4 anos depois...

Acordo pensando na pergunta que Rachel me fez na noite anterior. Ela perguntara se eu e Tom já transamos e eu menti dizendo que não, quando terminei a mentira, ela suspirou aliviada e aquilo me deixou meio confusa.

Quando menti sobre aquilo senti vontade de tirar o anel e pensei se Tom ainda usava o dele com o mesmo pingente. Apesar de estar noiva de Pietro ainda uso o anel, mas não gosto de admitir por quê.

***

Iremos fazer a minha despedida de solteiro esta noite (apesar do casamento ser semana que vem) e vão ter meninos, tá? Nada sensual! Troy e a namorada irlandesa , Luke – um dos garçons do hotel Lousbuttion - e a namorada, Eddie – o outro garçom -, Carlos, Brady e Rachel.

Pietro foi curtir com os amigos da faculdade e eu estou aqui usando um vestido creme de base rodada e um salto alto roxo-uva gritante. Poucas coisas enfeitam meu braço, na verdade, é apenas O anel e uma pulseira básica.

LOOK DA ALISON

Meu cabelo está preso em um coque firme com fios caídos ao lado e o brinco grande dá um destaque no meu rosto com a maquiagem leve.

Brad foi o primeiro a chegar me deu de presente um quadro, um desenho meu e de Pietro de mãos dadas.

Ele e Ray estão discutindo na cozinha sobre onde colocar a torta que a mãe dele me enviou e isso está me fazendo rir muito.

Abro a porta para Troy e a namorada magra e alta de grandes olhos negros e cabelos louros que vão até a cintura. Ela está usando um vestido vermelho que acende a sala e um batom da mesma cor.

Não sei quando, mas Troy virou um homem totalmente! Cabelo cortado e barba bem feita, isso é lápis na sobrancelha dele? Oh, céus! Ele virou um metrossexual!

– Troy, você está lindo! – Eu dou um beijo em sua bochecha sorrindo e vejo a careta de ciúmes da namorada.

– E “miú”. – Ela segura o namorado firmemente pelo braço.

– Todo "síu". – Aliso o braço da modelo e dou espaço para eles passarem. Carlos está na varanda arrumando o local com um buquê de rosas roxas e firmes, jovens.

Ele está bravo, pois nesses 4 anos não conseguiu namorar firme ninguém até agora e eu estou prestes a casar! UAU!

Luke e a namorada DJ são os próximos a chegarem e me entregam um champagne caríssimo e a morena de cabelos vermelhos black me entrega um CD prometendo se puder, esquentar a noite.

– Obrigada. Entrem! – Eu abro mais a porta e eles passam já indo se juntar a Troy e à Alicia, acontece que Alicia e Kelly – namorada de Luke – eram grandes amigas, pois Kelly já tocou em vários desfiles da irlandesa.

Vou ver se a discurssão infantil entre Ray e Brad já acabou e parece que sim, pois Brad está cantarolando enquanto tira a lasanha do forno e Ray está enchendo as taças com vinho.

– Olha a janta! – Entro na sala com a bandeja da lasanha na mão e os convidados gritam animados. A campainha toca. – Ah, Carlos, você pode atender, por favor?

Ele levanta relutante e vai abrir a porta. Dou um grande sorriso quando olho para trás e vejo que é Eddie, sozinho e solteiro, segurando uma caixa de papelão média.

– Casa da Alison? – pergunta ele com aquela voz calma e Luke grita da sala:

– Entra aí, Eddie!

Carlos ainda está parado na porta como um idiota e Edward quase o derruba para entrar já que ele não deu espaço algum.

– Onde coloco isso, Ali? – Ele me abraça e beija minha cabeça.

– Carlos, leva ele até a cozinha? – Eu peço alisando as costas de Edward e indo me juntar ao pessoal.

Papo aqui, papo ali, dança ali e desafios... Edward acabou beijando Carlos, já que ou bebia um taça de tequila ou se beijava alguém e todo mundo aguentou firme, mas Edward não aguentava mais, na varanda enquanto Rachel discute com Stella – que chegou depois – qual filme irão assistir no fim de semana.

***

– Tchau, Troy. – Me despedi do último convidado e Rachel e Brad se jogaram no sofá cansados. – Se eu não tirar esses sapatos eu irei morrer... – Já ia me abaixando quando a campainha tocou.

– Deve ser Carlos, ele esqueceu a jaqueta na varanda. – Rachel disse enquanto estapeava Brad que tentou abraçá-la.

Pego a jaqueta na varanda e vou abrir a porta ao meu melhor amigo. Mas estou errada, não é ele, é Tom.

– Carlos, aqui a sua jaqueta... – Paro no meio da frase ao encarar o ruivo de anos atrás com a mesma aparência, talvez mais rugas enquanto sorri encostado na parede.

– Acho que eu não sou Carlos.

– O que está fazendo aqui? – Meu tom saiu meio rude, mas estou retardada demais para me desculpar ou reformular a pergunta. Minhas pernas estão bambas, meus braços pesam e minha mão está tremendo enquanto seguro a jaqueta.

Nunca mais eu havia me sentido assim e a sensação é quase que dolorosa. Ele pelo contrário, parece mais normal do que nunca como se eu e ele não tivéssemos tido uma grande história de amor.

Minha boca está seca então passo a língua nos lábios tentando me livrar da sensação de sede. Não quero que ele saiba que estou morrendo ali, então visto a máscara de uma garota brava e forte.

