A Garota Que Me Tornei escrita por Anne


Capítulo 6
V - Cidade das Almas Perdidas


Notas iniciais do capítulo

Eu devo miiiiiiiiil desculpas pela demora, mas é que com final de ano e férias vem também a falta de tempo.
Bom tentei ao máximo caprichar, espero que gostem. Agora as coisas começam a acontecer.
Nos vemos nas notas finais.



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— A segunda Liga de Assassinos é conhecida mundialmente como Tempest, e, ela foi fundada no século XIII em Mônaco, seu fundador era Aleksander Kovač, isso mesmo, Kovač. — Peter faz uma pequena pausa neste momento, como se tentasse lembrar.

— Alojz Kovač II com seus 30 e poucos anos já estava casado pelo menos 11 anos com Tesla, que logo se tornou Tesla Kovač, e a mesma lhe deu dois filhos homens.

“Aleksander Kovač era o filho mais velho de Alojz Kovač II, pelo menos era no que acreditava, mas Aleksander era o fruto proibido da infidelidade de Tesla com um dos servos mais chegados de Alojz II. O marido quando descobriu ficou furioso, amaldiçoou tudo e todos, inclusive Aleksander. Fora de si Alojz II matou Tesla cruelmente e a esquartejou enterrando seus pedaços nos mais variados lugares da cidade para que não pudessem ser encontrados, e então Alojz II passou a chamar sua cidade de ‘Cidade das almas perdidas’ por acreditar que nenhum ser humano fosse suficientemente puro”.

“Alojz Kovač II passou a rejeitar Aleksander, que por sua vez ao descobrir a morte da mãe se revoltou contra aquele que sempre acreditou ser seu pai, o qual não aceitou Aleksander como seu sucessor e nem mesmo aprovou sua entrada na Liga, ficando assim a presidência para seu irmão mais novo, Anto Kovač que sempre fora venerado pela família segundo a sua visão”.

— Nossa, mas essa história é incrível, ainda mais incrível que a outra. — Digo maravilhada.

— É sim, mas ainda não acabou... — O garoto prossegue. — Revoltado com o pai, Aleksander passou a buscar por vingança, até que em uma noite fria de um inverno rigoroso Aleksander armou uma emboscada para Alojz II e seu irmão. Aleksander matou Alojz impiedosamente, deixando um rastro de sangue sobre a neve alva, por sorte Anto conseguiu fugir, o garoto podia ser novo, mas era esperto. E foi naquele dia que Anto jurou a si mesmo que procuraria Aleksander até nos confins da terra para vingar a morte de seu querido pai, já que ele não sabia a verdade sobre a morte de sua mãe. E foi com esse juramento a si próprio que Anto assumiu já pequeno uma grande responsabilidade a frente da Razaranje.

“Aleksander fugiu para Mônaco, durante um tempo ficou desaparecido, ninguém sabia de sua localização, até que por fim começaram a se espalhar rumores sobre um assassino em série em Mônaco, ele matava mulheres infiéis e seus amantes em suas camas. Sua marca registrada, como uma assinatura, era o corte no pescoço e como os corpos eram depositados, ele os colocava abraçados e tampados por seus lençóis, cortava o cabelo das mulheres os deixando extremamente curtos, pois conta-se que em determinada época e cultura de certos países mulheres com cabelos curtos ou raspados eram reconhecidas como meretrizes. Acreditasse que Aleksander tenha ficado com ódio de sua mãe depois de um tempo e tenha começado a descontar em outras pessoas que cometeram o mesmo erro que Tesla.”

— Ok. Mas como ele sabia que aquelas mulheres estavam realmente traindo seus maridos?— Pergunto o interrompendo.

— Simples! Os próprios maridos o procuravam, desconfiados de suas mulheres pedia que ele as seguisse e então fizesse o serviço se suas suspeitas fossem confirmadas. E em troca disso ele recebia favores, já que geralmente eram pessoas que influenciavam tanto politicamente quanto economicamente. Os maridos começaram a formar um grupo com Aleksander, onde faziam no começo pequenas reuniões, até Aleksander decidir que deveriam ser algo mais, que deveria ser uma Liga de Assassinos. Ele queria criar uma Liga que competisse com a de seu avô para que seu irmão também pudesse pagar pelos erros da família. Ele imaginava que isso terminaria com a desonra e a vergonha que o nome da família Kovač passou a carregar.”

Fico em silêncio por um curto período quando então me dou conta de que já deve ser tarde. “18:30. Droga! Já é tarde...” Penso.

— Nossa! A hora passou voando enquanto conversávamos, passou tão rápido que mal consigo acreditar. Preciso ir, tenho que fazer o jantar antes que papai chegue do trabalho. — Digo pegando meu caderno e me levantando.

