Entre beijos e paixões escrita por Eterna Queen Chaddad Vieira


Capítulo 68
Mentiras e maldições...


Notas iniciais do capítulo

Oie gente!! Ae vai mais um capítulo inédito! Espero que gostem! Tenham uma boa leitura, e comentem! Beijos :3
Ps: Quero agradecer a recomendação da Doce coração *----*



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Ao chegar no orfanato Vivi entrou discretamente pela porta da frente.

– Bom dia... – Falou alguém, enquanto a garota fechava a porta.

– B-Bom dia... – Respondeu Vivi, virando-se. – Samuca. – Completou, ao avistar o garoto sentado ao sofá, já vestido com o uniforme da escola. Ambos encararam-se por alguns segundos, então, Vivi mostrou um meio sorriso, e subiu às escadas em direção ao quarto.

No quarto das meninas...

– Mas é sério, eu não vi ela chegar ontem, e nem hoje quando acordei. – Contava Cris, enquanto calçava um de seus tênis.

– Nem eu. – Afirmou Bia, colocando suas mechas. – Vocês acham que ela dormiu fora? – Perguntou.

– Ai gente, deixem de paranoia, vai ver ela chegou tarde e acordou ... – Mili foi interrompida pelo escancarar da porta do quarto, revelando a chegada de Vivi. – ... cedo. – Completou, arregalando os olhos.

– Tá vendo! Eu sabia, ela dormiu na Bel. – Acusou Cris. Nessa hora todas que estavam no quarto passaram a encarar Vivi. (apenas as maiores estavam no quarto)

– Você não acha que tá devendo uma explicação Vivi? – Perguntou Mili. Vivi ficou em silêncio por alguns segundos.

– Ah... Eu, dormi na Bel, porque agora nós somos amigas, e ela me convidou pra dormir lá. – A sorte era que Vivi tinha o dom de mentir descaradamente.

– Amigas? Assim de uma hora pra outra? – Perguntou Pata, estranhando a situação.

– Tá gente, acontece que ela tava deprimida, e desabafou comigo, já que a Janu idiota só queria saber de se agarrar com o Juca. – Contou.

– O Juca tava lá?! – Perguntou Mili surpresa.

– Se agarrando com a Janu?! – Completou Cris.

– Era, eles tão ficando agora. – Contou Vivi. – Mas enfim, daí como eu sou uma ótima pessoa, eu conversei com a Bel. E ela gostou tanto de conversar comigo que viramos amigas, e como os pais dela tão viajando e ela não queria dormir sozinha, quando os garotos foram embora ela convidou a mim e a Janu pra dormir lá. – Finalizou Vivi, convincente. – Agora, licença gente, que eu tenho que correr pra me arrumar, se vocês não quiserem chegar mega atrasadas. – Concluiu Vivi, saindo em direção ao banheiro.

Ao chegar ao banheiro, Vivi deu de cara com Tati, Teca e Ana. Que terminavam de se arrumar. Assim que viu Vivi, Tati a encarou desconfiada.

– Você chegou agora? – Perguntou, curiosa.

– Não te interessa. – Respondeu Vivi.

– Eu não sou burra, tá na cara que você dormiu fora. – Afirmou Tati.

– Já falei que não é da sua conta! – Gritou Vivi, entrando em uma das cabines de banho.

– Sua grossa! – Gritou Tati, irritada.

– Não fica assim Tati, vem vamos descer pra tomar café. – Chamou Teca. Logo as três saíram em direção à cozinha, deixando Vivi sozinha.

Vivi ligou o chuveiro e ficou debaixo deste por um tempo, nesse momento, algumas lembranças da noite anterior voltaram a sua mente. Não eram lembranças muito claras, porém, o suficiente para mexer com sua cabeça, porém, o pior não era o que lembrava, e sim o que não lembrava. A última coisa que conseguia lembrar, era de beijar André, e de repente acordar no dia seguinte, apenas de roupa íntima, junto de André e Janjão que estavam da mesma forma.

– Meu Deus, por que não consigo lembrar do que aconteceu? – Perguntou preocupada. – Será que… – Ao pensar no pior, Vivi não se conteve, logo sentou no chão da cabine e passou a chorar.

