Na manhã de segunda, eu acordei com nenhuma vontade de ir a escola, pois era uma manhã chuvosa. Mas me lembrei que iria no carro de Oliver e não poderia perder essa chance.
Me levantei correndo, botei um hobby e desci para a cozinha. Lá, encontrei Philip. E lhe disse:
- Philip, eu não vou com você para a escola hoje, tudo bem?
- Sim, mas vai como? No carro da Alicia?
- Não, vou no carro do... Meu namorado. – Eu disse, sorrindo.
- Namorado? A senhorita está namorando? Que bom! Mas, posso saber quem é?
- Claro! É um garoto da minha escola. Ele se chama Oliver. Ai, ele é tão lindo! Tão perfeito! Tudo que eu queria. – Eu disse, quase saltitando de tanta felicidade.
- Quem é essa pessoa? Eu? – Meu pai, que chegou ali do nada, perguntou.
- Não, pai. É Oliver, meu namorado.
- Ai. Não estou gostando deste garoto! Quero que você me apresente ele.
- O que? Mas isso é um mico enorme! – Eu protestei.
- Não quero saber. Você vai ter que me apresentar ele. – Ele disse. Bufei e fui me arrumar para a escola.
Depois ouvi uma buzina, fui correndo para a janela olhar e lá estava ele, lindo como sempre, brincando com sua chave. Desci as escadas correndo, abri a porta e nem dei tchau para ninguém. Fui direto abraçar ele que ficou surpreso comigo ali.
Ele me beijou e perguntou como eu estava. Depois fomos para o carro e quando ele ia saindo, vi meu pai na janela com um olhar de raiva.
- Parece que seu pai não gosta muito de mim. – Oliver comentou.
- Não, é que... Ele só está desconfiado, eu acho. Quer que eu te apresente pra ele.
- Então diga para ele que está marcado. Quarta-feira eu vou à sua casa e me apresento a ele. – Ele disse, para minha total surpresa.
- Sério? Você vai mesmo?
- Claro que eu vou. Faço tudo por você, lembra? – Ele me lembrou. Eu sorri e lhe beijei no rosto, pois ele não podia se virar porque estava dirigindo.
- Tente ser agradável e não fale sobre o que quase fizemos no acampamento, ok? – Pedi.
- O que quase fizemos no acampamento? – Ele perguntou, me deixando surpresa. Como ele podia ter esquecido isso? – Brincadeira. Eu nunca esqueceria aquilo. Foi depois do nosso primeiro beijo. Uma coisa que vai ficar guardada na minha mente para sempre. – Eu o beijei e depois chegamos na escola.
No estacionamento só havia uma vaga. E logo em frente a ela, Justin estava encostado em seu carro. Logo, me apavorei:
- Será que não tem outra vaga? A gente não pode parar aqui!
- Não, não tem. É porque chegamos atrasados. Se não fosse você me distraindo com seus beijos e sua beleza, teríamos chegado mais cedo.
- E agora? – Perguntei.
- Vamos ter que sair daqui. Se ele perguntar alguma coisa, diz que teu carro quebrou e que você me pediu uma carona como amiga.
- Ok. – Concordei.
Quando saímos do carro, Justin imediatamente olhou. E seus olhos demonstravam surpresa, depois raiva e depois fúria. Fiquei com muito medo. Olhei para Oliver e ele estava tranqüilo, caminhando no corredor em direção a sala. Eu o segui.
- Se você me seguir ele vai perceber. – Ele sussurrou.
- Eu sei, mas não sei o que fazer sem ser te seguir.
- Sabe, eu queria que nós pudéssemos admitir que estávamos namorando, mas eu simplesmente não quero morrer. E olha que eu nem sou covarde. – Ele explicou.
- Eu sei, amor. Ai, aonde eu estava com a cabeça quando decidi namorar ele? Eu podia muito bem ter esperado você chegar na minha vida e facilitar tudo, mas não. Eu sou uma idiota, mesmo!
Ele parou e se virou para mim:
- Ei, não se xinga. Você não é nada idiota, você é maravilhosa. Você não tinha como saber que eu existia e que ia entrar na sua vida. Ninguém nesse mundo é vidente. Agora, fica calma que vai dar tudo certo. Eu amo você. Tchau. – Ele se despediu.
Então ouvi um grito:
- Claaire!!! Amiga! Estava com saudades! – Alicia veio em minha direção para me abraçar.
- Shh! Justin não pode saber que eu estava com o Oliver num acampamento neste fim de semana. Senão eu perco o amor da minha vida! – Eu disse, sussurrando.
- Ta bom, então. Mudando de assunto... Você recebeu o convite de aniversário do Sean? – Disse ela, um pouco entusiasmada demais.
- Recebi. Só vou porque o Oliver insistiu que eu fosse. – Eu disse, triste.
- Ah, vai ser legal. A casa dele é super bem decorada.
- Eu to nem aí pra decoração da casa dele, Alicia! – Eu disse, com raiva.
- Nossa, como você está de mau-humor hoje!
- Desculpa, é porque eu tenho que ficar escondendo meu namoro com o Oliver. – Eu respondi.
- VOCÊ ESTÁ NAMORANDO COM O OLIVER?? – Ela perguntou, gritando. Eu imediatamente tapei a boca dela e a puxei para o banheiro. Mas, primeiro olhei para ver se Justin tinha escutado e felizmente, ele estava conversando com Sean.
Ao entrar no banheiro, eu ainda tapava a boca dela. Ela parecia que ia gritar a qualquer momento. Então destapei a boca dela.
- AHHHH!!! Não acreditoo!!! – Ela gritou.
- Shh. Fala mais baixo, Alicia!
- É verdade?
- É, é verdade.
- Ai meu Deus! E aí, como ele é? Quer dizer, como namorado. – Ela perguntou.
