These Days escrita por Riqui


Capítulo 11
O melhor beijo.




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Algumas semanas se passaram desde então, eu tentava ignora-la na escola, mas era meio impossível, nos primeiros dias eu simplesmente ficava calado na hora do intervalo e a deixava conversar com o Eduardo, mas ela sempre me abraçava e seu perfume ficava em minha mente. Nos próximos dias aconteceu algo que mudaria minha vida acadêmica para sempre.

Eu desci da aula de português, eu simplesmente odiava a aula do professor Fred, achava a aula cansativa demais, ele passava muito conteúdo em pouco espaço de tempo e naquele dia eu estava sem paciência e cabeça para estudar.
Lá no pátio encontrei o Dudu que não tinha subido, achei até que iria faltar.

– Chegou agora Lek? - Perguntei enquanto sentei ao seu lado no banco.
– Não, cheguei as novas da manhã.
– Como assim?
– Eu entrei pro Grêmio estudantil né, aí me mandaram vim de manhã e como as melhores garotas são da parte da manhã, vim sem reclamar.
– E deixaram você entrar de boa?
– Claro, falei que era do Grêmio, mostrei minha carteirinha especial. - Eduardo tirou do bolso da calça uma espécie de identidade que falava que fazia parte do Grêmio.
– E quais as vantagens de ser do grêmio estudantil? não é para os nerds que querem a escola melhor? grupo de estudo, sei lá ?? - Falei meio confuso e com certa curiosidade.
– Você não sabe? O Grêmio estudantil daqui reúne os mais populares da escola, o pessoal só entra pelas vantagens de sair de sala na hora que quiser, entrar na hora que quiser, o grêmio tem uma sala própria com internet, pode ir na sala de informática a qualquer hora para fingindo tá fazendo algum favor para professor ou alguém da direção.
– Caraca, como tu entrou? Ah...você já é famoso. - Abri um sorriso.
– Hahaha não, sei lá. Apenas me chamaram, você quer entrar?
– Eu? você acabou de falar que são para os populares.
– E o que impede de você ser? Você já anda com a Bruna pra cima e pra baixo, todos pensam que vocês tem algo, anda comigo... e você é super maneiro, aceita, a gente vem de manhã, pega umas minas haha.
– Hahaha o quê? acham que tenho algo com a Bruna? - Aquele me fez abri um enorme sorriso, apesar de tentar esquece-la, gostei dessa "fama".
– Pois é, até eu as vezes acho que vocês tem algo.
– Não por minha parte, eu deixei ela pra lá.
– Hmm por isso que anda meio esquisito quando ela tá perto? brigaram?
– Não brigamos, só que... ela ta apaixonada.
– Por quem?
– Tal de Yuri.
– Aff, esse muleque é ridiculo.
– Conhece?
– Sei quem é, vou conversar com ela depois.
– Não fala nada de mim, eu quero esquecer isso.
– Relaxa, vou falar pois não acho certa ela se envolver com esse moleque.
– De boa então.
– Mas e aí, entra ou não para o Grêmio?
– Hm... por quê não? Aceito.

E assim entrei para o grêmio estudantil. Não foi difícil com o Eduardo me apoiando, ele me indicou e fui aceito. Lá dentro conheci as pessoas mais populares da escola. Eu fiquei nervoso na primeira reunião que teve entre eles, achei que ia ter conversa séria e tal, mas não. Foram quase duas horas de pura zoação, comentários maldosos e brincadeiras e só no fim que apresentaram alguns projetos que eles iram fazer como uma festa, torneios de futsal, handball e basquete. Eventos de música, peça de teatro e filmes no auditório.
Eu ficava calado todo o tempo nas reuniões, Eduardo já era mais entrosado.

A semana de provas foi algo sensacional, eu simplesmente não sabia nada de matemática, porém, gabaritei a prova. Como? Eduardo.
Eu sentei atrás dele e pouco antes da prova começar eu falei que não sabia nada, então em cinco minutos de prova ele simplesmente se virou e pegou minha prova e com a outra mão botou a prova dele toda feita, Eduardo foi tão esperto que ele assinou meu nome na prova e botou meu número, tudo isso para a prova toda ter a mesma letra. E por sorte na minha prova eu ainda não tinha assinado. Então eu fui o primeiro a terminar a prova, o professor corrigiu na hora e falou para a turma toda que gabaritei, era meu primeiro 10 no ano, graças ao Eduardo.
Ele era tão meu amigo que na prova dele ele errou duas questões para tirar 9 e o professor não suspeitar.

Simplesmente passei o intervalo todo agradecendo para ele e no fim ele só apertou minha mão e disse que estava tudo bem. Não tinha como não gostar dele, ele simplesmente era meu amigo. E eu compensei ele, na prova de Inglês, eu não troquei de prova com ele, mas passei todas as respostas e errei uma de proposito na minha.
Isso era algo que iria acontecer no nosso ensino médio inteiro, eu iria concluir a escola colando todos as provas em matemática e ele em inglês. Hoje me arrependo um pouco, mas na época? me orgulhei de ter sido o único aluno da escola a ficar com médica 40,0 em matemática. Os professores ficaram tristes por eu não ter aceito a participar das olimpíadas de matemática, mas isso é história eu conto mais pra frente.

