Unidentified escrita por nerd pirada


Capítulo 8
Queria que ela vivesse sua nova vida.


Notas iniciais do capítulo

GEEEEEENTEEEE, EU VOLTEI! DESCULPA DIZER QUE NÃO DEMORARIA PARA POSTAR, E TER PASSADO TANTO TEMPO, ESPERO QUE NÃO TENHAM ME ABANDONADO!



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POVS CHAR

Parecia estar no meio de uma lavagem cerebral. A única forma de saber do meu passado era por meio de sonhos, e não posso controla-los, muito menos escolher o que sonhar. Isso não me preocupou tanto de inicio, mas agora que sei de alguém que esteve lá, não consigo tirar da mente todas as hipóteses.

Tio, pai, irmão, amigo, marido...? Há tantas suposições, mas nenhuma certeza.

[...]

– Não me subestime, Abby, posso te levar para aquele porão imundo agora, o fato de ser minha filha não me impede de te fazer sentir as mesmas dores daquele inseto!

– Você continua um monstro!

– Deveria estar acostumada com o pai que tem.

– Cansei disso!

– Cansou? Então vai contar às autoridades o que acontece nesta casa, garanto que cuidarei para que a morte daquele inseto seja o mais dolorosa possível.

– Monstro! Você é o ser mais cruel com que já me deparei.

– O que está fazendo aqui mesmo? Sabia que seria tratada dessa forma enquanto estivesse aqui, deveria ter ficado no Reino Unido.

[...]

Dormir por mais tempo com certeza não ajuda a descobrir algo, mas dormir cansada é gratificante.

– Venha Char, o filme já está começando!

Corri para a sala com um vaso de pipoca, o coloquei em cima da mesa de centro e deitei no colo de Jonathan.

No meio do filme me dei conta de que tinha parado de assisti-lo para observar o rosto angelical do meu amigo. Ele olhava concentrado para a televisão, mas depois de alguns segundos o encarando, ele pareceu notar e abaixou a cabeça para me olhar, sorrimos e voltamos a encarar o filme.

Os sonhos, o Michael e todas essas memorias e faltas de memorias, tinham tomado toda a minha atenção, e eu ainda não havia me dado conta do sentimento que tinha nascido no meu coração em relação ao Jonathan, mas assim, olhando a sua beleza e a sua personalidade, e me permitindo esquecer um pouco dos monstros que me assombram, percebi que esse sentimento não é mais só um amor entre amigos.

– Por que está me olhando? – perguntou segurando um sorriso quando percebeu que eu o encarava pela segunda vez.

– Não sei, gosto de te olhar... – seu sorriso terminou de aparecer.

Me levantei um pouco, tirando minha cabeça do seu colo e a colocando no “braço” do sofá, enquanto me afastava para que minhas costas ficassem onde antes estava minha cabeça.

– A pipoca acabou. – ele mostrou

– Vou fazer mais. – tentei me levantar.

– Não, fica aqui. –me deu um beijo na testa. – Não quero que saia. – começou a acariciar o meu cabelo.

– Descobri algumas coisas no meu ultimo sonho.

– O que descobriu? – perguntou ansioso.

– Meu nome é Abby, e o homem com que discuto é meu pai. – vi a cara de Jona ficar tensa.

– Seu pai? – assenti. Alguns segundos em silencio, e ele bradou animado: – Seu nome é Abby!

Ele sempre faz isso quando temos com que se preocupar, tenta achar um lado bom em tudo.

– Como devo te chamar agora? Abby ou Char?

– Char. – respondi rápido – Sei lá o que a Abby era...

– Ok. – passou uma mão em meu cabelo.

[...]

Duas semanas se passaram e Michael não tinha dado nenhum sinal, até que, em uma quarta-feira quando tinha a tarde de folga, fui abrir a janela do meu quarto e o vi observando a mesma de longe.

No momento tive um surto de coragem e queria respostas, então calcei um chinelo e fui até lá. Parece que só ao chegar eu caí na real do quanto àquilo era perigoso e senti medo.

– Não precisava se incomodar. – ouvi assim que parei na sua frente.

– O que está fazendo aqui? Por que está rondando a casa onde moro?

– Desculpa, eu não queria te assustar. Eu vou deixar você viver sua nova vida, estou tentando me afastar de você, eu só... Não consigo. – sua ultima frase pareceu ser dolorida pra ele ao falar.

– Se você me falasse quem é e o que quer, seria mais fácil pra mim.

– Eu já te falei quem eu sou e eu só quero te observar, mesmo que seja de longe.

– Eu ainda não sei quem você é. Não lembro nem do meu sobrenome, como quer que eu me lembre de você só por uma palavra: Michael?!

– Não estou te pedindo para que se lembre de mim, seria doloroso. – limpou uma lagrima. – E também, você já tem alguém.

– Do que você está falando?

– O medico.

– Somos amigos, e afinal, por que está interessado? Você era meu namorado?

– Praticamente.

Um som de tiro foi ouvido e um carro parou perto da gente e quando o homem sentado no banco do passageiro ia abrir a porta, Michael chutou a mesma e saiu correndo, então os homens arrastaram o carro pra direção que Michael tinha ido.

Fiquei uns minutos parada no mesmo lugar tentando entender o que tinha acontecido, mas não cheguei a nenhum resultado. Quando achei que iria conseguir algumas respostas, a oportunidade foi tirada de mim.

– Char? – ouvi o Jonathan me chamar. – O que está fazendo aí? Aconteceu alguma coisa? – a voz ficou mais perto e senti ele segurar meus braços.

– Isso foi muito bizarro.

– O que? O que foi bizarro? – perguntou preocupado

– O Michael, ele... está fugindo de alguém.

– Certo, vamos entrar e você me conta o que viu. – passou um braço pelos meus ombros e entramos na casa.

Contei tudo ao Jonathan e, como sempre, ele tratou de fazer com que eu esquecesse do assunto com seu jeito retardado e engraçado.

MICHAEL POVS

Eu amava muito a Abby para não lhe contar toda a verdade, sabia que agora ela estava vivendo uma vida muito melhor do que antes do acidente. Eu quis, juro que quis, vir vê-la, passar esses anos ao lado dela lhe dando força, mesmo que ela não pudesse ver, estar ao seu lado quando acordasse e lhe ajudar com a sua perca de memoria, mas eu não pude.

Queria que ela vivesse sua nova vida, com a sua nova identidade e o seu novo amor, mas uma parte de mim ainda queria que Abby se lembrasse de mim e voltasse a me amar.


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