P.O.V. Emma Swan

Acordei com um sorriso no rosto, afinal a cada dia que passava, o meu encontro com Killian ficava mais e mais perto. Lembrei que tinha o desafio de encontrar um vestido e um par de sapatos que me agradassem, afinal jaqueta e calça jeans não eram a dupla perfeita para um encontro. Mas antes de tudo tinha que vencer a preguiça e levantar da cama, o que eu rapidamente consegui, ao contrário de Henry, que demorou 15 minutos para sair da cama.

Depois de chamar Henry mais de sete vezes, ele finalmente se levantou e foi em direção ao banheiro, enquanto que eu fazia os cappuccinos e as torradas. Já de uniforme e com a mochila nas costas, Henry desceu e colocou-a no sofá, enquanto que eu decifrava o cheiro forte que estava no ar. “Perfume é claro, como você é lerda hein Emma!!”

– Perfume hein?! – disse com um sorriso travesso – quem é a sua garota?!
– Nossa mãe, toda vez que eu me arrumo um pouco mais você fala isso – disse um pouco irritado – e mais ou menos, ela ainda não é minha, mas se tudo der certo, vai ser em breve.
– Quanta confiança hein?!! Por acaso é a Grace – perguntei.
– Não mãe – disse indignado – a Grace é minha amiga e só.
–Então qual é o nome da sortuda? – disse um pouco curiosa.
– Ela chama Gretel – disse – ela é tão linda – disse de forma apaixonada.
– Você não está gostando dela só por causa da beleza certo?!
– Claro né mãe. Ela também é muito simpática e gentil.
– Bom, espero que seu plano dê certo, mas agora vamos comer – disse pegando uma torrada – antes que esfrie.

Terminamos o café e fomos em direção à escola. Chegando lá encontrei Killian e Neal se despedindo em frente o colégio.

– Boa prova filho! – ele o abraçou.
– Valeu pai! – ele retribuiu o abraço.

“Eles formam uma linda família” pensei enquanto abraçava Henry e o desejava “boa prova”.

–Sério mãe?!! – ele disse um pouco contrariado – matemática é muito fácil, mesmo assim obrigado – ele sorriu.
– Você realmente tem algum problema filho, gostar de matemática não é normal – disse rindo.
– Você está parecendo com todo mundo da minha sala – disse gargalhando – devo ter puxado isso do meu pai então – percebendo que havia falado besteira, rapidamente se afastou – Tchau mãe!
– Tchau filho! – eu ainda estava incomodada com a fala de Henry, mas disfarcei.

Killian observava a cena com um lindo sorriso no rosto, que eu rapidamente retribuí. Era impressionante como ele me fazia feliz com apenas um olhar ou um gesto.

– Então Swan – disse com um tom galanteador.
– O que foi Killian? – disse curiosa.
– Nada, eu só gosto de falar seu nome – disse sorrindo e se aproximando.
– Ah é?! – disse também me aproximando.
– Claro que sim – disse se aproximando mais – Swan. Emma Swan - sussurrou.

A voz rouca dele me levava à loucura, e ficava cada vez mais difícil manter o controle, mas eu tinha que resistir, afinal não sabia qual seria a reação de Henry ao saber que sua mãe estava com alguém que poderia “substituir” seu pai biológico.

Eu nunca falava com Henry sobre Jefferson, na verdade sempre tentei manter a maior distância possível, afinal meu filho não precisava saber o que o pai dele havia feito comigo e até com outras pessoas que ele chamava de “amigos”.

– Hey, Swan?! Terra chamando – disse com um tom carinhoso.
– Ah, oi – disse um pouco perdida – foi mal, estava pensando na vida – disse envergonhada.
– Na vida hein?! E eu por acaso estou nela? – disse curioso.
– Huum...não sei, talvez sim, talvez não – sorri um pouco – quem sabe...
– Interessante – ele sorriu maliciosamente.
– Você pensa muita besteira sabia? – disse rindo.
– Fazer o que, eu sou um homem e tem uma linda mulher na minha frente – disse sorrindo – que eu pretendo conquistar – aproximou-se um pouco de mim.
– Boa sorte – ri um pouco.
– Eu não preciso de sorte Swan – disse um pouco mais sério – preciso de determinação para conquistar o seu coração – disse olhando fixamente nos meus olhos – o que eu tenho de sobra – disse determinado.
– Killian, eu... – nenhuma palavra conseguia sair da minha boca.
– Eu estou falando sério Swan – ele segurou meu rosto delicadamente com as mãos – eu brinco com você, mas no fundo eu estou falando a verdade – me perdi na imensidão de seus olhos – e eu prometo – ele respirou fundo – eu prometo que eu ainda vou te fazer feliz.

Um silêncio se formou entre nós, não conseguia dizer uma palavra se quer. Eu sabia que Killian tinha fortes sentimentos por mim, mas nunca pensei que ele iria dizê-los tão abertamente. Na verdade eu pensei que ele iria jogar flertes para mim por várias e várias semanas até se abrir comigo.

O silêncio continuava, e a única coisa que passou pela minha cabeça foi fugir, afinal eu já tinha feito isso várias e várias vezes no passado.

– Eu tenho que ir, Graham está me esperando – disse me afastando – Até Jones.
– Até Swan – ele virou-se e andou em direção ao escritório.

