Winchesters e Cullens escrita por Ana Black713


Capítulo 25
Capítulo 23




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 No caminho para a casa de Madison, Renesmee se manteve de braços cruzados e o semblante sério, uma pequena ruguinha aparecendo na sua testa. Além de manter os olhos para fora da janela o tempo todo, sem desviá-los um segundo sequer.

 Ao estacionarmos na frente da casa de Madison e descermos do carro, eu pude ver o vizinho dela, Glenn, olhando através das persianas da janela de sua casa. Quando batemos na porta de Madison, ele saiu e ficou nos olhando, curioso.

- O que está havendo? – ele perguntou.

- Assunto de polícia, Glenn. – Eu disse.

Então Madison abriu a porta, trajando um roupão de seda azul.

- O que foi? – ela perguntou assim que nos viu, parecendo preocupada.

Automaticamente, Dean e eu olhamos para Glenn, que ainda estava à porta.

- Podemos conversar em particular? – Dean perguntou.

Madison nos deu espaço para entrar e fechou a porta atrás de si.

- Vocês querem um café? – ela perguntou.

- Sim, obrigado. – eu respondi.

Madison pegou quatro xícaras dentro do armário e as colocou em cima da mesa.

- Para mim não, obrigada. – Renesmee disse, um tanto seca, sem olhar para Madison.

Maddy guardou a quarta xícara de volta e nos ofereceu as outras, despejando o café dentro delas em seguida.

- O Kurt veio aqui? – Dean perguntou.

- Não exatamente. – ela disse.

- O que quer dizer “não exatamente”? – perguntei.

- Ele esteve lá fora ontem à noite, só... olhando. Olhando para mim. – ela disse, aflita. – Ele fez alguma coisa?

- Nós não temos certeza. – eu disse.

- Não deve ser nada, mas... – Dean começou, os olhos brilhando de esperança. – Não podemos correr nenhum risco. Aliás, um de nós deveria ficar aqui na sua casa com você, caso ele apareça. Onde é que ele trabalha?

- Ele tem uma oficina. – Madison disse, concordando.

- Pode nos dar o endereço? E também precisamos de uma foto dele. – eu disse. – Obrigado.

Madison saiu da sala, afim de anotar o endereço para nós. Dean acompanhou Madison andando até ela desaparecer de vista com um sorriso idiota. Logo ela reapareceu.

- Então, qual de vocês ficará? – ela disse, olhando de mim, para Dean e Renesmee.

Antes que eu ou Dean disséssemos qualquer coisa, Renesmee respondeu, bruscamente:

- Kramer pode ficar. Perry e eu vamos atrás do Kurt. Vamos, Perry!

Ela segurou a minha mão e começou a me arrastar para fora da cozinha. Madison me deu o papel com o endereço da oficina e a foto de Kurt rapidamente, enquanto eu entregava a xícara de café para ela do mesmo jeito. Com o canto do olho, pude ver Dean se segurando para não cair na gargalhada, olhando para mim com aquela cara de quem dizia: “se ferrou!”
...

- O que deu em você lá dentro? – perguntei para ver o resultado, assim que saímos para a rua.

Renesmee andava a passos rápidos em direção ao carro, enquanto eu tentava acompanhá-la.

- Nada, Samuel! – Iiih, ferrou! “Samuel” era a minha sentença de morte – Absolutamente nada!

- Peraí, pára! – eu disse enquanto a alcançava, segurando seus ombros. – Pode me dizer o que tá havendo? Por que você ficou assim de repente. Olhe para mim. – pedi, quando vi que ela estava disposta a olhar para os próprios sapatos.

- Nessie... – pedi com jeitinho, levantando seu queixo com o dedo. – Eu não gosto de te ver assim. E eu quero fazer o possível para mudar essa situação. Então você pode me contar o que aconteceu?

Eu sei que já tinha uma idéia do que ocorrera, mas eu queria ouvir dela!

- É só que... – ela começou – Eu não sei, não fui muito com a cara dessa Madison.

- "Não foi", como? – perguntei.

- Eu não sei. – ela disse dando de ombros. – Não é só por causa de você, mas também...

- Por causa de mim? – perguntei, esperançoso.

Renesmee suspirou.

