Entre beijos e paixões escrita por Eterna Queen Chaddad Vieira


Capítulo 70
Brian Part.1


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoas! Desculpem a demora novamente... É que houve um problema pessoal grave na minha vida, esses dias, que me tirou a inspiração, mas com calma conseguir escrever. E é isso aí a vida é cheia de altos e baixos, mas temos que seguir em frente. Espero que gostem do cap! Se forem frouxos, e sentirem medo não leiam!!(Leitores que leem a fic da Bloody Ana, não precisam se preocupar kkk) Mentira, leiam sim! para entenderem a bagaça kkkk Beijos, e comentem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/551816/chapter/70

*No cap anterior*

– Por favor… – Pediu encarando o Cristal. – Me mostre porque… – Antes que Mosca completasse a frase, o mesmo foi interrompido pela mesma imagem que antes aparecera no cristal sem que ele percebesse, o rosto de uma criança, a qual possuía olhos de duas cores. A princípio Mosca ficou tenso, pensou em desistir, porém permaneceu firme, pois precisava ver o que o cristal tinha a lhe mostrar. – A Ana tinha razão… – Disse, sem tirar os olhos do objeto, onde o rosto do garoto aproximava-se cada vez mais… Cada vez mais… Até que, para a sua surpresa o rosto saiu do cristal, acompanhado de seus braços os quais puxaram Mosca pelo pescoço, o levando para dentro do mesmo objeto. Nesse momento Mosca perdeu a consciência momentaneamente.

***

Segundos depois Mosca acordou, logo passou a abrir seus olhos lentamente. Ao fazer isso notou que não se encontrava mais no quarto dos garotos, tão pouco no orfanato raio de luz, entretanto, aquele lugar não lhe era desconhecido, sabia muito bem onde estava, e era bastante perturbador voltar para aquele local depois de tanto tempo. A casa de Brian. Mosca, que até então encontrava-se deitado ao chão, próximo à escada, resolveu levantar-se, e caminhar pela casa, tentando entender o motivo de estar no local, porém, seus passos foram interrompidos, por uma música vindo da direção contrária. Mosca identificou como sendo o som de um piano, e era, então, decidiu seguir a direção da música, a qual lhe levou à sala de estar. Ao chegar no local, Mosca surpreendeu-se ao ver quem tocava o instrumento, um pequeno garoto, de no máximo 8 anos de idade. A princípio Mosca não conseguiu identificar seu rosto, pois o garoto encontrava-se de costas, mas tinha quase certeza de quem se tratava.

“O cristal tanto pode nos mostrar coisas do futuro, como do presente, e até mesmo do passado, contanto que aquilo sirva para nos ajudar em nossa situação atual, se não, nada se pode ver.”, pensou Mosca, lembrando das palavras de Madame Esmeralda. “Será que ele é o...”

– Brian... – Chamou uma voz feminina, interrompendo seus pensamentos. Mosca, então decidiu olhar na direção da voz que chamava, ao fazer isso avistou uma bela mulher jovem de cabelos longos e negros, batom vermelho, e roupas extravagantes, a qual encontrava-se no canto da sala, esta então passou a caminhar em direção à Mosca, que a encarou trêmulo, pois acreditava que a mesma podia lhe ver, porém, novamente para a sua surpresa a mulher atravessou seu corpo como um espírito. E caminhou em direção ao garotinho que continuava a tocar. (Isto fez Mosca concluir que não podia ser visto, então o mesmo passou a observar) – Brian. – Chamou novamente, então nesta hora o garoto parou de tocar.

– Sim mamãe? – Atendeu virando-se. Mosca ficou aflito ao ver o mesmo garoto o qual o havia puxado para dentro do cristal, aquele, que possuía olhos de duas cores, tais como os de Brian, afinal era ele.

– Você não está tocando certo, querido… – Afirmou sua mãe. – Deixe-me mostrar como faz. – Disse, sentando-se ao lado do garoto. Logo a mesma passou a tocar a mesma música no piano, porém da forma correta. – Está vendo? Nessa parte da música esta é a nota correta, e não aquela, como estava fazendo. – Corrigiu.

