Once Upon a Time: We are all mad here escrita por Kremer
– Belle? Preciso de ajuda com esse livro. – Disse Henry. O livro em questão estava preso atrás da estante, entre uma prateleira e outra, prensado contra a parede.
– Um minuto, Henry – Belle terminou de empilhar alguns livros e foi até lá.
O livro acabou dando um certo trabalho, pois estava sendo difícil tirá-lo de lá sem derrubar os outros ou estragá-lo. Por fim, conseguiram tirar.
– “Alice no país das Maravilhas e Através do Espelho” – leu Belle. – Procurei um exemplar desse livro por toda a biblioteca por tanto tempo, e você encontrou! – Disse, dando tapinhas nas costas de Henry. O livro era em capa dura, e parecia muito velho. Belle não lembrava de ter visto uma edição assim, mas aquela era realmente fantástica: as letras eram douradas em alto relevo, ele era azul-marinho... No entanto, surpreendia o fato de o livro não estar nem um pouco empoeirado.
– Então... Alice não está no nosso livro, não acha isso estranho?
– Acho um pouco, Henry. Afinal, nós conhecemos Jefferson.
– Isso quer dizer que Alice é inventada? Que ela não existe no nosso mundo?
– Talvez exista, Henry. Quem sabe?
– Se importa se eu levar o livro pra casa quando terminarmos? Gostaria de ler.
– Claro que não! Vou deixá-lo na bancada pra você não esquecer.
...
Ruby estava ficando entediada. Ficar sentada observando uma garota dormir era algo realmente chato. Se ao menos tivesse um livro!
Porém, ela começou a ouvir alguns murmúrios vindos dela, e se aproximou para ouvir melhor.
– Ch... Ches... Não... – Havia muitos sons ininteligíveis. Ruby se aproximou mais. – A... porta...
Naquele momento, a garota acordou. E gritou. Muito. Ruby cambaleou pra trás, tapando os ouvidos com as mãos – sua audição era sensível por conta de sua dupla personalidade.
– Por favor, se acalme! Eu não vou te machucar – Disse Ruby. A garota estava ofegante e com o olhar assustado.
– Por que todo mundo fica me dizendo isso?
– Eu só estou aqui pra cuidar de você. Emma e Regina estão tentando entender de onde você veio.
– Quem é você?
Ruby hesitou. Será que ela era do mundo deles? Será que elas porventura se cruzaram algum dia? Será que se ela dissesse quem realmente era, a garota poderia recobrar alguma memória?
– Me chamo Ruby. E você, não tem nenhuma ideia de quem é?
– Não.
Ótimo, pensou Ruby, sentando-se novamente.
– Que lugar é esse? – Perguntou a garota.
– Você está no Granny’s. Temos quartos para alugar, e lá embaixo há uma ótima lanchonete. A lasanha é ótima.
– O que é ‘lasanha’?
Ela só pode ser do nosso mundo.
– É uma comida muito boa. Eu tenho uma ideia... Por que você não vem comigo até lá e come um pouco? Deve estar faminta.
– Não sei se seria uma boa ideia.
– Vamos lá! Só... Não dê muita bola para o que ver ou ouvir, as pessoas daqui vão ficar meio curiosas com a sua chegada. Mas deixe que eu cuido deles.
...
– Isso estava aqui antes? – Perguntou Emma, segurando um relógio de bolso que estava bem onde a garota fora encontrada.
– Pode ser que eu não tenha reparado da primeira vez. Afinal, não é todo dia que uma menina surge no meu quintal.
– Será que tem alguma propriedade mágica?
– Vamos descobrir.
As duas entraram na casa de Regina e foram até o escritório dela. Lá, Regina depositou o relógio sob a mesa e o encarou.
– Gostaria de aprender uma nova lição? – Perguntou Regina.
– Talvez venha a ser útil.
– Muito bem, venha cá.
Emma foi até onde Regina estava, e ficou de frente para o relógio.
– Emma, preste atenção. Quando você quer descobrir se um objeto possui propriedade mágica, primeiro, você deve criar um escudo. Muitos objetos podem ser utilizados para portar magia negra, e ao primeiro contato, explodem ou algo assim. Agora, concentre sua energia nesse relógio: imagine que você está construindo uma cúpula em forma dele. Imagine isso, imagine que essa cúpula é feita da sua energia e que ela vai te proteger contra magia das trevas. Posicione suas mãos. – Regina mostrou rapidamente a posição correta. – Agora, deixe a energia fluir.
As duas observaram um campo de força se erguer ao redor do relógio, em forma de cúpula, e depois ficar invisível.
– Muito bem, você conseguiu – congratulou Regina.
– Quem poderia imaginar que a base da magia é “acreditar”.
– Você não aprendeu nada com o Peter Pan?
Emma sentiu um calafrio ao ouvir o nome. Sujeito desprezível.
– E agora, o que faço? – perguntou.
– Agora, coloque sua mão uns 10cm acima do relógio, foque sua energia na ponta dos dedos e descreva círculos no ar. Imagine que você está procurando uma ligação entre você e o relógio. Essa ligação é entre as magias que vocês portam. Se ela existir, seus dedos vão começar a formigar.
Emma fez o que ela pediu. Ela parecia confusa.
– Meus dedos estão esquentando.
– Deixe-me ver. – Disse Regina, fazendo o mesmo procedimento.
– Isso significa que esse objeto entrou em contato com magia. Pra você poder sentir que um objeto esteve sujeito à magia... Então, significa que a magia em questão é de proporções gigantes.
– Como magia negra?
– Não, magia negra tem a mesma quantidade de energia do que a magia branca. Pense um pouco: que tipo de coisa pode concentrar grande fluxo de energia de uma só vez?
– Um portal?
– Um portal.
– Isso quer dizer que ela veio de um mundo com magia. Vamos.
...
– Essa é a coisa mais deliciosa que já comi em toda minha vida! – Disse a garota, que havia acabado de devorar um prato de lasanha.
– É o que todos dizem, querida – disse Granny, que estava passando pela mesa.
– E é congelada... – Ruby deixou escapar.
A garota parecia a ponto de perguntar o que "congelada" queria dizer quando Emma Swan e Regina entraram. E novamente, a garota quase surtou ao vê-las.
– Relaxe, não vamos te levar a nenhum hospital – disse Regina.
– Descobrimos algo importante. Pode vir com a gente? – Perguntou Emma. A garota assentiu.
– Obrigada, Ruby – disse Regina, antes de saírem. Ruby ficou surpresa.
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