- Esqueça isso. – ela pediu, se desvencilhando das minhas mãos e andando para dentro do Impala. – Vamos, temos que achar o Kurt.
Entrei no carro e assumi o volante, dirigindo para o endereço da oficina do Kurt. Ele não estava lá, e não havia nada de suspeito. Teríamos que rondar a cidade a procura dele, e ficamos fazendo isso praticamente a noite inteira.

- Sabe, eu não estava dando mole para a Madison. – eu disse em um momento quando o sinal ficou vermelho. – Me desculpe se você pensou assim.

- Eu não tenho nada a ver com quem você namora ou deixa de namorar, Sam. – ela disse sem olhar para mim. – Não me deve desculpas.

- Não tem? – perguntei, a olhando fixamente nos olhos.

Então Renesmee olhou para mim, olhando de verdade. Pude ver uma emoção diferente no fundo deles. Esperança começou a crescer dentro do meu peito, meu coração correndo que nem um condenado. Me senti um adolescente, me apaixonando pela primeira vez...

- Não. – ela respondeu, desviando os olhos.

Ficamos alguns segundos em silêncio, meu ânimo murchando completamente.

- Desculpe se é diferente para você, mas eu acho que tem. – acabei soltando.

Senti seu olhar em cima de mim, mas não desviei os meus do trânsito.
Passamos por um bar em um momento.

- É ele? – Renesmee chamou minha atenção, apontando para alguém que entrava no bar.

Ela me passou a foto do Kurt. Sim, era ele.

Estacionei o Impala em uma vaga qualquer, então descemos do carro e entramos no bar, passando por um beco estreito e muito escuro. Kurt estava sentado em um dos banquinhos junto ao balcão, tomando alguma bebida. Renesmee e eu também nos sentamos naqueles banquinhos, um pouco afastados.

Olhávamos de esguelha para Kurt.

- E agora? – Renesmee perguntou para mim baixinho.

- Ficamos de olho nele. – respondi. – Vemos se tem algo suspeito.

- Não é o bastante. – ela sussurrou de volta.

Antes que eu pudesse argumentar, Kurt se levantou e saiu pelas portas do bar.

- Vamos. – eu disse.

Nos levantamos no mesmo momento, saindo do bar atrás de Kurt.

Andávamos pelo beco, bem atrás dele, fazendo o possível para não fazer barulho. Então aconteceu tudo muito rápido, em questão de um segundo: primeiro, Renesmee me puxou pelo braço bruscamente, mas ao mesmo tempo, silenciosamente, para a parede do beco, fazendo seu corpo ficar prensado, entre o meu e a parede. E então, um milésimo de segundo depois, Kurt olhou para trás, não nos vendo por causa da escuridão do beco.

Parei de respirar (assim como Renesmee, percebi), esperando que Kurt não percebesse nossa presença. Cinco segundos inteiros se passaram até ele pensar que não vira nada e se virar para frente, voltando a andar.

Soltei o ar dos meus pulmões, aliviado.
- Essa foi por pouco. – me virei para Renesmee, sorrindo.

E então eu percebi a proximidade em que estávamos. Seus braços estavam envolta do meu pescoço, enquanto minhas mãos estavam fixas em sua cintura, nossos corpos completamente colados e nossos rostos muito próximos. E eu não ousava me distanciar dela. Vendo cada perfeito detalhe de seu rosto, a forma dele, a pele pálida e suave, o pequeno nariz, os olhos dourados que estavam fixos nos meus, os lábios carnudos e rosados, sentindo seu cheiro maravilhoso...

E então ela ficou na ponta dos pés, se aproximando ainda mais de mim e encaixando seus lábios macios nos meus com delicadeza. No começo eu fiquei sem reação alguma, apenas processando a idéia de que aquilo estava mesmo acontecendo, que finalmente aqueles lábios tão perfeitos estavam nos meus. Tempo demais. Tanto que Renesmee levou aquilo como uma rejeição, separando seus lábios dos meus.

Ela os mordia compulsivamente, o olhar extremamente envergonhado e entristecido.

- Me desculpe. – ela disse, sem me olhar nos olhos. – Isso foi completamente precipitado, eu não devia ter...

Mas eu me inclinei sobre ela antes que ela terminasse de falar, depositando meus lábios nos dela, abraçando-a com mais entusiasmo. Nossos lábios se moviam devagar, saboreando sem muita pressa. Uma de suas mãos saiu do meu pescoço e subiu para os meus cabelos, e eu fiz a mesma coisa. Nosso beijo começou a se tornar mais urgente, eu entreabrindo meus lábios com o objetivo de aprofundá-lo, meu coração batia acelerado, querendo sair do meu peito...

