Os Iluminados escrita por Lady Slytherin


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Conforme prometido, o capítulo extra na visão dos Potters. É curto, mas espero que o tamanho não influencie na qualidade.



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CAPÍTULO ÚNICO

Lily grunhiu ao riscar outro nome da lista: “Ok. O que sugere, então? Se Sirius não pode ser enterrado no túmulo da família, duvido que outro local irá nos ajudar tão em cima da hora.”

“Qual é o problema do Memorial dos Guerreiros Caídos?” replicou James, lendo o jornal. Não sabia que tipo de notícias procurava, mas qualquer coisa seria útil para distrair-lhe do fato que estava prestes a enterrar o melhor amigo.

“Você sabe o preço daquele lugar?”

O homem bufou, começando a se irritar com a insistência da esposa. “Sirius era rico, Lily. No pior caso, podemos ajudar com o valor. É lá que fica a homenagem a Moony. Podemos resolver a situação comprando um local para os Marotos.”

“Sério, James?”

Ele deu de ombros. “Sempre brincávamos que iríamos ser enterrados juntos...”

“Não estou falando disso. Sirius deixou de ser rico há um tempo. Olhou o testamento dele?”

“O testamento ainda-”

“Não chegou, porque não irá chegar. A maior parte do dinheiro do testamento será usada para cobrir as dívidas. O pouco que resta foi transferido para a nossa conta.”

James retirou um dos pergaminhos da parede, examinando o valor mais recente da conta bancária. A maior parte do que tinham estava investido em imóveis: Além da mansão onde viviam, possuíam uma casa de verão no País de Gales e uma pequena cabana na Escócia, próxima de Hogsmeade, sem contar a casa da família Potter em Godric’s Hollow.

“De onde os 600 galeões foram retirados?” perguntou, tentando se lembrar alguma coisa que fizesse tamanha quantia sumir de um dia para o outro. “Pagamos a conta do Nick semana passada.”

“A prótese.”

“Argh” ele pegou uma pena e rabiscou ao redor do número distraidamente. Contava com aquela quantia para pagar pelo túmulo de Sirius. Seu amigo merecia o melhor que o dinheiro podia comprar, mas o número de quatro dígitos que aparecia no final da folha era desapontador. “E as ações?”

Lily revirou os olhos, questionando a capacidade do marido de ministrar a conta conjunta no Gringotts. Fazia pouco tempo que tomara as rédeas da parte financeira da família, mas as moedinhas de ouro não aumentavam independente do que fazia.

“Vendemos todas no último pico da bolsa bruxa. Foi como conseguimos os 600 galeões, esqueceu? O fato é que não podemos pagar o Memorial dos Guerreiros Caídos a menos que vendamos uma das casas, o que vamos precisar fazer se Nick não acordar logo.”

A realização fazia com que James tentasse recuar contra o sofá. Poucos anos atrás, possuíam seis dígitos de galeões. Os quatro que tinham atualmente poderiam ser considerados uma miséria pelos padrões Potter. “Qual casa você gosta mais?”

“A do País de Gales vale mais” suspirando, a ruiva pensou na charmosa casa de pedras que tinham na frente da praia. Não estava pronta para deixá-la ir, mas sabia que uma casa em Hogsmeade era mais vantagiosa para eles. “Acho que podemos conseguir-”

“Senhora Potter?” a nova voz saía da lareira, e tanto Lily quanto James correram até o local para ouvirem melhor. “Tenho más notícias sobre o seu filho.”

Horrorizado, James perguntou: “Nick está bem?”

A medibruxa do outro lado da linha fez que sim, confusa. “Não estou falando de Nicholas, senhor. Harry Potter acabou de fazer check in na área de emergências.”

_

Ao aparecer no saguão do hospital St. Mungus, Lily tropeçou. Suas mãos e joelhos arderam com o baque, mas ela não se levantou. Encarou seu reflexo desfocado no chão de porcelanato do hospital, perguntando-se há quando tempo não tropeçava quando usava o Flu.

A queda fez com que James, que vinha logo atrás dela, também caísse. Este, porém, não poupou esforços para se levantar, quase arrastando Lily pelo saguão até uma curandeira de plantão.

“Senhora Potter!” sua voz era fina e tinha um quê de desespero. Tomou o seu tempo para recuperar a calma e quando suas próximas palavras saíram, estavam com o tom usual de um trabalhador de saúde. “Por aqui.”

Caminharam por um corredor largo e bem iluminado, e James não pôde deixar de ler os nomes dos pacientes em cada porta. Debaixo deles, o diagnóstico não era nem um pouco agradável. "Harry está aqui, senhorita...?”

“Parker” lhe informou, checando o relógio. Ao longe, uma luz vermelha começou a piscar e uma leva de medibruxos correram para o local. “Ainda não... Mais alguns minutos, no máximo.”

Ao passarem pelo quarto onde Nick dormia, o casal parou para observar o filho pela janela. Esta era magicamente encantada para apenas medibruxos e parentes verem a condição dos pacientes. Os olhos de Nick estavam abertos, mas não tinham o brilho usual de alguém saudável.