***

Todos esperavam na sala, faltava apenas Vivi terminar de se arrumar.

– Ai meu Deus, cadê a Vivi? – Perguntou Tati, olhando a hora.

– Pra variar, né? – Perguntou Thiago.

– Mas hoje é diferente, porque…

– Ana!!! – Exclamaram as meninas. – Estas decidiram manter em segredo que Vivi havia dormido fora, porém também não sabiam que Samuca havia visto a garota chegar.

– Eu hein… – Disse Neco.

– Ai meu Deu, faltam só 10 minutos! Se a Vivi demorar mais um…

– Não se preocupa Cris, já to pronta. – Disse Vivi, descendo as escadas. E para a surpresa de todos, dessa vez a garota não havia gastado o tempo fazendo babyliss ou se maquiando. Havia deixado o cabelo liso e molhado, e passado apenas uma base no rosto, acompanhada por um lápis preto em volta dos olhos, e gloss incolor nos lábios.

– Nossa… – Falou Cris, estranhando a situação. Nessa hora, todas as garotas se entreolharam sem entender, porém, nada disseram, então todos saíra em direção à van.

Depois…

Na escola…

Na sala do 8º ano

Todos estavam na sala aguardando a chegada da professora. Com exerção de Bel e Janu, que ainda não tinham chegado.

– Mili… – Chamou Cris.

– Oi. – Atendeu Mili.

– Você não acha que a Vivi tá um pouco estranha, não? – Comentou. Mili então olhou em direção a Vivi, que escrevia em silêncio sentada em sua carteira. – Ela nunca saiu sem arrumar o cabelo antes! – Completou. – E olha aquela maquiagem, que esquisita!

– Hm… Vai ver ela se tocou que tava atrasada e decidiu fazer uma coisa rápida… – Disse Mili.

– Hello Mili! Nós estamos falando da Vivi, esqueceu? – Perguntou Cris.

– É, vendo por esse lado você tem razão… – Concordou Mili. De repente a professora entrou na sala.

– Bom dia, jovens! – Exclamou ao entrar na sala. Todos responderam, logo a mesma passou a fazer a chamada. Enquanto a professora fazia a chamada, Bel e Janu chegaram a sala.

– Licença professora… – Falou Janu, sem graça. – A gente pode entrar?

– Isso são horas, garotas? – Perguntou a professora. – Só vou permitir que vocês entrem porque hoje é trabalho. Mas que não se repita, ok? – As garotas concordaram e entraram.

Ao terminar a chamada, a professora explicou do que se tratava o trabalho em classe, e passou a escolher as duplas, que ficaram assim: Mili e Bia, Cris e Mosca, Vivi e Janu, Pata e Rafa, Duda e Bel, e etc…

– Que ótimo… – Bufou Pata, com ironia, olhando em direção à Duda e Bel.

“Ela não parece nada arrependida...”, pensou Rafa, também observando os dois.

– Que entediante cara, odeio esses trabalhos da professora de Química. – Comentou Duda. – É a única matéria que eu me dou mau. – Completou.

– Sério? – Perguntou Bel. – Pois eu sou ótima em química! – Afirmou. – Se você quiser eu posso te dar umas aulas… – Ofereceu-se.

– Hum, até que não é má ideia. – Falou Duda. De repente o mesmo olhou em direção de Pata que o fuzilava de longe. – Mas, não precisa se incomodar, posso estudar com a minha namorada. – Afirmou.

– Ah, tá. – Disse Bel, com cara de tacho.

Próximo dalí…

Janu e Vivi faziam seu trabalho em silêncio, quando Vivi decidiu tocar no assunto da noite anterior.

– Janu… – Chamou Vivi.

– Oi. – Respondeu a garota.

– Você se lembra de tudo que aconteceu ontem a noite? – Perguntou.

– Por que? Você não lembra? – Perguntou Janu.

– Claro que lembro, vocês tavam todos chapados! – Lembrou Vivi.

– Fala baixo! – Exclamou Janu. – E você também tava!

