Losing my Humanity escrita por Jae Renald


Capítulo 15
Cap. 14 — Little do You Know


Notas iniciais do capítulo

POOOOOOVOOO :D
Nem demorei né?
bem , o que dizer sobre esse cap que eu mal escrevi e considero pakas?
Espero que gostem dele, tá muito louco meu ^_^



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Ligo pra Isaac e ele me mantém informada. Ele explica que os seres que nos atacaram são Onis, demônios japoneses e que eles não iam machucar a mim, ou a Stiles, porque eles procuram pelo sobrenatural alguém que possa estar possuído por um espírito escuro, ou nogitsune.

Eu não podia exatamente me sentir mais tranquila, até porque me encontrava na descrição de “seres sobrenaturais”. Mas relaxo ao saber que Stiles estaria seguro, e pego um livro pra passar o tempo. Pego no sono, e entro no mundo perturbador de sonhos.

...

Estou numa sala de aula. Estão todos olhando pra frente, encarando a lousa limpa. Não há professor na classe,mas todos permanecem quietos e concentrados na lousa. Pelos rostos conhecidos, posso dizer que estou na classe de história. Vejo Kira sentada, de cabeça baixa, encarando a mesa à sua frente. Uma música toca ao fundo, e ela parece transmitir meus sentimentos mais perfeitamente que minhas palavras jamais farão. Não sei bem como reagir, então continuo parada, olhando pra minha própria mesa.

“Você mal sabe que estou desmoronando,

Enquanto você cai no sono.

Você mal sabe,

Que ainda sou assombrada pelas memórias.”

Nesse momento, sinto uma mão me puxar pelo ombro, fazendo com que eu me vire. Obedeço ao movimento, e vejo Scott com um profundo olhar reprovador.

— Nunca mais faça algo como aquilo! — ele diz, me puxando pra perto, me fazendo encarar seus olhos escuros.

— Fazer o quê? — pergunto, me livrando de sua mão em meu ombro, sentindo minha respiração se estabilizar um pouco após o susto.

— Na festa, quando você puxou uma garrafa quebrada. O que ia fazer?Lutar?! Você é fraca, não pode lutar! —ele diz. Abro minha boca, mas nenhuma palavra sai.

“Você mal sabe,

Estou tentando me reerguer,

Pedaço por pedaço.

Você mal sabe que preciso de um pouco mais de tempo.”

Levanto-me, e caminho em direção à saída, mas Scott aparece em minha frente, bloqueando a porta. Posso quase ver a carranca que se forma em meu rosto. Um rosnado se forma no fundo de minha garganta. Dessa vez, quando abro a boca, as palavras fluem, cheias de frustração e raiva:

— Saia da minha frente Scott! Minha cota de paciência com você está se esgotando!

Ele permanece no mesmo lugar, com um pé apoiado na porta, os braços cruzados e um sorriso confiante no rosto.

— Prometa. — ele diz, e seus olhos encaram a fundo os meus. Quero desviar o olhar mas simplesmente não consigo — Prometa que não vai fazer aquilo outra vez.

— Tentar me defender? — pergunto, balançando a cabeça, confusa— Tentar defender meus amigos? É claro que vou fazer de novo se for preciso!

Ele balança a cabeça negativamente, como se tivesse de lidar com uma criança teimosa. Sua atitude tranquila me irrita.

— Você é indefesa. Não pode proteger nem a si mesma. Precisa prometer que não vai fazer aquilo de novo!

— Não sou indefesa! — começo a gritar — Eu já matei, lembra-se?

“Lá no fundo, estou cativa

Da visão santificada.

Estou me segurando pelo sentimento

De que você pode mudar de ideia.”

— E isso te atormenta a cada dia de sua vida. — ele diz, como se pudesse enxergar meus sentimentos. Ele segura meu rosto entre as mãos — Tem que prometer que não vai lutar.

— Não! — digo, me desvencilhando de suas mãos — Não vou mudar de ideia. Estou cansada de me sentir vulnerável.Vou fazer o que preciso fazer pra sobreviver. E se isso significa matar outra vez... Que seja.