“Posso chamá-lo?” Sem esperar por uma confirmação, Lily bateu no vidro e acenou para Nick quando ele virou a cabeça levemente. Mesmo com a distância, a ruiva notou que o filho estava chorando, e a visão fez com que lágrimas também surgissem em seus olhos. Ao notar que era observada por James e Parker, deu um passo para trás. “Sinto muito.”

“Não consigo imaginar sua dor” disse Parker em uma tentativa de consolá-la. “Ter os dois filhos no hospital... Deve ser horrível.”

“É horrível” Lily frisou, enxugando as lágrimas com raiva. “Ir dormir todas as noites sem saber se, no dia seguinte, Nick vai estar acordado para ouvir as minhas notícias, ou se haverão notícias outra que sua morte. E Harry...”

A curandeira assentiu como se compreendesse e voltou a guia-los pelo corredor, que se estreitava. “Eu li a história que saiu n’O Profeta Diário ano passado, então sinto muito em perguntar, mas acha que é capaz de reconhecer Harry Potter?”

“Reconhecer?” bufou James. Por mais que amasse a esposa, se irritava facilmente com o temperamento da ruiva. Juntando isso ao stress de perder o melhor amigo e ver o filho internado, ele se sentia prestes a arrancar os cabelos em desespero. “Se você nos chamou aqui, é claro que ele já foi reconhecido como Harry Potter.”

Parker assumiu uma expressão doce e gesticulou para que ele e Lily sentassem em uma das cadeiras espalhadas pelo corredor. “Senhor Potter, acho que a situação não está clara. Harry Potter está morto.”

Lily inalou com força, empalidecendo a cada segundo que passava. A mão que segurava no braço da cadeira se contraiu ao ponto dos nós de seus dedos ficarem brancos, tremores tomaram conta de seu corpo.

“Lily? Lily Flower?”

Morto?” ela inclinou a cabeça, tentando examinar qualquer outro significado que a palavra pudesse ter. “Não... Ele estava bem no torneio. Ele estava bem na semana passada!”

Suspirando, a curandeira sentou-se ao seu lado. “Foi uma morte magicamente induzida, senhora Potter. A poção de adoção que tomou perdeu o efeito, matando-o.”

Eram informações demais para o casal. Harry Potter, Harry Potter morto, Harry Potter adotado! Lily encostou a cabeça no ombro de James, desejando que o mundo simplesmente parasse por algumas horas.

“Eu quero vê-lo.”

“Tem certeza?” perguntou Parker, aflita. “É melhor se acalmar primeiro.”

“Não me diga para me acalmar quando acabo de descobrir que o meu filho está morto!” Em um segundo, Lily estava de pé e marchando até a porta onde medibruxos haviam entrado anteriormente. “É aqui? É aqui que ele está?”

A curandeira simplesmente assentiu, e Lily empurrou as portas bruscamente.

Vestido em robes de hospital, Harry parecia dormir. Exibia uma palidez assombrosa, e as marcas de queimadura em seu peito davam aflição. “CPR?”

“Colocamos a maior voltagem que podíamos, e mais um pouco. Vamos te explicar, mas talvez você prefira ouvir isso da noiva de Harry.”

“Pare” murmurou Lily com uma expressão de dor. “Só pare de falar, ok? Me deixe sozinha com ele.”

Quando a porta se fechou atrás dela, a ruiva se permitiu alisar os cabelos do filho, sentindo como eram macios. A pele suave, as maçãs do rosto altas... Por que ele tinha que se parecer tanto com James? De olhos fechados, ele era uma réplica.

Levantou a mão de Harry, tocando-a na sua. O corpo ainda estava quente. “Por que fez isso, Harry?” falava mais para si mesma do que para o falecido ou James, que acabara de entrar novamente parecendo transtornado. “Por que só voltou quando estava morto?”

Só então voltou-se para o marido, notando o modo como se avermelhava rapidamente: “Você não vai acreditar em quem teve a coragem de aparecer!”

“Depois de hoje, acredito em tudo.”

“Daphne Greengrass!”

As peças lentamente se formaram na cabeça dos dois. Daphne era ligada a Revan, e Revan... O dinheiro, o bullying com Nick, a amizade com a veela filha do ministro francês...

Lily sentiu o gosto de bile. Nada mais parecia fazer sentido para ela; o mundo como o conhecia se desfazia em sua frente.

Sirenes começaram a tocar, e sem se dar conta, Parker tirou Lily e James da sala, pedindo que esperassem junto com Daphne. Sua voz voltara a ficar com o quê nervoso.

Meia hora depois, ela retornou. James, prestes a cair no sono, chacoalhou Lily. “Notícias.”

“Não...”

“Senhor e senhora Potter, eu sinto muito pelo erro.” Parker pigarreou, checando na prancheta as novas informações. “Harry Potter está vivo.”


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Notas finais do capítulo

E então? Tudo será explicado logo nos capítulos iniciais do quinto ano, e espero que gostem do desenrolar da história.

Até mais!