seu?

–Calebe. – eles apertaram as mãos. – de onde veio?

–Não me lembro.

–Oh... Bem, eu vim de Novac, uma cidade ao leste. – disse Calebe com um sorriso no rosto. Drak olhou para os lados da carroça enquanto os outros jovens conversavam e bebiam hidro mel e sussurrou para Calebe que quase não o ouviu.

–Não está com medo?

–Com certeza não, eu esperei por esse momento.

–Eu também mas não conheço o lugar, como vamos sobreviver? – eles sussurravam um ao outro.

–Somos amigos agora, ou colegas, não sei. Seria uma bom plano nos juntarmos, um proteger o outro. – aquilo soou bem para Drak que sorriu e apertou a mão de Calebe novamente.

–Feito. – aquilo trazia memórias de sua irmã, ele tentava reprimi-las pois sentia sua falta.

Todos conversavam e se divertiam, isso foi até o anoitecer quando o homem da carroça parou e montou acampamento junto a outros dois homens grandes armados com espadas e arcos. Adentro aquela floresta cortaram lenha, acenderam uma fogueira e cozinharam, sopa de coelho. O prato da noite.

–Isto está uma delícia senhor! – exclamava um dos jovens salivando enquanto se deliciava da sopa de coelho. Os demais assentiam e tomavam da sopa sorridentes. Os homens grandes com espadas também estavam lá dividindo uma garrafa de hidro mel e lambendo as pontas dos dedos cobertas pelo líquido salgado da sopa.

–Para onde vamos... Como é lá? – perguntou um dos jovens ao homem da carroça. Todos ficaram quietos para ouvir a resposta, porém um dos guardas riu e bateu a mão no ombro do jovem após se levantar.

–Melhor ver com seus próprios olhos garoto- o outro também riu - Vou mijar.

–Tem medo? – perguntou o jovem mais magro ali presente, seu nome é Pipe, um jovem de dezessete anos com um rosto esquelético e feições engraçadas. Cabelos louros e lisos até os ombros escondendo um pouco suas orelhas de burro e o pescoço magro. Ele sorria com a boca cheia de sopa olhando para o garoto que fez a pergunta.

–Não, só queria saber como é. – o outro guarda encheu sua bacia artesanal com um pouco mais da sopa de coelho, estava um pouco embriagado naquele momento.

–Deve ser maneiro, ouvi dizer que tem garotas lá, e são lindas, atirando com seus arcos e profanando feitiços com os lábios carnudos e seios! Ah, eu amo seios! – o garoto que dizia tais palavras era o mais gordo, não tão gordo, porém gordo. De cabelos negros arrepiados, olhos castanhos e uma barbicha de bode sobre o queixo. O guarda que fora urinar voltava já rindo do que acabara de ouvir assim despertando o riso dos demais. – o que? Não teve graça!

–Não teve mesmo criança, quando eu tinha sua idade era exatamente como você- ele voltou a se sentar ao lado do companheiro com o qual dividia a garrafa de hidro mel. Tomou a garrafa do companheiro, bebeu alguns goles e voltou a falar- Mas lembrem-se da responsabilidade que irão assumir a partir do momento que cruzarem a ponte. – aquilo não os assustava, não naquele momento, não imaginavam o que viveriam ali.

–Vamos nos treinar para combater os demônios não é? – perguntou Pipe de olhos arregalados e sorridente.

–Sim, com todos os tipos de armas e meios de combate. Vão fazer os demônios ajoelharem-se perante a lamina de suas espadas. – o outro guarda disse. Depois ambos riram, o homem da carroça apenas ouvia tudo de cabeça baixa tomando sua sopa.

–Vou dizer a verdade para vocês garotos- aquilo assustou a todos, uma brisa gelada passou por ali congelando as almas jovens dos garotos. Eles começaram a tremer de frio mesmo ao lado da fogueira.

–Não diga, vai assustar eles... – comentou um dos homens. O velho da carroça apenas fez sinal de silêncio com o dedo indicador e começou a falar deixando a bacia com sopa ao lado.

–A maioria morre, vocês terão de ser espertos, um simples teste pode custar a vida de vocês. Um braço, uma perna, os dedos das mãos e pés, costelas quebradas, órgãos perfurados por lanças e garras de demônios. Tudo parece fácil mas não é, vão separa-los por grupos, montar guildas e manda-los para o combate, guerras, sangue quente e ossos esmagados. É só isso que irão ver, só isso que irão fazer, matar e sobreviver.

E depois daquelas palavras o silêncio dominou o pequeno acampamento, a noite gelada fez os jovens estremecerem mesmo próximos a fogueira com cobertores de lã, mas não era o frio, era o medo.

Os irmãos Beladona.

Beladona Khoen, o irmão mais velho, habilidoso e cheio de moral em Vances Blade, já está lá a alguns meses e carrega consigo o irmão mais novo porém não tão importante quanto ele, é assim que pensa, Khoen ignora o irmão, e naquela escola fizeram um trato de não serem irmãos pois isso seria crucial para o sucesso, claro que é o sucesso de Khoen, egocêntrico e insensível ao tratar-se do irmão mais novo. Possuí cabelos de mesmo tom rubro, em fios lisos e macios, quase sempre presos por um rabo de cavalo, que não chega a cair na altura dos ombros. Seus olhos são verdes esmeraldeados, e as sobrancelhas grossas quase sempre arqueadas sugerem uma imagem imponente. Os dentes não tão perfeitamente alinhados são raros à serem vistos, pois pela vergonha que sente da aparência, não costuma sorrir. O corpo magro e definido encaixa-se na altura de 1,78. Sua pele é pálida, e também manchada pela herança do leão de Bronze. Possuí mãos e pés grandes, e um rosto comprido de queixo e nariz afinados.

