Più Appropriata escrita por M Schinder


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Adoro, KHR e como não tinha nada para fazer escrevi essa One!
Espero que gostem.
Boa leitura! =33



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Aquela noite estava congelante. Haru fechara todas as janelas e ligara o aquecedor. O inverno na Itália era severo e no primeiro ano que passara ali a garota teve dificuldade para se acostumar.

Desde que se mudara para fazer sua faculdade de Moda, Haru perdera a maior parte do contato com seus amigos, no Japão, e familiares. Só tinha companhia quando seus colegas do curso vinham visita-la e em dia chuvosos e perigosos.

A garota sabia que aquela não era uma noite comum. Tudo estava escuro, as pessoas estavam trancadas em suas casas e não parecia haver alma viva na rua. “Com certeza algumas famiglias devem estar disputando alguma coisa e avisaram para que os inocentes não se envolvessem...” raciocinou sério. “Deve ser coisa da Vongola”.

O suspiro que escapou de seus lábios era pura preocupação. Ela conhecia muito bem a pessoa que deveria estar lá fora e aquilo a deixava agoniada. Sacudiu a cabeça tentando dissipar os pensamentos escuros e foi para a cozinha fazer um café. Já esperava sua visita.

Quando o relógio marcou uma hora da manhã. A moça pode ouvir batidas ritmadas e se levantou calmamente. Pegou sua chave, que estava pendurada perto da porta e destrancou-a.

Yamamoto Takeshi era um homem grande. Bem maior que a pequena Haru. Ele trazia consigo a espada, na mão esquerda, e estava com a expressão. Haru era a única que conhecia aquele Takeshi, o assassino cruel que não tinha medo de ninguém. Ela puxou-o para dentro e verificou se haviam machucados por seu corpo, agradeceu por ser sangue de inimigos e guiou até o banheiro, para que ele se limpasse.

Takeshi sabia que colocara a menina em um grande perigo, mas desde a primeira vez que matara alguém até essa vez, ele fora até ela para ser consolado. Haru era seu porto seguro e ele estava disposto a protege-la de qualquer perigo. Terminou de tomar banho e saiu apenas de calças. “Estou ficando folgado” pensou mexendo ansiosamente em seus cabelos.

Encontrou Haru dormindo no sofá e suspirou. Não gostava de vê-la tão preocupada, mas não conseguia evitar. Sempre que saia em missões tinha que vir vê-la e quando voltava vinha novamente apenas para ver se estava bem. Suspirou novamente e passou a mão nos cabelos mais uma vez. Carregou-a como uma noiva e colocou-a em sua cama. Ele tentou se manter acordado, mas acabou adormecendo ao lado dela.

***

O espadachim despertou confuso, não reconhecera o lugar imediatamente e se levantou procurando por sua arma. Quando sentiu o cheiro adocicado relaxou e esfregou os olhos com as costas da mão. “Nunca vou esquecer esse perfume” pensou olhando em volta. Sabia que estava na casa da amiga, ainda mais por causa dos desenhos pendurados nas paredes do quarto.

Saiu da cama e encontrou sua camisa e terno em cima de uma cadeira, dobrados e passados. Balançou a cabeça rindo e vestiu-se, antes de sair do ir para a cozinha procurando a menina. Sentiu-se decepcionado por não encontra-la, mas o cheiro do café estava tão delicioso que se sentou para comer.

Encontrou um bilhete ao lado do prato de bolo de chocolate:

Takeshi,

Tive que ir para a aula, mas deixei o melhor café do mundo para você! Sinta-se à vontade, a casa é sua! E tenha um bom dia. *=3*

S.: Espero que volte para fazer mais visitas. Fico com saudades da sua companhia durante as noites mais chuvosas.

Sorriu como um idiota e apoiou-se no encosto da cadeira. Decidira o que faria em relação àquilo tudo e estava animado. Aquele era a primeira vez, em anos, que sorria como o fanático por baseball que era quando adolescente.

***

Haru desceu as escadas da faculdade correndo, queria voltar para casa o mais rápido possível. Ficara envergonhadíssima ao escrever aquele Post Scriptum, mas estava felicíssima por ter conseguido.

- Hahi! Eu preciso correr. Preciso vê-lo!