– Sim mamãe. – Disse o pequeno Brian, sem ao menos olhar em seus olhos. Logo o mesmo passou a tocar a música de forma correta.

– Muito bem, agora sim está correto! – Exclamou a mulher, sorrindo delicadamente. Logo esta passou a tocar piano juntamente de seu filho. Mosca os observava atentamente, quando de repente ouviu-se o barulho do escancarar de uma porta, a porta da frente. Isto fez com que Brian e sua mãe, se assustassem, parando de tocar a música. Nessa hora Mosca também assustou-se. Logo aquele o qual havia aberto a porta bruscamente mostrou sua face, era um homem alto, pálido e bem-vestido.

– Ashley! – Gritou o homem, com uma garrafa de whisky na mão.

– Brian, vá para o seu quarto. – Pediu Ashley, sua mãe. O garoto assentiu, então subiu as escadas, porém este em vez de seguir em direção ao quarto, sentou-se no último degrau da escada e ficou apenas observando.

– Não acredito que você chegou bêbado, outra vez! – Exclamava a mulher decepcionada.

– Olha como fala comigo sua puta! – Exclamou o homem. – Eu sou seu marido! – Gritou.

– Já é a segunda vez na semana que isso acontece Christov! E eu não vou admitir que você sirva de mau exemplo para o nosso filho! – Afirmou a mulher.

– Nosso filho? – Perguntou o homem. – Seu filho! – Corrigiu. – Quantas vezes eu vou ter que repetir, que esse garoto, ou melhor, essa aberração NÃO é meu filho!

– Como você tem coragem de dizer uma coisa dessas Christov? Só pode estar louco… – Ao completar a frase, Brian percebeu quando seu pai agrediu sua mãe com um tapa tão forte que a fez cair no chão. Nessa hora Mosca viu que Brian estava escondido observando tudo, e notou que o pai do garoto se direcionava a escada, passando a subi-la. Ao subir a escada, o homem desprezou o filho como se nada houvesse no local.

– Ele não teve culpa do que aconteceu… – Sussurrou a mulher, aos prantos, chamando a atenção de Mosca. Nessa hora todo o cenário se desfez como fumaça e Mosca foi arrastado para outro local, em outra realidade.

Mosca agora se encontrava numa escola, onde vários alunos passavam pelos corredores. Eram crianças um pouco mais velhas, deviam ter entre 10 e 11 anos de idade. Não foi difícil de encontrar Brian desta vez, pois era o único parado no canto do corredor observando as outras crianças com um olhar frio. Mosca notou também quando três garotos aproximaram-se do mesmo.

– Olha só, se não é o esquisito! – Afirmou um garoto gordinho metido a valentão, derrubando os livros de Brian. Os outros dois passaram a rir. – E aí esquisito, porque você não fala, hein? Responde! – Continuou. Porém Brian continuou firme o encarando.

– É esquisito! Responde! – Disseram os outros dois empurrando o garoto de um lado para o outro. Nessa hora todas as crianças passaram a rir do mesmo.

– M-Me deixem em paz! – Murmurou Brian, agitado.

– Olha só Bernardo! Ele falou! – Disse um dos garotos se dirigindo ao gordinho.

– O que você disse, ESQUIZITO?! A GENTE NÃO TE OUVIU! – Exclamou o tal Bernardo, derrubando Brian no chão. Nessa hora o mesmo, rasgou as coisas do garoto e saiu junto dos outros dois rindo. Logo todas as crianças que alí estavam presentes passaram a rir de Brian e o chamar de esquisito, com exerção de uma garotinha a qual possuía cabelos enrolados.

– Pata?! – Exclamou Mosca ao ver garota de longe, ela era realmente muito parecida com Pata. Então Mosca continuou observando.

Brian esperou que todas as crianças fossem embora para levantar-se e juntar suas coisas, porém o mesmo não esperava que alguém ainda estava alí.

– Posso ajudar? – Perguntou a garota de cabelos enrolados, sorrindo sem jeito. Brian assentiu sem olhar em seus olhos. Logo a mesma passou a ajudá-lo com os livros e as páginas arrancadas. – Você é o Brian, né? – Perguntou.