Ele continua parado do mesmo jeito. Seu rosto tem uma expressão de pena. Em meu peito sinto um turbilhão de emoções. Minha garganta se fecha em um nó. As próximas palavras saem num tom amargo:

—Você não foi me salvar! Eu tive de me virar sozinha! Você... Você não me salvou! E por isso eu me tornei um wendigo!

“Estou pronta para te perdoar,

Mas esquecer é uma batalha mais árdua.

Você mal sabe que preciso de um pouco mais de tempo.”

Scott me abraça. Seus braços protetores me sustentam e suas mãos fazem carinho em minhas costas.

— Eu sinto muito. — ele diz, sua voz falhando ao final da frase.

— Não dá pra mudar o passado. — digo em meio a um soluço.

“Eu esperarei, esperarei.

Eu te amarei como se você nunca tivesse sentido

A dor, eu esperarei.

Eu prometo, você não tem que sentir medo.

Eu esperarei, o amor está aqui e está aqui para ficar,

Então deite sua cabeça em mim

— Precisa prometer... — ele diz, passando a mão por entre meus cabelos — Eu tenho garras. Tenho presas e uma força sobre-humana. Eu te protejo. Mas precisa prometer que não vai lutar...

— Não! — grito, me afastando.

Nesse momento, sinto meus dentes cortando a carne, se revelando em fileiras afiadas. Minha visão se aguça, e meus olhos fitam seu pescoço. Avanço, minha força sobrepujando a dele, e arranco o primeiro pedaço, sentindo o sabor revigorante de carne na boca.

...

Levanto-me num salto, sinto lágrimas molhando meu rosto. Eu chorei dormindo, e minha garganta solta um suspiro abafado. Já está escuro, e olho meu relógio de cabeceira — 1:00 da manhã.

Abro a janela, esperando que ar fresco invada meu quarto, mas não parece ser suficiente. Ponho meus pés pra fora, depois passo todo meu corpo para a sacada e encaro o chão. Não parece uma queda muito grande. Tomo uma respiração profunda, dobro os joelhos, e salto. A dor preenche meus calcanhares e sobem por minhas panturrilhas, e mordo o canto da boca pra não gritar.Mas não pareço ter quebrado nada.

A noite está fria, e minha camisola fina permite que toda minha pele sinta o vento que rodeia meu corpo. Começo a caminhar lentamente, ás vezes fechando os olhos por longos momentos. Meu cabelo esvoaça ao redor de meu rosto.Fico balançado os braços de um lado para o outro e dou risinhos que nem eu entendo.

Meu estomago está doendo de fome mais que nunca,mas o ignoro, continuando a caminhar pelo meu quarteirão. Observo todas as casa, com luzes apagadas, balanços nas varanda, uma casinha de cachorro aqui e ali. Respiro o ar frio da noite e observo a névoa branca que sai da minha boca quando espiro .

Continuo caminhando e caminhando, sentindo meus pulmões congelando por dentro, mas o frio não me incomoda. Meus pés no asfalto gelado começam a adquirir um tom azulado, mas não tenho vontade de parar.

Fico imóvel por um momento no meio da rua, encarando um beco sujo. É onde costumamos colocar o lixo. Seu cheiro é horrível,mas tem alguma coisa que prende minha atenção. Fico intrigada, procurando algo diferente. Mas parece estar tudo igual.As mesmas paredes de tijolos ,os mesmos latões de lixo, o mesmo cheiro desagradável.

Percebo algo se mexendo, e por um momento, penso que são apenas ratos. Mas a figura se levanta e me encara.Um homem, com uns 35 anos de idade, barba por fazer e castanhos olhos cintilantes me encara.Ele está mal vestido, com uma jaqueta de couro lascada e jeans imundos.Ele caminha em minha direção, com uma expressão meio louca,mas permaneço imóvel.

Ele agarra meu braço esquerdo e me força a andar pra frente, me fazendo entrar no beco. Continuo parada, e sinto meu corpo dormente — nenhum medo ou apreensão, nenhuma expectativa, nenhum sentimento,nada.

O homem me joga contra a parede, fazendo meu rosto se bater na mesma. Ele agarra meu cabelo e fala, colocando sua boca ao meu ouvido e quase o lambendo:

— O que você tem aí gracinha? — seu hálito é horrível, e por um momento eu tenho certeza que conheço aquele homem de algum lugar.

