Um garoto ruivo, chamado Charlie, ou, como era conhecido, "Chaminha", acordava de mais um sono profundo, e com mais sonhos sobre lendas brasileiras. Se queixava de estar ficando doente, exclamando: "Tenho que parar de ler aquelas coisas sobre mitos brasileiros!". O Garoto vivia com sua mãe e nunca tinha ouvido falar do pai, apenas do fato de que eles tinham a mesma cor de cabelo.

Naquele dia, uma música irritante tocava na rádio. Chaminha a odiava por tocar todo dia. Ele até a sabia de cor. Sua mãe, Clara, voltava da rua com várias sacolas e cartas. "Charlie, tem uma carta pra você, deve ser de algum amigo seu. Você não está namorando, está?" - perguntou Clara. Então, Chaminha respondeu: "MÃE! Para de falar besteiras! Deve ser de um tour pela Floresta Amazônica que eu me inscrevi!"

A mãe de chaminha se preocupou: "Floresta Amazônica?! Eu deixei você participar!? Lá é muito perigoso... tem índios e... criaturas do mal! como a Iara e o Curupira!", mas ele nem mesmo acreditava nessas histórias. E lá vinha sua mãe com a mesma frase: "Deveria acreditar! Tudo pode existir!". Charlie não queria perder tempo, pegou a carta dela e correu pro quarto, se trancando.

Ele estava irritado, a mãe dele estava completamente maluca. Se ele pagou por aquela viagem, ele que decide se vai ou não, certo? Logo, ele abriu a carta com um abridor de cartas que sua mãe havia e... um vento repentino assola o quarto dele. Estava bem fria aquela manhã... bem, é Santa Catarina, o que esperava?

O Garoto fechou a janela e fez o ritual pra abrir a carta, e então leu em voz alta: "Você foi convidado para a excursão das lendas, nos encontre no aeroporto de Manaus. VENHA SOZINHO."

Esse aviso foi assustador, o garoto, para não contar para a mãe dele, guardou a carta e, com ela, o segredo que havia. Amanhã era o dia e ele tinha que ir de um jeito ou de outro. Provavelmente teria que roubar o carro de sua mãe, mesmo tendo 14 anos. Ou então ir escondido até ao ônibus... ou talvez mendigar por 1 ano até conseguir dinheiro suficiente pra ir, mas é, infelizmente a excursão já teria acontecido. A única opção válida era entrar escondido no avião, e era o que ele ia fazer.