O problema foi que quando ele pisou fora da instuição, um carro preto parou na rua a sua frente e um cara alto, de terno risca de giz, saiu e parou-a no meio do caminho.

- Com licença, eu preciso passar! – falou irritada a menina.

- Você é Miura Haru?

A garota encarou-o e engoliu em seco. Percebera que estava encrencada tarde de mais. Tentou se virar e fugir, mas o homem segurou seu braço e tampou sua boca com a outra mão. Entrou no carro carregando a moça e o motorista arrancou.

Takeshi estava impaciente, já eram quase sete horas da noite e nada da garota. Olhou para as flores vermelhas que comprar e suspirou. Estava começando a ficar preocupado; pegou seu casaco e seu Vongola Gear e quando ia sair ouvir seu celular tocar.

- Alô?

- Yamamoto-kun? – a voz do Vongola décimo se fez ouvir do outro lado. – Temos um grande problema. Preciso que você vá para a sede imediatamente!

O homem sentiu um calafrio subir sua espinha e correu para pegar seu casaco. Ele sabia, mesmo que não quisesse aceitar sem provas: algo acontecera com Haru. Pegou sua moto que estava na garagem e saiu em disparada para a mansão Vongola.

A reunião não demorou mais que dez minutos. Takeshi apenas recebera as informações e saira correndo para salvar a garota. Para ajuda-lo foram designados dois membros da Varia: Luxuria e Squalo.

***

Haru estava amarrada a uma cadeira, sua boca sangrava do lado esquerdo e seus braços estavam cheios de arranhões e hematomas. Ela respirava com dificuldade, por quase ter sido afogada e seu cabelo estava todo cheio de nós. Mas o seu olhar de desafio e a falta de respostas deixavam os sequestradores mais nervosos.

- É melhor que você responda logo, mulher! Ou vai ser muito pior para você – ameaçou o homem que a torturava.

A garota apenas o encarou, com o mesmo olhar vazio e abaixou a cabeça. Perdendo a cabeça, o homem puxou seus cabelos para trás e jogou mais água em seu rosto; quando parou, ela começou a tossir, tentando recuperar o fôlego.

- Eu quero saber onde é a sede Vongola e você vai me falar de qualquer jeito! Senão... – dessa vez quem falou foi o líder, que estava sentado mais atrás, apenas observando como se aquela cena fosse a mais normal do mundo.

- Senão o quê? – questionou desafiadora. Anos atrás, quando Tsuna escolhera Kyoko para noiva porque ela era mais adequada a se tornar a “mulher de um mafioso”, Haru não entendera o porquê daquilo e começou a treinar seu psicológico para que se algo acontecesse ela pudesse proteger a todos e para provar que ela era a melhor. Ali, naquela hora, ela entendeu o que Reborn quis dizer com a mais adequada: “Eu nunca aceitaria ser protegida sempre” concluiu com um sorriso resignado no rosto.

- Senão, antes de te matar, vou fazer com você coisas muito piores que a morte.

Haru sentiu um calafrio subir por sua espinha, mas não cedeu. Quando as torturas recomeçaram, a menina mergulhou nas boas memórias que possuía e desmaiou, para não ceder às ameaças.

Flashback on

Era uma noite chuvosa, Haru se escondia embaixo de uma marquise. Seu cabelo estava encharcado, como suas roupas e as lágrimas escorriam por seu rosto livremente. Ainda tinha dezessete anos na época e acabara de fugir da casa da antiga paixão, Tsunayoshi Sawada, que oficializara o namoro com, sua melhor amiga, Kyoko Sasagawa.

Desejara todas e as maiores felicidades para os dois, só lhes queria o bem, mas não conseguira ficar feliz. Seu coração estava em pedacinhos e não queria mostrar aquele seu lado egoísta para ninguém.

Lembrava-se vagamente de como chegara até ali, mas lembrava de quando Yamamoto aparecera no meio da chuva, também encharcado e com a expressão mais séria diferente da usual. Fora a primeira vez que Haru o vira daquele jeito.

O verdadeiro Yamamoto Takeshi não era extremamente gentil, nem delicado. Ele gritara com ela e a chamara de irresponsável e quando ela gritara de volta, para se defender, ele apenas a abraçou e disse que não precisaria lidar com tudo sozinha. Aquele fora o começo da amizade dos dois.