– Eu tô falando baixo! – Afirmou Vivi. – Tá, eu também tava, mas foram vocês que me obrigaram!

– Nada a ver, você tomou porque quis. – Negou Janu.

– Tá, tanto faz. – Concluiu Vivi. – Mas eu só quero saber se você viu algo de estranho, ou se aconteceram coisas…

– Enquanto eu tava com vocês não vi nada de interessante, só se aconteceu depois que eu fui pro outro quarto com o Juca. – Disse Janu. – Melhor você perguntar a Bel ou aos garotos.

– Ai meu Deus, eu preciso tirar essa dúvida logo! – Choramingou Vivi. Nessa hora Janu, sorriu maliciosamente, com cara de quem vai aprontar.

No fim da sala…

– Não Mosca, tá errado, de novo! Não é assim que faz esse cálculo. – Falava Cris sem paciência.

– Mas eu sempre faço desse jeito, e a professora aceita! – Afirmou Mosca. – O que vale o resultado correto. – Afirmou.

– Ai, santa paciência! Claro que não, o calculo também é importante, e desse jeito não tá certo! – Insistiu Cris.

– Ah, quer saber? Faz você sozinha então! – Exclamou Mosca, irritado.

– Faria com o maior prazer, se fosse um trabalho individual, mas como não é… – Afirmou Cris, sendo ignorada. – Ô Mosca eu tô falando com você, será que dá pra prestar atenção? – Cris não sabia, mas Mosca estava sentindo fortes dores de cabeça, e aquela conversa estava o aborrecendo cada vez mais.

– O que você quer que eu faça? – Gritou Mosca, chamando a atenção de todos. – Eu fiz a porra do calculo e você tá dizendo que não é assim, então faz você sozinha, caralho! – Surtou, assustando a todos, principalmente Cris.

– Felipe! – Exclamou a professora admirada com a audácia do garoto. – Que atrevimento é esse?! Saia da minha sala! – Ordenou. Nessa hora Mosca a encarou rudemente, segurando-se para não surtar novamente, então, seguiu caminho até a porta.

– Baranga! – Exclamou, ao sair da sala. Sorte que a professora não escutou.

Todos ficaram chocados com a atitude de Mosca, principalmente Mili, esta ficou bastante preocupada, torcendo para que o motivo daquela atitude não fosse paranormal.

– Nossa, eu nunca mais tinha visto o Mosca surtar assim… – Comentou Bia.

– Nem eu… – Disse Mili. – Só espero que ele não teja afetado por aquilo de novo. – Completou.

Perto dalí…

Mosca foi em direção ao banheiro masculino e ficou lá por um tempo.

– Não pode tá acontecendo de novo… – Pensou alto colocando as mãos no rosto e olhando-se no espelho. Ao fazer isto, novamente enxergou seus olhos contendo duas cores diferentes. – Porque você não me deixa em paz?! – Perguntou, encarando-se.

– Porque você tem uma dívida eterna comigo. – Respondeu seu reflexo, o amedrontando.

– Não, eu não tenho! – Negou Mosca aos berros.

– Bastou apenas uma pequena desavença, e você abriu espaço para eu voltar a dominar sua mente, meu caro Felipe. Você não está bem, nunca esteve. – Afirmou seu reflexo. – É um fraco.

– Não, eu não sou! – Afirmou Mosca, tentando resistir. Logo este passou a chorar, saindo do banheiro. Ao sair o mesmo passou a caminhar em direção aos corredores da escola, estava zonzo, e distante de tudo, quando de repente caiu ao chão.

– Mosca! – Exclamou Mili, correndo em direção ao garoto, que passou a chorar de cabeça virada para o chão, então Mili o ajudou a sentar-se. – O que houve, meu amor? – Perguntou, desesperada.

– Ele voltou Mili, ele voltou a me controlar… – Contou Mosca com a voz falha, aos prantos, então Mili o abraçou forte por um tempo, e em seguida o beijou, para que o garoto se acalmasse.

– Nós vamos afastá-lo, meu amor… – Afirmou Mili ao terminar o beijo, passando a chorar também. – Eu prometo. – Completou, beijando seu rosto.