— Nada, não tenho nada. — digo. Minha voz soa calma, quase entediada.

— Sozinha, quase nua, andando essa hora no meio da rua... Você é maluca? — ele diz, roçando seu nariz em meu rosto, cheirando meu cabelo, sem afrouxar o aperto. Sua mão livre acaricia minhas pernas e as aperta, como se ele estivesse conferindo alguma coisa.

— Acho que não. — respondo, estremecendo com o toque grosseiro.

Ele continua a segurar meu cabelo, e a forçar meu rosto contra a parede. Sua outra mão me solta e ouço o som de um zíper sendo aberto. Minha mente acorda num estalo. Agora sei de onde conheço esse homem.

Já vi um retrato dele na parede de procurados da delegacia, quando fui dar meu segundo depoimento após o sequestro. O que havia me chamado atenção e me feito lembrar dele agora foi o modo como ele encarava a câmera — como um louco.

Ele começa a levantar minha camisola, e eu me viro, com a mão fechada em um soco. Ele cai, surpreso,mas se levanta com raiva, pronto pra retribuir o golpe.Não dou espaço e começo a desferir socos,chutes e vejo seu olho esquerdo começando a inchar. Desfiro um soco em seu nariz, e ouço um estalo. Sangue começa a escorrer e meu estomago rosna, implorando por alimento.

Começo a apertar seu pescoço com minhas duas mãos. Seus olhos ficam arregalados de medo.Sua boca se move,mas nenhum som sai dela. Continuo a apertar e sorrio de satisfação ao perceber minha força.

Os olhos do homem se fecham e seu corpo se torna inerte. Eu o solto e ele cai. O cheiro de seu sangue é delicioso e não consigo resistir. Acabo de rasgar sua jaqueta e mordo seu braço,não me preocupando em parar. Arranco o primeiro pedaço.

Mastigo soltando um gemido de satisfação. Minha visão se aguça e consigo enxergar todas suas articulações expostas, seu sangue jorrando, seus músculos sendo destruídos. Começo a comer, enfiando montes de carne de uma só vez, e engolindo sem mastigar muito.

Vou depositando mordidas por todo o corpo, e enfio minhas mãos em seu abdômen gordo. Sinto alguns músculos e outras coisas fibrosas e escorregadias em meus dedos, que presumo serem órgãos. Como até estar cheia e continuo forçando a entrada de alimento.Parando pra respirar por um momento, percebo que resta pouca coisa do homem agora.Apenas sua cabeça e alguns ossos permanecem intactos.

Levanto-me, ofegante e vejo minha roupa encharcada de sangue. Penso no que podem presumir se encontrarem os restos dele aqui. Fuço uma lixeira rapidamente e encontro uma caixa de papelão úmida e rasgada.

Pego o que restou de minha refeição e jogo dentro da caixa.

Começo a me esgueirar até a floresta. Demora pelo menos uma hora pra que eu consiga chegar e adentrar o suficiente. Encontro um lugar aparentemente bom, embaixo de uma árvore. Começo a cavar, e coloco a caixa dentro do buraco. Penso que minha camisola também pode me denunciar então a enterro junto com todo o resto e volto pra casa nua.

Estou de volta à meu quarto, após escalar a sacada novamente e tomar um banho, me sentindo satisfeita e confiante de que posso passar pelo menos uma semana sem comer. Nesse momento Onis entram em meu quarto.

Um deles agarra minha cabeça, e olha fundo nos meus olhos. Sinto uma queimação atrás da orelha e um frio terrível percorre meu corpo.Eles somem e após alguns minutos o frio passa. Olho no espelho a marca deixada.

Um S ao contrario. Mesmo com todas as atrocidades que fiz hoje, e minha consciência não acusadora, ainda sou eu mesma.


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Notas finais do capítulo

uhhhhh Julie doidona ( ignorem,eu não to bem heheh)

então pessoinhas, a música do cap é essa aqui ó

http://www.vagalume.com.br/alex-sierra/little-do-you-know-traducao.html
eu acho essa música muito pfta, e tem um tempinho já que to querendo encaixar ela na fic :P

Espero que voces tenham gostado, pfvr deixem comentários pra eu saber como prosseguir, blz?