O cavaleiro de OOO escrita por Baird


Capítulo 15
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

É bom voltar a escrever depois desse tempo, esse Capítulo acabou se estendendo demais mas eu achei necessário para o desenvolvimento dos personagens.



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O sol incomodava os olhos de Flip, já não dava mais para ignorar as luzes, estava na hora de acordar. O cavaleiro sentia seu estomago revirado náusea e dor de cabeça, ele se levantou do chão se apoiando na arvore, suas pernas estavam bambas, Flip reparou que estava na beira de um desfiladeiro, na arvore ele reparou que tinha um nome entalhado. Ele concentrou seus olhos e leu.

—Eli? Todo o filme da noite passada veio até ele, o baile, a conversa com a vampira problemática e o beijo que deu em Eli naquele mesmo lugar.

—Putz, é mesmo. Aliás, cadê ela? Flip não viu sinal dela em nenhum lugar, ele não lembrava de quando ela foi embora, mas lá estava ele sozinho.

  Flip então começou sua marcha até o baração de Zoricus, onde estavam todas as suas coisas, aos poucos, foi lembrando de outras coisas também. Saiu do grupo de cavaleiros de Slicer, Flip sabia que ele era mau caráter, mas não imaginava que todos os outros fossem também, até Abram, Dallin e Hailey que pareciam pessoas sem ganancia nenhuma, mas agora era tarde, perdeu seus companheiros e estava sozinho no torneio a partir de agora.

  Flip pensava na Princesa Café da Manhã. ‘-Ela é super legal, não acredito que fiz tudo isso numa noite só. ’Flip sentia seu coração bater mais forte por ela, mas aí lembrou de Eli, e a noite que passaram juntos. ‘-Meu Glob. ’ Pensou ele. ‘-Aquele ontem era eu mesmo? ’

Flip se sentia em um caminho difícil a seguir, amava a Princesa desde sempre, mas gostava de Eli também, ele não queria ferir nenhuma das duas então devia se decidir logo quanto a isso.

Flip se sentia um idiota quando pensava nisso, afinal, a princesa tinha lhe dado um beijo, nada mais, e Eli talvez tenha ficado com ele por que tomou refrigerante demais, ele não era galante nem bonito nem nada, era só alguém que tinha dado sorte.

‘-Será que algum sortudo chegaria tão longe? ’ Flip se perguntava, tinha feito coisas incríveis nesses dias, coisas que ele nunca imaginaria que teria coragem de fazer, mas fez, lá estava Flip, sendo o cavaleiro que ele sempre sonhou ser, e ainda sim, sem acreditar em sí.

‘ -Gosto muito de Eli, ela tem me ajudado muito, mesmo sem saber, Eli se tornou minhas forças e graças a ela consegui chegar aqui, mesmo assim, só tem uma garota que faz meu coração bater dessa maneira, que me tira de mim, que me leva a outra dimensão só com um olhar, essa era a Princesa Café da Manhã. ’

Flip estava decidido, foi sincero consigo, e deveria ser sincero com Eli, já avistava o baração, mas algo o chamou atenção, na entrada deste, havia encostado um grande machado decorado com algumas gotas vermelhas na parte da lamina, ele sabia a quem pertencia aquele machado, e isso o preocupava.

‘ -Abram não é mal, mas depois de tudo ontem à noite, ele estaria mesmo fazendo mal a eles?’

Então o cavaleiro silenciosamente pegou o próprio machado de Abram e se preparava para entrar, quando na entrada ele viu algo que o surpreendeu. Todos estavam sentados e rindo bastante Abram estava sentado em uma cadeira oposta a posição dos demais, de armadura, mas com o elmo em baixo do braço falando alguma frase perdida que Flip não tinha ouvido antes de chegar, até Pravem havia deixado suas caixas de lado e ouvia o que o outro cavaleiro falava, Zoricus dava suas risadas pesadas enquanto entrelaçava a ponta da barba e Eli estava de bruços a uma mesa, rindo discretamente, mas suas grandes olheiras não mentiam que ela estava ainda cansada de ontem.

       -Ah! Chegou o Grande Sir Bolinho! Zoricus bradava quando viu Flip na entrada, ele imediatamente soltou o machado fazendo-o cair pesadamente no chão.

      -Flip o que você fez com a roupa!! Eli deu um salto da mesa que estava e Flip olhou para própria roupa e viu a imagem da aberração que ela tinha se tornado. Havia manchas de Suco e refrigerante para todo lado, alguns dos botões dourados haviam sumido, também havia manchas de terra por toda a calça e os sapatos estavam completamente marrons.

      -Flip, tira isso nesse momento! Ai meu glob! Você é idiota?!? Como eu vou devolver isso agora?

