Once Upon a Time: We are all mad here escrita por Kremer
Notas iniciais do capítulo
Com esse capítulo, acho que deu pra entender no que Emma e Alice estão se metendo. :B
Branca e Jefferson corriam por uma estrada de pedras brancas. A estrada marcava exatamente o meio de Wonderland, e levava ao antigo castelo que a Rainha de Copas havia construído.
– Rainha – disse Jefferson, ofegante, antes de entrarem. – Não devíamos estar aqui.
– Nós entramos, recuperamos seu coração e vamos embora – disse Branca, sem mais delongas.
O castelo abrigava um mausoléu, onde o corpo da Rainha de Copas estava sendo conservado. O objetivo de Branca era procurar pelo coração de Jefferson, que deveria estar com Cora, em seu mausoléu.
– Quando tiver seu coração de volta, poderá parar de trabalhar tanto, e nós poderemos finalmente ser felizes – disse Branca, olhando-o nos olhos, com seu sorriso resplandecente.
– Branca, você nunca vai ser feliz comigo –havia somente dor nos olhos dele.
– Jefferson, por favor, pare de duvidar. – A Rainha havia dado as costas a ele e fora em direção ao mausoléu. Porém, estranhou ao ver a porta destrancada. Desconfiada, abriu-a e deu de cara com a Duquesa.
– Olá, queridinha. – Duquesa, então, soprou um pó sobre Branca, que caiu adormecida na mesma hora. Depois de trancá-la no mausoléu, tirou de uma bolsa um coração pulsante.
– Muito bem, fantoche - disse, dirigindo-se a Jefferson.
– Você vai pagar por isso! – Jefferson gritou. Ele tentou avançar, mas em vão, porque a Duquesa havia apertado seu coração até fazê-lo cair de joelhos.
– Você vai continuar me servindo, se quiser ver sua rainha de novo.
A Duquesa leu um pergaminho em voz alta, que havia encontrado dentro do mausoléu.
– “Com a espada guardada pela besta que assombra o reino, o vassalo fiel deverá arrancar o coração daquela que acreditou em Wonderland e colocá-lo no peito da Rainha de Copas, para acordá-la e lhe conceder nova vida.” Bem, o vassalo sou eu. Vamos agora atrás daquela que acreditou – disse a Duquesa. Seu olhar faiscava.
...
– Ches? – Alice e Cheshire estavam novamente em cima de uma árvore. Os dois gostavam de ficar lá, pois os fazia se sentirem grandes. – Você nunca me contou o que aconteceu com você.
– Bem – Ches estava estranhamente sensato naquele dia. – A Rainha de Copas me amaldiçoou. Prendeu-me em uma forma felina, e eu estava condenado a ser pra sempre um gato sorridente. Ela morreu sem desfazer o feitiço. Então, a magia dela deixou sequelas.
– Ela não deveria ter ido embora sem sequelas?
– O feitiço foi forte demais. Ele mudou meu ser, e pra esse tipo de coisa só existe uma poção – disse.
– Qual? – Alice apoiara a cabeça sobre sua mão, e o olhava, curiosa.
– O sangue de um jaguadarte – disse Ches, a olhando, com ar divertido.
– O que é um jaguadarte?
– É a besta mais horrenda de Wonderland. Se esconde em uma caverna, e até hoje ninguém conseguiu derrotá-lo. Ele também guarda uma espada, que dizem ser mágica.
– Então vamos atrás dele – disse Alice, simplesmente.
– Se fosse fácil, eu já teria conseguido – disse Ches, dando um leve tapa na testa de Alice. De repente, porém, sua feição mudou. Ele estava tendo uma visão.
– Ches, o que está acontecendo? – Alice perguntou. Cheshire, porém, não respondeu de imediato.
De repente, ele deu um salto e se pôs de pé.
– Vamos, você precisa sair daqui.
Ele a transportou para o chão e os dois correram para uma pedra, onde ele bateu três vezes, e fez com que uma escada em espiral surgisse a partir dela.
– O que está acontecendo? – Alice perguntou, enquanto os dois corriam escada acima.
– Eu tenho visão de tudo o que acontece nesse País – Cheshire nunca pareceu tão nervoso – e vi o que a Duquesa fez. Ela trancou a Rainha Branca no mausoléu da Rainha de Copas e planeja ressuscitá-la.
– E por que não vamos lá ajudar Branca?
– Porque ela precisa do seu coração.
Ambos correram pelo céu, por uma trilha de pedra que desaparecia atrás deles. Chegaram a uma porta.
– Alice, você precisa ir. Mas antes, beba isso – disse, dando um frasco com líquido azul para ela.
– O que é? – perguntou.
– É uma poção que vai fazer você esquecer tudo o que viu. Você precisa esquecer Wonderland. Só assim estará a salvo.
– Mas, Cheshire...
– Alice, confie em mim. Abra sua mão. – Alice abriu, e viu que havia nela o relógio de bolso do coelho branco. – Na hora certa, você saberá como usá-lo. Até lá, você precisa estar longe. Vá.
Alice o abraçou, com lágrimas nos olhos. Cheshire assentiu, encorajando-a a ir.
Alice abriu a porta, bebeu a poção e Cheshire a empurrou pelo portal, pois ela já não fazia ideia do que estava acontecendo.
...
– O réu teve seus seguintes direitos negados: - lia o coelho branco, no pátio da Duquesa. – direito a um advogado, direito a habeas corpus, direito a assembleia e direito a um telefonema. – e depois, sussurrou para o lagarto que estava ao seu lado: - O que é um telefonema?
Duquesa havia tomado conta de Wonderland, e Cheshire Cat estava com a cabeça em uma guilhotina, prestes a ser decapitado.
– O réu é acusado de traição por ter ajudado Alice a fugir de Wonderland. Alguma última palavra? – perguntou o coelho. Duquesa o observava, com um olhar de desprezo.
– Gostaria de propor uma charada. Por que um corvo se parece com uma escrivaninha? – disse, solenemente, Ches.
– Cortem-lhe a cabeça! – ordenou Duquesa, a plenos pulmões.
A lâmina desceu, e no último instante, o corpo de Ches desapareceu no ar. Sua cabeça começou a flutuar, e o lenço que cobria sua boca havia sido derrubado, revelando uma fileira de dentes afiados e ameaçadores, que formavam um sinistro sorriso. Cheshire ria.
Então, as pessoas começaram a discutir. Uns diziam que não poderiam decapitar uma cabeça que não tivesse corpo – pois não teriam de onde cortá-la – e outros diziam que tudo o que tinha uma cabeça podia, sim, ser decapitado.
Cheshire – ou a cabeça de Cheshire – flutuou até a Duquesa, a encarou e desapareceu no ar.
Ela estava rubra de ódio.
Jefferson se permitiu um sorriso.
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