Survival Game: O Começo escrita por Catelyn Everdeen Haddock


Capítulo 7
06


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo!



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No dia seguinte, chegamos à estação ferroviária às oito horas em ponto. Para se ter uma ideia, o trem sairia daqui a dez minutos, seguindo destino a Berlim, capital da Alemanha. É um trem do tipo Maglev, que é um tipo de trem que levita sobre os trilhos por meio de eletroímãs. É silencioso e pode ultrapassar a 500m/s de velocidade, sem atrito com os trilhos. Eu nunca fui num desses, mas pesquisei em uma enciclopédia da biblioteca da escola. Como se não bastasse, os demais judeus e outros inferiores são privados da liberdade e ir e vir. Os arianos são os detentores da gente! Podem tudo, sobretudo Hitler II. Só não são proibidos se participar do Reality.

Antes de irmos, Elise me fez uma surpresa: um encorajamento em letras grandes em um cartaz que ela havia pregado na porta da frente. Estava escrito:

CORAGEM, RICHIE! VOCÊ VAI VOLTAR PARA NÓS!

Foi uma emoção e tanto! Cheguei até abraçá-la e a Edith, que estava admirando a criatividade da minha irmã.

Voltando à nossa despedida, além da minha família e Edith, a D. Amélia veio conosco. Já Moe, eu passei lá na casa dele para nos despedir. Talvez, essa possa ser a minha última vez que vejo a todos que eu amo, os meus amigos, até mesmo Munique.

Nesses dez minutos de sobra antes do trem partir, aproveitei para despedir com abraços fortes e inesquecíveis, acompanhados de Vá com Deus, Heinrich; Eu te amo, Richie!. Mas D. Amélia foi ter comigo para me mostrar uma coisa.

– É mais um encorajamento. - disse ela, tirando do bolso do casaco 3/4 de pele, uma coisa.

Um encorajamento especial, pensei. Mas não era um encorajamento como outros, mas sim, O Encorajamento.

D. Amélia tirou do bolso um colar, cujo pingente era uma suástica, cujas extremidades são arqueadas no sentido horário. Era a suástica do estilo céltico: A Cruz do Sol. Era bronzeada.

– Isso não é uma suástica qualquer. - disse a mãe da Edith, colocando o colar no meu pescoço. Ela sabia que eu tinha fobia por qualquer suástica, ainda por cima a da bandeira nazista! - Essa suástica é um amuleto para você, isso significa que você terá muita sorte, determinação, e... Acima de tudo... Coragem!

Sabia disso faz tempo, só que dava mais sorte aos arianos e repulsa a nós. E o colar ficou perfeito em mim. Top de linha! Senti o frio, tanto da corrente, como do pingente, cair sobre o meu busto, coberto pela gola da minha camisa xadrez vinho.

– Era de um amigo meu que esteve no Reality há vinte e quatro anos atrás. - continuou. - Depois de ter vencido a edição, ele deixou a suástica comigo a sete chaves. Disse que era para um ente querido para quando for selecionado para a próxima edição. Depois disso, nunca mais o vi.

Fiquei lívido, congelado por dentro.

– Aí, você chegou. Você tinha três anos de idade quando eu o vi pela primeira vez. Você brincava com Edith em um balanço de pneu, fazendo brincadeiras, vivendo as próprias aventuras... Naquela ocasião, você me fez lembrar um filho meu natimorto. Pensei, essa pode ser a encarnação de Hermann.

Eu sorri. Ela me abraçou com tanta força, assim como o resto da minha família. Bem como a Edith falou, éramos na altura de irmãos. Em seguida, olhei de relance para Elise e a agarrei, abraçando-a.

– Lembre-se do que eu lhe disse, tá legal? - perguntei, não querendo que ela se machucasse demais com a minha ausência e, possivelmente, a minha morte.

– Lembro. - respondeu, com a voz abafada.

– Pro que der e vier, logo estaremos juntos outra vez.

– Pro que der e vier, estaremos juntos, com Deus como testemunha. - repetiu, tendo fé Nele.

–ESTÁ NA HORA!! - uma voz gritou.

Olhei de volta para ela. A pus no chão. Não iria embora de jeito nenhum antes de lhe mostrar o dedo mindinho para ela entrelaçar o dela no meu e apertarmos com força. Peguei a minha mochila tiracolo e entrei no trem, acenando para a minha família, Edith e sua mãe e... Elise.

No momento em que eu ia procurar o lugar para me sentar, ouvi a voz da minha irmã gritar o meu nome. Fui lá ver da janela e percebi que ela corria com o trem em movimento.

– Não, - tentei fazer com que ela voltasse. - Elise, não faça isso! Por favor.

Antes que eu pudesse voltar para o que eu estava fazendo, vi um guarda nazista agarrar Elise, que se debatia, tentando se disvencilhar. O guarda a levou de volta para os meus pais, soltando-a como se ela fosse um amontoado de roupas sujas. O ouvi dizer:

– Cuide melhor da sua filha! - ele falou de maneira ríspida com o meu pai, que o olhava como se quisesse fuzilá-lo.

Canibal. Brutamontes., xinguei por dentro. Tomara que isso termine de qualquer maneira. Só quero viver por causa daqueles que eu amo. Se não fosse por isso, a primeira coisa que eu faria seria me jogar direto na frente de um adversário e levar um tiro. Morria quase que instantaneamente.

Finalmente encontrei um lugar vago. Não tinha ninguém ocupando as duas poltronas, que estavam de frente para a outra. Um lugar só para mim. Nem deu um minuto e já tem uma garota loira, de olhos azuis e delgada parando no meu lado. Anne, a garota dos meus sonhos.

– Desculpe. - ela se antecipou. - O resto da cabine está lotada, ainda mais as poltronas. - e olhou de relance para as poltronas vazias, a não ser eu. - Este lugar está reservado?

Fiquei encabulado, com os olhos arregalados. Respondi balbuciando:

– Não. - e fiz um gesto para ela se sentar. - Pode ficar à vontade.

– Muito obrigada. - ela agradeceu. Sentou de fronte a mim. - Belo discurso que você fez ontem.

Ela gostou do meu discurso! Agora entendi o gesto que os demais alunos e mestres fizeram ontem no Dia da Seleção.

– Foi só um discurso como outro qualquer. - retruquei.

– Não, foi mais que um discurso. A escola inteira fez uma rara reverência a todos nós. É a primeira vez que isso acontece.

– Mas eles aplaudiram. - repliquei. - Não é incomum.

– Incomum foi aquele gesto. Todo mundo ficou maravilhado.

Infelizmente, não pude mais insistir, pois sabia que isso não vai adiantar em nada. Por outro lado, Anne distorceu o assunto.

– Você é... Heinrich Holger, né?

– Sou eu, sim. - balbuciei, encabulado. - E você é Anne, né?

– Anneliese Zimmer. - falou o nome completo. - Te vejo andando toda hora no intervalo e na saída.

Ela sabia? Sabia que eu estava andando pra cima e pra baixo atrás dela o tempo todo? Não, mas um dia, ela há de descobrir tudo.


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Notas finais do capítulo

Para saber mais sobre o trem Maglev, sigam o site ou pesquisem.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d0/Shanghai_Transrapid_002.jpg

Quanto ao desenho da suástica, o pingente do colar de Heinrich, sigam esse site aqui:
http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A1stica#/image/Ficheiro:Broken_crossed_circle.svg



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