Ressurgente escrita por Carolina Rondelli


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Leitores do meu coração, ME PERDOEM.
Faz muito tempo que eu não posto, eu sei, mas eu tinha algumas questões pendentes sobre o rumo da história, o que me levou a reler a fanfic e ver o que de relevante eu poderia ter deixado passar. Então eu tinha duas opções: fazer um capítulo de qualquer jeito só pra postar em dia, ou fazer um capítulo legal, e que vai ser relevante para o rumo da história. Fiquei com a segunda opção, e como estava sem tempo, demorei muito nesse processo. E espero que compreendam.
MUITO obrigada pela paciência, eu amo vocês, aproveitem o capítulo!



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Liv

Olho, horrorizada, para Anthony no chão quando passo para o lado de Tobias. Ele me mostra um pedaço de papel quando seu celular toca. Leio o bilhete, é de Nita. Eu sabia que ela estava planejando algo, que devia ter uma arma secreta sem ser Beatrice, mas um exército do lado de fora da cidade? Como ela conseguiu fazer isso sem que ninguém percebesse?

— Nita — Tobias diz secamente quando atende, e coloca no viva-voz para que eu possa ouvir.

— Tobias Eaton... Quatro... — ela saboreia cada palavra. — Que saudades de você.

— Gostaria de que continuasse com saudades — ele responde. — Da último vez que vi estava em uma cadeira de rodas, e agora está com um exército às portas da minha cidade?

— “Minha cidade”? Interessante, prefeito. Bem, continuo na cadeira de rodas, mas isso nunca foi pretexto para que eu ficasse parada. Minha vingança não acabou.

— Devia ter perdido a memória quando Tris ativou o soro.

— Ah, mas eu perdi... — a resposta vaga. — Não estamos nos falando para discutir sobre mim, por mais que você provavelmente aprecie o assunto. Sua cidade, vai salvá-la, ou deixará que eu destrua pessoa por pessoa? GP por GP?

— Vamos nos encontrar pessoalmente e discutiremos termos.

— Estou bem protegida, longe de Chicago, não tem chances de conversarmos pessoalmente — ela diz. — E aqui estão os termos: entregue a cidade ao meu exército, me apresente como prefeita. Todos ficarão bem... ou quase todos, os GPs serão executados.

— Louca — Tobias murmura.

— O conceito de loucura varia muito, dependendo de quão desesperado você esteja — ela fala. — Mas vamos lá, tem de concordar que meus termos são bem generosos, a única coisa que exijo é que não existam mais GPs em Chicago, e isso significa que será bem vindo a ficar!

— Nem em sonho eu vou entregar as pessoas dessa cidade nas suas mãos sujas... — ele se enfurece.

— E pretende entregá-las para a morte? — ela indaga. — Pense nas crianças, Tobias, meus soldados não vão atacar as escolas, mas muitas estão em casa, e vão sofrer tanto ao ver os pais morrendo! Pense em seus amigos, eles serão considerados seus cúmplices, e morrerão assim que puserem as mãos neles...

— Sua vadi...

— Cuidado com o que diz, prefeito! Eu terei que tomar o mesmo cuidado, já que uma ordem minha bastará para invadirem a cidade.

— Por quê? — essa parece a pergunta mais pertinente no momento.

— Vingança, poder, porque eu quero. Não interessa a você por que quero fazer isso. Teve a oportunidade de saber há muito tempo, e mesmo assim me abandonou.

— Na última vez que compactuei com você, o irmão do meu melhor amigo morreu.

— Pessoas morrem, é a lei da vida, já devia ter se habituado a isso.

— Parece que não levou a lei da vida em consideração com Tris, uma vez que ela não está morta.

— Ainda.

Tobias bate na mesa, com raiva. Olho para trás e vejo que quase todos da sala estão em volta de Anthony, já devem ter ligado para a unidade médica, a essa altura, mas ele está morto, não resta sombra de dúvida.

— Nita — volto minha atenção ao celular. — Acabou de matar uma pessoa, o único representante do Governo que nos restou do último ataque. Precisamos, eu sei lá, avisar a família dele.

— Para que não diga que nunca lhe dei nada, você tem cinco horas, e nada mais. Ligarei novamente então, e espero que tenha uma boa resposta para me dar. Discuta com seus líderes, com seus amigos, com algum animal, eu não me importo, só desejo que faça a escolha certa. Não quero perder um soldado sequer, mesmo sabendo que suas perdas serão infinitamente maiores. Então você tem uma ótima oportunidade para se render.

— Cinco horas — Tobias repete. — Promete que não atacará a cidade, sob nenhuma circunstância, antes desse prazo?

— Só atacarei se o fizerem.

— Não vamos — ele promete.

