Winchesters e Cullens escrita por Ana Black713


Capítulo 18
Capítulo 17




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/55243/chapter/18

Fiquei parado por uns segundos, sem ação alguma. O que aconteceu aqui? O que a Nessie tinha? E o que ia acontecer de novo se eu a seguisse que estava deixando ela tão chateada? Essas perguntas rondavam minha mente quando fiz menção de abrir a porta e seguí-la.

- Não, Sam. – ouvi a voz de Seth atrás de mim, parecendo desolada. – Deixe ela, precisa de um tempo.

- Mas ela vai voltar, não vai? – eu perguntei para Seth. Senti minha pergunta saindo de forma muito infantil.

Seth deu de ombros.

- Talvez. – disse. – Mas quando estiver tudo o.k. Não a apresse, vai ser pior.

- Quando você quer dizer que pode ser pior...? – Dean começou, tão confuso quanto eu.

- Esqueça. – Seth pediu, balançando a cabeça. – Só dêem-lhe um tempo. E você – começou a dizer de forma ameaçadora em direção a Leah. – Nunca mais faça isso de novo!

Então fizemos o que Seth disse. Demos um tempo para Renesmee. Bom, ao menos eu tentei. Depois das primeiras cinco horas, eu comecei a ligar para o seu celular, procurando qualquer sinal de vida.

- Vai dormir, Sammy. – Dean me aconselhou quando deu 3:00 da manhã.

Soltei um suspiro frustrado, me sentando na cama. Quanto tempo ela esperava se manter inativa naquele jeito? Será que ela estava... bem? Com aquele metamorfo a solta, comecei a duvidar disso.

- Acho que eu vou... – comecei.

- Durma, Sam! – Dean exclamou, impaciente.
...

- Tudo bem, isso já está ficando estranho. – Dean concordou (finalmente!) comigo na manhã seguinte.

Já se passara cerca de 16 horas desde que Renesmee saíra por aquela porta. E desde que isso aconteceu, não tivemos notícia alguma dela. Seu celular devia estar cheio de mensagens que eu deixei durante esse período, mas nenhuma delas teve retorno.

Então fomos atrás dela. Fomos na lanchonete em que costumávamos comer, no posto de gasolina, na casa dos Black e em outros lugares que estávamos frequentando ultimamente, mas não havia sinal dela. E enquanto procurávamos, eu continuava entupindo a caixa de mensagens do celular dela. Ficamos rondando pela cidade até anoitecer.

- Não sei, Sammy... – Dean disse depois de um tempo. – Ela parecia bem transtornada, talvez queira passar um tempo sozinha.

- Ou talvez o metamorfo tenha a pegado e está fazendo picadinho dela nesse momento. – eu contra-ataquei ferozmente.

- Bom, você que sabe. – Dean disse, detectando meu estado de humor e percebendo que eu não estava para brincadeira. – Eu vou voltar para o hotel, pode ser que ela decida dar as caras.

- Tá bem.

Levei Dean de volta para o hotel e continuei rondando a cidade com o carro. Fiz uma busca um pouco além de Silversthone, como Dillon, Frisco e Keystone, cidades próximas. Mas nada. Estava começando a ficar desesperado.
Parei de rodar por um momento, estacionando em frente a um posto de gasolina. Encostei a cabeça no banco do carro, suspirando. Onde mais eu poderia procurá-la? Fechei os olhos, me deixando relaxar por um segundo...


- Nessie, o que...? – eu tentei , me aproximando dela.

- Não, Sam. – Nessie levantou a cabeça, e com espanto eu vi lágrimas escorrendo do rosto dela. – Por favor,
por favor... não me siga. Eu gosto demais de você para que isso aconteça novamente.


Quanto mais eu relembrava essa cena, pior e mais confuso me sentia. Algo aconteceu na vida de Renesmee para ela ser assim. Muitas vezes eu percebo que ela está triste ou preocupada, ainda mais quando está perto de Seth, Billy e dos outros. Leah falou algo sobre um tal de Jake. Talvez seja aquele cara que eu vi abraçado com ela naquela foto da casa dos Black. Seth disse que Jake a amava. Que a amava, não que ainda ama. Será que...?  

Meus pensamentos perderam o rumo quando ouvi alguém batendo os nós dos dedos na janela do carro. Abri os olhos com um sobressalto, olhando para a pessoa que me chamou a atenção. Me permiti suspirar de alívio quando vi que era Renesmee, que batia freneticamente na janela. Abri a porta do carro, mas para o meu espanto, Nessie tornou a fechá-la. Então ela contornou o carro, abriu a porta do acento do passageiro e se acomodou.

- Nessie! – eu exclamei. – Por onde você andou?

- Agora não é o momento, Sam! – ela disse com uma seriedade e determinação estranha. – Dirija!

Hesitante, girei a chave na ignição e coloquei o motor para funcionar. Virei o volante e fui para a rua.

