Survival Game: O Começo escrita por Catelyn Everdeen Haddock


Capítulo 11
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Notas iniciais do capítulo

Gente, foi mal a demora, é que eu não tive tanto tempo assim, estudando para o simulado, ENEM, essas coisas.



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Assim que terminamos de tomar o café da manhã, mais uma voz do alto-falante invade os nossos ouvidos:

Caros participantes do Survival Games,

já terminaram de tomar o café da manhã? Então estejam na sala de reuniões para o sorteio dos tutores, que os ajudarão nesse árdua jornada para o reality. A sala de reuniões fica no subsolo, descendo o elevador.

Muito obrigado.

E assim fomos. Tomar café da manhã com os outros participantes das sete cidades alemãs, até seria fácil fazer alianças para o reality, para matar os inimigos. Tá mais para uma convivência do que para uma preparação para matar uns aos outros. Descemos no elevador. Chegamos ao subsolo, que dava direto para a sala de reuniões. Por ser tão ampla, tá mais para um salão. De todas as fileiras, Anne, Desmond e eu pegamos a penúltima fileira. Desmond e eu nos entreolhamos.

– Quem será o nosso tutor? - perguntou. - Homem ou mulher?

– Aposto no cara-e-coroa. - respondi. Desmond aceitou a aposta na hora, sorrindo astucioso.

– Coroa! - ele respondeu.

– Cara. - sobrou cara para mim. Eu mesmo me achava bonito. Não que eu seja narcisista, mas porque fui xodó da minha família até a chegada de Elise no mundo. Sorte minha que eu tenho uma moeda no bolso da minha calça jeans. Joguei-a para o alto e pus a mão em cima das costas da outra mão. Deu cara. Sorte minha.

– Mulher. - falei. - E você?

– Homem. - Desmond falou baixinho. Pude ver por dentro que ele não se conformava em escolher homem. Queria mulher. Devo achar que ele deve ser um playboy. Tecnicamente falando.

Dez minutos depois, um homem careca cinqüentão entrou no palco testando microfone. Anne cochichou em meu ouvido:

– Aposto que seja mulher.

Assenti. Tinha feito essa aposta doze minutos atrás. O já citado homem começou a falar, cessando o tumulto na sala.

– Olá, jovens participantes do Survival Game! Bem-vindos neste momento. Sou general Arthur Fritzgerald e hoje vou-lhes apresentar os tutores para vocês, que visam querer o melhor para vocês, assim que entrarem no reality.

É ele! O general Fritzgerald é o dono da voz do alto-falante! Ah, quem dera! Ele falando no palco, com o cartaz do Hitler II fixado na parede. Falando diante do público.

– Agora ouçam o hino nacional. - falou. As luzes apagaram. O fundo musical apareceu.

Com a música, eu lembrei de Edith. Minha grande amiga, que amanhã estará sentada com a sua mãe diante da tela da televisão me assistindo morrer ou sobreviver no reality a situações precárias. E Elise, então? Assim como os meus pais, ela estará contando as horas para me ver. Tenho certeza que ela chorará todas as noites com a minha ausência. Moe? Meu outro amigo! Aquele que me agradeceu por defendê-lo no intervalo, quando estava sendo admoestado. E aqueles que zombavam dele e quem eu briguei, deverão estar torcendo por mim quando vier o momento. Se eu vencer com uma garota, olá, família! Se houver o contrário? Estarei feliz em morrer. Fechei os olhos.

Assim que a música cessou e as luzes acenderam, abri os olhos, que teimavam em estar fechados com a intensidade da luz. Fritzgerald voltou para o palco e em seguida, ao microfone:

– Agora, estarei apresentando os seus futuros tutores. - e fez um gesto com a mão direita, para o lado direito do palco. - Venham, por favor.

Aplaudimos. Os sete tutores vieram em fila e postaram-se atrás do general, encostando-se contra a imagem de Hitler II. Um ajudante de palco pôs uma urna redonda de vidro, contendo tiras de papel em seu interior. São os nomes deles, pensei. Anne estava com o olhar de dedução, fixado na urna. Desmond estava na dele.

Em seguida, o general voltou a falar.

– Vou tirando aleatoriamente o nome da urna, e o nome que eu for falar, o tutor será para cada três de vocês. Um tutor para os dois daqui. - ele referia "daqui" a Berlim. - Alguma dúvida?