– Sim. – Respondeu Brian cabisbaixo.

– Brian… Olha pra mim. – Pediu a garota. Logo Brian a encarou.

– Não liga pro que eles dizem, são uns idiotas. – Afirmou.

– Mas eles têm razão, sou um esquisito. – Disse o garoto.

– Eu não te acho esquisito. – Revelou a menina sorrindo.

– Não? – Perguntou Brian, surpreso.

– Não mesmo! – Confirmou ela. Nessa hora Brian sorriu discretamente. – Ah, a propósito, eu me chamo Olive! – Apresentou-se. – E moro com minha tia no final da sua rua, se quiser podemos ir pra casa, juntos. – Completou. Brian concordou, logo os dois saíram da escola. Mosca (já tava esquecendo que ele tava ae e.e), aproveitou e os seguiu.

No caminho de casa…

– Não sabia que você morava na minha rua Olive. – Disse Brian.

– Eu sei, você não sai muito de casa né? – Explicou a garota, empurrando sua bicicleta, enquanto acompanhava Brian.

– É. – Respondeu Brian. – Gosto de ficar em casa. – Completou.

– Quantos anos você tem? – Perguntou Olive.

– 10. – Respondeu o garoto. – E você? – Perguntou.

– Também. – Respondeu sorrindo. Houve silêncio. – Sabe, eu sempre passo em frente a sua casa, e acho ela muito bonita. – Disse a garota, puxando assunto. – Morá a muito tempo lá?

– Desde que nasci. – Respondeu o garoto. – A casa pertence à minha família desde 1935, quando meus bisavós se mudaram da Alemanha. Aí quando eles morreram, a casa pertenceu aos meus avós, mas minha avó também faleceu e meu pai mandou o vovô pro asilo, e a casa ficou pra ele, pra minha mãe e pra mim. – Contou Brian, sem desviar o olhar em direção ao fim da rua.

– Nossa! – Exclamou Olive admirada. Nessa hora ambos chegaram a frente da casa de Brian. – Bom, você tá entregue, a gente se ver amanhã? Posso passar na sua casa, quando tiver indo pra escola, se quiser, aí a gente vai e volta juntos. – Propôs a garota. Brian assentiu. Logo Olive subiu em sua bicicleta e pedalou em direção ao fim da rua. E todos os dias seguidos foram assim, eles passaram como flashes aos olhos de Mosca.

Mosca viu novamente o cenário desfazer-se e avançar para um passado mais adiante, onde Brian encontrava-se novamente na sala de estar, tocando piano, porém, desta vez com 13 anos de idade.

– Brian?! – Chamou sua mãe, O garoto não atendeu. – Brian!!! – Exclamou sua mãe, um pouco mais alto, fazendo Brian voltar a realidade. Então o mesmo a encarou, parando de tocar.

– Sua amiga Olive está aqui. – Avisou sua mãe, ao lado de Olive, que o encarava sorrindo.

– Olive?! – Exclamou o garoto, sorrindo de volta. Logo o mesmo foi correndo em direção a garota. – Oi Olive. – Cumprimentou.

– Vamos dar uma volta? – Convidou a garota. O garoto sorriu e assentiu.

Mosca os seguiu novamente e os observou. Brian e Olive pararam no parque para tomar um sorvete. Em seguida os dois passaram a caminhar pelo parque. Mosca percebeu quando de repente Bernardo, o garoto valentão acompanhado de seus amigos aproximaram-se e passaram a atormentá-los.

– Olha só, o esquisitão e a caridosa! – Exclamou o garoto, rindo com os amigos.

– O que vocês querem? – Perguntou Olive.

– Saber porque uma menina tão gata como você anda com esse perdedor! – Exclamou Bernardo, derrubando o sorvete de Brian. Logo os três garotos passaram a perturbar Brian, o empurrando e o chamando de perdedor.

– Parem! – Exclamou Olive os interrompendo. – Vão embora, seus manés! – Ordenou, irritada.