Analisando Nessie melhor, pude ver que suas roupas estavam sujas, rasgadas e amarrotadas. Além do fato de que seu rosto estava sério demais. Ela abriu o porta-luvas e tirou uma arma dela. A que estava carregada com balas de prata.

- Por onde você andou? – perguntei de novo.

- Temos que chegar até Dean. – ela disse.

- O que houve?

 Ela hesitou por um momento antes de começar a responder:

- A minha prima Alice... – ela começou. – Você a viu naquele dia na oficina. Ela é vidente. Me ligou e disse que acabou de me ver matando seu irmão no nosso quarto de hotel, dentro de 20 minutos.

- Não estou conseguindo de acompanhar. – eu disse, porém acelerei o motor. – Você matando o Dean?

 - Eis o porém: não sou eu. – ela disse, olhando para mim de modo significativo.

 Demorei cerca de 3 segundos inteiros para entender o que ela queria dizer.

 Merda.

- O metamorfo. – eu disse.

(Ponto de vista de Dean Winchester)

Entrei no nosso quarto, tirando o casaco. Sammy estava meio obcecado com a busca da Nessie. Não acho que tenha acontecido algo muito sério com ela. Mas é estranho a garota ter sumido desse jeito por tanto tempo. Deve ter fugido com o Seth, sei lá!

Liguei a Tv enquanto esperava a garota por acaso resolver aparecer. Se passou umas 2 horas e nada. Eu estava ficando com fome, e não tinha nada no quarto. Desliguei a Tv e saí de lá. Parei um pouco da lanchonete e comi um X-Burguer. Ia ligar pro Sam para ver se ele tinha alguma notícia, mas percebi que tinha esquecido o celular no quarto de hotel.

Voltei para o quarto. Quando acendi a luz, me deparei com Renesmee sentada na cama, me observando com um sorriso. Ela se levantou quando me aproximei.

- Hey, Nessie! - exclamei com um sorriso, a abraçando. – Você tá legal? Cara, o Sam está doido atrás de você, tenho que avisar que você está okay.

Me virei para a mesinha em busca do meu celular, mas não o achei. Renesmee ainda tinha os braços envolta de mim.

- Sam não precisa ser avisado. – Renesmee disse de forma casual, dando de ombros. Reparei que ela ainda me abraçava.

- Precisa sim. – eu disse, tentando me desvencilhar sutilmente. – O cara é louco por você, está quase estourando os miolos de preocupação.

- Mas eu não sou louca por ele. – ela disse com os olhos nos meus de forma sedutora, um pequeno sorriso aparecendo no canto de seus lábios cheios. Suas mãos subiram pelo meu peito até se encontrarem atrás do meu pescoço.

- Whoa, que virada dos acontecimentos... – murmurei para mim mesmo.

- Você não me acha bonita, Dean? – Renesmee me perguntou, o rosto muito próximo do meu.

- De verdade? Acho. – eu disse. – Mas você é praticamente a garota do meu irmão, isso é sacanagem até para mim.

- Como se você ligasse para isso! – ela disse com um sorriso enorme.
Então Renesmee me beijou. Ela colou se corpo ao meu, me abraçando com tanta força que cambaleei. Segurei em sua cintura, tentando empurrá-la, mas ela era, estranhamente, forte demais. Suas mãos foram para o meu cabelo, e eu a senti me pressionando para trás. Quando dei por mim, estava estirado sobre uma das camas, a doida me beijando loucamente. Ela se sentou em cima de mim, ainda sorrindo. Eu tinha as sobrancelhas franzidas, tentando me levantar.

- Nessie, o que...? – comecei, mas logo obtive a resposta.

Os olhos dela relampejaram, piscando de forma vertical e revelando um reflexo meio branco-amarelo.

Merda, merda, merda!

Então de repente a porta do quarto foi escancarada. Olhei para ela a tempo de ver a verdadeira Renesmee segurando uma arma, apontando-a para o metamorfo. Percebendo o que ela queria fazer, segurei os pulsos do metamorfo, então Renesmee acertou três tiros diretos no peito do desgraçado. O corpo da falsa-Nessie caiu sobre o meu, morto. A empurrei para longe, fazendo-a cair no chão com um baque.
 
- Whoa! – eu disse, me levantando. – Essa foi por pouco!

Renesmee ainda estava parada na entrada, a arma nas mãos. Seus olhos estavam vidrados. Ela parecia ter entrado em estado de choque. Sam apareceu atrás dela, analisando a situação.
 
(Ponto de vista do Sam)

Parei o carro de qualquer jeito na entrada do hotel, e quando pude ver, Renesmee já tinha saído do carro em disparada, nem estava mais a vista. Corri atrás dela e no caminho ouvi o som de três tiros sendo disparados. Apertei o passo e parei na entrada do nosso quarto. Demorei alguns segundos para processar a cena: Dean estava sentado em uma das camas, a respiração falha; O corpo falso de Nessie jazia no chão, o sangue se espalhando ao seu redor. Era perturbador. E a verdadeira Renesmee estava logo na entrada, a arma nas mãos, paralisada. Deve ter sido um grande trauma, matar uma criatura pela primeira vez...