Ninguém. E ele prosseguiu.

– Muito bem, lá vai a primeira tira.

Retirou aleatoriamente uma tira de papel da urna. Foi desdobrando calmamente e em seguida, falou o nome e o trio a quem iria instruir.

– Zümberg, Frank, mentor do trio de Colônia.

E assim foi. À medida que foi falando, senti um frio na barriga. Fiquei inerte olhando para o palco, até chamarem o nosso tutor, ou melhor, a nossa tutora.

– Einstein, Margot, mentora do trio de Munique.

Acertei! Era uma mulher, sim. Margot era uma mulher alta, cujo cabelo loiro era cortado tipo chanel repicado e desfiado. Olhos violeta, realçados por um delineador preto. Lábios vermelho-coral. Além de alta, era esbelta e bonita ali, também. Ela veio em nossa direção, enquanto nos preparávamos para levantar da cadeira.

– Sou Margot, tutora de vocês. - sua voz era encantadora. Nós sorrimos satisfeitos.

Fui o primeiro a se apresentar.

– Heinrich Holger.

– Desmond O'Brien.

– Anneliese Zimmer. Pode me chamar de Anne.

– É um imenso prazer em conhecê-los. - disse Margot.

– O prazer é todo nosso. - falamos em um tom uníssono.

Margot sorriu. Fez um gesto para nós acompanhá-la até o nosso quarto.

***

Logo que entramos, fui o primeiro a sentar na cama. Minha cama. Anne sentou no meu lado (que emoção!). Desmond se jogou na sua cama, emitindo um bum! no colchão. Por fim, Margot se sentou na cama de Anne.

– E aí? - ela perguntou, querendo puxar um papinho conosco. - O que estão achando daqui?

– Ah... - cocei a nuca, corando o rosto. - pensando bem, a cidade é maravilhosa, levando em conta o amanhecer.

– A lanchonete é incrível. - e olhou de soslaio para mim. - Principalmente o chocolate quente com marshmallows.

– É, nós dois tomamos frente a frente, até que veio a garçonete extravagante nos servir. - ri com a situação de ontem.

Margot começou a falar.

– Essas pessoas herdaram o estilo da Capital, em Panem. - e lembrou de um amigo com o qual não via há dias. - Um amigo meu trabalha lá como estilista de um dos participantes de um reality chamado Jogos Vorazes, em que eles são chamados de Tributos.

Me interessei. Mas Anne perguntou:

– Como é esse reality?

– Funciona assim, - Margot falou. - como Panem tem doze distritos, cada um deles envia um casal de jovens de 12 a 18 anos para a Capital, onde lá passarão a ser chamados de tributos. Passam por período de treinos, desfiles, tudo representando o distrito de origem. Quando começa, aí o morticínio: o objetivo é matar uns aos outros, até que reste um sobrevivente. Que isso sirva de lição para os 12 distritos que haviam rebelado contra a repressão da Capital, nos chamados Dias Escuros, o que resultou na destruição do Distrito 13.

Bem pior que o nosso reality. Um sobrevivente? Aí já é demais!

– Mas quem é o líder autoritário desse país? - perguntou Desmond.

– Na verdade, é um presidente, Desmond. Presidente Snow.

– Tem algum partido? - perguntei.

– Não, Heinrich. Mas a polícia local, os Pacificadores, são os responsáveis pelo controle da população e pela represália. - depois de uma longa pausa, olhando para nós, continuou. - E antes que me perguntem onde fica Panem, fica em um lugar onde outrora foi chamado de América do Norte.

– Nossa! - me abismei. Já ouvi falar da América do Norte, mas não sabia da existência de Panem.

– Mas não vamos ficar parados comparando Panem com a Alemanha. - Margot tratou de encerrar o assunto, para não ficarmos com pena dos participantes, os chamados tributos. - Daqui a pouco, devem distribuir os uniformes para o treinamento.

Estou nessa. Mas tenho toda certeza neste mundo de que eu passarei a noite pensando na situação de Panem.


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Notas finais do capítulo

Eu mesma inventei as épocas de Jogos Vorazes com a da fic. Mas Panem não participa da III Guerra Mundial.

Ps.: O amigo distante de Margot é Cinna. Isso foi muito antes de Katniss e Peeta entrarem na arena.

Resumindo, só apenas inventei.