A televisão estava ligada na sala de estar, mas ninguém assistia nada. Scott e sua mãe jantavam na mesa da cozinha jantando, o domingo a noite era uma coisa bem tediosa para os Martins: programas de comédias sem graça, canais de compras, canais de pegadinhas. Além de Scott estar chateado e confuso com o que aconteceu com Liam; a mãe percebeu o ressentimento do filho mas não conseguiu ajudar muito, pois ela não sabia o que tinha ocorrido, e Scott esperava que ela não soubesse. Depois de jantarem eles sentaram no sofá da sala e assistiram os programas .

– Nossa.- Sra. Martin falou - Hoje em dia não tem mais programa bom na TV. - Scott riu

– Pior que é verdade, mãe - Scott falou. - Pior que é verdade.. - ele repetiu

Qusando a lua estava no topo do céu, na noite escura, Martin estava deitado em sua cama dormindo e sua mãe também. Scott sonhou que dormia na sala de aula durante uma prova importante do professor Carlos, Liam e John gritavam seu nome, o barulho dos lápis no papel faziam a cabeça de Martin pulsar. De repente John puxou o braço dele, fazendo cair no chão de olhos fechados; quando abriu os novamente ele já não estava na universidade, Scott sentiu a grama esbarrar sua perna, ele parecia estar em um tipo de morro dando vista para um bairro da cidade. Ao olhar para trás ele viu John sentado e olhando para o céu, logo ele olhou para o rosto do jovem, a imagem dele dizia algo, mas não tinha som: "Scott!" "Scott!".

Martin acordou suando frio em seu quarto, eram 5 horas da manhã, faltava uma hora para ele se arrumar; poderia ter ido dormir de novo, mas não conseguia. Ficou acordado até o primeiro raio de luz atravessar a janela e bater em sei rosto. Logo ele começou a se arrumar, tomou o café e foi embora.

...

Pedro e Ana estavam sentados no banco do pátio da faculdade, Scott estranhou a ausência de Julia. Liam caminhava de um lado para outro perto do refeitório. Martin preferiu falar com o casal antes, pois não sabia se estava pronto para falar com o amigo.

– Bom dia pessoal! - Scott chegou dando um sorriso talvez sincero, talvez não.- Está tudo bem com vocês?

– Está sim. - Ana falou - E você? Como está a vida?

– Até que está indo bem- Martin disse para a amiga. - A Julia não vem hoje não? - ele perguntou.

– Não, mas esperamos que venha. - Pedro falou apontando para a namorada. - A Julia mandou uma mensagem para a Ana ontem a noite, dizia que ele estava passando mal.

– Coitada, espero que não atrapalhe nos estudos dela- Scott sentou-se enquanto falava, e pensou como Pedro sabia da mensagem.

– Verdade. - O casal respondeu.

Pelo menos se passaram dois minutos antes que Ana e Pedro percebessem que Scott não parava de olhar para Liam. Eles estavam com vergonha de perguntar, mas acabaram a fazendo.

– Scott.. Você e o Liam estão bem? - Pedro perguntou.

– Você já foi falar com ele hoje? - Ana completou perguntou.

Martin ficou um pouco constrangido por eles terem percebido sua insegurança em questão de Liam. Scott vacilou na primeira tentativa de responder.

– A-ainda não! - Martin passou a mão no cabelo, demonstrando preocupação. - Eu não sei como.- O casal olhou para ele com iironia.

– Scott, escuta- Pedro disse- É melhor você ir falar qualquer coisa, para que ele veja que você se importa!

–Hmm.. Não sei- subitamente depois de algum longo tempo, Scott sentiu que precisava arrumar a situação- Okay, Okay. Eu vou!

– É isso aí! - Pedro disse contente

– Vai lá, Scott! - Ana incentivou o amigo, quando ele começou a andar.

...

Liam ainda caminhava no "vem e vai" infinito; quando ele percebeu a chega de Scott e sua proximidade parecia estar tremendo. O pátio e o refeitório pareciam estar abandonado, existia uma possibilidade de fugir, mas ele não o fez.

– Liam.. Oi..- Scott falou, iniciando a conversa- Você pode conversar agora?

– Oh Oi! Scott.. - Liam respondeu tremendo definitivamente. - S-sim! Posso..

– Está tudo bem cara? - ele chegou mais perto de Liam para ver seu rosto.

– Está sim, Scott. - O rosto desanimado parecia corar em meio a conversa. - Podemos conversar?