- Nessie... – coloquei uma das mãos em cima de seu ombro e a outra em cima de suas próprias mãos, que se uniam enquanto seguravam a arma, ainda apontada para o metamorfo. – Nessie, tudo bem. Já acabou, pode soltar. Estamos todos bem.

Aos poucos, a mão de Renesmee foi se afrouxando em volta da arma. Com cuidado, eu a tirei de sua mão. Ela olhou para mim, então de repente se desvencilhou e começou a andar rápido para fora do quarto. Depois de alguns segundos, a ouvi vomitando.

Dean assoviou.

- Tudo bem, me ajuda com isso aqui. – ele disse, apontando para o corpo.

Eu e Dean olhamos para a Nessie-falsa e para os três tiros em seu peito.

- Caramba, foi certeiro. – Dean comentou. - Nem parece que é a primeira vez que ela faz isso.

O som de Renesmee vomitando lá fora me dizia o contrário.
- Pode fazer isso sozinho? – eu perguntei. – Vou ver como ela está.

- Yeah, claro.

Saí do quarto e andei até Renesmee, que estava há vários metros, próxima às árvores que davam início ao bosque local. Ela estava de pé, olhando para as árvores.

- Hey. – eu disse. 

Renesmee se virou para mim.

- Oi, Sam. – ela disse com um pequeno sorriso.

Me postei ao lado dela. Inesperadamente, ela se virou para mim e me abraçou. A abracei de volta, cobrindo seu pequeno corpo, colocando o queixo em cima da cabeça dela, sentindo seu corpo contra o meu, aproveitando aquele momento...

- Está gelada. – comentei, olhando para seu rosto. – Você está bem? Fez um ótimo trabalho lá dentro.

- Yeah, vou ficar bem. – ela disse baixinho. – Só preciso de tempo para me acostumar com isso tudo.

Ficamos um tempo sem dizer nada, apenas nos abraçando.

- Desculpe. – ela disse de repente. – Não devia ter feito aquilo... ter ido embora sem dizer nada.

Eu soltei uma leve risada.

- Só... não faça isso de novo. – eu pedi.

Ela riu também.

- Nessie, posso fazer uma pergunta? – perguntei, hesitante.
 
Ela hesitou um pouco antes de responder.

- Pode. – disse.

- Por que a Leah te odeia tanto? – perguntei.

Renesmee suspirou.

- Eu tinha um namorado, Jake... – ela começou. – Era primo de Leah, irmão do Seth...

- E o que aconteceu?

Ela olhou para mim com um sorriso triste.

- Ele morreu. – disse.

O choque não foi tão grande quanto achei que fosse. De certa forma, eu já sabia disso. A abracei de novo, enterrando o nariz no seu cabelo maravilhosamente cheiroso.
(Ponto de vista desconhecido)

Eu estava dentre as árvores do bosque, vendo e ouvindo os acontecimentos que fizeram Renesmee matar hoje. A vi andar rápido até bem perto de onde eu estava, cair de joelhos e vomitar. Eu nem sabia que isso era possível. Mas a sua humanidade parecia ir tão fundo dentro dela que parecia ser algo possível para essa pequena. Ah, Nessie... senti a sua falta. Não a vejo desde uns 6 anos atrás, quando tanta coisa aconteceu na vida dela. James disse para eu ficar longe, e eu obedeci suas ordens, por um tempo. Mas eu ainda a amava. Não como um cara costuma amar uma garota, mas como um irmão, talvez um pai...

Mas agora as ordens de James me foram ignoradas. Agora que ela estava convivendo com dois caçadores. Era perigoso demais, até para alguém tão... quase humana quanto ela.

Deus, onde eu fui me meter?!

Ri levemente com seus pensamentos. Tinha sentido falta dessa inocência tão cativante que era o que se passava pela cabeça dela. 

Renesmee levantou o rosto e logo se levantou, limpando a boca. Passava freneticamente os olhos dourados pelas árvores onde eu me encontrava.

- Edward? – ela disse para o nada, me procurando.

- Hey. – o caçador humano apareceu atrás dela.

Renesmee se virou para ele.

- Oi, Sam. – ela disse.

Então ela fez algo que me deixou com raiva: abraçou o humano. Mas ela não o abraçou apenas por sentir algum afeto (o que eu sabia que sentia). Pelos seus pensamentos, vi que ela o protegia de mim. Em seus pensamentos ela deixava claro que não queria que eu tocasse em seus monstrinhos, que logo a matariam.

Me afastei daquela cena repugnante, começando a correr pela floresta. 

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O caso foi solucionado! o/ Hihihi! O que acharam?? =D