– Pobre Brian, é tão indefeso que é defendido por uma menina. – Provocou Bernardo, Aproximando-se de Brian. – Aposto que você é louco pra dar uns amassos nela, mas ela não te quer, e sabe porque? – Perguntou em seu ouvido. – Porque você não passa de um frango, e ela tem pena disso, por isso anda com você. – Respondeu. Por mais que Brian estivesse zangado, ou triste com aquilo que o garoto disse, este permaneceu em silêncio, sem demonstrar nenhum sentimento em sua expressão facial.

– Chega Bernardo! Sai daqui seu idiota! – Exclamou Olive empurrando o garoto.

– Tem sorte que eu não bato em mulher! Sua putinha! – Gritou Bernardo saindo junto de seus amigos.

– Você tá bem Brian? – Perguntou Olive.

– Tô. – Disse Brian, friamente.

– Tem certeza? – Perguntou Olive. Era realmente difícil saber como Brian se sentia, pois o garoto nunca demonstrava.

– Tenho. – Respondeu Brian.

– Vem, vamos conversar alí no balanço. – Chamou Olive, suspirando. Logo ambos foram ao balanço, e passaram a conversar. Na verdade apenas Olive falava, Brian ficava apenas escutando. Mosca novamente os seguiu.

No balanço…

– Sabe Brian, eu acho que você não devia aceitar essa provocação toda do Bernardo. Já faz 3 anos, tá mais do que na hora de você por um basta nisso. – Aconselhou Olive. – Tá, eu sei que você deve ter medo, por que ele sempre anda em trio, mas sei lá, acho que você devia ir na diretoria da escola ou falar com os seus pais. – Completou.

– Não precisa, eu estou bem. – Afirmou o garoto. A verdade era que Brian não queria que seus pais soubessem, pois seu pai já o desprezava desde que nasceu, se soubesse que o garoto sofria bullyng então, aí que desprezaria mais ainda. De repente Brian foi tirado de seus pensamentos, quando inesperadamente Olive segurou sua mão.

– o Bernardo estava enganado no que disse, eu não ando com você por pena... – Iniciou a garota. – Eu gosto de você, Brian. – Completou a garota o encarando, logo Brian retribuiu o olhar, então ambos selaram os lábios entre os balanços. Aquele foi o primeiro beijo de Brian.

“Agora eu entendo, o porque dele ter atacado a Pata...”, pensou Mosca.

Assim que o beijo terminou, Olive o encarou novamente e sorriu. – Eu amo os seus olhos de duas cores… – Sussurrou, lhe dando um selinho. Nessa hora Brian a encarou e sorriu. – Promete que vai dar um jeito no Bernardo? – Pediu a garota. – Sei que não está bem… Mas sabe, se você não quer contar pros seus pais, acho que devia pelo menos tentar falar com ele, e colocar essa história a limpo de uma vez por todas. – Aconselhou.

– Se eu for tentar falar com ele, ele vai me bater. – Afirmou Brian.

– Não se ele estiver sozinho. – Disse Olive, com um sábio sorriso no rosto. Mal sabia ela que aquela sua frase não sairia tão cedo da mente de Brian, até que finalmente ele conseguisse resolver aquela história.

Novamente a cena se passou…

Agora Mosca encontrava-se em frente a casa de Brian, onde o garoto também estava. Ainda estavam no mesmo dia. Brian havia acabado de chegar em casa, porém assim que chegou na porta ouviu gritarias vindas da sala, seus pais brigavam novamente. Nessa hora a raiva subiu por sua cabeça e o garoto entrou em casa com tudo.

– Sua inútil, você não serve pra nada sua vagabunda! – Gritava seu pai bebado, enquanto sua mãe chorava tentando se proteger. O homem levantava a mão para bater na esposa quando Bria chegou ao local.

– Fica longe da minha mãe, seu otário! – Gritou o garoto, empurrando o pai. Nessa hora, tanto seu pai como sua mãe ficaram surpresos, e de repente o garoto travou, sentindo apenas um doloroso tapa dado pelas costas da mãe de seu pai, em sua face. Em seguida o homem subiu as escadas, furioso.

