Confesso que foi bom rever o Eduardo, rimos feito dois idiotas por horas. A tarde foi interessante pelo fato de eu ter tido a oportunidade de me aproximar mais da Lorena, ela chegou a dizer que tinha muita vontade de conversar comigo mas todos os intervalos eu e Bruna sempre ficávamos sozinhos.

Ficamos horas na praça conversando, Eduardo e eu chegamos irmos até a festa que era à duas ruas de onde estávamos. Não aguentei ficar nem dez minutos, o ambiente, a música, e sabendo que a Bruna estava bem perto e eu desperdiçando meu tempo numa festa? Eu voltei. Eduardo ainda bebeu um copo de cerveja, no qual fiquei extremamente surpreso por vê-lo beber.

Voltamos para a famosa pracinha onde Bruna e eu sempre nos despedíamos. Eduardo falou que tinha um compromisso, pois já estava escurecendo, se despediu e foi embora. Por alguma razão eu queria (muito) ficar sozinho coma Bruna. Lorena ainda ficou conversando, contando algumas histórias, dizendo que seu aniversário era em um mês e aproveitou e me convidou.

– Falando em aniversário, a Bruna reclamou que você não deu parabéns á Ela. - Lorena, ainda sentada no banco da praça.
– Lorena! - Bruna fez uma cara de irritada e não quis me olhar.
– Pera, quando é seu aniversário? é hoje? - Fiz uma cara de surpreso, eu realmente não sabia.
– Foi há duas semanas. - Bruna falava ainda sem me olhar.
– Nossa, eu realmente não sabia, nunca falamos sobre, e não lembro de ter visto no Orkut. - Eu estava chateado, queria ter comprado algo, ter ficado ao lado dela durante o seu dia, mas já era.
– Tudo bem, é só uma data idiota, e você estava viajando, lembra?
– É... mas não era uma data idiota. - Eu a olhava.

Conversamos mais alguns minutos, foi o suficiente para o tempo mudar completamente, Lorena se despediu, falou que ia para casa, estava com frio e ela estava de regata. Eu pensei em ir com ela, afinal, o caminho da minha casa passaria pela dela, porém.

– Me leva em casa? - Bruna me olhou.
– Hmmm - Lorena abriu um sorriso.
– Claro... - Falei meio sem graça e surpreso pelo convite.

Nos despedimos da Lorena, Bruna e eu seguimos pela ponte e fomos andando sem trocar uma palavra pelo caminho inteiro, aquele mesmo caminho que eu sempre a via indo embora. Eu contei o número de vezes que a olhei enquanto ela caminhava ao meu lado.

Paramos em seu portão, ela encostou e me olhou, parecia feliz pois sorria. Eu retribui, mesmo sem graça. Bruna estava de regata amarela e de shorts jeans, era a primeira vez que eu a via de roupa normal. Pois quando a encontrei uma vez na praça com ela voltando da farmácia, ela estava de calça jeans e uma blusa normal, era não foi "estranho" vê-la assim.

– Por quê tá rindo? - ela perguntou.
– Tem ninguém rindo. - Falei sorrindo.
– Tá com esse sorriso aí.
– Nada, só feliz em ver você.
– Oxi, passou umas quatro horas comigo.
– Foi tudo isso? as horas costumavam a demorarem a passar. - Fiz uma voz de frustrado.
– Pois é, comigo a hora passa voando, gato. - Ela ria e aparecia suas covinhas em que sou apaixonado.
– Sabe... - Fiz uma pausa e me aproximei dela, acho que nunca fiquei tão nervoso na vida, minha barriga gelou na hora.
– Hm. - Bruna me olhou e não se mexeu, parecia sem reação.
– Eu li em algum lugar uma vez que o melhor momento de um beijo é antes do beijo, antes dos lábios se tocarem, é daquele sorriso que se faz por meio segundo, é daquele olhar à cinco centímetros da pessoa. - Então eu me aproximei mais.

Bruna botou sua mão em minha cintura, ela estava imóvel mas me olhava nos olhos. Eu nunca estive tão perto dela assim, dessa maneira. Sua boca estava tão próxima da minha que eu sentia sua respiração que por sinal acelerou. Eu a olhei nos olhos e sorri, ela fez o mesmo. Encostei minha testa na dela e com uma mão mexi em sua franja, colocando delicadamente seu cabelo atrás de sua orelha direita.

Nossos narizes se roçaram bem devagar, sua boca que até então estava fechada se abriu um pouco, eu desviei meus olhos para sua boca e voltei em seus olhos, e ela os fechou. Era esse o momento, era isso que eu estava esperando por todo esse tempo, era o tão esperado beijo, era esse o momento que meu coração parecia que iria sair pela minha camiseta de tão rápido que batia.

Naquele momento, naquele segundo eu estava num vortex, eu estava em outro mundo, eu estava com a boca da garota que sou completamente apaixonado à dois centímetros da minha. Eu não sentia meus pés, eu não conseguia escutar nada em minha volta, eu só sentia sua respiração, eu só sentia sua mão apertar levemente meu braço, eu iria beija-la.