***

Após Mili encontrá-lo caído no corredor, esta matou o resto da aula de química na intenção de acalmar o garoto. Logo quando Mosca ficou melhor, ambos voltaram para a sala, para assistir o resto das aulas, porém, mesmo que já estivesse calmo, Mosca não conseguiu se concentrar nas matérias devido a dor de cabeça, então precisou ser mandado para a enfermaria.

Na hora do intervalo…

– Nossa gente, eu fiquei besta com esse surto do Mosca… – Afirmou Cris.

– Todo mundo ficou. – Afirmou Bia.

– O que será que houve? – Perguntou Binho.

– Não faço ideia… – Mentiu Bia.

– Acho que o Mosca devia ir ao médico, isso pode ser algum tipo de disturbio nervoso… – Deduziu Samuca.

– E aí pessoal… – Falou Duda aproximando-se. – Cadê a Pata? – Perguntou.

– Foi na enfermaria com a Mili, ver como tava o Mosca. – Contou Bia.

– Ah… E ele tá melhor? – Perguntou Duda.

– A gente ainda não sabe. – Respondeu Cris.

– Tenso… – Concluiu Duda. – Ah! Eu ia esquecendo, eu encontrei com o professor de teatro, e ele me entregou o roteiro da peça, vocês querem ver? – Comentou, mostrando o papel que até então segurava.

– Sério? Claro que a gente quer ver! – Afirmou Bia, tomando o roteiro da mão de Duda. Enquanto todos liam, Cris avistou quando Vivi passou rapidamente, então decidiu chamá-la para ver suas falas.

– Vivi, olha só o roteiro da peça, suas falas tão perfeitas! – Gritou tentando chamar a atenção da garota, porém sem sucesso, pois, Vivi nem sequer olhou para a mesma. – Nossa, tá pensando que é a Britney, minha filha? – Perguntou Cris aos berros.

Perto dalí…

Assim que o sinal do intervalo tocou, Vivi decidiu ir atrás de André, porém não o encontrou em lugar algum, então decidiu procurar outra pessoa, Janjão. Ao encontrá-lo, Vivi deixou a vergonha de lado, respirou fundo, e foi em direção ao garoto.

– Cadê o André? – Perguntou atrapalhando a conversa entre Janjão e Tatu.

– Calma cunhadinha! – Exclamou Tatu, rindo.

– Respondam logo! – Exclamou Vivi.

– Ele não veio hoje, tava indisposto. – Explicou Janjão. – Acho que a pizza que ele comeu ontem fez mau! – Completou, rindo. Nessa hora Vivi perdeu a paciência, então saiu arrastando Janjão pela gola da camisa até um local menos movimentado.

– Ai, qual é? Eu sou jovem demais pra morrer! – Gritou Janjão.

– Você vai me contar agora tudo o que aconteceu ontem, depois que ficamos todos chapados! – Ordenou Vivi.

– Você não lembra? – Perguntou Janjão rindo.

– Não Janjão, eu não lembro, conta logo! – Pediu Vivi.

– O que você vai me dar em troca dessa vez? – Perguntou o garoto, rindo.

– Eu não vou te dar nada em troc… Ei! Como assim dessa vez?! – Perguntou assustada.

– Se for o mesmo que ontem, eu conto aquele o que não aconteceu… – Falou Janjão mordendo os lábios.

– Janjão, pelo amor de Deus! Fala logo o que houve? – Implorou Vivi, assustada.

– Ok, ok, eu conto. – Concordou o garoto. – Depois que a Janu foi pro outro quarto com o Juca, ficamos eu, você, o André e a Bel. Aí, a Bel dormiu, e depois disso você e o André ficaram se pegando, mas você não achou suficiente e me arrastou pro meio também. E ficou alternando entre mim e ele… – Contou.

– C-Como assim alternando? – Perguntou Vivi, temendo mais ainda o que estava por vir.