- Ai, ele é tão fofo. Tão romântico. O melhor namorado que uma pessoa pode ter. E digo mais, ele é super gostoso.
- O que? Como? Pelo visto aconteceu muita coisa nesse acampamento, né? – Ela perguntou, interessada.
- Muita! Eu tenho que te contar. – Eu disse. Mas na hora que eu ia começar a contar a ela, o sinal da nossa aula tocou.
Eu tive que esperar ansiosamente por dois tempos de aula para a hora do almoço. Não porque eu estava com fome, mas porque eu estava morrendo de saudades de Oliver.
Quando cheguei no refeitório ao lado de Alicia, Oliver já estava nos esperando na nossa mesa de costume. Eu andei rapidamente para lá e ao me sentar do lado de Oliver, ele disse:
- Nossa, como vocês demoraram. Estava com saudades. – Ele disse, me dando a mão debaixo da mesa.
Alicia nos olhava boquiaberta, então perguntei:
- Por que essa cara?
- Ah, é porque eu ainda não consegui acreditar que vocês estão namorando. – Ela respondeu.
- Sabe o que eu quero aprender? – Disse Oliver.
- O que? – Eu e Alicia perguntamos em coro.
- A tocar violão. – Ele nos respondeu com um sorriso. – Quero fazer uma música para você, Claire.
- Ai, Oliver deixa de ser fofo! – Exclamou Alicia.
- Você tira o olho do meu namorado, hein? – Eu a avisei. Naquele momento senti alguém me cutucar nas costas.
Olhei para trás e vi Justin. Imediatamente soltei a mão de Oliver em baixo da mesa. Fiquei com medo de que ele tivesse escutado minha última frase. Mas se ele escutou, não estava com raiva.
- Oi Claire. Vim perguntar se você vai à festa hoje. – Disse Justin.
- Vou sim, por que?
- Só queria saber. Eu também vou. Então, a gente se encontra lá, né?
- É... – Eu respondi, sem saber porque ele estava sendo tão gentil comigo. Então, ele foi embora.
- Nossa, pensei que ele tivesse escutado alguma coisa sobre a gente. – Eu disse para Oliver.
- Ô Oliver, pode deixar que eu tomo conta da Claire na festa, viu? – Disse Alicia.
- Não precisa, Alicia. Eu confio nela. – Ele falou, sorrindo.
- Então, gente. Me conta como foi lá no acampamento! – Disse Alicia, entusiasmada.
- Ah, foi assim... – O sinal me interrompeu na hora que eu ia contar.
- Ai que saco! Você nunca consegue me contar! – Reclamou Alicia.
- Pode deixar que eu conto hoje, na festa. – Eu disse.
O resto da tarde foi muito chato. Toda vez que eu olhava sem querer na direção de Justin, ele sorria.
Quando acabou a aula, eu me despedi de Alicia e entrei no carro com Oliver. Quando ele parou em frente à minha casa, eu disse:
- Estou preocupada.
- Com o que? – Ele perguntou.
- Com você. E se Justin descobrir que estamos namorando?
- Ele não vai descobrir. – Ele afirmou.
- Nós vamos ficar escondendo isso pra sempre? – Eu perguntei. E isso ele não soube me responder.
- Ah, vamos esquecer isso. – Ele encerrou o assunto.
- Ok. – Eu concordei. – Meus pais estão trabalhando, você quer entrar?
- Se não for incomodar... – Ele respondeu.
Eu saí do carro e o puxei. Quando passei pela cozinha, vi Philip e resolvi apresentar Oliver a ele:
- Oi Philip. Esse é Oliver, meu namorado que eu te falei.
- Philip? – Oliver perguntou.
- Oliver? – Philip também perguntou.
- Vocês já se conhecem? – Eu perguntei.
- Claro! Ele é um grande amigo do meu pai! – Disse Oliver, abraçando Philip e depois vindo se juntar a mim.
- Eu vi esse menino crescer! Você tem muita sorte, Claire. Ele é um ótimo rapaz. – Philip afirmou.
- Eu é que tenho sorte de ter ela, Philip. – Oliver disse.
- Own... Você é um amor. – Eu falei, o abraçando e beijando.
- Vocês formam um belo casal. – Disse Philip.
- É... Pena que meu pai não ache isso. – Eu disse. – Você quer conhecer meu quarto, Oliver?
- Conhecer seu quarto? – Perguntou Oliver, pensando em segundas intenções.
- É! Vem! – Eu disse, puxando-o.
- Juízo, hein! – Gritou Philip, enquanto subíamos as escadas.
- Pronto. Este é o meu quarto. O meu lugar preferido nesta casa. – Eu disse, quando chegamos ao meu quarto.
- Nossa! Ele é enorme! Tem certeza que só dorme você aqui? – Perguntou ele, de brincadeira.
- É. Eu amo ele. – Eu disse, o agarrando.
- Olha que eu fico com ciúmes, hein? – Ele brincou. Eu o beijei e perguntei:
- Então, o que podemos fazer?
- Vamos assistir a um filme! – Ele disse, sorrindo.
Eu me deitei no sofá do meu quarto, botei o filme e encostei minha cabeça no seu joelho.
No meio do filme, eu estava chorando, pois era um filme romântico e a menina havia morrido. Oliver me viu chorando, me levantou, limpou minhas lágrimas, me deu um beijo e perguntou:
- Por que você está chorando? O filme é tão ruim assim?
- Não. É porque eu não posso ver um filme romântico que começo a chorar. – Eu expliquei.
- Sabia que existe um amor maior do que o do casal do filme?
- Não. Qual? – Eu perguntei, curiosa.
- O nosso. – Ele disse, me abraçando.
E ele estava certo. O nosso amor era o maior que existia.