Adeus escrita por Lug


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Participação do concurso de Fanfics da SASUSAKU Love.



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Não foi por isto que eu pedi, nunca foi. - Penso, repassando mentalmente a conversa que tive mais cedo com Naruto.

...

– O conselho quer executá-lo. - Ele falou, carregava tristeza em sua voz.

– Eles não podem! Não tem o direito! Tsunade-Sama nunca deixaria que isto acontecesse!

– Eu sei que ela não deixaria... E não deixará. Eu sei que ela vai lutar o quanto puder. - Ele disse, seu punho estava fechado e tremia de frustação, mas a voz parecia calma. Talvez quisesse me passar confiança... Ele sempre faz isto. Talvez devesse começar a pensar nele também.

– Eu sei, eu sei. Desculpe, Naruto.

– Por favor, converse com Sasuke. Eu tentei falar com ele esta manhã, mas ele somente fica imóvel, quieto. Não responde, não indaga. É preocupante... Ele... Ele...

– Está tudo bem, eu irei fazer o possível. - Saber como Sasuke estava atingiu-me como uma punhalada, porém era minha vez de passar confiança ao Naruto.

...

Sasuke, como haviam me passado, estava em um salão-receptáculo. Um cômodo específico para encarcerar e selar as capacidades de prisioneiros. Uma porta abriu-se e, assim que passei por ela, fechou-se em minhas costas. Pensei que poderia lidar com aquilo, porém, lá chegando, procurei conter o choro, mas uma lágrima teimou em brotar e escorrer pela bochecha. Ela não era fruto de remorso, muito menos de raiva. Era fruto da pena que senti ao vê-lo em uma situação como aquela. Mordi o lábio inferior e segui em frente, passos firmes. Ao menos, tentei fazê-los parecer firmes. Lá estava ele, no centro do salão-receptáculo. O ponto que seu corpo ocupava era o único iluminado, se não por palavras que estavam escrita no chão em vermelho sangue com letras cursivas. Repetiam-se várias vezes, todas a mesma palavra, criando círculos que se expandiam até o breu. As escrituras piscavam num tom laranja abóbora, cada vez mais ofuscadas a medida que se afastavam do garoto, e, decifrando-as, pude ler "selar". Correntes ramificavam-se da escuridão, onde acreditei estarem as paredes, e envolviam seu tronco e pescoço. Seus braços estavam esticados, um à esquerda e um à direita, cobertos por apetrechos metálicos. Outro maquinário fixava suas pernas no chão. Seus olhos estavam vedados por uma faixa e, apesar da situação, um sorriso estava estampado no rosto.

– Sasuke - Aproximei-me o bastante para acariciar seu rosto. O sorriso desapareceu e a cabeça moveu-se um pouco, respondendo ao som de minha voz. - O que... O que eles fizeram? - Minha voz embargou de tal modo que um longo silêncio instaurou-se.

– Puseram-me a mercê do preço da guerra. - Disse ele, cortando o silêncio. A voz estava fraca, porém não menos confiante. Acabou dando uma risada, que foi acompanhada por uma tosse.

– ...Por que você fez tudo aquilo? - Perguntei, baixando a cabeça.

– Eu fiz aquilo para dormir a noite. Eu fiz por um mundo que meu irmão se orgulharia! Um mundo onde a dor, a raiva e o sofrimento são direcionados a mim, somente a mim. Eu posso lidar com isto! É um fardo, nosso fardo! O fardo de meu clã!

– Você... Você tinha Naruto ao seu lado! ... Tinha a mim! Eu... Eu te ajudaria! Nós te ajudaríamos!

– Vocês não ajudariam a dor ir embora... Não aqui! - Ele baixou a cabeça, forçando a corrente que envolvia seu pescoço. Entendi que indicava seu peito. - Vocês não entendem! Nunca entenderam e muito menos entenderão! Eu sinto o sangue escorrendo! O sangue na fenda em que meu coração bateu um dia. Ele ferve e borbulha conforme minha raiva aumenta!