Chegamos no mês de maio, já tinha se passado dois meses desde que tomei a decisão de me afastar da Bruna, acho que ela se tocou e nem no intervalo ficava perto. Eu sentia a falta dela, as vezes lia nossas conversas antigas e ficava com um sorriso enorme relembrando certos momentos.

Na escola eu estava mais entrosado com os demais do grêmio, notei que nesse tempo que se passou, as pessoas da escola me olhavam de um jeito diferente, na verdade, eu estava sendo notado. Eu falava com outras garotas e reparei algumas vezes que a Bruna me olhava de longe.
Nesse dia, eu sair bem tarde da escola e resolvi voltar de ônibus, aí notei que ia passar pelo colégio onde Bianca estudava, decidi soltar ali, não lembrava se esse dia era o que ela saía bem tarde, mas tive sorte, assim que desci do ônibus ela estava tomando sorvete com algumas garotas numa barraquinha que ficava em frente sua escola.

Normalmente eu não faria aquilo, mas o grêmio me deu confiança e eu simplesmente me aproximei dela e de suas amigas, Bianca me olhou e pareceu surpresa, abriu o maior sorriso do mundo e correu na minha direção e pulou em meus abraços, eu abracei de volta e a segurei firme pela cintura.

– Falei que iria te visitar aqui.
– Henriqueeeeeee! Achei que tinha esquecido de mim! - Ela fez uma careta e sorriu em seguida.
– Como esquecer do melhor carnaval de todos? - Falei sorrindo enquanto a soltava, mas ela continuava com os braços envolta do meu pescoço.
– Seeeei, conheço você. - Terminando de falar ela me soltou e voltou a tomar seu sorvete de casquinha.
– É sério... mas como você tá?
– Bem, meio cansada e você?
– Tô legal, meio sem tempo pois tenho ido para a escola de manhã também.
– Ah sim... Olha, tô esperando minha mãe me buscar, quer ir lá pra casa? Se ficar tarde peço para ela te levar.
– Ah... eu não sei, não quero incomodar.
– Para com isso! Minha mãe te ama, vive falando de você, vai adorar que tu vá lá pra casa.
– Hahahahahah - Eu fiquei rindo bem sem graça mesmo.

A mãe dela chegou logo depois e pareceu mais feliz ainda em me ver ali, ficou o caminho todo no carro falando que a Bianca que fala de mim, que fica inventando desculpas para visitar minha mãe para ela me ver, eu ficava rindo e bem sem graça, mas a Bianca ficava ainda mais e eu achava isso bem fofo nela, ela tinha covinhas e gostava da curva dos seus lábios que fazia quando ela sorria.

Chegamos em sua casa, era uma casa grande para apenas duas pessoas, Bianca quis se livrar da mãe, estava morrendo de vergonha, então me segurou pela mão e logo fomos para seu quarto. Ela fechou a porta e jogou sua mochila na cama, eu estava rindo de tudo aquilo ainda. Botei minha mochila ao lado da dela e a olhei, ela pareceu sem graça de novo, mas de uma forma diferente.

– Que é? - ela falava enquanto botava a mão na cintura.
– Nada, só te acho ainda mais bonita do que quando te conheci.
– Iiih - Ela olhou para baixo e ficou sem graça.
– Desculpa!
– Ta acreditando nas coisas que minha mãe falou, cara? é tudo mentira tá?
– Ahh, é? então você não queria me ver?
– É... bem... eu queria, mas não assim como ela falou.
– Como então? - Me aproximei devagar e pela primeira vez percebi que Bianca estava meio insegura.
– Eu não sei... - Ela me olhou
– Posso te confessar uma coisa?- Falei enquanto mexia de leve em seus cabelos, Bianca fixou seus olhos nos meus.
– Pode...
– A primeira vez que nos beijamos, beijei mais por impulso... dessa vez eu estou planejando e desejando seu beijo.
– Você quer me beijar?
– Eu quero.
– Tá esperando o.... - Eu a interrompi selando meus lábios aos dela e a beijando.

Eu abracei forte, juntei nossos corpos em um só foi a primeira vez que eu beijei alguém e senti o meu mundo girar, aquele beijo com a Bianca foi diferente do primeiro, dessa vez eu a beijava com muita vontade e sentia que era retribuído da mesma forma. Seus braços cruzaram meu pescoço e senti seus dedos passarem pela minha nuca e meu cabelo. Eu estava acariciando seu rosto com uma das mãos e a outra deslizava pela lateral de seu corpo até eu segurar seu quadril. Eu gostava da forma que ela mexia a língua e passava pela minha, alguns momentos ela chupava minha língua e como resposta, eu mordia e puxava seus lábios. Percebi que ela sorriu quando eu subi uma das mãos para sua nuca e dei um leve puxão em seu cabelo e desci minha boca por alguns segundos para seu pescoço, onde senti bem forte seu perfume doce e sutil, e foi ali, em seu pescoço que a mordi, o efeito da mordida fez com que seu corpo tremesse todo por um segundo e arrepiasse por inteira. Então a olhei e sorri, ela fez o mesmo e seus olhos brilharam, tenho certeza que os meus também.


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