Survival Game: O Começo escrita por Catelyn Everdeen Haddock


Capítulo 2
01


Notas iniciais do capítulo

Ah, só para ressaltar. Hitler II é idêntico ao Adolf Hitler.

Boa leitura!!



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Enquanto nós tomamos o café da manhã reunidos, o meu pai nos contou que os nazistas estilhaçaram vitrines de lojas e estabelecimentos de propriedade judaica. Entre eles, a livraria do mei pai foi uma das vítimas do vandalismo nazista.

– Meu Deus, eles fizeram isso mesmo? - perguntou a minha mãe, chocada.

– Sem dó, nem piedade! - retrucou o meu pai, indignado.

Quanta grosseria, pensei. Onde já se viu, depredar lojas e estabelecimento de propriedade judaica, sem ao menos saber o motivo de tanto ódio aos judeus, isso é uma das obras do totalitarismo sem limites de Hitler II, aquele louco, sem consciência!

– Até quando eles vão parar com isso? - indaguei à queima-roupa. - Tem algum motivo para isso?

– Nem faço a menor ideia, Heinrich. - meu pai respondeu. - Dependendo do endiabrado desse chanceler, isso nunca vai acabar.

– Eles vão atacar a nossa casa? - Elise perguntou, assustada e com medo.

Minha mãe tentou consolá-la, acariciando-lhe os cabelos da mesma cor que os meus, castanho-claro acobreado.

– Não, minha querida, eles não vão fazer isso tão cedo.

– Isso se passarem por cima do meu cadáver! - brincou o meu pai. Eu sorri com a boca cerrada.

Meu pai tinha uma livraria a quatro quadras de casa. Ele obtinha o excedente de lucros com a venda de livros de qualquer gênero e com o incentivo à leitura. Ele nos incentivou a ler muito cedo, e advinha: eu me tornei um exímio leitor de primeira, além de inventar um bocado de coisa. Já a minha mãe é uma dona de casa exemplar, sempre fazia deliciosos pratos para a gente e para qualquer visita, seja ela distante ou próxima. O problema é que, desde que Hitler II e os nazistas chegaram ao poder, a coisa ficou feia: nós judeus e os outros seres inferiores fomos confinados em uma metade de Munique, enquanto a outra metade era para os arianos, onde havia muita riqueza, lazer e cultura. Mas por outro lado, Elise, Edith e eu nos viramos com outras coisas, do tipo, inventar coisas, explorar um lugar, até aproveitar outras oportunidades para viver. Quanto à livraria do meu pai, ele foi forçado a vender apenas para os judeus e para os outros inferiores.

Enquanto a gente terminou de tomar café, eu até me ofereci para tirar a mesa, mas minha mãe se deu ao trabalho de fazer, já que estava na hora de irmos para a aula e, O Dia da Seleção.

Elise abraçava a minha mãe, enquanto eu abracei o meu pai. Estranhei o semblante dele, pois estava cochichando alguma dois no meu ouvido direito, fazendo cócegas.

– Hoje é o Dia da Seleção, não é?

– Balancei a cabeça.

– Bom, mesmo você sendo escolhido ou não, quero que saiba que a sua mãe, sua irmã e eu estaremos ao seu lado, tá bom?

– Tá. - balbuciei. Confesso, aquilo que amoleceu o coração.

– Logo que ele me soltou, Elise veio a ele, já que eu fui abraçar a minha mãe, cuja voz estava embargada.

– Filho, seja o que Deus quiser. - chorou a minha mãe, cuja lágrima escorria pelo rosto, umidificando o meu. - Por que esse maldito teve que armar uma coisa dessas? Mas não se preocupe, filho, que nós vamos orar para que tudo dê certo, por mais que você vá para o reality.

Assenti com a cabeça, enfim, deixando escapar uma lagrima do meu rosto.

– Eu te amo, mãe.

– Eu também te amo, filho!


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Notas finais do capítulo

Isso lembra o episódio da Noite dos Cristais, não é?
Para quem não sabe, é só jogar o nome na barra do Google e lá mostra todos os detalhes.