– Ah você sabe, nos satisfazendo, de várias formas se quer saber. – Revelou Janjão. – É mesmo uma pena que você não lembre, porque foi foda. Literalmente! – Afirmou, rindo. Depois das palavras de Janjão, a expressão no rosto de Vivi foi tão estranha, que ficou difícil de descrever. Sua única reação foi se distanciar do garoto em choque. – Coitada… – Suspirou Janjão. – Se ela souber que não rolou absolutamente nada, vai ficar uma fera. – Pensou alto. – Foda-se! – Exclamou, rindo. Nessa hora Janu se aproximou.

– E aí, você disse o combinado? – Perguntou a garota.

– Disse…. – Confirmou Janjão. – Numa hora dessa ela deve tá indo se matar, satisfeita? – Perguntou Janjão.

– Sim, obrigada. – Disse Janu.

– Porque você pediu que eu dissesse isso? – Perguntou Janjão.

– Pra me divertir um pouco. – Afirmou Janu.

– A confessa vai Janu! – Exclamou Janjão. – Você só fez isso porque o André gosta dela de verdade.

– Nada a ver! – Exclamou Janu.

– Você tá com inveja, tá na cara, porque você continua gostando dele! – Afirmou Janjão.

– Vai se fuder! – Exclamou Janu, saindo irritada.

Vivi passou o resto do intervalo chorando em uma parte deserta da escola. Porém, por ironia do destino, alguém apareceu por lá.

– Vivi! – Exclamou o garoto. – Vivi, porque você tá chorando desse jeito? – Perguntou, aproximando-se.

– Não é nada. – Respondeu Vivi. – Não precisa se preocupar Samuca.

– Claro que precisa! – Afirmou o garoto.

– Que eu me lembre você nem é mais meu amigo. – Lembrou a garota.

– É, tem razão… – Falou Samuca. – Mas eu me lembro que no pior dia da minha vida, foi você quem me ajudou. – Lembrou. – Agora vai, me conta o que tá acontecendo…

– Não posso… – Falou a garota continuando a chorar.

– Foi tão grave assim? – Perguntou Samuca.

– Desculpa Samuca, mas realmente eu não posso! – Repetiu.

– Tudo bem. – Entendeu Samuca. – Vem cá… – Disse, abraçando a garota, que continuava a chorar. – Seja o que for, tenta não pensar que passa… – Aconselhou.

– Tá… – Concordou Vivi. De repente alguém chegou e entendeu tudo errado.

– Mas o que significa isso?! – Exclamou Cris chegando bem na hora que Samuca abraçava a garota. Porém, logo viu que a garota chorava horrores.

– Amiga! O que aconteceu?! – Exclamou surpresa. Mas, Vivi nada disse, apenas continuou chorando. – O que houve com ela? – Sussurrou perguntando a Samuca.

– Não tenho a menor ideia… – Sussurrou o garoto de volta. Então Cris decidiu levar Vivi pra tomar água, e tentar acalmá-la.

Depois…

– Amiga por favor me conta… – Pediu Cris, preocupada. – A Bia disse que viu você falando com o Janjão… Foi ele quem fez você ficar assim?

– Sim… Não… Talvez… – Respondeu Vivi em meio a soluços.

– Explica isso direito, amiga… – Pediu Cris.

– Cris, você promete que não vai contar pra ninguém e nem que vai deixar de ser minha amiga? – Perguntou Vivi.

– Vivi, você tá me assustando… – Disse Cris. – Pelo amor de Deus me fala logo o que houve… – Pediu.

– É que… – Vivi fechou os olhos e respirou fundo. – Eu acho que não sou mais virgem! – Revelou, voltando a chorar. Ao ouvir o que a amiga havia acabado de dizer, Cris ficou completamente em choque.

– Vivi… – Disse a garota paralisada. – Explica isso direito pelo amor de Deus. – Pediu.

– Ontem na casa da Bel, ela não me convidou pra dormir. Acontece que eu tomei bebida alcoólica, e só me lembro de ter acordado de roupa íntima junto com o Janjão e o André… – Contou Vivi. – Aí eu fui perguntar ao Janjão o que houve, e ele me disse que… Disse que a gente tinha feito coisas! – Completou.

– Meu Deus! – Exclamou Cris, ainda mais chocada. – Vivi, o que te deu na cabeça pra fazer isso?! – Perguntou.