– Filho… Não devia ter feito isso… – Falou sua mãe em meio a lágrimas. Porém, Brian não a escutou, saindo novamente de casa. Mosca o seguiu, novamente.

Já havia anoitecido e Brian caminhava sem rumo pelas ruas consumido pela raiva. Enquanto caminhava, tudo de ruim que lhe acontecia passava por sua cabeça como um flash.

Desprezado pelo pai…

Desprezado pelas outras crianças…

Esquisito.

Brian foi tirado de seus pensamentos por uma voz familiar, vinda de uma casa próxima.

– Mãe! Eu tô indo pro fliperama! – Avisou o garoto saindo de casa em sua bicicleta. Bernardo. Ao ver o garoto, Brian estremeceu, porém dessa vez não foi de medo, e sim de ódio. Então o mesmo resolveu seguir o garoto até o fliperama. Mosca notou que Brian estava com seu conhecido olhar perverso, o olhar do Brian assassino.

Brian esperou em torno de uma hora e meia do lado de fora do fliperama, até que Bernardo saísse de lá. Logo o garoto se despediu dos amigos e foi pegar sua bicicleta para r embora, porém o que não esperava era que o pneu da mesma estivesse furado e a corrente solta. Armadilha de Brian.

– Que droga! Vou ter que ir arrastando até em casa! – Resmungou o garoto indignado.

Bernardo caminhava tranquilamente empurrando sua bicicleta, quando decidiu pegar um atalho por um caminho diferente, o qual teria que passar por uma ponte. Mosca seguiu Brian até lá, e imediatamente se lembrou, que aquela era a ponte de onde havia jogado o corpo do mesmo. Mosca viu quando Brian acompanhou os passos de Bernardo, e o parou.

– Olá Bernardo. – Disse Brian, assustando o garoto, que até então ainda não tinha percebido que estava sendo seguido.

– Esquisito?! – Exclamou o garoto surpreso. Logo o mesmo soltou a bicicleta no chão. – Você tava me seguindo? – Perguntou, cerrando os punhos, com um sorriso irônico no rosto.

– É, eu tava! – Afirmou Brian, procurando o enfrentar.

– Ora, ora, ora, então quer dizer que em vez de fugir das surras, você agora vem procurá-las? – Perguntou Bernardo, num tom de sarcasmo.

– Não. – Respondeu Brian. – Porque eu não vim aqui pra levar surra. – Afirmou Brian. – Seu gordo imprestável. – Xingou. Ao fazer isso, despertou a ira do garoto. Que avançou em sua direção, porém dessa vez Brian foi mais rápido e conseguiu desviar do ataque, quando fazendo com que Bernardo tropeçasse e caísse, nesse momento o ódio de Brian foi tanto que o mesmo nem pensou duas vezes, antes de pegar um pedaço de madeira jogado no asfalto, e apontar para o garoto.

– O que você vai fazer? – Perguntou Bernardo amedrontado. Nesse momento Brian sorriu maliciosamente e aproximou o lado pontiagudo da madeira ao pescoço do garoto que estremeceu.

– Chegou a hora do acerto de contas, meu caro Bernardo… – Avisou Brian.

– Não, p-por favor… – Implorou o garoto por sua vida, porém Brian foi impiedoso, e num golpe só cravou o pedaço de madeira na garganta de Bernardo, fazendo jorrar sangue de sua jugular. E nessa hora o garoto perdeu a vida.

– Quem é o frango agora? – Perguntou, chutando a cabeça do garoto morto. E logo em seguida o jogou da ponte, junto com sua bicicleta. E desde esse dia foi dado como desaparecido, e seu corpo jamais foi encontrado.

Nessa hora Mosca ouviu uma doce voz sussurrar em seu ouvido: “Primeira vítima”.

Minutos após matar Bernardo, Brian caminhou normalmente, sem ao menos se importar com sua roupa manchada de sangue, em direção a sua casa. Mosca temeu a situação, e já até adivinhava o que poderia acontecer.

Quando Brian chegou em casa, seu pai encontrava-se tomando um café na sala de estar, com a luz apagada. Logo Brian entrou sem perceber a presença de seu pai no local.