Andei o mais rápido que consegui em direção à delegacia. Chegando lá Graham me olhou e percebeu que eu não estava bem. Não permiti que ele pergunte o que havia acontecido, já que em um segundo já estava dentro do meu escritório, sentada na cadeira e com os olhos fechados.

Graham bateu na porta umas cinco vezes, e como não respondi nenhuma delas, ele abriu a porta lentamente e entrou em silêncio. Depois de uns dois minutos encostado na parede, ele tomou coragem e perguntou.

– Hey Emma, o que aconteceu? Está tudo bem? – perguntou.
– NÃO Graham – disse com raiva – se eu não disse nada é porque não está tudo bem.
– Calma Swan – disse devagar – também não precisa ser tão grossa – ele foi em direção à porta.
– Desculpa Graham – disse com pena dele – eu não queria ser grossa, é que – respirei fundo – digamos que tudo está indo muito rápido.
– Me deixa adivinhar – ele pensou por um instante – Killian?
– Uhum – afirmei com a cabeça enquanto que Graham sai do meu escritório e foi em direção ao dele – hey, onde você está indo?
– Espera – ele disse e depois de dois minutos voltou com uma garrafa de vodka – Ajuda – ele jogou a garrafa para mim – experiência própria.
– Obrigada – bebi um pouco da vodka, que desceu ardendo pela minha garganta.
– Então – ele puxou uma cadeira e sentou-se de frente para mim – pode me contar, sou todo ouvidos.
– Resumindo, ele se declarou para mim – disse rapidamente – e eu fiquei sem reação.
– E é por isso que você está assim? – perguntou indignado – ele gosta de você, isso não é bom? – disse um pouco confuso.
– É...eu acho – disse mais confusa ainda – quero dizer, é bom, mas tudo está indo rápido demais –disse – tenho medo de saber o que Henry vai pensar – expliquei – tenho medo que ele pense que estou tentando substituir o pai dele
– Você ainda não conversou com ele sobre o Jefferson? – disse muito indignado.
– Não – abaixei a cabeça.
– Emma, Henry tem direito de saber quem é o pai, mesmo que ele seja um cafajeste – ele pensou um pouco – desculpa, não devia ter dito isso.
– Sem problemas, eu penso a mesma coisa dele – disse com um pequeno sorriso – só tenho medo que ele queira conhecer o pai.
– Bom esse problema é com você – ele disse sério – mas o Killian sente algo por você e ele não merece ficar esperando até você decidir isso – disse seriamente – assim como você também sente e merece ser feliz – ele sorriu.
– Como você sabe? – perguntei extremamente curiosa.
– Desde que você conversou com ele no Granny’s você está sorrindo mais – disse sorrindo – além disso, eu sei que você está indo buscar o Henry cinco minutos mais cedo todo dia só para esperar ele – sorriu convencido.
– Está assim tão óbvio? – disse curiosa.
– Emma, eu sou seu amigo, sei quando você está diferente.
– Nossa, acho que vou ter que mudar de tática – disse rindo.
–Com certeza – disse gargalhando.
– Mas como você sabe que eu conversei com ele no Granny’s? – parei de rir – você não estava lá.
– Bom... – apenas o seu olhar me deu a resposta.
– Mary Margaret!– afirmei.
– É, ela veio aqui para nos convidar para o aniversário do David.
– E te contou – disse.
– É.

Olhei para o relógio e já estava na hora de buscar Henry, na verdade eu já estava atrasada. Saí apressada do escritório, mas não antes de ter uma pequena conversa com Graham.

– Tomara que você se acerte com o Killian – disse esperançoso.
– É, tomara – apontei para o relógio – viu, cinco minutos atrasada.
– HAHA acho melhor você correr se quiser encontrar Killian.
– Obrigada – o abracei – muito obrigada.
– É para isso que servem os amigos – ele sorriu.

Corri em direção à escola, e chegando lá encontrei Henry conversando com Neal e Killian. Assim que me avistou, correu e me abraçou forte. Retribuí o abraço, e quando acabou pedi para que brincasse com Neal enquanto eu conversava com Killian sobre a “excursão”.

– Hey – disse envergonhada.
– Oi – ele disse com um sorriso tímido.
– Tudo bem?
–Sim e você?
– Estou indo – percebi que ele esperava alguma ação minha então comecei a falar – desculpa por hoje – sorri timidamente – fui pega de surpresa.
– Eu percebi, você parecia um fantasma de tão branca – ele riu.
– É – ri um pouco.
– Então...

Não disse nada, apenas me aproximei e olhei seus olhos, minhas mãos estavam em seu rosto e raspavam em sua barba. O abracei forte, como se aquele fosse o último abraço que compartilharíamos. Senti seus braços passarem em torno de minha cintura e me apertarem. Ficamos assim por um tempo, até que nos soltamos e olhamos nos olhos um do outro.

– Eu vou te fazer feliz – ele disse com a voz rouca.
– Eu sei – sorri – apenas seja paciente.
– Eu espero o tempo que for necessário.
– Ótimo – sorri.

Depois disso chamei Henry e fomos para casa. Não conseguia parar de sorrir nem por um minuto, o que fez com que Henry gargalhasse por um bom tempo. Jantamos e fomos em direção aos quartos. Deitei na minha cama, fechei os olhos e pensei.

“Killian Jones, você não faz ideia de como me faz feliz.”

P.O.V. Killian Jones

Jantei com Neal e depois me deitei na cama, fechei os olhos e pensei.

“Emma Swan, você não faz ideia de como me faz feliz.”