Dean ligou anonimamente para a polícia dizendo que tinha algo errado na casa da garota, e assim, damos no pé. Ficaria suspeito demais aparecermos na cena do crime.

- E falando nisso, como foi que Nessie soube que alguma coisa estava errada?! – Dean me perguntou enquanto andávamos pela rua em direção ao carro. – Fala sério, nós só passamos pelo lugar e puf! “Dean, pára o carro!” – Dean disse numa imitação horrível da voz dela.

- Não faço ideia, estava me perguntando a mesma coisa. – Respondi. – Mas nós somos amigos dela, não somos? Podemos perguntar.

- Yeah, se a dona encrenca resolver dar as caras de novo! – Dean disse irônicamente. – O que foi aquilo?! E aquela desculpa de que tem um “probleminha com sangue”? Ela não ficou daquele jeito quando matou aquele metamorfo! E naquela vez tinha sangue pra caramba.

 Suspirei, sem saber o que dizer.

- Estou achando que ela não é realmente de confiaça. – Dean disse.

- O que?! – exclamei. – Como assim, “não é realmente de confiança”?

- Só estou dizendo que ela tem segredos demais! – Dean disse.

- E isso faz dela uma pessoa em que não podemos confiar?! – perguntei. – Olha só para nós, Dean! A nossa vida inteira temos guardado segredos de tudo e de todos!

- Isso nos faz indignos de confiança! – Dean setenciou.  

Entramos no carro. Revirei os olhos, desistindo. Dean começou a dirigir.

Mas o que Dean disse me deixou com uma pulga atrás da orelha. Aquilo tudo foi muito estranho. Como ela soube que alguma coisa estava acontecendo?  

Me lembrei sobre o que Renesmee disse de ter uma prima vidente... Alice.

- Já sei! – exclamei, feliz. – Ela é uma vidente!  

- Uma vidente?! – Dean exclamou incrédulo. – Pffff!

- É sério! – eu disse. – Quando aquele metamorfo estava para cima de você, eu estava procurando ela por aí. Então do nada ela reapareceu, dizendo que Alice era vidente e tinha visto-a te matando. Pode ser de família! Talvez até Emmett seja um vidente também! E Carlisle!  Ou então... então ela só usou o nome da prima como uma desculpa, se encobrindo de que ela tinha se visto te matando! Entende o que eu quero dizer?  

- Sabe o que eu acho? – Dean perguntou. – Que você está obcecado, procurando provas que não existem e distorcendo tudo, apenas para se deixar acreditar que a Nessie não suspeita.

- Cala a boca! – eu disse, mesmo sabendo que ele tinha razão. – Vai me dizer que isso não faz sentindo?!   

- Por que ela esconderia isso da gente? – Dean perguntou.

- Vai ver ela não confia em nós! – eu disse, sentindo uma pontada chata de tristeza.

- Qual é, Sam! – Dean exclamou. – A garota aceitou cair na estrada com a gente, dois caras desconhecidos! Não acho que ela se importe muito com confiança!

 A discussão se estendeu até chegarmos em um hotel e nos instalarmos.

- Então, o que você acha que era aquela criatura? – Dean perguntou sentado em uma das camas, mudando de assunto.

- Como assim, o que era? Um vampiro, não é? Do tipo tradicional de vampiros...? – a minha resposta foi mais uma pergunta do que outra coisa. – Tinha sangue para todo lado, além dele ter presas.  

- Isso não quer dizer nada. – Dean disse. – Você viu os olhos daquela coisa?

- Não reparei muito nisso. – confessei.  

 Dean revirou os olhos.  

- Não entendo como não. O bicho tinha os olhos azuis mais sinistros que eu já vi. Me pareceu uma característica da espécie, vai saber...  

 Então a porta do quarto foi aberta de repente, revelando Renesmee.

- O que diabos...?! – Dean começou, olhando para ela de olhos arregalados.

 Só quando ele disse isso, eu fui perceber que ela estava com sangue na roupa, rosto, pescoço e braços.   

- O que aconteceu com você?! – eu perguntei, me aproximando dela e me postando à sua frente, analisando seu corpo.  

 Olhando bem em meus olhos, Renesmee pegou minhas mãos e passou algo que tinha nas dela. Uma arma.

 Pigarreando, ela disse:

- Eu peguei emprestada.

- Não pode ser... – Dean sussurrou, se aproximando de nós e pegando a arma da minha mão. – Essa aqui tinha balas de prata! Você matou o cara!

- É sério? – a perguntei, em choque.

 Ela assentiu.

- Como foi que diabos você fez isso?! – Dean perguntou, exaltado.

- Ele deixou um rastro de sangue. – Renesmee disse. – Não foi tão difícil de achá-lo.

- Você... arrancou a cabeça dele? – perguntei hesitante, tentando não imaginar a cena.

 Ela negou com a cabeça.

- Não era um vampiro, tinha pulsação. Eu apenas atirei no coração dele, como foi com o metamorfo.  

- Então o que...? – comecei.

- Um lobisomem. – Dean disse, os olhos arregalados.