–É claro que podemos,Liam. - Martin ficou olhando para o amigo envergonhado, mas não podia culpa-lo, ele também estava inseguro com tudo. O silêncio acabou sendo o maior problema naquele momento, nenhum dos dois abria a boca para dizer nada. Mas chegou uma hora em que os dois precisavam falar algo.

– Desculpa! - Liam falou, causando surpresa e arrepios em Scott, a iniciativa foi inesperada. - Desculpa! Desculpa! Scott, eu não queria que fosse assim. - O rosto de Liam demonstrava desapontamento.

Scott ficou espantado, mas resolveu fazer uma coisa que já deveria ter feito a muito tempo: segurou as mãos do amigo enquanto o abraçava, um abraço sincero de muito tempo. Scott podia sentir a lágrima de Liam molhar sua camisa.

– Está tudo bem Liam. - Martin avisou o amigo, enquanto acariciava seu cabelo. - Está tudo bem.. - As lágrimas de Liam pareciam chegar mais rápido.

–Scott. - Liam falou enquanto deu um abraço forte e deu um passo para trás para ver o rosto de Martin.- E-eu te amo Scott, te amo.. - O rosto de Scott parecia ressaltar de surpresa, os olhos vibravam com a imagem, e o corpo paralisou enquanto escutava.

Scott deu um passo para frente, olhou nos olhos de Liam, segurou seu rosto por alguns breves segundos e voltou a abraçar Liam.

– Liam.. - Scott começou, a voz parecia falar, mas o amigo não percebeu. - Eu também te amo, Liam. - Ele realmente amava, mas não sabia qual tipo de amor. Scott segurou a nuca do amigo enquanto acariciava seus cabelos novamente.

...

Já estava na parte da tarde, a aula era do professor Gabriel, ele era bem descontraído, pelo menos os alunos acreditavam nisso. Julia realmente não tinha melhorado, pois não compareceu em nenhuma aula; Ana e Pedro estavam conversando e se beijando nas horas inoportunas, como sempre. Liam falava com Scott, mas ainda existia um resseio da parte dele, mas os amigos estavam bem animados e Martin sorria sinceramente por isso.

Os estudantes estavam fazendo as atividades, alguns terminando trabalhos de última hora. John sussurrava o nome de Scott algumas vezes na aula de propósito; mas Martin fingia não escutar. Não queria que acontecesse outra briga entre ele e Liam.

A aula em si acabou bem rápido, logo todos foram embora, inclusive os professores foram os primeiros, Scott achou isso estranho. Quando ele tinha acabado de se despedir dos colegas, começou a andar até o ponto de ônibus lentamente, e pode escutar os passos de alguém correndo atrás dele.

– Scott! - Martin olhou para trás. Era John gritando seu nome. - Espera! Espera! - Scott ficou esperando John lhe alcançar.

– O que você quer John? - Scott perguntou com um sorriso ironico no canto da boca. - Fale logo.

– Olha eu sei que a última vez que nós nos vimos, você não gostou muito.. - John parou, inspirou e voltou a falar. - Mas, eu queria perguntar.. Se você não quer passear comigo.. - O jovem falou com a cabeça baixa na espera de um não.

Martin pensou, pensou e pensou. Enfim ele pegou o celular para ver que horas eram: 17:30; mas não tinha só isso para olhar.. Tinha uma mensagem de sua mãe, " Querido filho, hoje vou pegar mais horas extras no serviço, então não vai dar para nós jantarmos juntos. Fica com Deus, boa noite querido.". Ali se passaram dois minutos até que Scott tomasse uma decisão, novamente pensou e então iria falar.

– Olha John. - Scott argumentou. - Hmm pode ser.. - Ele falou inseguro, mas ele sabia o que queria.

– Sério?! - O sorriso de John era evidente, o carinho estava no arrepiar de seus pelos. - Você vai adorar onde vamos! Aí Scott. Obrigado por aceitar! - Scott percebeu que fez uma boa escolha.

– Então vamos?! - Martin perguntou exaltado com um sorriso sincero, o verdadeiro.

– Claro! Por favor me siga! - John foi falando com Scott, acompanhando ele até seu carro preto, aparentemente novo; e Scott ficou com dúvidas se ele não era rico. Quando ambos estavam sentados no belo carro, John deu a partida no carro, iniciando o passeio. Fazendo Martin ficar ansioso.

...

Quando eles chegaram no lugar. John tinha dado uma trégua e parado de falar, depois de saber todas as coisas favoritas de Scott. O lugar era um morro, a grama era verde e bem cuidada, tinham algumas cercas envolta do lugar e um banco. Dava vista para o bairro principal da cidade, e a noite já estava quase caindo.