***

Seu primeiro namorado fora alguém apresentado por Kyoko, um colega da escola deles. Estavam no último ano e Haru concordara para não deixar a amiga chateada. Nessa época, Haru e Takeshi se encontravam às vezes para conversar e para ela ajuda-lo com as matérias que ele tinha dificuldade na escola.

Quando começou a namorar, a primeira pessoa para quem ligou fora Takeshi. Ele desejara-lhe felicidades e dissera que a apoiaria. Entretanto, o menino começara a evitar a qualquer custo e não chegava perto dele nem quando se reuniam na casa do futuro chefe da Famiglia.

Haru não entendera o que aconteceu e procurou se encontrar com ele, mas nada aconteceu, ele continuava fugindo. Quando finalmente se encontraram, Takeshi fingiu que estava tudo bem e tentou agir normalmente, a garota se aproximou e segurou sua mão puxando-o para encara-la.

A cabeça dela girou cento e oitenta graus quando ele segurou seus pulsos e declarou que ela merecia alguém melhor e que não precisava ficar com ninguém por se sentir sozinha, ela nunca estaria sozinha enquanto ele estivesse lá. Aquela foi a segunda vez que Haru ficara nos braços dele e nunca se sentira mais protegida.

***

Seu primeiro beijo era a melhor lembrança que tinha. Fora simples e a deixara confusa e triste até aquele dia.

O pôr-do-Sol estava lindo. Takeshi e Haru estavam sentados em um parquinho, conversando como sempre. A menina falava do seu dia na escola e parecia animada com o final do ensino médio.

Quando contou para ele que se mudaria para a Itália para estudar moda, percebeu que o garoto ficara tenso e aquela expressão séria aparecera em seu rosto. Claro que perguntou o que ele tinha, estava realmente preocupada com seu melhor amigo, mas ele apenas sorriu triste e disse que o que queria fazer não iria se realizar. Indignada, haru se levantou e segurou-o pelas mãos, disse que haveria tempo para tudo e que ele não podia simplesmente desistir.

Viu-o sorrir um pouco mais confiante e, quando ia se sentar, sentiu-o seus lábios colados aos dele e, apenas cedendo, se deixou levar naquele pôr-do-Sol.

Flashback off

- Haru? Haru!

Takeshi sentia-se perdido. Quando chegara para salvar a menina encontraram ela desmaiada em uma cama, com o líder da Famiglia Rosselia sentado ao lado dela, pronto para fazer qualquer coisa. Foi uma chacina. Todos os membros da Famiglia, que estavam ali, foram assassinados pelo espadachim, enquanto Squalo levava a garota para o hospital.

Agora, Takeshi estava sentado ao lado do leito dela, chamando-a. Rezando para que acordasse bem.

Ela conseguia escutar seu nome e sabia de quem era aquela voz. Com dificuldade, abriu os olhos e procurou pelos olhos castanho-claro. Eles a encaravam com uma mistura de alívio e preocupação.

- Takeshi, sabia que você iria me salvar – murmurou segurando sua mão com delicadeza.

- Eu sempre vou te salvar, Haru – respondeu puxando-a para seus braços. – Nunca duvide disso.

Enquanto estava ali, aconchegada e segura em seus braços, ouviu-o murmurar um “Eu te amo” e sentiu-se mais feliz que nunca. Aquela fora a terceira vez que pode ficar perto de seu porto-seguro e, pelo que tudo indicava, iria ter muito mais chances como aquela.

***

Longe dali, observando tudo pela janela estava Reborn. Ele possuía o maior sorriso e estava mais tranquilo que nunca. Ao seu lado estava Bianchi.

- Está feliz porque ela foi salva ou por algum outro motivo? – perguntou ruiva curiosa.

- Ah... É um simples motivo – respondeu abaixando seu chapéu na altura dos olhos.

Reborn sabia que Kyoko podia ser a “mais adequada para ser esposa de um chefe mafioso”, mas Haru com certeza era a mais adequada a ser a esposa de um assassino renomado.

“Boa sorte com isso, Haru” desejou em pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Bem, o que acharam???
Me digam em seus reviews!