Ao refletir sobre o passado, Haru não pode, mas esconder o que sentia dentro de si, saiu correndo atrás de Takashi para lhe contar seus verdadeiros sentimentos e do que se passava em sua cabeça. Tentou ligar para ele, porém, só dava desligado. Ficou por um momento pensativo e teve a ideia de ir atrás de Aiko, pois era o único que sabia onde Takashi poderia estar. Ao chegar a casa dele, foi logo batendo na porta desesperado.

– Aiko-san, por favor, abra a porta! Abra logo! – Ficando impaciente.

– O que você está fazendo aqui? Se vier me repreender por fui a sua empresa, me desculpe, mas estou sem tempo pra ouvir suas grosserias.

– Não é nada disso, vim atrás de Takashi. Ele está com você?

Aiko se surpreendendo com Haru disse que ele não estava. E pediu para que ele entrasse.

– Entre!

– Não, obrigado! Estou com pressa e preciso encontrá-lo!

– Dá para se acalmar?! Talvez eu possa ajudar, mas antes me responda. O que aconteceu para você vir atrás do Takashi?

– Bem... Eu prezo muito minha amizade por ele e não vou perdê-lo para quem quer que seja.

– Nossa nunca pensei que um dia ouviria você falar assim do Takashi.

– Sei que eu e você não nos damos muito bem, porém vim recorrer a você, pois sei que é o único capaz de encontrá-lo. – Implorando para que lhe dissesse onde ele estava, insistiu quase chorando.

Então contou toda a história para Aiko.

– Ah, então foi isso que aconteceu?! Bem, a sua história com aquele canalha eu já sabia e também sei sobre a viagem. Mas o que eu não compreendo é esse seu amor maníaco por aquele cara. Será que você e Takashi não já sofreram o suficiente?

– Eu sei... Mas o que realmente sinto por Kaharo é diferente daquela época. Não posso mais fugir dele como fiz no passado. Dormi com ele e não nego, foi um momento de fraqueza. Mas precisava saber, apenas precisava...

– Precisava saber o que? Se ainda tem esperança com ele? E o Takashi, onde fica nessa história? Você nem sequer prestou atenção nos sentimentos dele. Não posso, mas tolerar isso.

– Não... Escute por favor! Ainda há algo para lhe dizer! Não consegui dizer isso ao Takashi porque ele saiu sem ouvir mais nada. Mas sei que você pode!

– Claro quem ficaria?! Então, o que tem a dizer?

– Eu sempre gostei do Takashi, porém amei o Kaharo. Antes de ficar com o Kaharo, eu tinha minhas dúvidas sobre Takashi. Não o conseguia o ver como um simples amigo ou irmão mais velho. Eu sentia algo especial, mas não sabia o que era. Isso me confundiu muito no início. Porém nunca revelei. Ao conhecer Kaharo todas as minhas dúvidas desapareceram e eu pude ter certeza do que sentia. Mas...

– Mas o que?!

– Depois do que aconteceu na mansão no dia da festa de minha graduação, fechei a porta de vez do meu coração para o amor. Então abandonei qualquer ideia de um futuro relacionamento com qualquer que seja. Daquele dia em diante, chamei Takashi para ficar ao meu lado e ele ficou... Mas agora com o retorno de Kaharo tenho medo de perdê-lo... O que eu faço Aiko-san, me ajude!

Aiko quase sem palavras, perguntou:

– O que você quer? Kaharo ou Takashi?

– T-Takashi – Com os cheios de lágrimas – Eu quero o Takashi!

– Pois bem, irei dizer um lugar onde ele provavelmente possa está. Vá ao parque que vocês sempre iam quando largavam do instituto. Suba até a colina, lá encontrará um muro de pedra, suba e você o encontrará.

– Certo! Muito obriagado Aiko-chan!

Aiko pensou Aiko-chan?! Soltou um leve sorriso e disse:

– Se é isso mesmo que quer, não posso impedi-lo, porém se fizer ele sofrer novamente, pode ter certeza que nunca o perdoarei.

– Não se preocupe, ele quem eu quero!