– Eu sabia que você não ia entender… – Disse Vivi, saindo.

– Não Vivi, espera! – Pediu Cris, sendo ignorada. – Desorientei… – Afirmou Cris, tensa com a situação.

***

Na aula de teatro não teve muita coisa, o professor apenas entregou os roteiros e avisou que os ensaios começariam a partir do dia seguinte, logo os alunos foram liberados.

Mais tarde…

No quarto dos meninos…

Após chegar da escola, Mosca ficou de repouso devido as dores de cabeça.

– É sério Mosca, você devia parar de ser orgulhoso e se consultar… – Dizia Pata.

– Eu já falei que não precisa, Pata. – Disse Mosca. – Eu já tô melhor. – Completou.

– Sei… – Falou Pata desconfiada.

– É Pata, talvez não tenha sido nada demais. – Disse Bia. – Olha só, ele parece ótimo. – Completou.

– Tá vendo Pata, não precisa. – Repetiu Mosca. Nessa hora Mili entrou no quarto, com um copo de suco e uma maçã.

– Mili, você apareceu na hora certa! – Afirmou Pata. – Diz pro Mosca que ele precisa se consultar com o doutor Fernando, porque ele não quer me ouvir! – Contou. Nessa hora Mili encarou o garoto que retribuiu o olhar.

– Ah, talvez não seja preciso. – Disse Mili. – É só ele ficar aqui repousando, e não se agitar que passa! – Completou.

– Aff, hoje ninguém tá me escutando, que droga! – Disse Pata, saindo do quarto.

– Espera Pata! – Exclamou Bia, indo atrás da garota.

– Que foi Bia? – Perguntou Pata.

– Não precisa ficar desse jeito, ele vai melhorar… – Disse Bia.

– Eu sei, mas eu fico preocupada. Porque o Mosca nunca mais tinha tido um surto daqueles, e agora ele teve e praticamente por nada! – Afirmou Pata.

– Eu entendo, mas sei lá tenta ficar fria… – Disse Bia. – A Mili vai cuidar dele. – Completou.

– Ah quer saber, dane-se! Ele querendo ou não, eu vou falar com a Carol pra ela chamar o doutor Fernando! – Afirmou Pata, indo a diretoria.

– Ai, santa paciência… – Concluiu Bia, falando sozinha.

Enquanto isso, no quarto das meninas...

Desde que chegou da escola, Vivi foi para o quarto e não saiu de lá para nada. Deitou-se em sua cama, e se cobriu com todos os cobertores colocando o travesseiro por cima da cabeça.

– Nossa! – Exclamou entrando no quarto, ao ver o estado da garota. – Vivi? – Chamou.

– Me deixa morrer. – Disse a garota com uma voz abafada. Nessa hora Cris revirou os olhos, então sentou-se na ponta da cama da garota.

– Escuta Vivi… Eu não vim aqui pra te julgar, pelo contrário… – Afirmou Cris. – Somos amigas, e mesmo que o que você contou, tenha me assustado bastante, quero que saiba que eu estou aqui pra te ouvir e te ajudar no que eu puder, é claro. – Concluiu. Nessa hora Vivi a encarou com cara de choro.

– Sério? – Perguntou a garota.

– Claro, amiga. – Afirmou Cris. Logo, Vivi voltou a chorar novamente, então cris a abraçou.

– Ai amiga, eu to tão mau! – Afirmou Vivi, em meio a lágrimas. – Eu tô me sentindo a garota mais idiota da face da terra… Como eu posso ter deixado acontecer uma coisa dessas?

– Mas o que exatamente aconteceu? – Perguntou Cris.

– Não faço ideia Cris… – Afirmou Vivi. – Eu não lembro de nada, e o Janjão também não entrou em detalhes.

– Mas, como foi que ele falou? – Perguntou Cris.

– Ele disse que, eu tava ficando com o André, mas não achei o bastante e resolvi ficar com ele também, e fiquei alternando entre os dois… – Explicou Vivi. – E quando eu perguntei como assim alternando, ele respondeu que eu satisfiz eles dois de todas as formas… – Completou, prendendo os dois.