— Não, tudo bem. Vou terminar o texto em casa e te mostro amanhã na aula. — Peter diz isso enquanto junta seu material. Nesse período me permito dar uma boa olhadela no garoto. Parando bem para reparar ele tem uma boa aparência, quer dizer, ele até que é bonito. Pra falar a verdade ele é muito bonito. Talvez a primeira impressão realmente não seja a que fica ele é até bem gentil. Pelo visto eu estava errada, e eu odeio estar errada.

Sorrio fraco mais para mim do que para ele, mas ele parece perceber.

— O que houve? Você está sorrindo que nem uma idiota, mas sem ofensas. — Ele diz rindo fraco e eu rio também.

— Há não é nada. Mas então está tudo okay, já vou indo. — Mando um beijo rápido e uma piscadela em direção a Peter me despedindo. — Até amanhã!

— Ei Sarah! — Ele me chama antes que eu alcance a porta. — A proposito, você fica muito bem com essa roupa. — Eu sorrio revirando os olhos.

Desço as escadas rapidamente. Fiquei tanto tempo conversando com Peter que nem vi o tempo passar, tanto que a noite já começa a cair, enquanto uma leve luz se esvai atrás das colinas.

Vejo alguém vindo em minha direção e quando a figura chegar sorridente na minha frente já sei que é Keyth.

— Oi! Onde você estava que você está por aqui até essa hora? O que, aliás, não é muito comum. — Ela me lança um olhar curioso.

— Estava na escola, fazendo o trabalho de redação com Peter. Vê se da pra acreditar... — Rio e ela me acompanha.

— Mas então Sah. Está a fim de comer alguma coisa? Abriu uma lanchonete nova a um quarteirão daqui e todo mundo está elogiando.

— Bom, eu tinha que ir para casa fazer o jantar pro meu pai, mas eu vou com você, quando ele chegar cozinho alguma coisa para ele. Só tem um problema, eu estou sem grana. Sai com tanta pressa de casa que nem deu tempo de pegar dinheiro. — Digo erguendo os ombros como se me desculpasse por algo.

— Ah tudo bem, não esquenta, eu pago pra você... — Ele abre um largo sorriso.

Fomos conversando por todo o caminho, ao chegarmos a lanchonete gostei muito do local. A decoração era pitoresca e acolhedora, como se você estivesse comendo a vontade no sofá de sua casa. Pedi um hambúrguer e Keyth um x-tudo. Conversávamos sobre coisas alheias quando ela finalmente disse.

— Peter olha como se te quisesse. — Ela fala querendo me provocar.

— Corrigindo: Ele me olha como se eu fosse uma retardada que não olha por onde anda. — Digo rindo.

— Errado: Ele te olha como uma retardada que não olha por onde anda e ele quer.

— Para de blefar viu Keyth. Você e essa mania de me shippar com todos os carinhas que eu conheço.

— Ata bom, juro que parei. Mas até que vocês dois combinam bastante sabia? — Ela diz gargalhando e eu lhe dou um leve tapa no ombro.

Mudamos de assunto radicalmente. Então decidimos que devemos ir embora, nos despedimos ali mesmo. Sigo em direção a minha casa e ela para a casa dela.
A rua está movimentada, caminho apressada até meu prédio, o qual abro a porta do hall percebendo a ausência de Joseph. Entro no elevador apertando o botão que indicava a subida. Enquanto subo, levo a mão até o bolso do casaco a fim de encontrar minhas chaves, mas isso não acontece.

Procuro em todos os bolsos, mas não encontro, como se não bastasse percebo que esqueci meu estojo, e consequentemente minhas chaves dentro do mesmo, na escola.

Suspiro pesarosa quando o sino do elevador soa indicando que já cheguei ao meu andar. Sigo em direção ao vaso de plantas que esconde as chaves reservas de casa (meu pai sempre achou que esconder as chaves debaixo do tapete fosse antiquado, mas no vaso de flores não. Vai entender.), mas antes que eu faça isso vejo uma fresta da porta aberta.

— Papai! —Chamo abrindo mais a porta. Todas as luzes da casa estão apagadas. Procuro o interruptor da sala enquanto coloco meu caderno sobre o sofá, que foi a única coisa que consigo encontrar. Quando acendo a lâmpada e a luz ilumina todo o cômodo fico chocada com a cena que invade minha visão.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, é isso. Espero realmente que tenham gostado. E por favor não deixem de comentar. Eu fico TÃO feliz quando recebo reviews de vocês seu lindos. Até o próximo e lembrem-se: Anne ama vocês. Beijinhos de luz para todos