– Então me deixe acalmá-lo! Pelo menos desta vez não faça tudo sozinho! - Eu falei, abraçando-o tão forte quanto pude. As amarras e elos metálicos que o prendiam chacoalharam e tilintaram. - Não precisa mais ficar sozinho!

– ME DEIXE! AO MENOS DESTA VEZ, ME DEIXE! - Ele rugiu e fiquei tão surpresa que acabei soltando-o, recuando alguns passos. Ele suspirou. - Já não importa mais, meu destino foi traçado quando o massacre ocorreu. Não há nada que alguém além de mim possa fazer, perceba isto.

– Mas Sasu- A entrada se abriu e minha fala foi interrompida por dois agentes da ANBU que cruzavam a porta.

– Haruno Sakura, és tua hora de partir - O ANBU da direita falou. - A execução de Uchiha Sasuke tende a ocorrer agora.

A palavra execução ribombou em minha mente, e pus-me entre Sasuke e os mascarados, com os braços esticados.

– É um engano! Com ordens de quem vieram até aqui?! - Falei, exasperada. Devia estar um tanto vermelha, sentia o sangue fluir mais depressa com a adrenalina. - Não deixarei que façam!

– Viemos a mando do conselho dos cinco Kages - Minha guarda caiu com aquilo. Tsunade-Sama havia consentido isto?! - Com ordens para eliminar quaisquer oposições. Isto inclui-se a você. - A malícia na fala do ANBU era sufocante.

– E-eu... Eu não vou deixa-los! - Corri contra um dele para um ataque. O ANBU simplesmente rodopiou ao meu redor, espalmando meu corpo com movimento graciosos e precisos que tornavam meus músculos flácidos e obstruíam meus canais de Chakra. Desabei, sendo pega por meu agressor. Enquanto saia dali carregada, Sasuke pigarreou, chamando minha atenção.

– Sakura, irei contar-lhe algumas coisas para que possamos terminar o assunto - Ele falou enquanto eu era carregada porta afora. - Não me arrependo do que sonhei, não me arrependo de meus objetivos. Contudo, me arrependo em parte de como agi para alcança-los. E isto aplica-se a você. Por mais afastada que eu a tenha mantido, quero que saiba que agradeço pelo quanto lutou por mim. Peço que me perdoe e, mesmo que não o faça, guarde estas palavras. Sua resposta não é necessária agora.

– SASUKE! - Gritei e senti uma picada em meu pescoço, uma seringa. Chorando, meus olhos fecharam-se contra minha vontade enquanto a passagem do receptáculo que o prendia fechava-se, deixando-o sozinho com um dos agentes.

– Sa...su...ke... - Murmurei, sucumbindo ao efeito do sonífero injetado.

Os dias se passaram. Para saciar a vontade dos outros líderes, a vida de Sasuke foi perdida. Com um punhado de rosas brancas, caminhei até a área ocupada por aqueles que já partiram. Cruzando faixas de lápides mortuárias, parei em frente a uma. Com olhos pesarosos, forcei-me a lê-la.

[¥] Uchiha Sasuke [¥]

Um mundo onde a dor não precisa ser carregada por uma só pessoa.

Relembrei de todos momentos que tivemos juntos. Os bons, os maus. Não importavam, desde que fossem momentos com ele. Uma brisa soprava e, de certo modo, pude sentir sua presença. O cabelo preto, os olhos sérios e a expressão arrogante. Agachei-me, depositando as flores em frente a sepultura. Abracei meus joelhos e aconcheguei a cabeça entre os braços, procurando algum consolo enquanto chorava. Alguma resposta para o porquê da vida ser tão injusta. A brisa tornou-se mais forte e levantei os olhos, percebendo que as pétalas desprendiam-se uma a uma e subiam para os céus numa dança calma e compassada. Enxugando as lágrimas com as costas da mão, levantei-me. Olhando os vários pontinhos brancos que partiam no horizonte carregados pelo vento, abri um sorriso, terminando por falar baixinho:

– Eu te perdoo, Sasuke.


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Notas finais do capítulo

Thanks for reading. I hope you enjoyed! :)



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