Então ela se afastou de mim, ofegante. Percebi que minha respiração também estava alta. Ficamos um tempo apenas nos olhando, ainda abraçados. Então Renesmee soltou uma daquelas risadas suaves e curtinhas que eu tanto amava.
- O que foi? – perguntei, rindo também.

- É que nós perdemos o Kurt. – ela disse, ainda sorrindo.

Kurt...?

- Ah! – eu disse finalmente, me tocando e começando a rir junto. – Droga! Vamos.

Soltei sua cintura e coloquei minha mão na sua, a puxando para fora do beco, os dois rindo feito idiotas.
...

Conseguimos achar Kurt de novo, ele tinha ido para casa. Renesmee e eu ficamos na rua, olhando para a janela do apartamento de Kurt. Seus olhos estavam nas estrelas, pensativos. Não me atrevi a quebrar aquela cena tão linda: Ela estava de costas para o Impala, os braços apoiados nele, para trás, junto com a cabeça enquanto olhava para cima. A pele pálida estava em um contraste lindo com os cabelos cacheados e escuros, por conta da falta de luz. Ele caía por sobre os ombros e os braços dela.

- O que foi? – ela perguntou quando me viu olhando fixamente para ela, com um cotovelo apoiado no carro e a cabeça apoiada na mão.

- Nada. – eu disse, dando de ombros. – É que você é tão linda que chega até a doer.

Renesmee abaixou a cabeça, os cachos caindo em cima do rosto enquanto ela ria suavemente, um tanto constrangida.

Então ouvimos um estrondo que vinha de dentro do apartamento de Kurt, seguido por gritos desesperados. Com um sobressalto, nos entreolhamos, antes de começar a correr. Usamos as escadas de emergência para subir. Ao chegar ao andar de Kurt, abri a janela e pulei dentro do apartamento, dando tempo de ver um lobisomem debruçado sobre o cadáver de Kurt, que estava ensangüentado no chão. Ou melhor, “uma” lobisomem. Para o meu completo choque, Madison levantou o rosto, as presas e as garras cheias de sangue, os olhos assustadoramente azuis ferozes, enquanto ela pulava em cima de mim, me derrubando no chão. Pensando rápido, tirei uma faca de prata do bolso, mas só consegui ferir seu antebraço. E então... sumiu. Madison saiu de cima de mim e pulou pela janela. Olhei para cima e vi Renesmee em posição de ataque, antes de voltar ao normal. Foi o que botara Madison para correr.

Ela me ajudou a levantar. Sua expressão estava extremamente chocada. A minha deveria estar igual.

- Madison. – Foi a única coisa que Renesmee disse.
Ponto de vista do Dean
 
Pelo visto o tipo “conquistador” não funcionava com Madison, então mudei de tática. Então, por incrível que pareça, sempre me perguntava: “O que o Sammy faria?”

Com essa pergunta, fiquei assistindo Tv a noite toda, enquanto ela dormia no seu quarto, com a porta fechada. Quando amanheceu e eu estava bebendo um copo de água, meu celular começou a vibrar dentro do bolso.

- Sam? – eu o disse, atendendo.

- Dean, é a Madison! – Sam exclamou de repente do outro lado da linha.

- Hã? – perguntei, confuso.

- Ela é o lobisomem! Yeah, você vigiou ela direitinho! – Sam disse, parecendo de mal humor enquanto eu ia até o quarto de Madison e a encontrava na cama, dormindo.

- Eu estive aqui o tempo todo, Sam! – eu exclamei. – Ela está aqui na cama, dormindo!

- Não estava há uma hora atrás! – Sam disse. – Veja o antebraço direito, eu cortei com uma faca de prata!

Desliguei o celular no momento em que ouvi Madison atrás de mim.

- Bom dia. – ela disse, sorrindo enquanto se sentava na cama.

Então eu vi o corte que Sam fizera, no antebraço direito. Dei uma última olhada nela antes de me virar e sair do quarto.

- Dean, o que está acontecendo? – ela perguntou, me seguindo. Fui para a sala e cheguei à porta. – Onde você vai?

- Eu não vou a lugar algum. – eu disse, trancando a porta. – E nem você.

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Notas finais do capítulo

Tenso, fala sério! Lol! O que acharam?
Bjsss!