Ele estava nos campos de treinamento de Vances cercado por centenas de outros alunos lutando com espadas sem corte e escudos de madeira. Outros treinando a pontaria com arco e flecha tentando atingir maças e melancias a longas distâncias. Os professores e instrutores estavam todos ali lecionando e dando dicas para os jovens guerreiros e guerreiras. Já Khoen treinava só com sua espada, seus movimentos eram desferidos no ar enquanto ele fazia pequenas acrobacias e chamava a atenção de algumas pessoas.

No fim daquela tarde de quinta-feira ele estava sentado próximo ao enorme rio, era uma praia de pequenas proporções onde alunos gostavam de gastar seus dias, tomando sol, conversando e namorando. Mas Khoen ia para lá todos os dias apenas para ver quem chegaria no fim da tarde, quem eram os novatos que atravessariam a enorme ponte de mármore sustentada por pilares que adentravam as aguas do rio e atravessavam-no levando-os a entrada de Vances Blade. Ele observava o pôr do sol e viu a carroça atravessando a ponte.

–Olhem, está chegando carne nova! – gritou um jovem deitado próximo a maré quase nu e rindo como se fosse uma piada.

–Olá Khoen. – a sombra encobriu o jovem Beladona, ele olhou para trás e viu Eshara, uma Felis de cabelos louros e compridos até a cintura, lisos e sedosos. De olhos azuis e com feições felinas, sua calda é curta e sempre fica a mostra, ela veste o uniforme da escola com uma mini saia de couro avermelhada. Toda vez que Khoen a via ficava excitado, eram os hormônios aquela altura.

–O que faz aqui Eshara? – acho que fui rude pensou Khoen torcendo os lábios, era tímido apesar da popularidade. E as curvas da bela Felis o deixavam mais sem graça ainda, como não olhar para aquele decote? Aquela mini saia?

–Estava dando uma volta- ela sentou-se ao lado de Khoen e sorriu com aqueles olhos azuis penetrantes o encarando. – você sempre vem aqui não é? Te vejo quase todos os dias quando venho procurar plantas para fazer poções. Admito que gosto bastante das aulas de alquimia, tenho dotes para fazer poções e se você quiser posso fazer uma poção que muda seu humor e até a cor de seus cabelos, mas seria horrível porque adoro a cor dele. Não é bonito a vista daqui? Esse rio enorme, os alunos rindo de qualquer idiotice ao invés de estudar... – o problema de Eshara é que ela fala demais- Eu não te vi nas aulas de alquimia mais, o que houve? – foi uma brecha, Khoen tomou ar e disse.

–Eu troquei, agora faço aulas de história arcana. – Eshara boquiaberta voltou a falar.

–Que pena, mas é bom saber que você trocou uma aula por outra. Muitos alunos não se importam com os estudos, divido um quarto com duas garotas e elas só querem saber de trepar com os membros da Lirium. Eu não os acho tão atraentes assim, eles tem credibilidade, com certeza! Porém são tão idiotas.

Eles conversaram por aproximadamente meia hora. Ao tardar do dia voltaram para a escola por uma estrada escura encoberta por árvores enormes.

Já eram oito horas da noite, Khoen estava em seu quarto deitado na cama olhando para o teto de madeira. Seu único colega de quarto Clay acabará de chegar batendo a porta com tudo, estava ferido.

–O que houve? – indagou Khoen.

–Nada de mais, só um treino... – mas Khoen sabia que não era “só um treino”.

–Foi Kross de novo? Não desiste de enfrenta-lo? Já te falei mil vezes para esquecer esta rixa. – Clay deitou em sua cama e grunhia de dor.

–Não foi nada, já disse.

–Ele te bateu feio dessa vez. Não vai a aula amanhã, não é? - Clay não disse nada, estava sentindo muita dor. Khoen poderia pedir para Eshara talvez fazer um remédio para melhorar essa dor, ele confiava nos dotes da jovem Felis.

O jovem Beladona não achava certo a atitude de Kross em desafiar todos da escola para provar que é o melhor, ele desafiava somente os mais fracos, não tinha a coragem de enfrentar alguém a sua altura, aquilo já estava irritando Khoen.

Aquela noite passou rápido, os jovens Drak e Calebe chegaram a escola, ouviram a pronuncia do diretor e conheceram alguns novos alunos também. Estavam animados naquele momento, cheios de calor e vontade de lutar. Receberam as chaves de seus respectivos quartos, dormiriam no mesmo quarto dividindo com outros alunos veteranos.

–Isso vai ser o máximo! – gritava Calebe animado caminhando pelos corredores do dormitório masculino enquanto alunos veteranos os encaravam com olhares frios e zombeteiros.

Sejam bem-vindos a Vances Blades.


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Notas finais do capítulo

Agora vão as decisões a serem tomadas por Khoen, Drak e Calebe. Somente os donos dos personagens podem decidir seus destinos.

O que Khoen fará em seu próximo capítulo?


O que Drak fará? Quais serão suas primeiras ações na escola?

O que Calebe fará? Quais serão suas primeiras ações na escola?