      -Não precisa devolver. Disse Flip em um tom sério. -Essa roupa pode vim a ser útil. Todos estranharam o tom de Flip, normalmente era um tom Alegre e até um pouco assustado, mas aquilo era novidade.

    -Você. Flip se dirigiu a outro cavaleiro. -O que faz aqui.

    -Te procurei a manhã toda. Preciso falar com você. Abram também mudou o tom ao falar com Flip. -Gente foi um prazer conhece-los, mas eu preciso tratar com o Sir em particular. Ele se levantou e se dirigiu até a saída. -Espero poder conversa com vocês em um outro momento, até. Ninguém respondeu Abram, todos estavam tensos e assustados com aquela mudança de clima repentina Abram foi até a saída onde Flip estava.

—Me encontre perto da última barraca verde da colina. Disse ele ao passar por Flip. -Leve sua armadura. Abram pegou seu machado que estava no chão e saiu.

—Flip? Perguntou Eli preocupada. Flip aliviou a tensão dos ombros e soltou um suspiro e se, começou  a procurar suas coisas.

—Flip?!? Disse Eli irritada. -O que está acontecendo?

—Você estava certa e eu errado. Disse Flip. -Eles são ruins, mas vai ficar tudo bem.

Eli de início não entendeu, mas não demorou muito até que percebeu do que se tratava.

—Flip, pra onde você vai? Perguntou Eli em tom de preocupação.

—Eu quero ouvir de Abram o que ele tem a dizer, ele não é má pessoa, eu quero acreditar nisso.

—Eles são muitos Flip, eles vão..

—Não vão. Disse Flip. -Vai ficar tudo bem, eu prometo. Flip vestia a armadura e alcançou sua espada.

—Ao menos deixa eu ir contigo. Disse a garota.

—Eli. Flip foi até ela e colocou suas mãos sobre seus ombros. -Você não está pronta ainda, não para isso, eu te prometo vai ficar tudo bem, mas fique aqui, não posso me concentrar sabendo que está correndo algum risco.

—Acha que vou ficar bem sabendo que você está? Eli disse em um tom de choro.

—Eli. Por favor. Disse Flip evitando que lagrimas escorressem pelos seus olhos. -Vai ficar tudo bem, Abram não é um monstro, ele não vai me fazer mal.

Eli e Flip se abraçaram por um instante, Flip então a soltou e se dirigiu a Zoricus.

—Zoricus, eu não quis lhe envolver nisso, irei consertar tudo, não se preocupe.

—Sei que vai. Disse Zoricus em um tom firme. -Mas não se arisque desnecessariamente, não vale a pena lutar contra todos eles ao mesmo tempo, se estiver em sérios perigos, volte para cá de imediato.

—Entendi. O cavaleiro terminou de vestir sua amadura e seguiu para fora do barracão.

Lá fora as nuvens volta e meia cobriam o sol da manhã, o clima estava ameno, mas dentro da armadura o clima estava pesado. Flip se perguntava se teria de lutar ariscando sua vida contra um amigo, quanto mais contra todos eles, Flip estava assustado, mas obstinado.

‘ -Se querem me enfrentar que enfrente, luto contra todos, mas tenho que falar pelo menos com Abram, para que deixe Eli, Zoricus e Pravem longe disso, eu preciso fazer isso, volto até para o esquema de Slicer se for preciso. ’

 No final do acampamento, existia uma única barraca verde, depois daquilo uma enorme campina que se estendia até onde a vista podia ver, o céu estava bem azulado, era um dia ensolarado, mas ali não havia nuvens e o sol brilhava forte, parado no meio do nada estava uma figura robusta de chifres com um machado em suas mãos.

Flip foi até ele, ele estava com os olhos fixos a campina e parecia não ter reparado que ele havia chegado.

—A-Abram. Quando Flip disse isso, Abram levantou o machado sobre sua cabeça e desferiu um golpe brutal contra Flip, este só teve tempo de sacar sua espada longa e bloquear o golpe.

‘-Foi um golpe sério, ele podia ter me acertado feio aqui. ’ Flip empurrou com a espada a lamina do machado para longe, Abram recolheu o machado antes que isso acontecesse.

—Abram! Disse Flip. -Eu não quero lutar! Eu vim falar com você! Abram não parecia ter ouvido, ele preparou um golpe lateral com o machado como se quisesse dividir Flip ao meio, Flip esquivou com um salto para trás, sem perder tempo, Abram avançou até ele e empurrou o cabo do machado contra a espada, Flip tentou força a espada contra o machado, mas algo o distraiu, parecia que Abram estava falando alguma coisa baixinho dentro do elmo, Flip não percebeu o soco que veio de sua distração, Flip cambaleou para trás, mas conseguiu se manter em pé, Abram então segurou o machado com uma mão e com um movimento semelhante ao de um gancho, prendeu a lamina na parte de trás do pé de Flip e puxou, atirando Flip ao chão, Abram soltou o machado e subiu sobre Flip desferindo vários socos, a armadura fazia os socos parecerem tapas, Flip percebeu então que o objetivo de Abram ali não era machuca-lo.

