Faz 3 anos desde que America se casou. Estou com 17 anos — A mesma idade que ela tinha quando entrou para a seleção. Lembra daquela May romântica, ingênua e doce? Não existe mais — Na verdade até existe, mas eu não deixo ninguém saber disso. Quando America foi morar no palácio, decidi que queria terminar meus estudos em uma escola normal, e não com professores particulares como ela queria. Foi a pior escolha da minha vida. Me apaixonei por um menino lindo, parecia um príncipe. Mas o que ele fez? Riu de mim e do que ele chamou de "romantismo barato". Se fosse só isso tudo bem, o problema é que as outras meninas não gostavam de mim por eu ser irmã da rainha. Me chamavam de patricinha metida, então bolaram um plano para o tal menino me convidar para sair e depois me humilhar em publico —Estilo Carrie.
Continuo sendo uma boba romântica, mas como herdei um pouco da teimosia da America, consigo disfarçar isso muito bem.
Ela não gostou muito da minha mudança de comportamento, até mandou trazer um primo do Maxon para ver se ele "derrete meu coração" como ela mesma disse.
Ele chega hoje, mas eu não quero mais saber de príncipes.
Por dentro posso até estar morrendo, mas por fora estou matando!

Estava escondida em meu quarto, temendo que o primo do Maxon já tivesse chegado. Quando resolvi que não sou eu quem está na casa dele. Posso circular livremente, afinal eu moro aqui.
Apesar das castas já terem sido extintas de Illéa, minha alma de artista permaneceu. Coloco minhas sapatilhas de bailarina e vou para o meu estúdio - Que o Maxon mandou fazer especialmente para mim. Ele é um amor com a minha irmã, e seus pequeninos correm soltos pelo palácio.
Coloco a música e executo os movimentos que aprendi na última aula. Faço aulas particulares há dois anos. Mas sempre gostei de dançar, então é fácil para mim.
O complicado é que hoje eu estou morrendo de cólica, então me sinto um pouco pesada para executar os passos com perfeição. Estava em um giro quando vi uma forma na porta. Parei de repente, tentando reconhecer a pessoa, mas ao dar um passo a frente, senti uma dor aguda.
Já fui no médico várias vezes. Minhas cólicas são anormais. Parece que eu vou ter um bebê dinossauro. Grito de dor e desabo no chão. A forma que estava na porta finalmente ganha vida, correndo na minha direção.
-Você está bem?- Perguntou ele
Ele... Um homem loiro de olhos castanhos. Pela aparência deve ser o primo do Maxon. Seria impossível não notar a semelhança.
-Estou- Digo, embora ainda esteja morrendo de dor.
-O que você está sentindo? Precisa de um médico? Posso levar você para...
-Estou bem- Interrompi irritada. Isso era constrangedor de mais para compartilhar com um menino, então decidi desviar o foco de mim.
-O que você estava fazendo aqui?-Perguntei
Ele corou e abaixou a cabeça
-Eu... Estava passando quando ouvi a música. Então entrei e vi você dançando. Eu ia sair, mas não consegui desviar os olhos.
Me levantei com dificuldade, tentando não demonstrar meu embaraço. Ele tentou me ajudar a caminhar, mas eu simplesmente soltei da sua mão e saí andando.
-De nada- Disse ele, em tom irônico
Arqueei uma sobrancelha
-Mas você não fez nada, além de bisbilhotar, claro.
Ele cruzou os braços
-Eu teria feito, se você tivesse deixado eu te ajudar.
-Não preciso da sua ajuda. Não preciso de ninguém.
Deixei o estúdio. Se não estivesse a ponto de desmaiar de dor, teria corrido.