"Eu odeio hospitais,
Odeio porque não existe cor neles,
É só branco, branco, branco,
Que é capais de cegar os seus olhos.
Mais nesse lugar sem cor existia uma coisa bela,
E ela estava segurando a minha mão, adormecida, sentada em um poltrona ao lado da minha cama,
Ou fingia dormir,
Eu ainda não sei o que é verdade ou mentira nas histórias que eu já li sobre vampiros."

Sua cabeça estava apoiada na beirada da cama, ela dormia tranquilamente, era realmente uma coisa linda de se ver. Ela começou a abrir os olhos aos poucos, se endireitou na cadeira e virou o rosto começando a me fitar.
— Você acordou — Dissemos em uníssono.
Nós dois rimos com isso.
Ficamos calados por um tempo, eu esperava que ela dissesse algo (e acho que ela esperava o mesmo de mim), mas por alguns segundos ninguém disse nada, só ficamos olhando um para o outro.
A porta do quarto se abriu.
Leigh e Rosalya entraram. Rosalya trazia em mãos um buque com as mais variáveis especies de flores e Leigh trazia uns balões, cinco balões para ser exato.
— Quem bom que você acordou Lys-fofo!! — Rosa disse com o sorriso e o jeito mais entusiasmado que qualquer um poderia ter, o que era normal para ela.
— Lys-fofo? — A vampira perguntou, ameaçando rir.
— Mas esse apelido tem tudo a ver com ele, certo Claire?! — Rosalya indagou, rindo.
Então esse era o nome dela, Claire... belo nome.
A vampira/Claire olhou pra mim de um jeito avaliativo e concluiu:
— Sim, esse é o apelido certo pra ele.
Os olhos dela... eram quase impossível parar de fita-los... tão vermelhos...
— Já explicou a ele como funciona esse "negócio de vampiro"? — Leigh perguntou a Claire.
Foi ai que eu lembrei... a mordida...
— Eu... sou... um... — Eu disse pausadamente, mas Claire me interrompeu.
— Não Lysandre, você não é um vampiro. Então não pense nessa possibilidade. — ela me disse.
— Não sou? Mas... você me mordeu... — Eu estava bem confuso com a situação.
— Eu vou te explicar como funciona esse "negócio de vampiro". — Ela disse tentando imitar a voz do Leigh.
O que fez todos do quarto gargalhar, inclusive ela.
E foi ai que eu entendi...
Vampiros morrem com a luz do sol,
Vampiros precisam de sangue para sobreviver, (eles ficariam fracos demais se não bebessem, mas não morreriam)
Vampiros dormem/desmaiam se estão muito fracos (provavelmente ela precisa de mais sangue),
Vampiros são imortais,
E para se transformar em um você tem que ser mordido por um vampiro, mas você tem que morrer durante o processo. Se o seu cérebro voltar a funcionar, após esse período de morte (que foi duzentos anos para Claire) você acorda transformado em um...
— ... E você só desmaiou depois que eu mordi você, por falta de sangue. — E assim ela concluiu sua explicação.
Tudo isso era bizarro demais pra mim, mas eu entendi e aceitei facilmente. Eu olhei para a janela do quarto, a cortina estava entreaberta revelando que já havia amanhecido...
O amanhecer... o sol...
— Já amanheceu Claire! Como você vai sair desse hospital no sol?! — Eu perguntei, ela não poderia ficar até o anoitecer no hospital e também não poderia sair no sol, essa conclusão me assustou.
— Não se preocupe irmão, eu dei um jeito.
Ele jogou na cama um óculos escuro, uma capa negra com um capuz que cobria completamente o rosto e luvas da mesma cor... era uma roupa que combinava completamente com um vampiro... e que protegia 100% contra o sol.
— Você já recebeu alta Lys — Disse Rosa, num tom autoritário — Então vá no banheiro, se troque e esteja proto para irmos. E você — Ela apontou para a vampira — se arrume também! Não quero que você se machuque no sol!
Nós dois concordamos rapidamente.
As vezes a Rosalya dava medo.