—Por que? Finalmente Flip entendia o que Abram falava. -Por que? Por que? Por que? Ele repetia depois de cada soco, até que os socos não passavam de tapas, até que os tapas já não eram mais nada, Abram então tirou o elmo de Flip, e tirou o dele, Flip via seus olhos inchados, seus dentes cerrados, os cabelos que iam até os olhos, mas que pareciam não o incomodas

—Me desculpe Abram. Disse Flip com ar deprimido. -Eu não..

—Você não queria o que?!? Berrou Abram. -Nós ariscaríamos as nossas vidas por você! Nós o defenderíamos! Flip, eu não vou deixar você se matar em vão! Abram disse quase chorando.

—Do que está falando Abram, vocês não me fariam mal, não é?

Abram passou o braço de ferro sobre os olhos.

—Não estou falando de mim, nem dos outros, estou falando do mundo lá fora.

Flip nada disse, apenas o encarava, Abram então saiu de cima dele e sentou ao seu lado.

 -Flip, eu não me tornei cavaleiro sozinho, eu tinha um irmão, Soier era seu nome, nós lutávamos, nos divertíamos, nós vivíamos uma vida que eu nunca quis abandonar, nem por dinheiro nem castelo nem qualquer espada magica no mundo.

 -Abram..

 -Ai Flip, fomos até um calabouço, ele ficou preso numa armadilha de água, quebrei todas as minhas laminas e meus dedos tentando tira-lo de lá, ele tentava falar algo comigo Flip, algo que nunca consegui ouvir, eu vi ele se afogar na minha frente, e me vi impotente quanto a isso, nós nos considerávamos invencíveis Flip..

Flipbob nada dizia, só olhava para seus pés.

  -O que eu quero dizer. Abram continuou. -É que não temos espadas místicas, nem mascotes mágicos, nem amigos superpoderosos para nos salvar Flip, só temos a nós mesmos e ninguém mais vai se arriscar por você por ai, só a gente. Coloca a mão na consciência, você vai se matar.

 -N-não é isso Abram. Disse Flip, Abram o encarrou assustado. -Sou um cavaleiro, viver aventuras perigosas é o que eu quero para minha vida, não me leve a mal, mas é isso o que eu amo, é isso que eu quis para minha vida desde a primeira vez que vi, e seu eu morrer fazendo isso..

Abram parou de encará-lo, somente virou a cara.

—Morrerei feliz sabendo que estou fazendo o que amo.

—Cale a boca, você não sabe o que está dizendo.

—Sei sim, e também me ariscaria por cada um de vocês.

Os dois ficaram lá olhando para o horizonte por alguns minutos.

—Pelo menos você não está sozinho nessa Flip, olhe para trás.

Flip viu três figuras de tamanhos diferente vindo em sua direção, logo as reconheceu, Viu Eli com um punhal brilhante como era sua espada, viu Zoricus com um pesado martelo e Pravem logo atrás com uma frigideira.

—Eles pretendiam me enfrentar. Disse Abram para Flip.

—E-Eu não sei, eu não os chamei aqui.

—Não foi uma pergunta sir, é bom saber que não está completamente sozinho.

Abram se levantou e estendeu a mão para Flip.

—Aliás, desde quando me chama de Flip?

Este pegou a mão estendida e levantou.

—Desde que Eli disse que te chamava assim, nós conversamos bastante enquanto você não chegava, e falamos bastante de você.

—De mim?

—Sim, mas não me leve a mal, não desisti ainda de você, voltará ao grupo de Slicer nem que eu tenha que corta suas pernas e seus Braços.

—O-Oque?? Disse Flip assustado.

—Calma, eu to brincando. Abram solta uma gargalhada alta, enquanto isso os três vão até eles.   -Enfim ninguém vai fazer mal a ninguém se é isso que veio me perguntar aqui, tem minha palavra, continuará no torneio?

—Sim, sim, não pretendo perder pra ninguém. Disse Flip animado. Abram então deu as costas e começou a ir embora.

—E engraçado você dizer isso. Disse Abram enquanto ia embora.

—E por quê? Perguntou Flip.

Abram virou o rosto para Flip lhe dando um sorriso.

—Por que seu próximo adversário serei eu.


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Notas finais do capítulo

Os essa parte nos planos iniciais não era pra ser tão grande, mas eu achei por bem deixar os secundários brilharem também, ;)



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