– Onde estava a essa hora? – Perguntou seu pai, que até então, não havia percebido o sangue na roupa do filho, porém isso mudou quando o mesmo resolveu acender a luz. – O quê… – Ao ver o estado de Brian, seu pai ficou horrorizado. Nessa hora o garoto sorriu. – O que você fez? – Perguntou o homem.

– Você sempre disse que eu era uma aberração e que não era seu filho, papai. – Lembrou Brian. – E agora você tem motivos pra isso. – Completou.

– Você é o demônio… – Afirmou seu pai. – Bem que eu falei a sua mãe e ela não quis me ouvir, quando mandei que ela se livrasse de você, no dia em que matou sua irmã! – Afirmou o homem.

– Você me culpa pela morte da ísis! – Lembrou Brian. – Mas a culpa não foi minha, pai! – Afirmou. – Eu só tinha 4 anos, não sabia o que tava acontecendo! – Completou.

De repente Mosca foi levado para um flash back, onde Brian tinha 4 anos e brincava no quarto com sua irmã mais velha, que tinha 10 anos.

– Não é assim que se monta o quebra-cabeças Brian, olha você tem que achar a pecinha igual. – Ensinava a menina. Logo o garoto ficou bravo por não saber montar o quebra-cabeças, e desfez as peças que a irmã já tinha montado.

– Ai não Brian, olha o que você fez! – Exclamou a garota, com a mão na cara.

– Diculpa… – Disse o garoto, triste.

– Não desculpo, agora você vai pagar as consequências! – Afirmou a garota. Nessa hora Brian gritou rindo e saiu correndo, logo sua irmã o pegou e passou a fazer cócegas no garoto.

Brian e sua irmã, Ísis, brincavam e riam juntos, mas, de repente, algo aconteceu. Ísis arregalou os olhos e passou a sufocar.

– Brian… – Disse a garota em meio a falta de ar. – Aju-da… – Porém o garoto era pequeno demais para entender o que acontecia, e achou que sua irmã estava apenas brincando.

– Não vou ajudar, você me fez cócegas! – Disse o garoto rindo inocentemente. O fato era que sua irmã sofria de asma.

– B-Bri..an… juda… – De repente a garota caiu no chão e passou a sufocar mais ainda, até que já era tarde demais. Ísis havia morrido.

– Ísis? – Perguntou Brian, rindo e sacudindo a garota, que ainda permanecia de olhos abertos. De repente seu pai abriu a porta do quarto, dando de cara com a situação. Sua filha mais velha estava morta, e Brian a sacudia, foi a cena mais horrível que já vira, e desde então, passou a culpá-lo pela morte da garota. Nessa hora o flash back chegou ao fim.

Mosca voltou para a mesma cena de antes, chocado com o que acabara de ver.

Porém, a coisa não parou por aí, ao voltar para a cena Mosca viu quando o pai de Brian surtou, tentando atacá-lo. Porém nessa mesma hora o garoto pegou o pai pelo pescoço e apertou até que o mesmo perdesse todo o fôlego, caindo roxo no chão.

“Segunda vítima...”, Mosca ouviu a doce voz sussurrar novamente.

Nessa hora Brian pegou uma faca na cozinha, e o esfaqueou para ter certeza de que o homem estava morto. Em seguida, com a faca na mão, passou a procurar sua mãe pela casa, como não a encontrou no andar de baixo, o garoto então resolveu subir até o primeiro andar da casa. E la encontrou sua mãe que havia acabado de sair do banho, a mulher enxugava os cabelos quando, de cara com o filho na porta do banheiro, com uma faca ensanguentada na mão. Porém já era tarde demais, Mosca pode ouvir quando a mesma tentou gritar mas teve o grito interrompido pela faca enfiada em suas costas. Mosca não olhou, diretamente, mas, viu tudo pelo espelho do banheiro.

“Terceira vítima...”, sussurrou novamente a voz.

