Atração Perigosa escrita por BTrancafiada


Capítulo 36
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Bom, não tivemos 1 recomendação como pedi, mas eu amo vocês, então...

Booa leitura :))



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TOM

O que eu realmente quero que você saiba é que não importa o tempo que passe, o que aconteça ou o que a vida nos ensine. Não interessa quem somos ou quem vamos nos tornar. O que vale é o que carregamos dentro de nós. E você, guarde isso na memória para todo o sempre, eu te carrego junto comigo todos os dias.

Clarissa Corrêa.

Quando minha filha Rachel teve seu primeiro resfriado aos 8 meses de vida, nada me deixou tão apavarado e triste. Achava todas as noites que ela iria morrer, por mais simples que fosse a doença.

Agora saindo da empresa e indo ao túmulo onde Isabel foi enterrada, sei que sua morte é o que me deixa mais triste. Quando eu soube da morte dela fiquei super assustado e derrotado, dizem que a nossa vida toda passa em nossa mente quando estamos morrendo e por um segundo achei que estivesse porque tudo que eu e Isabel passamos eu revivi naquele momento enquanto caia no chão do hospital chorando.

Todos os dias 15 eu levo flores ao túmulo de Isabel e sempre encontro um buquê de rosas roxas, perguntei a todos da família, se era a mãe dela, Rachel ou primos distantes, mas ninguém sabia disso – Ray até brincou dizendo que era um grande amor do passado de Isabel.

Diminui a velocidade do carro quando percebi que não haviam flores ali, mas que estariam prestes a ser postas.

Era ela, Alison grávida novamente segurando um buquê de flores, depois de me esconder um pouco avistei o marido dela segurando a filha que estava linda.

Cabelos louros e olhos verdes tão escuros quanto os meus. Linda. Por um momento pensei que a filha fosse minha, mas não queria pensar nisso agora, queria só pensar em Alison caminhando.

Estou velho. Tenho 52 anos agora. Meus cabelos estão mais curtos, pois achei que não combinavam mais comigo, meu cabelo está clareando aos poucos e isso destaca mais meus olhos.

As rugas ao lado dos meus olhos se intensificam quando eu sorrio e já estou sentindo um pouco de dor na lombar e nas pernas quando faço muito esforço.

Mas Alison não, ela parece a mesma. Claro, com o rosto mais maduro agora e cabelos sem as pontas rosas, mas enquanto caminha ainda posso vê-la pela janela chegando em minha casa.

Os primeiros seis meses sem ela foram fáceis, juro, eu tive que ficar cuidado de Isabel mais do que nunca. Depois começamos a preparar as coisas da faculdade de Rachel e quando Isabel morreu e Rachel foi viajar com Troy para a Europa – um ano depois da morte da mãe.

Então comecei a ficar sozinho e toda vez que algum vizinho vinha me visitar eu achava que era Ali. Sempre. Sempre esperei por ela para me dar um beijo de boa noite e sempre acordei mais cedo para abrir a porta pra ela, mas isto nunca aconteceu. Depois de um tempo não desisti de esperar, mas fingi não querer mais esperar.

Alison chegou ao túmulo de Isabel e ficou ali parada de olhos fechados sussurrando provavelmente uma oração. Ao fim do que disse, fez o sinal da cruz e se ajoelhou a frente do túmulo alisando o mármore e chorando um pouco.

Quando ela se abaixou a única coisa que reluziu naquela noite foi o anel com a pedra de diamante tão redonda e eterna quanto a coisa mais esperada do mundo. A Lua.

Aquilo me encheu de orgulho e de amor, sabia que ela não viria, mas pelo menos algo dela estaria ali no fim da noite ou no começo do dia.

Lágrimas começaram a cair de meus olhos e não quis pará-las, eu queria mesmo é sair chorando pelo mundo e gritando que ela sempre seria minha.

Alisei meu anel com o mesmo pingente que o dela e dei um grande sorriso enquanto as lágrimas molhavam ainda mais meu rosto.

Saí do carro e me escondi atrás de uma árvore segurando apenas a rosa vermelha que eu sempre colocava e passei os olhos por Ali agachada ali.

Usava um vestido branco que ia até os joelhos e uma sandália creme, seus cabelos estavam diferente, mas incrivelmente pareciam os mesmos fios que eu sempre tocava quando ela adormecia em meus braços. Seu corpo estava mais evoluído e seus peitos ainda maiores, provavelmente pela amamentação.

Ela deixou o buquê e jogou os cabelos para trás como sempre fazia e depois posou a mão no ombro. A luz da noite e do poste iluminaram sua mão e o anel se intensificou.

Ela usava o anel na mão direita, no mesmo dedo em que eu havia colocado muito anos antes. Quando juramos que nosso amor seria como a Lua, poderia danificar-se, mas sempre estaria lá no fim do dia.

Ela me viu, eu sabia e não fez nada mais do que dar um sorriso e voltar caminhando para sua família. Pegou a filha no colo e olhou em minha direção novamente e soltou um suspiro enquanto a menina me via e ria sem o pai perceber já que entrava no carro.

Nunca amei alguém como amei Alison. Meu amor por ela era vontade de amar e também uma parte involuntária. Agora não só a amo, como a admiro, admiro por sempre lembrar de Isabel e por colocar sempre os buquês.

Nunca encontrei Alison ali de novo, mas sempre encontrei as flores - a gente só se via nos aniversários de Rachel e nos da menina que ela sempre me chamara, Amora.

Quando completei 82 anos, resolvi que estava velho demais para ficar saindo de casa e indo sempre ao cemitério às noites, onde era escuro e perigoso.

Então, na minha penúltima visita coloquei meu anel sobre o túmulo de Isabel e na última vez em que fui encontrei uma carta.

“ Você me mostrou as coisas mais lindas do mundo.

Você me deixou ver as estrelas na escuridão.

Sempre estarei com você,

Sua eterna Lua”


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Notas finais do capítulo

Gente, quero conversar com vocês: Não fiquem bravas com a Alison por ela ter ficado com o Pietro, gente, por favor, ela escolheu ele porque ele faz parte de uma nova era na vida dela, ele não sabe que ela foi amante de ninguém, ela queria alguém que lhe olhasse nos olhos e não soubesse dos seus erros por amor.
A Alison realmente sente algo pelo Pietro, respeito, carinho, admiração, ela gosta dele. Eles estão com um casamento saudável e uma família querida, tudo que Alison sempre quis.
Não se preocupem, a Alison deixa sempre Tom e a Amora conversarem, além disso a menina ama o Tom e eu vou contar um segredinho pra vocês: daqui a alguns anos eu vou investir demais na minha carreira de escritora e se Deus quiser a fanfic vira filme e aí... Vai ter uma cena muito linda, fiquem vivas meninas para verem este momento