— Então temos um acordo.

Tobias desliga sem dizer mais nada e olha para as pessoas em volta. Um barulho de ambulância se torna próximo de nós.

— Não entrem em pânico — Tobias diz, alto, e todos olham para ele. — Se algum de vocês tem uma proximidade maior com Anthony, vão com ele para a unidade médica e, por favor, se responsabilize pelo enterro, contate a família dele, se puder, eu sinto muito. Precisarei do resto de vocês. Desçam as escadas e me esperem no andar debaixo. Sei que situação é delicada, mas está pior do que pensam, então sua ajuda será estritamente necessária.

Aos poucos, as pessoas parecem ser despertas do choque e descem as escadas, restando poucas ao lado do corpo de Anthony.

Tobias se volta para mim:

— Ligue para Amar, Zeke e George, diga que preciso deles aqui urgentemente, diga para deixarem o exército em formação. Ligue também para Christina, tenho uma tarefa importante para ela cumprir — ele ordena. — Ligarei para a imprensa e pedirei que todos permaneçam em suas casas até segunda ordem.

Respiro fundo e me viro.

O mundo está prestes a desabar.

Respiro novamente, bem devagar.

Mas tudo vai ficar bem.

***

Zeke, Amar e George já estão juntos com os membros do Governo no andar inferior quando Christina chega.

— Que bom que chegou — Tobias diz, indo em direção a ela, e eu o sigo. — Christina, há alguma possibilidade de fechar a Cerca?

— C-como? — ela pergunta, atônita.

— É possível?

— Não! — ela exclama. — Quero dizer, não sei! Como eu saberia isso?

— Trabalha com o transporte de pessoas para dentro e fora de Chicago.

— Sim, e eu mexo com papeis, e não com a Cerca.

— Pode encontrar alguém que faça isso?

— É complicado, eu não sei...

— Pode pelo menos tentar? É muito importante.

— O que está havendo?

Antes de Christina chegar, o corpo de Anthony já havia sido retirado, mas as pessoas na cidade não sabiam de nada.

— Tem um exército do lado de fora da Cerca.

— E quando estava planejando me contar isso?! — ela praticamente grita.

— Acalme-se, eu já ia dizer — ele explica. — O que acontece é que eles estão sendo regidos por Nita.

— Nita? — Christina se recosta na parede mais próxima, ainda com o gesso no pé. — A mesma Nita que estou pensando? Ela está comandando um exército de uma cadeira de rodas?

— Aparentemente estão seguindo qualquer um nos dias de hoje — comento.

— Você é a vice-prefeita, não é mesmo? — ela ironiza.

— Christina... — Tobias a repreende.

— Não disse nada mais que a verdade, Quatro — ela diz. — Mas vamos ao que interessa. Se — e esse é um grande se — eu conseguir, com algum milagre, que a Cerca seja fechada, o tal exército pode simplesmente invadir a cidade primeiro.

— Você tem cinco horas.

— Tudo isso? Se há um exército aí, não dispomos de tanto...

— Nita e eu temos um acordo, ela me deu cinco horas para eu me render — ele a corta. — A condição é que eu entregue todos os GPs para serem executados.

— Não vai fazer isso, vai? — ela pergunta, meio incerta.

— Claro que não — ele responde. — Fechando a Cerca, conseguirei mais algum tempo para preparar o nosso exército.

— Então vai mesmo haver combate?

— Não vejo outra solução.

— Bom... Darei meu melhor nisso — ela promete. — Caso eu consiga algo, te ligo.

— Obrigado. E você também tem a ordem expressa do prefeito de que qualquer um está estritamente proibido de entrar ou sair de Chicago, a mídia está propagando a notícia, mas como trabalha com isso, não permita que saiam — ele diz e, para minha surpresa, a abraça.

— Vai dar tudo certo — ela o encoraja.

— Vai sim — ele assente e a larga.

Christina vai embora e seguimos para a reunião. Já espero uma longa e estressante conversa.

— Qual é o plano, Quatro? — Zeke já começa assim que nos aproximamos.

— Esperava que você me dissesse.

— Explique a situação inteira para nós.

Tobias olha ao redor e respira fundo antes de começar:

— Como já sabiam, existem rebeldes na cidade. Eles atacaram quando fui nomeado prefeito, eles raptaram minha amiga, colocaram fogo no meu prédio, e estavam nos afrontando até que agora passaram a algo mais direto, e mais sério. Há um exército fora da cidade, que invadirá em cinco horas, caso não nos rendamos.

— Quão grande é esse exército? — um membro do Governo de meia idade pergunta.

— Não tenho um número preciso, mas vou ter acesso às imagens das câmeras que foram instaladas na Cerca assim que acabarmos essa reunião.