– Eu não acredito.. - Scott falou. - Este lugar!

– O que tem com este lugar? - John perguntou. - Algum problema?

– Não, nenhum. - Martin começou. - É que eu já.. Já sonhei com esse lugar. - Ele falou espantado.

– Sério?! - John ficou curioso. - Isso vai tornar o passeio mais legal! Com certeza!

Ambos se sentaram na grama, as vezes John perguntava sobre as bandas favoritas de Scott, e ele sempre dizia que não tinha ou que gostava das estrelas do pop. John ficava olhando para o Martin, que desviava as encaradas na mesma hora. Ele acabou deitando na grama por estar cansado e John o acompanhou. Na verdade um estava de cabeça para baixo, mas seus rostos se encontravam.

John ficava procurando as mãos de Scott a todo momento, mas o jovem retraia o braço quando isso acontecia. Ele piscava para Martin e associava, mas o silêncio os separavam.

– Scott.- John começou. - Se está com vontade de me beijar, por que não faz isso?

– Eu não quero te beijar John. - Scott argumentou, mas estava mentindo.

– Sei sei. - John ironizava a situação. - Por que não vem aqui e me beija?

– Eu já disse que não quero. - Scott mentiu novamente para John. Mas John estava insatisfeito, colocou a mão na barriga e desceu até a região pélvica de Scott, que começou a sentir deu coração bater mais rápido, ele estava ficando cada vez mais excitado por John, mas devia se controlar.

– Por que você.. - John estava cada vez mais perto de Scott, sussurrando as palavras fazendo os pelos de Martin se arrepiarem. - Me beijar, Scott. - Scott ergueu seu corpo rapidamente, ficando sentado, por que sabia que iria aguentar a tentação.

John se levantou rapidamente, Scott não tinha conseguido nem se recuperar, quando ele foi puxado por John pela nuca, desta vez ele não resistiu. John beijou ele antes que pudesse dizer sim. Martin pulou em cima dele, lhe beijando e segurando o pescoço e acariciava o cabelo. John não evitou, agarrou a cintura do jovem, ameaçando tirar alguma parte de sua roupa. Os dois ficaram nisso mais dez minutos.

– É melhor pararmos, John. - Scott se pronunciou.- Por favor, aqui não..

– Ok, Scott. - John respondeu. - Ahn, você quer.. Quer ir assistir um filme comigo? Na minha casa?

– Eu não sei. - Scott olhou o relógio no celular: 19:00; sua mãe só chegaria depois das dez da noite. " Talvez dê tempo", Scott pensou. - Ok, pode ser John. Nos levei até lá. - Martin entrou no carro antes de John, que logo entrou e começou a dirigir pelas ruas.

...

Quando o carro escuro de John chegou em frente a sua casa, tinha se passado apenas dez minutos. A casa era grande e pintada de azul, tinha poucos cômodos: dois banheiros, dois quartos, uma sala de estar e uma cozinha; foi o que Scott achou ao entrar na casa. As luzes do corredor até o quarto estavam ligadas. Por dentro a casa era bem mobiliada.

– Me siga Scott. - John apontou para cima enquanto subiam as escadas e ele ligava os interruptores que estavam na escuridão.

– Eu estou te seguindo. - Scott andava atrás dele olhando para os lados.

– É aqui. - John avisou, e abriu a porta: o quarto era lindo, pôsteres de filmes, prateleiras com livros e outra com filmes, a cama era de casal com uma colcha por cima, o chão era de madeira lisa.

– Nossa! - Martin falou. - Seu quarto é lindo. - Scott podia até sentir um pouco de inveja.

– Ah.. Obrigado. - ele deu um sorriso lindo. - Scott escolhe um filme, talvez aquele " Como se fosse a primeira vez"; pega ele para mim enquanto vou ali.

– Ok John. - Martin virou-se parra as prateleiras e começou a procurar o DVD, mas ele não encontrou, Scott ia avisar que não tinha nenhum filme com o nome " Como se fosse a primeira vez", quando a luz mudou de grau e a porta fechou, fazendo o quarto ficar mais escuro. Scott virou para ver o que aconteceu: John estava parada na porta abaixando as calças e depois as tirou., ficando apenas de cueca. Martin ficou paralisado com a cena.

– J-John? - Scott vacilou enquanto sentia sua espinha congelar. - O que está fazendo?

– O que estou fazendo? - John repetindo a frase ironicamente e depois deu um sorriso safado para Martin.- Tudo Scott. Estou fazendo tudo.. O que você quer. - John completou.