Sonhos indomáveis escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo! peço que comentem se gostarem,favoritem e etc :)



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Eu estava ansiosa para o sinal do fim da aula tocar, realmente ansiosa. A professora parecia arrastar seus últimos minutos como se fossem séculos e tudo o que saia de sua boca para mim parecia um tipo de língua estranha que eu nunca havia ouvido falar simplesmente por que não parecia ser desse século.O sinal finalmente tocou e eu pulei da cadeira, meus materiais já estavam guardados a tempo na mochila e eu me apressei a sair da sala.

-Hey Rose!

Eu me obriguei a virar mesmo não querendo, a professora encarava algumas folhas em sua mão com um olhar indecifrável, ela estendeu duas folhas em minha direção.

-Como sempre sua nota de matemática não é a melhor. - Comenta a professora

Eu pego as folhas de sua mão enquanto analiso o meu sete com claro louvor.

-Já Lissa, perfeita como sempre. - Diz a professora- Mande lembranças à ela.

Eu mal me despeço e já estou fora da sala de aula, dobro as duas avaliações de matemática ciente da folha perfeita com um Dez rabiscado de Lissa e guardo na mochila.

-Hey Rose, está indo ver Lissa?

Eu fecho o ziper enquanto Mason, um ruivo de sorriso alegre e sardinha fofas se aproxima de mim com um sorriso cavalheresco no rosto, nós somos amigos desde sempre eu acho, e faziamos praticamente todas as aulas juntos, ele sempre me chamava para sair e eu sempre inventava uma desculpa diferente, Pobre Mason, ele não sabe o por que de minhas evasivas e se depender de mim nunca vai saber. Meu tempo é praticamente todo corrido, minhas responsabilidades são muito altas para uma garota da minha idade, mas enquanto eu não rachar eu vou estar bem.

-Sim, estou indo ver ela. - Respondo a Mason começando a andar

Mason está me seguindo, posso ver pelo canto do olho um sorriso lisonjeiro beirando em seus lábios rosados, me pergunto por que ele sorri? eu não queria que ele sorrise, eu não queria ele perto de mim agora e eu queria chuta-lo,de onde vieram tantos pensamentos assombrosos em minha mente?

-O que vai fazer hoje a noite? - Ele pergunta

Ha sim, estávamos no caminho deu dar outro fora nele.

-Mason...-Eu comecei

Ele levantou as mãos como se estivesse se rendendo e eu apenas revirei os olhos.

-Apenas quero te levar para comer algo. - Diz ele

Eu balanço a cabeça.

-Vou estar ocupada.- Digo

-Cuidando de Lissa? - Ele pergunta

Eu o ignoro enquanto no estacionamento eu percorro a saida da escola.

-Rose, você não pode me evitar e evitar ao mundo para sempre. - Ele diz

Eu dou de ombros.

-Não estou evitando o mundo, estou o ajudando. - Digo

-Com o que? - Pergunta Mason confuso

-Estou ajudando para que uma estrela não se apague.

As palavras que saem por minha boca me afundam mais que tudo, "uma estrela não se apague" ele sabia de quem eu estava falando e tenho certeza que se tocou por que logo eu estava sozinha, Mason havia ido embora como todos os outros.

No ponto de Ônibus em frente a escola eu batia o pé em um ato irritante até para mim a espera de um ônibus que chegasse rápido, logo meu desespero cedeu quando o ônibus dobrou a esquina e pouco depois eu já ocupava um acento dentro do mesmo.

Lissa Dragomir era minha melhor amiga, sabe aquele tipo de amiga perfeita que você acredita só existir em livros e filmes? então, Lissa era exatamente assim, Cabelos loiros,pele branca,olhos verdes e uma conta bancária maior do que qualquer adolescente da escola, mas esse dinheiro não podia curar o que ela tinha, Lissa estava morrendo de Cancêr.

Nos conhecemos quando ambas tinham seis anos, Lissa era a garotinha que vivia rodeada pelas outras crianças, sempre bem arrumada e sempre tinha as melhores coisas, já eu era uma bolsista com notas razoaveis já que essa bolsa eu havia "conseguido" graças a meu padrasto número dois, digo número dois por que minha mãe terminou o namoro com ele quando eu tinha sete anos, fiquei feliz quando minha mãe disse que eu não teria que largar a escolinha particular mas algo eu teria que fazer para que pudesse ficar, e eu me dediquei, eu me dediquei e li tanto que me apaixonei pela escrita e consigui uma bolsa permanente.