— Já tomou alguma providência para que eles não passem da Cerca? — Amar pergunta.

— Sim, Christina está fazendo seu melhor — ele assegura.

— Nós vamos nos entregar ou lutar? — George indaga.

— Não vou entregar a cidade — Tobias fala —, mas vou evitar o máximo que puder uma batalha.

— Então a ideia é segurá-los na Cerca? — uma garota que não deve ser mais velha que eu, também do Governo, pergunta. — Até quando?

— Bom, eu espero conseguir dissuadir a líder desse movimento nesse tempo que ganharemos se a Cerca for fechada.

— Talvez conseguir ajuda de fora? — sugiro.

— Não tenho certeza de que vão nos ajudar — um outro homem diz.

— E por que não? — Tobias diz. — Chicago é apenas uma cidade dentro de um país muito grande, não estamos isolados.

— Não — o homem continua —, mas Chicago é um experimento que não deu certo. A cidade deveria ter sido reiniciada. Eles vão se mover para ajudar? Sim, mas não com boa vontade.

— O que me importa é que venham.

— Depende do que a líder dos rebeldes propor a eles.

— O que quer dizer?

— Se ela estiver mais de acordo com os interesses do Governo, talvez eles se inclinem a favorecê-la.

— Mas isso é um absurdo! — Tobias protesta.

— Isso se chama corrupção, meu amigo — Amar diz.

— Bom — diz Zeke —, mas independente de conseguirmos ajuda de fora, o que os soldados farão?

— Vou mandar uma parte deles para a Cerca, independente de fecharmos ou não — Tobias fala. — E o resto vamos conter na força policial até segunda ordem, até que, pelo menos as cinco horas que temos se passem.

— E o que diremos às pessoas? — eu pergunto.

— A única coisa que sei é que ninguém pode deixar as casas hoje, não colocarei ninguém em risco.

— As pessoas ficarão assustadas... — uma mulher começa a dizer, mas meu telefone toca.

— Com licença — digo e me afasto das pessoas. Vejo que é Trevor. — Diga — atendo.

— Você está bem? — ele pergunta.

— Atordoada com tudo que está acontecendo, mas estou bem — respondo. — E você? O que está acontecendo aí?

— Estou bem — ele diz. — Amar deixou uma ordem para que todos nós permanecêssemos aqui, mas estamos no escuro. O que aconteceu, Liv?

— Nita tem um exército do lado de fora da Cerca. E temos cinco horas para nos rendermos, ou eles vão invadir.

— Não é possível! — ele exclama, indignado. — Qual é o problema dela? Por que não nos disse nada?

— Não fazemos parte dos planos de Nita há não sei quanto tempo.

— Estamos tão ferrados...

— Não, não estamos. Darei um jeito de encontrar Ash e deixá-la segura, mas continue aí, esperando o que está para acontecer.

— Muito obrigado.

Suspiro e tomo coragem para perguntar:

— Derek...? — mas falho. E não sei se é por não conseguir mesmo falar ou se por não saber o que realmente perguntar.

— Com toda essa confusão, não houve reconhecimento de corpos, mas vamos ser sinceros, ele teria feito contato se estivesse vivo. Eu sinto muito, Liv.

Um vencedor leva as lágrimas para o travesseiro, uma vez minha mãe me disse, e lembrar disso me dá um grande aperto no peito, mas também me enche de força. Pelo menos força suficiente para empurrar a dor que estou sentindo para longe, pelo menos por algum período de tempo.

E estou disposta a ser uma vencedora.

— Se ele estivesse aqui, gostaria que ganhássemos, que saíssemos disso vivos. Então vou me permitir alterar as suas ordens, que eram de acabar com a força policial de dentro para fora. Faça com que a força ganhe, Trevor, de dentro para fora.

— Vou dar o meu melhor aqui, faça o mesmo. Ajude Tobias, seja a melhor vice-prefeita que Chicago poderia querer.

— Serei — prometo.

— A gente se vê por aí, se cuide — ele se despede.

— Com certeza — digo. — Tome cuidado.

Desligo o celular e volto para perto da reunião, mas minha atenção vai para o barulho do elevador que acabou de parar no andar.

— Ah, meu Deus, quem será agora? — Tobias reclama.

— Achei que ficaria satisfeito por me ver — Beatrice sai do elevador, que se fecha atrás de si.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Se ficou alguma dúvida, "fechar a Cerca" seria deixar como era originalmente, sem as entradas que possibilitam a entrada e saída das pessoas de Chicago. Comentem aí se estão gostando dessa confusão toda, e o que acham que vai acontecer nos capítulos seguintes.
Desculpem-me, novamente, vejo vocês nos reviews! Xoxo.



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