Depois de assassinar sua própria família Brian desceu normalmente as escadas e passou pelo corpo morto de seu pai, indo em direção ao piano. E lá passou a tocar uma música um tanto macabra. (link da música nas notas finais) Mosca o observou horrorizado. O garoto tocou piano até o dia amanhecer. Quando resolveu ir para a escola normalmente, deixando os corpos de seus pais trancados em casa.

Na escola o garoto agiu normalmente, e ficou com Olive, porém a mesma percebeu que havia algo de errado.

– Nossa, estranho esse desaparecimento do valentão do Bernardo. – Comentou Olive. – Estavam contando que ele foi ontem pro fliperama, e de repente desapareceu. – Completou. Porém notou que Brian nada disse. – Brian… – Chamou.

– Oi… – Respondeu Brian.

– Você tá bem? – Perguntou a garota. Brian respirou fundo.

– Olive… – Disse. – Você me ama? – Perguntou.

– Claro que te amo. – Respondeu a garota. – Por quê?

– Mesmo se eu disser que fiz um erro, que não dar pra ser concertado? – Perguntou.

– O que você fez Brian? – Perguntou Olive, preocupada. Logo, no fim da aula, Brian pediu para que a sua namorada o acompanhasse até sua casa, pois confiava nela, e sabia que ela o ajudaria e entenderia, assim pensava ele, até chegar em casa e lhe revelar o que tinha feito.

– E agora Oliv? – Perguntou o garoto chorando. – O que eu faço? – Olive havia entrado em choque assim que vira o corpo do pai de Brian na sala de estar.

– Cadê sua mãe, Brian? – Perguntou a garota, horrorizada.

– Ela tá morta no banheiro… – Respondeu o garoto. Olive passou um tempo em silêncio. – Olive, diz alguma coisa! – Pediu, chorando.

– V-Você… É um psicopata… – Disse Olive, andando parar trás.

– Não, Olive, não tenha medo de mim, eu te amo! – Afirmou Brian.

– Não encosta em mim… E-Eu vou chamar a polícia… – Disse a garota, aproximando-se do telefone.

– Não, por favor… – Pediu Brian, aproximando-se da garota.

– Fica longe de mim, seu maluco! – Gritou Olive aos prantos. Aquelas palavras despertaram a ira momentânea de Brian, que atacou a garota a ogando contra a mesa de mogno da sala de estar. A pancada foi tão forte, que a garota morreu na hora.

– Não… Olive!!! – Gritou Brian aos prantos, ao ver o que havia acabado de fazer. Abraçando o corpo morto da garota.

“Quarta vítima...”, Mosca novamente ouviu a voz dizer.

Novamente as cenas e passaram, e Mosca presenciou quado Brian levou os corpos até a ponte um por um para jogá-los no lago, com exerção de um, o corpo de Olive. Brian manteve o corpo de Olive no quarto de hóspedes, por tempos, até que o mesmo entrasse em decomposição e restassem apenas os ossos, anos haviam se passado…

Um dia Brian resolveu finalmente jogar os ossos de Olive fora, então pegou seu carro e colocou o esqueleto no porta-malas. Logo foi ao lago e o jogou lá também. Porém na volta aconteceu algo que o surpreendeu Na volta para sua casa, Brian avistou duas crianças num ponto de ônibus, sozinhas, e para sua surpresa, uma delas era Olive, vivinha alí. Mosca estava dentro do carro observando tudo, quando se avistou no ponto de ônibus com Pata.

– Olive! – Exclamou Brian, surpreso, ao ver a garota.

– Pata! – Exclamou Mosca.

De repente o outro Mosca fez sinal de carona.

– Não! Fica longe dele! Não vai! – Gritou Mosca de dentro do carro. E nessa hora o mesmo viu um feixe de luz branca o consumindo por inteiro, trazendo a perda de consciência momentânea.

***

Mosca acordou minutos depois, novamente no quarto dos meninos no orfanato raio de luz. Havia saído do cristal. E para sua surpresa alguém o esperava lá, parado em sua frente, o espírito malígno de Brian, que o observava com amargura.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero agradecer a recomendação da Ana!
E é isso aí, a parte dois sairá em breve!! Comentem!
Música que o Brian toca no piano: https://www.youtube.com/watch?v=hoF3M6ymyHI