Eu não gostava de Lissa quando ela tinha seis anos, ela era metida e tinha uma voz insuportável que me fazia querer tampar os ouvidos a cada pergunta idiota, tudo aquilo mudou quando eu a encontrei chorando no chão do banheiro sozinha enquanto tentava limpar seu pequeno nariz que escorria sangue.

-O que está acontecendo? - Eu perguntei

Ela me olhou assustada mas seus soluços não sesarão.

-Vá embora. - Ela mandou

E eu fui, mas não para minha sala eu corri até a diretoria e chamei a professora que correu tão rápido para o banheiro que quase fui arrastada junto.Dois dias depois eu vi Lissa de novo sorrindo e acenando para os amiguinhos como se nada tivesse acontecido, mas naquele dia foi diferente, em vez dela se sentar na mesa com os outros coleguinhas ela se virou e sentou na minha mesa, sem nenhuma palavra ela sorrio e começou a comer seu lanche,desde aquele dia viramos melhores amigas, não me lembro muito sobre o que aconteceu depois, mas foi somente quando eu tinha nove anos que descobri a verdade: Lissa estava doente.

O Ônibus parou no ponto onde eu descia todos os dias, um vento gelado atingiu a minha espinha assim que eu desci caminhando rapidamente para a entrada do hospital, Lissa havia tido uma recaída a dois dias, ao que parecia seu cancêr estava evoluindo mais rápido e os antibioticos já não funcionavam mais, ela tinha cancêr nos pulmões, um de seus pulmões parara de funcionar á dois anos atrás desde então seu corpo se tornou mais frágil e ela começou a se cuidar mais que o necessário, os médicos não sabiam se um pulmão novo poderia resolver já que seu interno estava sendo bem danificado pela doença porém os médicos não puderam tentar, a tranferencia só poderia ser feita por algum parente da familia e Lissa era filha única, eu até tentei fazer o teste mas a médica me disse que seria inútil já que meu sangue e o de Lissa não eram compativeis o suficiente.

Eu passei direto pelos corredores e recepção do hospital enquanto ia direto para o quarto 302, arrumei a alça da mochila em ambos os ombros antes de abrir a porta.

-Adivinha quem tirou dez em matemática de novo? - Pergunto entrando e fechando a porta em seguida

Lissa está com os olhos fechados como se dormisse, sua pele está um pouco corada o que quer dizer que ela havia melhorado pelo menos em parte e sua respiração estava regular mas seus olhos se mexiam e eu podia ver que ela estava acordada.

-Que bom que veio Rose, Lissa receberá alta amanhã de tarde!

Eu olho para a cadeira reclinável onde Elizabeth mãe de Lissa descansa com um semblante neutro, seus cabelos loiros estão amarrados em um rabo de cavalo firme eu puxa seu rosto o deixando incrivelmente mais velho.

-Lissa vai receber alta? até que enfim! - Digo

A mãe de Lissa sorri.

-Ela perguntou por você o dia todo. - Diz ela

Eu sorrio

-Eu também morro de saudades dela, quando ela vai poder voltar para escola? - Pergunto

Elizabeth pisca algumas vezes.

-Creio que os tempos de escola para Lissa já acabaram.

-O que? - Pergunto pasma

A mãe de Lissa se levanta e caminha até mim, vejo os olhos de Lissa se mexerem de novo.

-Oh querida, sei que vai sentir falta de Lissa mas é o melhor pra ela, sua doença está progredindo mais a cada dia e seria melhor eu te-lâ em baixo de minhas vistas, entende?

Eu pisco perplexa.

-Mas já está acabando o ano! esse é nosso último ano, Lissa gostaria-

-Lissa não gostaria de nada Rose, ela precisa estar segura agora e rodeada de pessoas que a amam, entende? não posso simplesmente deixar ela fazer o que quiser.

Sua mãe dá alguns tapinhas em minhas costas enquanto se afasta em direção a porta.

-E o que Lissa acha disso? - Eu pergunto

A mãe de Lissa parra por alguns segundos como se analisando minha pergunta, por fim responde:

-Vai ser o melhor para ela.

Segundos depois Ela se foi e Lissa abre os olhos, sua imensidão verde me captura rapidamente enquanto ela sorri divertida.

-Viu? agora ficarei presa em minha própria casa, mas que infortuneo!

Eu rio.

-Só vai faltar o macacão laranja. - Comento enquanto coloco minha mochila no chão.

Lissa balança a cabeça.

-Creio que não, ela vai arranjar um modo de arranjar um para mim.

Nós duas rimos.


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Notas finais do capítulo

Comentem!



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