Haru deixou a casa de Aiko e foi ao encontro de Takashi. Seguiu todo o trajeto que Aiko tinha lhe dito. Ao chegar ao muro de pedra, sentiu um pouco de medo (porque era muito alto), mas não desistiu foi subindo, subindo até se deparar com um pôr-do-sol esplêndido. Ficando paralisado admirando em meio à beleza que se formava no céu, observou as cores se misturando ao alaranjado com o azul celeste. Encantado com tudo aquilo, viu Takashi em pé olhando além do horizonte. Não conseguindo mais se conter, saiu ao seu encontro. Ao perceber que tinha alguém ali, Takashi se virou e viu Haru.

– O que você está fazendo aqui?

– Bem... Nós precisamos conversar!

– Não tenho nada para conversar com você! Já ouvir o bastante hoje. Vá embora, quero ficar sozinho.

– Não vou até você me escutar!

– Tudo bem, o que quer?

– Preciso dizer como realmente me sinto... Não sei se irás entender, mas espero que compreenda.

– Pois bem, fale.

– O que eu senti por Kaharo é diferente do que sinto por você. Não sei como dizer, eu não correspondia a este seu sentimento de forma... Apenas quero você ao meu lado. Sei que é egoísmo e é pedir muito. Mas vamos esquecer o passado e viver o presente.

– O que está dizendo?! Será que você não pensa nos meus sentimentos? No como eu me sinto?! Preste atenção no pôr-do-sol, amanhã quando ele se puser novamente, não será o mesmo. Haverá formas diferentes, cores similares, mas diferentes. Não posso simplesmente ignorar o fato do que aconteceu no passado, mesmo sabendo que você não me ama, não pos- Antes mesmo de ele terminar de falar, Haru o abraçou fortemente e disse:

– Bobo... Você não sabe o que está em meu coração. Apenas você é quem eu quero. Estou tentando dizer que não esqueci o Kaharo, mas vou deixá-lo na minha lembrança como meu aprendizado e quero te levar para sempre em meu coração. Não importando as circunstâncias, o perigo, o medo quero está apenas com você!

As lágrimas desciam pelo rosto de Takashi, nunca tinha ouvido tal confissão. ‘’Apenas você’’, aquilo ressoava fundo em seu coração. Não imaginava no que Haru sentia, apenas pensava em si mesmo e no seu sofrimento. Os dois se beijaram naquele fim de tarde, a natureza fazia-se a favor, saindo um vento suave e leve. As pétalas das flores caíam envolvendo os dois. Parecia que não existia mais nada além deles.

Takashi levou Haru para seu apartamento. Mal abriu a porta e Haru se jogou em cima dele. Não podia se aguentar seria a primeira vez dos dois, finalmente. Takashi paciente como sempre, fechou a porta e o levou para seu quarto. Mal conseguiu respirar e Haru o beijou ardentemente. Tinham que terminar o que começaram no hotel. A noite se iniciava fria, mas o calor dos dois corpos aquecia tão intensamente, que o vidro da janela suava só com a respiração. Takashi sabia que Haru já tinha dormido várias vezes com Kaharo, mas sabia que o amor verdadeiro ele nunca tinha experimentado. Foi diferente de tudo que Haru tinha provado. Cada toque, cada sussurro, cada palavra com o mais profundo amor foram ditas e feitas naquele momento. Não há como descrever o sentimento que os envolvia. Amaram-se sem restrições, sem preconceito, sem medo.

No dia seguinte, Takashi acordou primeiro e fez o café da manhã. Haru acordou meia hora depois. Quando terminaram, Takashi perguntou:

– Haru?! Como será nosso relacionamento a partir de agora?

Haru riu dele e disse:

– O que você acha? Depois de tudo você ainda tem dúvidas? Será apenas você!

Takashi respirou fundo e disse:

– Vamos, está na hora de voltar para o trabalho.

Takashi aliviado por enfim está com o amor de sua vida, trabalhou tão feliz que seu estagiário teve até medo de fazer hora extra. Aquele amor não correspondido no início se tornou mútuo entre ambos.