Outtake – Rachel

Ver papai na porta me deixou muito feliz porque essa era uma boa desculpa para me afastar de Brad. A gente estava sempre se encontrando na Academia ou nos encontros com Ali ou quando ele vinha visitar a mesma e sentia um clima entre a gente, o problema é que ele é um granfino mimado!

Eu e ele já havíamos nos beijado, mas na verdade, ele me beijou mais do que eu o beijei. Foi na festa de aniversário de Pietro há uns 2 meses atrás, eu o empurrei, mas correspondi ao beijo antes.

Quando Alison perde a fala levanto rapidamente e abraço meu pai com mais urgência do que o necessário.

– Pai! Quanto tempo.

– Oi, filha! – Ele alisa meus curtos cabelos ruivos - tingidos. Nos distanciamos e percebos o quão artificial e forçado foi aquilo, mas fingimos não notar.

Ele sabe que fiz isso porque minha melhor amiga, que era para estar o abraçando como aquilo, não fez nada nem um pouco parecido. Pelo contrário está tirando os sapatos no sofá.

Alison só mexe no sapato com tanta rapidez quando as mãos estão tremendo e isso está acontecendo agora. Tanto tempo de amizade é o bastante para nos conhecermos apenas nos gestos.

– Brad... Hm... Você não queria que eu te ajudasse a prender aqueles quadros? – minto levantando as sobrancelhas como um sinal para o loiro.

– Claro, tingida, você é tão preguiçosa que já me esqueci. – Revira os olhos e levanta e alisa o ombro da ex antes de sair.

Não gosto quando ele me chama assim, porque só pintei os cabelos para saber que não importa o que aconteça sempre terei mil e um modos de lembrar de minha mãe e mil e um modos de tê-la em mim.

Quando chegamos ao apartamento dele completamente bem decorado e arrumado dele – que fica três andares acima do nosso – fico em silêncio enquanto ele vai para a cozinha.

– Noite agitada, não? – Ele me entrega uma latinha de Coca e se joga no sofá enquanto eu acendo as luzes.

– Um pouco. – Sento devagar ao seu lado. – Preciso de algo mais forte que isso.

– Vinho?

– Pode ser. – Ele se levanta deixando a latinha em cima da mesa de centro e volta para a cozinha. Depois de alguns minutos vem com uma garrafa de vinho e duas taças grandes de vinho cheias.

– Obrigada. – agradeço e bebo o líquido diretamente sem me importar com o gosto um pouco azedo no começo.

– O que houve? – Reviro os olhos, Alison sempre me disse o quão bom Brad era com conselhos, mas eu acho que ele é mais fofoqueiro do que bom conselheiro.

Você não pode ter UM, um DIA ruim na faculdade que ele quer saber de tudo, quem, quando, onde, por que, se eu acho que vai melhorar...

– Troy me superou e eu ainda estou sem namorado. – Encho minha taça de novo e percebo que a dele está intacta, não digo nada.

Ele está me olhando, me analisando com aqueles pequenos olhos azuis e charmosos. Ele é lindo, com certeza. Toda certeza.

Antes que pensem, não sou fura olho e nem cobra, nunca gostei de Bradley quando ele tinha um relacionamento com Alin – apelido carinhossíssimos que coloquei em Alison quando ela pintou toda a cara de verde no Hallowen passado, parecia um Alien. – e nem nunca o achei esse deus grego que está agora.

Na verdade, ele era e só é um mimado de barba loura e corte de cabelo charmoso e diferente que me lembra o Caleb de Pretty Little Liars.

– Quer falar sobre isso?

Jogo a cabeça para trás manhosa. – Nem sempre eu quero desabafar! Você é um saco.

Ele bebe um pouco do vinho e tira o moletom azul revelando seu peitoral sarado – ai que linguagem mais adolescente! – e eu deixo meus ombros caírem.

– Calor aqui, não? – Ele se abafa com o tecido.

– Ligue o ventilador. Não quero te ver semi-nu. – Eu encosto nas costas do sofá e ele levanta.

– Um: estou na minha casa. Dois: você tem que parar de ser mandona. – Ele coloca uma perna sobre a minha e se inclina para frente ficando mais perto de mim do que eu gostaria. – Três: tem que parar de beber. – Ele pega a minha taça e coloca na mesa, mas continua sobre mim.

– O.K. – Aliso cabelo, meio confusa. – Pode ficar sem camisa.

– Eu já estou. – Ele levanta uma sobrancelha loura e meio grossa. Ele segura meu pulso e coloca minha mão em sua barriga e sinto seu peito quente.

– Ah, é mesmo. – Fecho os olhos me deliciando com a sensação. – O que fazemos agora?

– Acho que eu te beijo. – Abro os olhos e vejo ele trazendo o rosto em minha direção e fecho meus olhos rapidamente em seguida e sinto seus lábios contra os meus.

Rolamos no sofá e eu fico por cima dele tirando a camisa.

– Não podemos fazer isso. – murmuro quase sem ar enquanto ele alisa minha barriga e beija meu pescoço.

– Claro que podemos. – Ele segura minha nuca e beija meu queixo. – Por que não podemos?

– Porque você é ex da Ali. Tipo há 7 anos!

– Menos. – Ele me corrige e me dá um selinho enquanto eu arranho suas costas.

– Você não precisava me corrigir. – reclamo me entregando a sensação de que Bradley – mesmo tendo nome de menina – é um cara maravilhoso e Alison entenderia, afinal ela já pegou meu pai e quando ele ainda era casado!

E ela provavelmente deve estar indo a caminho do hotel Lousbusttion com papai...