– Putz! Que tenso, amiga... – Afirmou Cris. – Mas se bem que...

– Se bem que o que? – Perguntou Vivi.

– Bom, pelo jeito que o Janjão falou, pode não ter rolado exatamente “aquilo” entre vocês. – Afirmou Cris.

– Não? – Perguntou Vivi, confusa.

– Não, vejamos, ele só disse que você satisfez eles, mas não especificou como, né? – Perguntou Cris.

– É, ele não especificou… – Afirmou Vivi.

– E você tá se sentindo diferente, tipo alguma dor, ou algo estranho? – Perguntou Cris.

– Não… Só senti dor de cabeça de manhã, mas, não tem nada a ver, né? – Respondeu Vivi.

– Então amiga! Existem várias formas de satisfazer um garoto sem precisar fazer aquilo… – Afirmou. – Vai ver foram só preliminares! – Deduziu.

– Ai meu Deus! Preliminares?! – Exclamou Vivi, tensa. – Que nojo! – Afirmou, choramingando.

– Olha pelo lado bom, pelo menos não foi o “serviço completo”. – Disse Cris.

– Tem razão… – Disse Vivi. – Mas só de pensar que eu fiz essas coisas com o André e o Janjão, eu já sinto nojo de mim mesma… – Completou, desgostosa. Porém, o que não esperava era que alguém havia chegado na mesma hora e ouvido tudo.

– Que coisas você fez com o André e com o Janjão, Vivi? – Perguntou Bia, aparecendo de repente. Deixando Vivi e Cris completamente tensas.

***

Após Bia ter ouvido parte da conversa, Cris tentou disfarçar, porém, Vivi decidiu contar também a Bia, pois sabia que a garota era de confiança.

– Pera ai, então você tá me dizendo que ficou com o André e com o Janjão ao mesmo tempo, e que ainda fez preliminares?! – Perguntou Bia, chocada.

– Mas eu não tive culpa Bia, eu tava chapada, e pra completar eu não me lembro de nada, foi o Janjão quem me disse! – Explicou Vivi.

– Então quer dizer que esses idiotas se aproveitaram da situação? – Perguntou Bia, sem acreditar. – Ah, mas isso não vai ficar assim, eles vão pagar caro! – Afirmou Bia. Saindo do quarto.

– Ai meu Deus, será que ela vai tirar satisfação? – Perguntou Cris.

– Não faço a menor ideia… – Disse Vivi.

– Melhor eu ir atrás dela! – Concluiu Cris indo atras de Bia.

– E tudo por culpa minha… – Afirmou Vivi, afundando a cara novamente no travesseiro.

Enquanto isso…

No quarto dos meninos…

Depois de passar um tempo com Mosca, Mili o deixou sozinho para que o mesmo descansasse. Enquanto estava sozinho, Mosca não conseguia parar de pensar na maldição de Brian, foi quando um flash back lhe veio em mente.

Fash back on

– Madame Esmeralda, é verdade que a senhora consegue enxergar o futuro na bola de cristal? – Perguntou Cris, curiosa.

– Bom, isso depende muito da situação. O cristal funciona como um auxiliar, ele nos mostra o que precisamos ver, não o que queremos. – Nessa hora Mosca pode perceber que madame Esmeralda o encarou, claramente. – Tanto pode nos mostrar coisas do futuro, como do presente, e até mesmo do passado, contanto que aquilo sirva para nos ajudar em nossa situação atual, se não, nada se pode ver. – Explicou a mulher. Mosca engoliu seco, pois, aquela mensagem realmente havia sido para ele.

Flash Back off

Nessa hora Mosca pegou seu cristal e passou a observa-lo novamente.

– Por favor, me mostre como quebrar a maldição… Eu preciso me livrar do Brian – Pediu encarando o Cristal, porém nada aconteceu. – Já devia suspeitar! – Afirmou irritado, arremessando o cristal em sua cama e saindo. Porém o que não viu, foi que ao sair de perto, o cristal revelou algo. O rosto de uma criança.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Comentem! Beijos e até o proximo cap :*