POV Karina

Meu Domingo foi resumido em uma só palavra: Tédio. Mas não foi pouco tédio não, foi tédio demais demais mesmo. Meu pai e a Dandara ficaram o dia todo em casa, a Bi foi ficar com o Duca e o João não sei, mas não ficou em casa. Resumindo, tive que ficar com os adultos o dia todo, o Cobra foi ficar com a "Dama" dele, Fabi e Pri foram a praia. Todos tinham algo pra fazer, menos eu. Não quis ir com as meninas pra praia, odeio ficar de biquíni. O dia se arrastou, mas a noite chegou. Estava na cozinha ajudando Dandara a preparar o jantar, quando o João chegou, com o Pedro a tira colo. Meu coração acelerou, que achei que eu iria enfartar. Eu mato o João, juro.
– Oi família. - Fala o nerd traidor todo sorridente.
– Oi meu filho. - Fala Dandara. - Oi Pedrinho. Que bom que veio jantar com a gente.
– Oi tia. - Diz Pedro sentando-se a mesa. - Oi esquentadinha.
Reviro os olhos e o ignoro, eu sei, eu sei, foi uma atitude infantil, mas não me importo.
– Liga não Pedroso, a K ta mais educada a cada dia. - Ironiza João.
– Cala boca João - Eu e Dandara falamos juntas.
– É um motim agora? Todas contra João?
– Sem Drama João, por favor. - Falei.
– Chega de briga, João vai chamar o Gael pra comer. - Diz Dandara. João bufou, mas foi. Lavei minhas mãos e me sentei em frente a Pedro. Sem querer ta? Foi um momento de fraqueza. Quando vi ja tinha me sentado. Não é educado trocar de lugar.
Meu pai e João voltaram e se sentaram. Dandara fez questão de nos servir.
– A Bi não vem pro jantar? - Perguntou João.
– Domingo ela so chega tarde, a Bi fica o dia todo com o NAMORADO. - Dandara da ênfase na ultima palavra. Não entendi, mas ignoro.
O resto do jantar foi em silencio, so o som dos talheres e dos mastigados preenchiam nossos ouvidos. Eu e Pedro ficamos nos encarando, as vezes ele dava um sorriso e eu revirava os olhos. Querendo sorrir, confesso. Mas acho que ele não percebeu.
– Eu tiro a mesa. - Se pronunciou Dandara.
– De jeito nenhum - Falo. - Danda nos fizemos o jantar. Os meninos que vão lavar a louça. - Do um sorriso malicioso em direção a João e Pedro.
– Cala a boca K. - Protesta o nerd traidor. Dou língua pra ele. Estou um pouco (talvez muito) infantil hoje. Me sinto com 8 anos.
– Pois é K. Concordo com você. - Diz Dandara. Dou um MEGA sorriso.
– O pano de prato fica na ultima gaveta. - Aviso. João bufa e Pedro ri. Nem isso tira aquele sorriso irritante (porém lindo) do rosto dele.
– Eu lavo e você seca mané. - Pedro fala se levantando.
Eu e Dandara nos olhamos e sorrimos.
– Vocês duas, hein! - Fala o seu Gael.
Fomos os três para a sala. Coloquei um filme e ficamos assistindo, quer dizer EU fiquei assistindo. Meu pai e a Danda ficaram quase se engolindo. Desligo a TV e vou pro meu quarto. Ninguem merece ser vela, ainda mais pro pai. Ligo meu Notebook e procuro um filme. Achei um que me chamou a atenção, chama-se A Culpa é das Estrelas.
É triste, mas é engraçado ao mesmo tempo, o jeito que os dois lidam com o câncer é tão legal. Mesmo sabendo que vão morrer eles não se intimidam, levam uma vida "normal". A medida do possível.
Ja estava na metade do filme, quando ouço batidas. Automaticamente falei "Ta aberta". Deve ser o idiota do João.
– Esquentadinha? - Diz Pedro entrando. Eu congelo na hora, meu coração acelera e não consigo falar. - Podemos conversar?
Finalmente eu consigo respirar.
– N-não temos mais nada pra conversar. - Gaguejo um pouco.
– K, so me ouve. - Pedro se senta ao me lado e pega minha mão. - Por favor?
– Te dou 10 minutos. - Autorizo. Eu o encaro. Pedro esta sorrindo (pra variar).
– É tudo que eu preciso. - Fala ainda sorrindo. Faço um gesto com as mãos pra ele continuar. - K eu sei que você acha que eu so te iludi e que eu menti prq você, mas não é verdade. Eu gosto de você. Aquele beijo foi...
Ele faz uma pausa. Minhas mãos estao tremulas e suadas.
– Foi... Foi... a coisa mais idiota e ridícula eu eu fiz em toda minha vida. - Ele abaixa a cabeça. Parece que ele esta falando pra si. - Foi aquela garota que me beijou, eu juro. Foi o pior beijo da minha vida. Eu sei que eu fui um babaca por não a empurrar na hora, mas eu fiquei sem reação. - Pedro ergue a cabeça, seus olhos estao marejados. Ele segura meus ombros. - Você acredita em mim? Diz que sim.
– Pedro e-eu... e-eu não sei o que pensar agora. Estou confusa.
– Karina, eu so quero que saiba que eu sou completamente apaixonado por você. Me da uma chance pra provar que eu posso te fazer feliz. - Eu coro na hora. Acho que vou desmaiar. Sem querer deixo um sorrisinho escapar. Ele sorri também.
– Eu não sei Pedro. - Fui sincera. - Eu tenho medo. - Sussurro a ultima palavra. Por que eu to me abrindo pra ele? Agora ja foi.
– K, eu sei que você tem medo de se machucar. - Ele fala. Como esse moleque sabe disso? - Mas eu nunca vou te machucar.
Eu o olho e levanto meu pé quebrado pra ele. Pedro sorri.
– Isso não foi culpa minha, e você sabe. - Ele afaga meu rosto com ss costas das mãos. Eu me afasto.
– Não precisa se afastar.
– Seus 10 minutos ja acabaram. - Digo somente.
– Eu ja vou, mas antes que quero fazer uma coisa. - Pedro se aproxima de mim, eu sinto seu hálito quente no meu rosto. - Eu sei que você quer tanto quanto eu. - Fala no meu ouvido. Me arrepio da unha do pé ate o ultimo fio de cabelo.
– Pedro não faz isso...
– Shhhh! - Ele chia me interrompendo. - Deixa acontecer.
Eu relaxo um pouco. Não seria nada mau se ele me beijasse.
Pedro morde o lóbulo da minha orelha e vai beijando meu rosto ate chegar na minha boca. Ele fica me dando selinhos e sorrindo. Eu so o encaro, não consigo me mexer. Esta bom demais pra ser verdade. Pedro continua com os selinhos ate que eu me recupero e o puxo para mim, sugo seus lábios com intensidade e desejo, minha língua pede passagem e imediatamente ele cede. O beijo vai se aprofundando e esquentando. Quando vejo ja estamos deitados na minha cama. Pedro esta por cima, ele passa a mão por dentro da minha blusa agarrando minha cintura. Pego seu cabelo e puxo de leve e ele arfa transferindo os beijos para meu pescoço. Solto um gemido baixo, tomara que ele não tenha escutado. Que vergonha. Logo Pedro volta a me beijar. Seus lábios são macios e ágeis. Nossas línguas exploram cada conto de nossas bocas.
– O QUE SIGNIFICA ISSO?? - Grita meu pai. Eu e Pedro levantamos assustando e nos olhamos. FERROU!!